Nível de desemprego não melhora e fica em 12,2% em janeiro

Em comparação ao último trimestre de 2017, país inicia o ano com taxa de desocupação estável em 12,7 milhões de brasileiros 
 
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(Foto ABr)
 
Jornal GGN – Levantamento divulgado nesta quarta-feira (23) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) mensal, do IBGE, revela que o desemprego se manteve estável em 12,2% no período de novembro de 2017 a janeiro de 2018.
 
A taxa de desocupação, entretanto, apresentou uma leve melhora, menor em 0,4 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado, quando ficou em 12,6%. Na prática, são 12,7 milhões de brasileiros desempregados hoje. O índice também foi maior do que o registrado no trimestre encerrado em dezembro (11,8%) e ficou estável em relação aos três meses anteriores.
 
“O índice vinha caindo, mas agora houve essa estabilidade, interrompendo as duas baixas [trimestrais]. É um movimento característico de janeiro, quando esse indicador tende a estabilizar ou até a subir”, explica o Coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
 
Por outro lado, a leve melhora do último trimestre de 2017 ocorreu, segundo o IBGE, por motivos sazonais. É nesta época que o setor de serviços, por exemplo, aumenta as contratações para atender as vendas para o Natal e ano novo. 
 
Informalidade em alta
 
O órgão também aponta que a taxa de informalidade continua alta. O número de empregados com carteira assinada apresentou queda de 1,7%, passando para um contingente de 33,3 milhões de pessoas em janeiro. 
 
A título de comparação, no trimestre encerrado em dezembro o, a retração foi de 2,5% na comparação anual. Assim, para dar algum alento neste cenário, Azeredo observa que a queda do número de trabalhadores com carteira assinada foi mais modesta.
 
Outro ponto positivo foi que a indústria registrou aumento de 5% na ocupação comparado com janeiro do ano passado. Por outro lado, a construção e reparação de veículos apresentou queda de 4% e a agricultura e pecuária baixa de 3,9%. 
 
Sem carteira 
 
O grupo sem carteira assinada aumentou em 1,8 milhões de pessoas em relação a janeiro do ano passado.
 
“Por causa da crise econômica, o mercado não consegue impulsionar a criação de postos de trabalho de qualidade. Todo esse crescimento de 1,8 milhão de pessoas está apoiado em uma plataforma informal de trabalho”, pontuou Azeredo. 
 
Ainda, segundo o IBGE, volume de pessoas ocupadas no último ano decorreu de 986 mil novos trabalhadores por conta própria; 581 mil novos empregos sem carteira assinada; 317 mil novas vagas com carteira assinada no serviço público; 267 mil novos trabalhadores domésticos; 180 mil novos empregadores; 79 mil pessoas trabalhando como auxiliares de familiares e a redução de 562 mil vagas com carteira assinada no setor privado.
 
Azeredo explicou que apenas 317 mil postos de trabalho criados podem ser considerados efetivamente formais, já que foram contratações do serviço público.
 
“A gente tem que dar conta que esse crescimento que aconteceu foi pelo trabalho informal. Desse 1,8 milhão que cresceu, parte expressiva é do mercado informal”, respondeu para o portal de notícias G1. 
 
O Pnad também registrou que o rendimento médio do trabalhador ficou em R$ 2.169 em janeiro, valor estável em relação a janeiro do ano passado que foi de R$ 2.135. 
 
Com informações do G1 
Redação

3 Comentários

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  1. Neoliberalismo e estagnação sob o Golpe.

    Vai piorar muito mais pois a massa salarial cairá devido a disseminação de contratos de trabalho intermitente. Muitos trabalhadores ganharão menos do que o salário mínimo. Apenas os setores exportadores (devido a baixa demanda interna) e de bens de luxo (devido a concentração de renda) prosperam em tal quadro. E aí, os “vôos de galinha” e as falsas retomadas com as quais a mídia tenta iludir a população. Enquanto estivermos sob o neoliberalismo, a economia vai continuar patinando.

  2. Vai se repetindo o ciclo espanhol

    Vai mais ou menos repetindo o que aconteceu na Espanha, inspiração da “reforma” do presidente-civil-mas-virando-militar: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/27/internacional/1493296487_352960.html

    Quando a troca de contratos mais estáveis por contratos precarizados se completar e o desemprego começar a cair, vai ser apoiado apenas em empregos precários e de baixo salário, ou seja, uma recuperação da economia e do emprego não vai impulsionar o consumo das famílias.

  3. Como se reduz desemprego

    Tecnicamente, só existem três maneiras de reduzir o desemprego.

    Primeira, pelo crescimento do PIB. Com os inacreditáveis 0,1% de crescimento, obviamente que não teremos grandes resultados. Nos próximos 20, 30 anos, a turma que encomendou o golpe não permitirá que o Brasil cresça quase nada, pois vão impor o neoliberalismo a ferro e fogo. Portanto esqueçam o crescimento do PIB.

    Segundo, por brasileiros indo trabalhar no exterior. Isto já tem acontecido em massa, e o mercado de trabalho externo, não tem capacidade de absorver mais brasileiros ainda, do que já absorve portanto esqueçam isto também.

    A terceira, a longo prazo, é a única que está inteiramente nas mãos do povo brasileiro, reduzindo drasticamente a taxa de natalidade. A longo prazo, se nascem bem menos crianças, quando estas alcançarem idade de trabalho, com 18 anos, vai entrar menos gente no mercado de trabalho e o desemprego será reduzido. Estados como Santa Catarina, que tem o menor desemprego do país ( menos de 7% ) e a menor taxa de natalidade, já fazem isto. O resto do Brasil, ainda teima e reluta por enquanto em abraçar este caminho, mas aos poucos, timidamente, vão se acostumando com esta idéia, já que não nos deixaram outra saída.

    —————

    Todos os países onde o neoliberalismo foi implantado, Portugal, Grécia, Espanha, só aliviaram os efeitos da crise, após fortíssima queda na natalidade, bem como uma migração em massa do povo para o exterior. Alguns países do leste europeu encolheram em 10% a sua população em uma década, devido a natalidade baixíssima e a migração para o exterior. Saída definitiva, que seria banir o neoliberalismo, não ocorrerá, sabemos disto.

    Aos poucos o brasileiro começa a levar a sério esta crise, este desemprego e a ver que o golpe é permanente, e que não está em nossas mãos impedir que o neoliberalismo seja implantado, seja por bem ou pór mal.

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