O PAC e os micros

A decisão do PAC de aumentar para R$ 4 mil a isenção para microcomputadores não visou a inclusão digital. Para a inclusão, bastariam computadores de R$ 1.500. No fundo ajudará as empresas a renovarem seu parque de máquinas, mas, principalmente, ajudará a Microsoft que, com o novo sistema operacional, o Vista, precisará de uma ampla renovação em máquinas com maior capacidade. Com menos de um gigabyte de memória, o Vista não funciona.

PS – Como usuário, não desgostei não. Mas é a história que o próprio Serra colocou: porque não o saneamento?

Luis Nassif

30 Comentários

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  1. Não somente vai ajudar a Bill
    Não somente vai ajudar a Bill Gates, vai ajudar a todos a possuir computadores mais potentes, para usar todos os recursos, softwares, games, etc, que exixtem por ai. Um micro fraco é muito ruim, ou será que um jovem que acaba de ter um micro na mão, vai querer só usar o msn? Isso pode ajudar a industria de games que é fraca no Brasil, também por causa de micro lerdos. Um Photoshop da vida, um Pinnacle, um Halo, não roda tranquilo em uma máquina simples. Um micro potente é um passo a frente para o surgimento de novas frente de profissionais. Processador, memória, placa de video decente, um monitor LCD(consome pouca energia e emite muito menos radiação), são coisas que todos devemos ter na mão.

  2. Nassif, penso que a inclusão
    Nassif, penso que a inclusão digital, de fato, já está nas “lan house”, que hoje já estão dissiminadas pela periferia das grandes cidades. Imperdível, para um jornalista especializado, a visita a uma dessas casas, por exemplo, aí na Favela de Paraisópolis, em Sampa. A inclusão digital, de direito, virá com a compra e entrega nas escolas públicas dos “notebooks” de 100, 200 ou 400 dólares (vamos esperar para ver se vai acontecer).

  3. Rapaz, você precisa
    Rapaz, você precisa urgentemente avisar a Microsoft. Participei do evento de lançamento e o presidente afirmou que com menos de um giga, não funciona. Seu computador de 512 deve ser porreta mesmo. Passe a fórmula para eles.

  4. Só ajuda Bill gates se as
    Só ajuda Bill gates se as empresas que se modernizarem preferirem o ‘Vista’. Se elas preferirem outros sistemas operacionais….

    O próprio governo pode dar o exemplo utilizando outros programas.

    Já há repartições públicas com Linux em suas máquinas, por exemplo.

    Para o computador portátil a ser usado nas escolas (este ano como experiência), nenhum usa sistemas da microsoft. Isso também pode ajudar as pessoas a se “desacostumarem” do windows.

    Aliás, vi o “pingüin” em um posto de gasolina estes dias.

  5. Tabela de custos para a
    Tabela de custos para a inclusão digital de um brasileiro, com os recursos mais modernos:

    Microcomputador com monitor LCD e placa de aceleração gráfica para rodar o vista: 4000 reais.
    Windows Vista: 10 reais
    Microsoft Office: 10 reais
    Adobe Photoshop : 10 reais
    Games diversos: 10 reais cada CD.

    Tem-se um “programa de inclusão digital” mas não se tem um programa de educação digital. O cidadão comum compra um computador pelo programa de financiamento do governo, que vem com um tal de Linux, que ele nunca ouviu falar. A primeira atitude dele é chamar o garotinho da esquina que faz uns bicos com computador e pedir para ele fazer o computador ficar “normal”. Ficar normal é arrancar esse tal de Linux e implantar a partir de cópias piratas o Windows, o Office e demais programas famosos que rodam sobre a plataforma MS.
    No fim todos ficam felizes. O usuário porque agora tem um computador “normal”. A indústria de hardware porque está vendendo como nunca, e a Microsoft, que finge combater a pirataria, mas na verdade a estimula, com o objetivo de ter todos os usuários presos à sua matriz de softwares.
    Ah, ia me esquecendo. O governo também fica feliz, pois vai ter um monte de estatísticas para usar em discursos.

  6. Tens razão, Nassif.
    Eu nunca
    Tens razão, Nassif.
    Eu nunca entendi porque o governo colocou no PAC o aumento da isenção do Pis/Cofins para máquinas de valor maior. O cidadão de baixa renda não compra máquinas de valor superior a R$ 2.500,00. A isenção até R$ 4.000,00 alegadamente para a chamada inclusão digital, inclusive com os notebooks (população de baixa renda usando notebook?) realmente não estava bem explicada. Agora, sim. A Microsoft moveu seus pauzinhos e outras coisas para convencer muitos funcionários públicos a incluir no PAC essa renúncia fiscal. Isto vai beneficiar as empresas de microcomputadores que cresceu muito no Brasil, está escrito. Não faz lógica nenhuma. Para sanar essa burrice, o governo deveria excluir das isenções o software que custasse mais de, digamos, R$ 100,00. A isenção fiscal seria para o hardware que preferecialmente usaria o Linux. Vamos brigar por isto, porque afinal é dinheiro público – da isenção fiscal – que servirá para enriquecer nosso amiguinho Bill Gates, sabe-se lá com que propósito.

