ONU evita classificar massacre do EI como genocídio

 
Menino yazidi em campo de refugiados em Duhok
 
Jornal GGN – Divulgado nesta terça (19), um relatório da ONU relata as violências cometidas pelo Estado Islâmico contra os yazidis, minoria religiosa pelo grupo terrorista. Na semana passada, foi descoberta uma vala comum com cerca de 130 corpos de pessoas da etnia, quase todos assassinados com tiros na nuca.
 
Apesar dos indícios, a ONU evita afirmar que estes ataques contra os yazidis configuram genocídio. Em dezembro, parlamentares no Reino Unido pediram ao primeiro-ministro David Cameron e à ONU que o massacre dos yazidis e dos cristãoss seja classificado como genocídio.
 
Da Folha
 
Relatório evita tachar massacre de yazidis pelo EI como genocídio
 
PATRÍCIA CAMPOS MELLO

Na semana passada, foi descoberta mais uma vala comum no Iraque, com cerca de 130 cadáveres de indivíduos da etnia yazidi, minoria religiosaperseguida pela facção Estado Islâmico. Foram quase todos assassinados com tiros na nuca.

relatório da ONU divulgado nesta terça (19)também relata em detalhes os abusos cometidos pelo EI contra os yazidis. Atualmente há cerca de 3.500 mulheres e crianças yazidis sendo usados pelo EI como escravos sexuais ou crianças-bomba.

Mas, apesar dos vários indícios de que o EI quer exterminar o povo, a cultura e a religião dos yazidis, a ONU resiste em afirmar de forma taxativa que esses massacres configuram genocídio.

“[Os atos do EI] podem, em alguns casos, ser crimes de guerra, contra a humanidade e, possivelmente, genocídio”, limita-se a dizer o texto do relatório.

Em dezembro, parlamentares britânicos divulgaram uma carta pedindo ao primeiro-ministro David Cameron e à ONU que o massacre dos yazidis e cristãos sírios seja classificado como genocídio.

“Isso mandaria um recado claro aos organizadores dessa carnificina de que, em algum momento, eles serão presos, processados e punidos”, dizia o texto.

“Além disso, iria estimular as 127 nações signatárias da Convenção da ONU para o genocídio a fazer o necessário para ‘impedir e punir’ os criminosos.”

Mas nem o Reino Unido nem os EUA parecem dispostos a rotular inequivocamente a agressão contra os yazidis como genocídio.

Primeiro porque, ao apontar o dedo para os outros, eles teriam de reconhecer seus próprios crimes –no caso dos EUA, o genocídio dos índios americanos, e na Austrália, o dos aborígenes. Além disso, teriam de fazer alguma coisa para evitar “esse flagelo odioso”, como manda a convenção.

A recusa do governo Clinton de reconhecer o massacre de 800 mil tutsis em Ruanda em 1994, porém, mostra que cálculos políticos muitas vezes se sobrepõem a considerações humanitárias. 

Redação

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  1. Por outro lado, crise econômica global afeta todo mundo…

    DIÁRIO DIGITAL Direto da Metrópole Lusa – 20/01/2016  11:27

    Estado Islâmico corta em metade o salário dos seus combatentes na Síria

    Estado Islâmico corta em metade o salário dos seus combatentes na Síria

    O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) cortou em metade o salário dos seus combatentes na Síria, informou a própria organização numa circular dirigida aos seus membros e divulgada pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos.

    O texto, emitido pela Casa do Capital dos Muçulmanos, um dos órgãos criados pelos jihadistas, anuncia que «devido às condições excepcionais pelas quais passa o Estado Islâmico, decidiu-se reduzir para metade a quantia paga aos mujahedins (guerreiros santos)».

    A organização extremista advertiu que não haverá excepções nesta decisão «independentemente da posição que se ocupe» e adiantou que continuará a distribuir ajuda alimentar duas vezes por mês.

