Uma aula inesquecível de Mariz de Oliveira

O Secovi (Sindicatos das Empresas de Construção Civil do Estado de São Paulo) criou um Núcleo de Altos Temas, sob direção de Romeu Chap Chap.
 
A reunião-almoço de hoje foi sobre o tema violência: “Até onde vai a violência? A ética como resposta”. Os palestrantes são o criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira e o Denis Rosenfeld.
 
As apresentações iniciais, do presidente do Secovi Cláudio Bernardes e de Romeu Chap Chap, chamam a atenção, vindo de um setor historicamente conservador. Cláudio fala da responsabilidade empresarial em recolocar ex-condenados e apoiar as crianças. Chap Chap fala da responsabilidade geral de apoiar as pessoas recuperáveis.
 
A palestra de Denis é padrão. Fala do multiculturalismo e dos absurdos de valores de outras culturas, inclusive de algumas práticas indígenas.
 
Sociedades humanas se caracterizam por ações repetitivas. Governantes dão o pior exemplo para a população. Toma o exemplo do Quilombolas – previsto na Constituiçao – para levantar a questão da insegurança jurídica, como se a segurança jurídica consistisse em atropelar a Constituição.
 
Mensalão foi o grande avanço, porque Ministros do STF mostraram que ética deve ser seguida, diz ele. Não importam os detalhes e os problemas processuais, relativizando o julgamento, mas o exemplo de que a ética vale para todos. Pela primeira vez na história do país, ministros vão para a cadeia, diz dele.
 
Para Dênis, o maior fator gerador de crimes é a impunidade. Menciona o exemplo de cinco indígenas na Amazonia que assassinaram três brancos (na verdade era mestiços) e que finalmente foram punidos, acabando com o tabu de punição aos índios.
 
Não há nenhuma relação causal entre a suposta impunidade dos índios e a criminalidade brasileira. Mas os dois únicos pontos de análise de Denis são a questao ética (seja lá o que se entenda sobre a ética social brasileira) e a puniçāo.
 
O papel da mídia
 
Há um tufão de racionalidade na apresentação seguinte, de Antonio Carlos Mariz de Oliveira. “Hoje em dia governadores se ufanam com a construção de cadeias, não de escolas”, diz ele.
 
“Cadeias são um mal necessário, mas se ufanam como se a missão de combater o crime acabasse com a construção de cadeias. Investe-se na prisão, mas não na demolição das causas e na recuperação do homem”.
 
Pode chocar alguns, diz Mariz, mas o crime é um ente social, pertence a todos nós. “Há uma enganosa visão de que o crime está lá e nós aqui, diz ele. O crime é um fenômeno que pode ser abraçado ou abraçar a nós todos. Ninguém em sã consciência poderá dizer que jamais cometerá um crime, ou ser vítima de uma acusação falsa ou de uma condenaçao injusta. E para isso teremos que ter todo um aparato de sistema penal e sistema penitenciário a nós também, ou porque cometeu um delito ou por ser injustamente acusado”.
 
A omissão história da sociedade se reflete no crime, diz ele. Temos um menor carente de ontem, hoje o trombadão, amanhã o bandido velho. Essa omissão com o menor é de cinquenta anos, diz Mariz.
 
“O máximo que se fez aqui foi colocar os menores em ônibus e mandar para Camanducaia. No Rio foi mais eficiente, matando na porta da Candelária. Em Minas foto de crianças recolhidas em camburão, uma delas com chupeta na boca”.
 
Diz Mariz: “Nossa geração teve os punguistas, artistas de bater a carteira. Os mais perigosos, Sete Dedos, Meneguetti, assaltavam casas. Depois, Bandido da Luz Vermelha e, depois, os trombadinhas”.
 
Um belo dia os jornais estamparam: “Os trombadinhas foram retirados da praça da Sé, que voltou a ser nossas”. Mas continuaram lá os comedores de faca e os trombadões, com quem ninguém mexeu.
 
E agora estamos enxugando gelo em matéria penal e criminal há cinquenta anos. Enxugando gelo de um lado e fazendo discursos veementes de punição e construindo cadeias, mas não construindo creches, abrigos para menores.
 