  7. Eu não acredito em Papai Noel
    Eu não acredito em Papai Noel e creio que o meu caro colunista também não. Acho que muitos brasileiros estão pagando para ver esta lesma paralítica deste PAC sair do lugar. Só faltam 3 anos 335 dias.

  8. Nem um milagre deve fazer que
    Nem um milagre deve fazer que o Windows Vista faça sucesso, é uma bomba em informática que ignora o bom senso, acho que nem versão pirata de dez reais vai ter sucesso.
    Se fizerem um bom navegador interno (não externo) para o linux e uma versão similar do directX10, o Vista está literalmente morto a médio prazo (considero médio prazo de 6 a 24 meses).
    Agora o limite de 4.000 reais, está mais para ser um agrado a Classe Média, para verem algo feito para eles, nem tanto para o Vista.

  9. Sou do tempo do D-800,
    Sou do tempo do D-800, sistema operacional CPM, 16 kb de memória, gravador de fita cassete como armazenamento de dados, e linguagem Basic para os novatos (como eu) e Assembler para os especialistas.

  10. O Vista “precisa” de um giga
    O Vista “precisa” de um giga sim. Mas em menos de dois anos alguns programas já estarão reclamando computadores mais rápidos, como reclamam hoje aqueles usados para trabalho de vídeo dos de 256…

    Em outras palavras, um giga só é muito para hoje, dia 30 de janeiro de 2007.

  11. Nassif,

    será que apenas a MS
    Nassif,

    será que apenas a MS se beneficiará? Veja, micros mais potentes são muito utilizados em alguns área que exigem grande processamento. Por exemplo, trabalhos com imagens de satélite, cartografia digital, além dos já citados.
    Como resultado empresas e profissionais liberais que trabalham nestas áreas serão beneficiados, saindo do “mercado cinza”.
    Acho que o PAC não tinha este objetivo, mas acabou “acertando neste alvo”.
    Sobre o Vista acho que alguns fatores devem ser lembrados, a versão original mais barata lançada no Brasil custará R$ 499, além disso existe a tendência das pessoas de “esperar pra ver”. É possível que aconteça com o Vista o que aconteceu com o Windows 2000, parte dos consumidores prefiriu continuar com o 98, até o lançamento do XP.

  12. Bom, sobre o que acabei de
    Bom, sobre o que acabei de falar a respeito de o Brasil, junto com China e Índia, dar as cartas neste século, documento da UE (encontrei a matéria depois que saí deste blog. Então, voltei e postei-a no assunto sobre a Argentina) embasa minha análise. Os europeus estão apavorados com o crescimento do Brasil, sobretudo na questão agrícola, fazendo contraponto ao fracasso deles na política de subsídio ao agricultor. Lá, os caras são “farmers” (agricultores familiares pequenos e médios que abastecem o mercado interno), exatamente como nos EUA. Aqui, os “farmers” vêm, em sua maioria esmagadora, do MST. Contudo, este é demonizado pelas oligarquias da imprensa aliadas às do campo. Aos que acham que o Brasil está no caminho errado, inclusive nas relações externas, leiam o documento da UE.

  13. Nassif, a classe média
    Nassif, a classe média comprando Micros mais potentes, tem o efeito de “renovação da frota”. Micros usados são repassados para as classes mais baixas, sejam doados, sejam vendidos a baixo custo, o que também incrementa a inclusão digital. Tanto o Windows VIsta como as versões mais potentes do Linux requerem processamento mais potente. Ajudar o brasileiro (mesmo de classe média) a equipar-se melhor também torna-o mais competitivo. Apesar de micros serem usados extensivamente para entretenimento, devem ser vistos também como bem de capital, e não apenas de consumo. É ferramenta de (re)qualificação profissional. É também investimentos aleatório em micro-políticas públicas de pesquisa e desenvolvimento e micro-política industrial. Para cada mil lares melhor equipado com computadores, sairá desse grupo pelo menos uma dezena de desenvolvedores de software, empresas de fundo de garagem, outros que usarão para acessar bancos de patentes e abrir negócios, outros que farão pesquisas científicas de forma autodidata, outros que farão edição de vídeo, ilhas de edição caseira para produção audio-visual, outros que encontrarão mercados melhores para vender produtos e gerar renda, etc.