    Ninguém sabe com certeza o valor dos salários dos milicianos do EI.

    Há poucos dias, o Observatório, citando activistas, afirmou que havia certo descontentamento entre os combatentes sírios do grupo radical porque os seus salários tinham sido reduzidos, enquanto os dos guerrilheiros de outras nacionalidades árabes e de outros países tinham aumentado.

    Em Outubro, o Centro de Análise do Terrorismo de França, com sede em Paris, estimou que a fortuna do EI ascendia a 2,2 mil milhões de dólares (cerca de 2 mil milhões de euros), construída principalmente através da recolha de impostos nos territórios que ocupa no Iraque e na Síria, e das exportações petrolíferas.

    Actualmente, os extremistas têm várias ofensivas abertas no território sírio, a mais recente na cidade de Deir ez Zor contra as tropas do regime de Bashar al Assad.

    Nos últimos meses, o EI perdeu terreno na Síria para as forças curdas, que estão aliadas a grupos armados árabes e recebem o apoio dos Estados Unidos, em várias províncias sírias como Aleppo, Al Raqqa e Al Hasaka.

  2. EI=Arábia Maldita=Turquia,

    EI=Arábia Maldita=Turquia, que são aliadas dos EUA. Por isso essa agência lacaia não considera como genocídeo. Já se fosse o Assad, aliado da Rússia, inimigo do EI, da Arábia Maldita e da Turquia…

  3. Observem que mesmo vivendo em

    Observem que mesmo vivendo em campo de refugiados e em tempos de guerra  o garoto se apresenta bem vestido e bem alimentado. Bem diferente das crianças  nordestinas em tempos de seca. Estas vivem esmulambadas e famintas. Imagine numa guerra!

  4. Grupo terrorista sunita

    Grupo terrorista sunita mulçumano fanático, adepto do sunismo wahhabista, pregadores do islamismo literal do século VII da era cristã, apoiados pela Arábiia Saudita.

     

    O Islamismo radical é dos mais graves probemas globais do século XXI, esses caras têm de resolver seu radicalismo entre eles mesmos, os mulçumanos têm de entender que o resto da humanidade não vai ficar para sempre refém do seu atraso religioso, não nos queira impor um modelo de civilização de 1400 anos passados, eles são apenas cerca 20% da humanidade, o Cristianismo guerreiro, sectário  e exclusivista  da era medieval fez uma reforma no século 16 que deu um novo rumo ao mundo, dando uma nova conformação ideológica e cultural para a Europa, influenciando de forma contundente o catolicismo e outras segmentos cristãos.

    As religiões asiáticas – budismo, xintoísmo, induísmo e outras – convivem de forma democrática com outras religiões e não interferem na vida política, econômica e cultural de seus povos, não são instrumentos de opressão das mulhesres e das minorias, não operam no direito civil de seus povos, não reivindicam o controle do estado para estabelecer teocracias obtusas, radicais e violentas baseadas em livros supostamente sagrados, como boa parte dos países mulçumanos, que usam a Sharia para governar seus países e fundamentar suas leis.

    Os mulçumanos não podem se arvorar dos donos da verdade religiosa da humanidade, se querem continuar com a seu rídiculo e violento direito religioso expresso no Alcorão e na Sharia  que o façam no seu mundo atrasado, arremedo do século VII de Maomé, e à margem da modernidade, simplesmente porque os demais povos, com todos os problemas que a humanidade enfrenta, está avançando utilizando um mínimo de racionaldade nas relações internacionais.

    Uma minoria curda, frágil e desprotegida, com suas próprias tradições religiosas, herdadas na história antiga dos assirios,  não pode viver livremente sem ser objeto de perseguições e assassinatos?

     

    Essas perseguições no mundo mulçumano não se resume ao grupo genocida EI,  vai alguém pregar o cristianismo ou o induísmo na Arábia Saudita, ou no Kuait, ou no Iemen para ver o que acontece!

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