E agora, Estado não sabe o que fazer, sociedade amedrontada, mas pasmos porque agora surge no cenário criminal brasileiro a figura da violência sem causa
 
“Eu entendo a violência do assaltante: ele rouba. Mas e a violência de quem não está sequer praticando crime, mas se torna criminoso de momento, desrespeitando valores. É a banalização do mal. É o mal sem causa. Esse é um problema penal? De repressão? É muito mais grave do que o sistema penal apresenta: é um problema patológico”.
 
Vamos deixar de prendê-los? Claro que não. Mas temos que sentar à mesa para discutir o por quê isso está acontecendo. Falta religiosidade, os preceitos éticos e morais foram embora? As torcidas de futebol estão se matando.
 
“Está se assistindo a essa violência incompreensível e nós apenas bradando por cadeias. Que se prenda, mas que se discutam as razões disso”.
 
“O que me preocupa muito é o papel da mídia televisada”, diz ele.”A televisão, como mais eficiente
sistema de aculturamento, chegando onde a escola não chega, está prestando um desserviços a sociedade brasileira, um eficiente meio de desagregação moral. Não porque mostra beijos de dois homossexuais, mas porque mostra que os problemas da vida sao resolvidos à bala  e o valor argentário seja o maior”.
 
“A TV não veio só para o Ibope, mas para servir à sociedade como instrumento de formação. A televisao transformou o crime em espetáculo de grande venda. Não extrai lições do crime, as cricunstâncias do crime, o por quê do crime, a figura da vítima e do acusado. Não tira lições, até para evitar que o crime fosse repetido”. 
 
Mas a TV teatraliza, instiga e assinala para a sociedade que a única resposta possível ao crime é a prisão. Então o binômio crime-prisão é visto como sagrado. Ai do Judiciário se não prender naquele caso em que, sem processo, sem julgamento, ela julga culpado”.
 
“O Judiciário passa a ser leniente, o advogado chicaneiro. Se não prendeu, cai em desgraça. E a TV faz questao de ir além da lei e ela mesmo aplica penas crueis, perpétuas, porque o mero suspeito é exposto à execração pública, antes mesmo de estar sendo investigado”.
 
“A mídia pratica isso e nós, em nome da liberdade de imprensa, que é confundida com irresponsabilidade social. A imprensa tem que ter uma responsabilidade social”.
 
Mariz menciona 200 mil prisioneiros sem culpa formada, sem julgamento. O Estado põe mutirões de saúde, jurídicos, odontológicos, e não mutiroes de prisão. “Não se faz absolutamente nada a não ser construindo cadeias, gastando fortunas na manutenção”.
Luis Nassif

35 Comentários

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  1. A direita ou o conservadorismo

    não precisam ser boçais, essa é a diferença entre Denis Rosenfeld (ele escreve na veja ou na fsp?) e o Antônio Cláudio Mariz de Oliveira.

    A direita ou o conservadorismo não precisam ter a cara do Otavinho Frias, de um Civita ou de um Marinho.

    O dia que o meio conservador brasileiro, que tem seu espaço na construção do pais, tiver a coragem de sair da esfera dos citados Frias, Civita ou Marinho, ele poderá construir uma oposição real ao projeto do governo atual, e quiçá ganhar eleições. Por enquanto ele é só uma face da barbárie.

    1. Concordo plenamente com o

      Concordo plenamente com o Lionel Rupaud. Sou e sempre fui de esquerda e sei que há muitos esquerdistas burros, assim como há direitistas inteligentes e éticos. Exemplo é o ex-governador de São PauloCláudio Lembo. Oposição não precisa ser como a que temos no Brasil, sem projeto de país e sem discussão séria. Direita não precisa ser inqualificável como essa que demonstra toda sua falta de projeto tentando desqualificar e destruir tudo que venha do governo de esquerda, mas é preciso mostrar alternativas que beneficiem o país e sua população. Por enquanto temos alguns pensadores sérios de direita e a “massa cheirosa” guiada por uma imprensa comprometida com a antidemocracia e o golpe.

