Realizado por fonoaudiólogos, tratamento pode melhorar tonturas

Enviado por Pedro Rinck

Do Conselho Regional de Fonoaudiologia

Reabilitação vestibular: uma saída para o mal das tonturas

Milhares de pessoas que sofrem com tonturas ainda desconhecem o tratamento eficaz aplicado por fonoaudiólogos.

É sabido que a atuação fonoaudiológica tem tido grande expansão social na área da reabilitação, abrangendo, também, a reabilitação vestibular. A reabilitação vestibular é um procedimento terapêutico fisiológico, realizado por fonoaudiólogos, que tem como objetivo melhorar e restaurar o distúrbio de equilíbrio corporal.

Quando o sistema auditivo e vestibular apresentam algum problema, individualmente ou em conjunto, surgem como sintomas principais a tontura e/ou vertigem, com ou sem sintomas neuro-vegetativos. Esses distúrbios são conhecidos popularmente como “labirintite”, mas o nome correto que se dá a eles é “labirintopatias”, que significam doenças do labirinto.

Os problemas do labirinto podem ocorrer, porque a pessoa tem uma alteração na região vestibular, e o cérebro acaba recebendo informações errôneas sobre sua posição num determinado lugar no espaço, e assim ter a sensação de mal estar, como se estivesse rodando, flutuando ou caindo, mas, na verdade, está parada.

Isto é resultado de um conflito entre as informações vindas da visão, do labirinto e do sistema proprioceptivo, que resulta na tontura, acompanhada dos outros sintomas.

Princípios – Quando o indivíduo sente vertigem ou tontura decorrentes do conflito sensorial, inicia-se o mecanismo de compensação central, que procura melhorar os sintomas ocasionados pela disfunção vestibular. O conjunto de todos os mecanismos que auxiliam os indivíduos a se orientarem e se equilibrarem no espaço, parados ou andando, é chamado de adaptação. A habituação é um desses mecanismos que irá, através de exercícios repetitivos prolongados, reduzir ou anular as respostas sensoriais.

O paciente que tem tontura evita o movimento, pois este desencadeia os sintomas; assim, ele se movimenta menos, o que acaba por gerar um retardo no sistema de compensação.

A reabilitação vestibular fornecerá ao paciente exercícios repetitivos adequados ao seu problema, que irão acelerar e estimular os mecanismos de adaptação, propiciando a volta do seu equilíbrio de forma mais rápida.

É importante ressaltar que a reabilitação vestibular é uma das diferentes opções de tratamento para o paciente com disfunção vestibular, podendo ser utilizada de maneira alternativa ou associada a outros tipos de tratamento.

Os Estudos – Segundo a fonoaudióloga Heloisa Helena Caovilla, professora Associada Livre-Docente da Disciplina de Otoneurologia da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina(UNIFESP-EPM), e uma das pioneiras nessa área, os estudos sobre o assunto surgiram em 1945, quando o médico Cawthorne submeteu soldados lesados pós 2ª Guerra Mundial, que apresentavam problemas de tonturas, causadas por traumatismos cranianos, a um procedimento de reabilitação vestibular que ele próprio elaborou .

Os fonoaudiólogos, por sua vez, atuam com reabilitação vestibular desde o final da década de 70.

“Quanto maior for a integração entre o fonoaudiólogo e médico, o tratamento do paciente terá mais possibilidades de êxito”, esclarece.

Heloisa Caovilla explica que a reabilitação vestibular deve atender às necessidades individuais do paciente com problemas de equilíbrio e deve ser dirigida especificamente para as deficiências funcionais, identificadas em uma avaliação otoneurológica abrangente.

A UNIFESP-EPM foi a pioneira nesta área e há 15 anos criou o curso de especialização na área de Vestibulometria. O próprio Curso de Fonoaudiologia

já conta com a disciplina, e os estudantes de Fonoaudiologia do 2º e 3º anos têm aulas teóricas e práticas.

A professora Heloisa alerta que, nas escolas, muitas crianças apresentam baixo rendimento por problemas de equilíbrio e, muitas vezes, são tratadas como crianças desconcentradas. “Seria muito importante que essas crianças passassem por uma avaliação otoneurológica e, se constatado o problema, deveriam ser encaminhadas para a reabilitação vestibular”.

 

Redação

2 Comentários

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  1. Recentemente senti esses

    Recentemente senti esses sintomas pela primeira fez na vida, estou com quase sessentão.

    Estava na academia, derrepente senti um forte mal estar acompanhado de tontura, horrível !!!. Pedi a um colega para me deixar em casa.

    Procurei um otonalingologista, acho que o nome é esse. Fez todas as pergunta de praxe, em seguida pediu que eu fizesse um exame de audiometria, que foi feito no mesmo local. Deu tudo bem.

    A profissional me disse que antes de receitar qualquer remédio ela iria fazer um procedimento comigo.

    Segundo ela, nós temos dentro do ouvido ” umas bolas” que nos dão o equilíbrio, uma espécie de nível.

    Quando essas bolas saem do lugar perdemos a referência, causando tonturas e mal estar.

    O procedimento foi bem simples. Ela pediu que eu deitasse de barriga para cima. Em seguida com as duas mãos levantou a minha cabeça, balançou, balançou, balançou, e pediu que rapidamente deitasse de lado.

    Depois de uns dois minutos deitado de lado, me colocou novamente de barriga para cima. Repediu todo o procedimento de balançar à cabeça, e em seguida me virou para o outro lado.

    Repetiu todo o processo por três vezes. Segundo me disse, depois deste procedimento as minhas ” bolinhas do ouvido” já estavam novamente no lugar.

    A dra. conversou comigo e disse que esse procedimento custuma resolver esses casos. Se por um  acaso eu sentisse novamente os mesmo sintomas, que eu voltasse dois dias depois.

    Acreditem, já se passaram mais de dois anos, nunca mais senti nada.

    A dra. foi show de bola.

     

     

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