  14. Gostaria de fazer uma
    Gostaria de fazer uma comentário sobro o comentário do Paulo França: Matou a pau! Conseguiu escrever tudo o que penso sobre a China e India.

  15. Caro Nassif, legal a
    Caro Nassif, legal a contribuição dos mais esclarecidos para esclarecer melhor os leigos ou quase-leigos como eu. Gostaria de dar meu exemplo a respeito de upgrade: foi forçado (obsolescência) e por conta própria (peça a peça). Meu micro não rodava mais nada direito ou com velocidade “de gente”. Gastei cerca de R$ 900,00 para “montar” um minimamente turbinado (sem monitor). De quanto pode ser o gasto do governo para bancar um micro de R$ 100,00 se um gravador de DVD/CD bastante garimpado custa R$ 120,00 (com nota)!?!

  16. Então me sugere aí uma boa
    Então me sugere aí uma boa configuração dentro desse limite, que estou precisando de um desktop para os joguinhos das crianças aqui em casa.

  17. O mais engraçado é que o
    O mais engraçado é que o Linux avança no sentido contrário: quanto mais desenvolvido, menos recursos da máquina ele precisa.

    Os países da AL poderíam entrar mais integrados nesse jogo do software livre: ganha-se no desenvolvimento tecnológico e na redução de custos.

  18. Abaixo tem o artigo “Fim da
    Abaixo tem o artigo “Fim da TV”, que ajuda a explicar uma das vantagens de baratear os micros mais caros. Neles comporta melhor a convergência digital para diversão ou uso, eliminando a necessidade de compra de outros aparelhos dedicados (tocadores e gravadores de dvd’s, conjuntos de som, telefone fixo, TV, etc). Mas o mais importante em um micro potente é a capacidade de fazer produção de conteúdo de baixo custo. Da mesma forma que existem rádios comunitárias, poderão haver TVs comunitárias via Internet, com produção de fundo de quintal, até em favelas. Só depende de talento, esforço e estes equipamentos serem acessíveis.
    Em tempo: O Linux, como qualquer software, também devora recursos quando é usado para trabalhos pesados, como ilha de edição de imagens e animação gráfica.

  19. Nassif,

    Você sabe se esta
    Nassif,

    Você sabe se esta isenção é só para o PC montado ou também se aplica às peças. Se não, acho que a medida perde muito do valor. Se, justamente, um dos motivos da grande revolução dos PCs foi permitir que se monte um computador até em casa. Não é necessário conhecimentos profundos de informática ou eletrônica, apenas alguma prática e bom senso. Comprando as peças e montando, ou mandando montar, sai inacreditavelmente mais barato. O que se deveria estimular é este mercado de PCs “feitos sob medida” de acordo com o gosto do freguês. Cada um pode escolher marca e modelo de tudo que tem dentro, cada peça. “Caixa preta”, micro de marca fica mais caro e os componentes internos acabam sendo de qualidade inferior. O montador de caixa preta vai maximizar os lucros minimizando os custos. Por exemplo, fazer propaganda do seu produto dizendo que tem um Pentium 4 dentro, esclarece muito pouco. Existe uma quantidade inacreditável de variações de Pentium 4, com diferentes performances. Se a marca tal informa só que é um Pentium 4 de tantos Ghz
    pode desconfiar de que é modelo com pouca memória de cash ou uma velocidade do barramento de dados (FSB) mais baixa. Além disso o chipset da placa-mãe tem forte influência no desempenho final de seu micro. De nada adianta comprar o supra-sumo da tecnologia em CPU e espetá-la em uma placa com chipset SIS ou VIA. Eu, por exemplo, no caso de processadores Intel sou fã dos chipsets da própria Intel. Ninguém faz melhor. Mas placas com estes chipsets são mais caras e quem monta as caixas pretas não vai gastar dinheiro extra em uma mercadoria se não puder propagandear o componente em que pagou extra. Para 99% dos usuários chipset é palavra que nada significa. Fora isso, do ponto de vista do estímulo à economia, este mercado tem criado uma quantidade imensa de pequenas e micro-empresas. Elas vendem as peças, fazem a montagem e dão assistência técnica. Se o governo quiser realmente estimular o mercado de informática, prá começar tem que fazer tudo para baratear o preço dos componentes individuais, facilitando a vida deste estrato do mercado extremamente pulverizado e dinâmico, e não focar os esforços na máquina montada.

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