  2. Uma aula inesquecível

    Realmente instigante a abordagem do Mariz.  A propósito da influência da midia, lembraria que, na década de 50, havia um suicídio diário no viaduto Santa Efigência.  Um belo dia, os donos de jornais se reuniram e decidiram que essas mortes não seriam mais noticiadas.  Claro que os bons jornalistas protestaram contra esse ato de censura prévia, mas tiveram que se render à decisão dos patrões.   Sabe,desde aquele dia nunca mais alguém pulou do viaduto… Sobre a violência de quem está desrespeitando valores: quantas pessoas deve ter um protesto para ter o direito de parar a avenida Paulista? Duas, tres, dez? E para obstruir a via Dutra? O direito de protestar, de manifestar é sagrado, mas não mais sagrado que os direitos dos milhões de pessoas prejudicadas por meia dúzia de donos da verdade.

  3. Creches

    G1, 23/11/2013:

    “A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (25), durante seu programa de rádio “Café com a presidenta”, que das 4,7 mil creches contratadas no seu governo, 2 mil estão em obras ou já foram entregues e que um novo método de construção está sendo feito para viabilizar as obras.

    A presidente aproveitou e ressaltou que o programa de construção de creches “vai indo muito bem”, e que, além disso,o governo vai contratar outras 1.950 creches até o final do ano que vem.”

     

    O governo federal não é omisso nem se gaba de prisões. Os juriistas pagos pelo Secovi dizem o que os patrões querem ouvir: que a culpa é fo governo.

    1. Creche é responsabilidade dos

      Creche é responsabilidade dos estados e municípios, assim como presídios é responsabilidade dos estados. E Mariz nao é advogado do Secovi. 

      1. Depen/Funpen

          Creches são responsabilidade dos municipios, que podem solicitar verbas do governo federal (repasses do Fundeb), desde que tenham seus projetos aprovados, mas os terrenos destinados a este tipo de equipamento, sempre são de responsabilidade ( aquisição, desapropriação, locação) do municipio.

           Mas quanto a presidios, os Estados da federação, podem solicitar verbas do Funpen (fundo penitenciario), desde que se responsavilizem pela cessão dos terrenos, caso de construção, ou em casos de reforma de instalações, se comprometam a determinadas contrapartidas ( lei complementar 79 de 07/01/94 e Decreto 1093 de 03/03/94).

            O problema, tanto relativo a creches, como a unidades prisionais, tropeçam ao requisitarem verbas federais, pois os projetos executivos, quando são feitos, pecam na origem, e param.

  4. Nassif
    O  “problema”  para

    Nassif

    O  “problema”  para nós, mas não para governadores e prefeitos que tem muitos amigos (deles) ganhando com o atual modelo (falido) prisional….

    Mudar pra que…???…

    Com a morte desse cenegrafista da Band vai ter muito blablablabla…..

    E só………

    PS.:  Apesar de odiar a OAB, palmas para o Prof. Mariz……

     

  5. Alhos com bugalhos ??

    Embora assuntos distintos, isto me lembra o programa Mais Médico

    Não vão no centro do problema, só na maquiagem . Muita violencia, cadeias.  Falta medico,  cubanos.

    Assunto complexo com abordagem simplista só serve para uma campanha eleitoral, só uma campanha eleitoral

  6.  Nassif…….que lição do

     Nassif…….que lição do Dr. Mariz….colocou todos os dedos nas nossas ferídas….( Não atuo na Advocacia, mas tenho muito orgulho de ter o Dr. Mariz , a assinar a minha “Carteira”, da OAB ). …….Dá pra mandar esse texto pro Caiado e pra Sherazade ?…..

  7. Não dá jogo!

    Caro Luna, amigos,

    botar Antônio Cláudio Mariz de Oliveira ao lado do Dennis Lerrer Rosenfield é covardia: um gigante ao lado de um sub-anão.

    Não porque o gaúcho é de direita, é porque é muito limitado, tacanho.

    Abraços.

  8. Um tremendo nariz de cera…

     

    …para dizer que o

    “Mensalão foi o grande avanço, porque Ministros do STF mostraram que ética deve ser seguida, diz ele. Não importam os detalhes e os problemas processuais, relativizando o julgamento, mas o exemplo de que a ética vale para todos. Pela primeira vez na história do país, ministros vão para a cadeia, diz dele.” Façam me o favor. Quer dizer que a AP 470 com todas as patifarias judiciais praticadas foi um avanço?Então tá !

  9. É quase uma guerra perdida.

    A questão da violência é quase uma guerra perdida. Ela cresceu junto com a despolitização da população. Se os repórteres tirassem a bunda da cadeira saberiam que a periferia teme tanto a policia quanto os bandidos.

    Assim os valores com o passar das décadas foram se formando e cristalizando. O abandono, preconceito, fome, repressão criou gerações de pessoas que realmente odeia a sociedade e suas injustiças. Neste jogo, o respeito a vida perdeu valor.

    Da mesma forma que pessoas que se intitulam de bem defendem que bandido bom é bandido morto, a resposta é o ódio a sociedade e a resposta no mesmo nível.

    Acredito que com a implantação de escolas de período integral será possível começar a reverter estas mazelas da sociedade. Se for feito um acompanhamento social será possível romper um ciclo de violência.

    O crime nunca será extinto, mas, suas proporções e causas raramente estarão associadas aos furtos. A policia tem muita culpa nisto, sou de uma época que tinha mais medo da policia de que qualquer bandido perigoso. Mesmo nunca tendo transgredido nenhuma lei ficava apavorado com a aproximação da viatura policial se aproximando com as luzes todas apagadas. Era comum pessoas desaparecerem e seus corpos apareciam em pontos de desovas afastados.

    Creio que a mesma situação aconteceu e ainda acontece nas regiões mais violentas do estado de São Paulo.

    Conheci pais de família honesto trabalhador, que hoje tem seus 4 filhos na criminalidade. Estes jovens, que já não são tão jovens mais, levaram uma vida muito difícil, pois, seu pai era servente de pedreiro e ficava muitas vezes sem ter o que comer em casa, era comum ele pedir dinheiro emprestado para comprar gás, comida, remédio. Era comum ele passear com seus filhos de final de semana, carregando o mais pequeno no colo e os outros agarrados a seu corpo. Como o bar geralmente era e ainda é o ponto de encontro das pessoas, era comum as crianças pedirem doces e ele dizia depois para elas, na maioria das vezes sempre aparecia uma alma bondosa que comprava e dava as crianças, quando não, até o dono do estabelecimento dava. Constrangido este amigo falava para o dono do estabelecimento dizia põe na conta então que depois eu pago. Não presenciei o momento em que estas crianças se tornaram marginais, me casei e fiquei 20 anos afastado. Quando eles me reencontraram, me trataram de tiozão e me abraçavam como sendo um dos grandes amigos do seu pai. Descobri que filhos de muitos amigos de infância e juventude estavam no crime e com várias passagem pela cadeia.

    O mais interessante, era que eles diziam para mim, que se alguém mexesse comigo, era para contar para eles, que eles dariam um jeito nos safados! Algumas pessoas que temiam eles, diziam você é louco de da conversa para estes bandidos, eles são muito perigosos e podem te matar sem pestanejar.

    Mudei de endereço novamente e não sei oque está acontecendo com eles, é certo que ainda estão no crime, e de um lado sinto mais pena deles de que ódio.

    Minha pergunta é de quem é culpa daquelas 4 crianças carinhosas alegres e brincalhonas terem ingressado no crime. Não aponte o pai, hoje falecido, pois ainda, foi possível detectar o mesmo carinho as pessoas próximas e o mesmo brilho de alegria em seus olhos. Só que hoje são marginais perigosos!

     

  10. Não entendi quando ele disse

    Não entendi quando ele disse que não importam “detalhes e problemas processuais” quando falava do Mensalão. Os problemas eram detalhes? Sem provas é detalhe? Xiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, sei não Nassif.

  11. Toda vez que ouço falar de

    Toda vez que ouço falar de construção de presídios, me vem muita tristeza, e me faz lembrar de uma “historinha” ocorida tempos atrás e a maioria das pessoas a desconhecem, ou se esqueceram dela.  Houve um governador de Estado que tinha um “senhor”secretário de Educação (ambos mortos). Esses 2 “loucos” sonharam em construir escolas em período integral, com almoço, lanche , jantar e banho para as crianças.  Pobres “loucos”, logo a “pecha” de comunistas, corruptos, preço da obra demasiada para uma escola e  etc , tomou conta da mídia de tal forma, que impediu a eleição de outra pessoa c/ idéias semelhantes. E o que veio a seguir, foi pior ainda: essas escolas foram abandonadas pelo vencedor da eleição, e muitas se tornaram “elefantes brancos” para que todos pudessem perceber o “erro” da administração anterior. Para piorar diziam que as construções nababescas, eram somente p/ facilitar a corrupção. Agora BRADAM p/  construção de presídios de segurança máxima e a prisão de menores de 18 anos. Acredito que fui bastante  clara, não havendo  necessidade de dizer mais nada. A maioria sabe a quem me refiro: “sonhadores” e mídia contra, que infelizmente não morreu, como os primeiros. É só. Quem quiser que faça a conta s/ o custo de ambas as construções  ,a manutenção delas e o custo/benefício p/ a sociedade.

    1. Fácil !!!

      Leonel Brizola, e depois Moreira Franco.

      Acompanhei de perto esta época… A Globo, como sempre detonando através do jornal e televisão todas as iniciativas do governo estadual.

      Havia a COCEA (se não me falha a memória) – um órgão que tinha o compromisso de comprar a merenda escolar para toda a rede estadual de ensino, e conseguia a proeza de comprar no atacado a preços muito maiores que no varejo. Sem contar que deixava comida deteriorar em seus estoques.

      Brizola acabou com esse antro e deu as verbas diretamente nas mãos das diretoras de cada escola, pois elas teriam o controle das compras e principalmente e interesse que não faltasse os itens necessários à alimentação das crianças.

      Foi impiedosamente criticado pelo jornal o globo.

      Todos os anos havia a maracutaia da montagem e desmontagem das arquibancadas para o carnaval, criou-se o Sambódromo, no que foi extemamente criticado…

      A pior perseguição, no entanto foi com o projeto dos CIEPs. Uma fábrica de escolas, espalhando escolas por todo o estado….e a idéia foi perseguida, criticada e combatida…

      O sucessor, Moreira…tá por ae ainda…na política fazendo oque aprendeu no Chaguismo.

      1. Ainda bem que, ao menos vc,

        Ainda bem que, ao menos vc, conhece a “hist´rinha” e seu triste final. E agora o triste final do partido a que pertencia o Brizola.

  12.       “A ética como resposta

          “A ética como resposta !” Então tá… O SECOVI poderia nos explicar eticamente o envolvimento dos seus associados neste esquemão de corrupção e sonegação dos fiscais da Prefeitura de São Paulo.

  13. Sempre me perguntei

    Sempre me perguntei por que não tenho nenhum amigo preso e nenhum deles foi assassinado?

    Por que nenhum deles é traficante? 

    Por que nenhum deles mora na favela, em rua sem calçamento com esgoto a céu aberto?

    Por que nenhum deles é analfabeto?

    Por que o pai de nenhum deles morreu de cirrose e a mãe é prostituta?

    Por que alguns são violentos e outros sofrem com ela? 

    Por que será?

  14. Prender ministro do PT , é

    Prender ministro do PT , é mole.Tentar  impeachment de Lula, previsivel.Articular, executar ações desestabilizadoras contra o projeto que se desenvolve  há  doze anos é preocupante. Agora, colocar   general torturador na cadeia,oficiais  terroristas,quero ver ! O cavalheiro    acima,  crê  em justiça seletiva.Ele  e boa parte  daqueles   que  cultivam preconceitos com quem   cultiva begônias. São Paulo tem se destacado como usina e celeiro  desse produto que    se difunde com velocidade dos rastilhos sociais. Para mencionar um  chocante exemplo publicado  na Carta Capital,segundo a matéria, propuseram numa reunião de condomínio demitir a lavadeira  porque possuía carro e  o estacionava no prédio em vaga  paga por ela. À medida que a invisível outrora classes, C,D,E,etc  passam a dividir e espaços exclusivos das AA,A e B, aquele   preconceito  inexistente  passa aflorar e , como vemos, intensamente…

  15. Precisamos de mais

    Precisamos de mais creches,escolas, centros culturais, SIM!

    Precisamos de Justiça!! Justiça tardia ou pela metade NAO É JUSTIÇA

    E também precisamos de cadeias, de muitas cadeias. É fato.

    Fazer uma coisa e deixar a outra nao resolvera nossos problemas, nem a largo, nem a médio prazo.

     

    P.S- Que eu prefiro que construam CADEIAS a estádio de futebol, ah, isso eu prefiro.

  16. Onde estão os cursos de direito?

    Mariz menciona 200 mil prisioneiros sem culpa formada, sem julgamento. O Estado põe mutirões de saúde, jurídicos, odontológicos, e não mutiroes de prisão. “Não se faz absolutamente nada a não ser construindo cadeias, gastando fortunas na manutenção”.

    E eu insisto em perguntar: onde estão nossas ilustres faculdades de direito, com cursos abertos por todo esse Brasil de meu Deus, com alunos precisando muito de prática processual. Será que não podem pelo menos assistir esses miseráveis que mofam nas prisões, mesmo sem culpa formada? E a nossa tão combativa OAB?

     

  17. Engraçado!

    Ninguém fala em legalização do comércio das drogas atualmente ilícitas. Quando falam sobre violência, limitam-se a reclamar dela. Qual é? Há muitas soluções, mas a principal delas é fazer com que o Brasil deixe de ser o corredor do tráfico internacional. A resposta à violência é a Política, não a Ética.

  18. “…Pode chocar alguns, diz
    “…Pode chocar alguns, diz Mariz, mas o crime é um ente social, pertence a todos nós. “Há uma enganosa visão de que o crime está lá e nós aqui, diz ele. O crime é um fenômeno que pode ser abraçado ou abraçar a nós todos. Ninguém em sã consciência poderá dizer que jamais cometerá um crime, ou ser vítima de uma acusação falsa ou de uma condenaçao injusta. E para isso teremos que ter todo um aparato de sistema penal e sistema penitenciário a nós também, ou porque cometeu um delito ou por ser injustamente acusado”. A omissão história da sociedade se reflete no crime, diz ele. Temos um menor carente de ontem, hoje o trombadão, amanhã o bandido velho. Essa omissão com o menor é de cinquenta anos, diz Mariz…”  O interessante desta colocação é que nos faz ver o quanto devemos lutar por uma sociedade mais justa, mais igualitária, com menos desigualdade social.Só para citar um caso verídico – entre vários de uma coleção muito grande, lembro-me de um assalto ocorrido no início dos anos 80, quando mudei-me para outra residência, numa casa próxima ao centro da minha cidade natal, cidade esta no interior do estado do RJ. O filho do vizinho – um menino com então 11 anos de idade – fora abordado por um marginal armado de revólver na rua de sua casa para lhe tomar o relógio, o tenis e o boné. Todos de “marca”.Para felicidade de todos o que ficou de pior foi o susto e um pequeno trauma.Para mim, ficou o inconformismo de buscar entender que sociedade era esta em que EU vivia, onde um adulto ameaçava uma criança com uma ARMA NO OUVIDO em troca de TÃO POUCO.Era o filho do vizinho, mas poderia ter sido um dos meus filhos, tão crianças quanto. Bem antes, na década de 70, pré-adolescente, já lia no “O PASQUIM” críticas ao “problema do menor abandonado”, que segundo charges de Millor, Ziraldo, Henfil, era “filho do maior abandonado”.  Não faço política partidária, mas apoio toda e qualquer ação que vise diminuir o abismo da desigualdade social. Da desigualdade de oportunidades, da desigualdade abismal de renda entre o “ungido doutor médico” e “funcionário da limpeza pública” que corre todas as noites atrás do caminhão que recolhe todas nossas imundícies e nos livra da insalubridade decorrente da possível não retirada do lixo urbano.  Por isso apoio a proposta declarada de Dilma Roussef, quando se propôs a criar uma sociedade de renda média.Acho que todos deveriam lutar por este objetivo, até mesmo por pragmatismo. Fica mais barato, mais seguro, mais fácil viver numa sociedade mais igual. Que o diga os Suecos, Dinamarqueses, Noruegueses, Islandeses….

  19. Justiça boa é justiça justa, o que não o caso do mentirão

    Justiça injusta é anti-antíética além de ser crime, portanto nada a ver essa defesa que o professor fez do julgamento do mentirão sob pretexro de defender a ética. Até parece que passar 10 anos na cadeia por causa de uma condenação injusta só pq isso foi bom para a “ética” é ético, eu heim, professor para vc pimenta no cu dos outros é refresco?

  20. Falaram, falaram, e…

    Nassif, acho que o almoço que gerou a pauta em questão, foi absolutamente indigesto e dele, nada saiu, que pudesse ser aproveitado.

    Tantos sabichões falando e tantas causas sociais citadas, porem nenhum dos palestrantes disse uma palavra sequer, sobre a impunidade que a nossa lei(ou a ausencia dela)dá a estas pessoas que estão cometendo a citada violencia, seja ela por falta de autoridade, seja pelo descompromisso com a maioria da população.

  21. Quanta barbaridade

    Isto é palestra? Não é um articulista da revistinha do esgoto falando para empresários que a protegem? Quanta barbaridade!

    Quer prender menores, e aplaude prisão de ministro (do pt é claro) como se isto fosse ético não importando a justiça, prender indios, etc, tudo com o tempero,ai verdadeiro, que  o problema do crime é da sociedade. Ele, o palestrista é anti-ético e vem com convesinha bobas.Quanta barbaridade!

    E os problema dos com condenação já vencida? Não é da justiça???  Mente sobre construção de creches e presídios, etc. Terrivel!

    Esta palestra é um excelente exemplo de que os chamados entendidos, tipo intelectuais da gnt, são na verdade a chave do nosso problema de segurança. Embaralham os problemas e soluções, e o pior, torcem para o pior.

    Depois da palestra os empresários da construção civil estão ainda piores informados e mais mal formados. Triste. Como o Nassif caiu nessa?

    1. Coelho, ninguém caiu na

      Coelho, ninguém caiu na retórica do filósofo. Limitei-me a reproduzir o que ele disse e a enaltecer o contraponto do Mariz. A isso se chama reportagem. E na própria reportagem está meu desacordo com os argumentos primários do pensador.

  22. Sou professor e estou a cada

    Sou professor e estou a cada dia, mais perplexo. Pelo que vejo em sala de aula, digo… preparem-se, pois a coisa ainda vai piorar muito. Hoje mesmo, dois alunos começaram a brigar na sala de aula e quando fui repreendê-los, quase fui agredido. Tive que conversar muito, mas existe uma violência na alma destas crianças (eles tem 11 anos) e parece que não há absolutamente nenhuma estrutura familiar. Se você fala que vai chamar a mãe, respondem “ela não vem”, falar do pai, parece piada, pois não existe esta figura na família de boa parte dos meus alunos e é impressionante a quantidade de parentes envolvidos com crimes e/ou na cadeia. É. para se dizer o mínimo, trágico!!

  23. Sou professor e estou a cada

    Sou professor e estou a cada dia, mais perplexo. Pelo que vejo em sala de aula, digo… preparem-se, pois a coisa ainda vai piorar muito. Hoje mesmo, dois alunos começaram a brigar na sala de aula e quando fui repreendê-los, quase fui agredido. Tive que conversar muito, mas existe uma violência na alma destas crianças (eles tem 11 anos) e parece que não há absolutamente nenhuma estrutura familiar. Se você fala que vai chamar a mãe, respondem “ela não vem”, falar do pai, parece piada, pois não existe esta figura na família de boa parte dos meus alunos e é impressionante a quantidade de parentes envolvidos com crimes e/ou na cadeia. É. para se dizer o mínimo, trágico!!

  24. A Pátria Está Salva!

    Nassif: o que diz mestre Mariz, a quem admiro e respeito, não vai além do “obvio ululante” (Millôr Fernandes), tão ao gosto dos anfitriões do Secovi. E veja o contrassenso —estes que promovem almoços ilustres são os mesmos que até pela manhã se vestiam de reacionários, na avareza de seus interesses e dos grupos a que pertencem. De repente viraram bonzinhos, paladinos da paz e da concórdia. É uma roupagem nova ou faz parte de estratégia em ano político? Há tempos, dizia François Mauriac que “é verdade que vivemos num mundo em que tudo é feito para corromper a infância, a adolescência e a juventude. Pagaremos caro, muito caro por isto” (maio, 1968). Este é o preço. Nesse tempo todos os mencionados já eram pessoas de renome, alguns até poderosos, com grande influência no mundo dos negócios e das ideias. O que fizeram? Esperaram a porta arrombada para chamare os chaveiro? É por isto que acho demagógico o evento, não por parte dos palestrantes, mas destes Sasá-Mutemas do Secovi. Lembra aqueles latifundiários que mandam despachar o posseiro para à noite levar os pêsames à viúva.

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