Considerações sobre a face benevolente do racismo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Em um prédio em que morei, em Higienópolis, lavrei um BO contra um síndico racista que proibiu a entrada de negros pelo elevador social. Nos botecos que frequento, sempre me permiti chamar o Almeida de negão e rir quando ele me dizia que, quando tomasse o poder, me mandaria de volta para o Líbano em um navio branqueiro.

Conto isso porque, em algum momento, fui patrulhado por chamar o Almeida de negão. Uso o exemplo para analisar o que considero de visão benevolente do racismo: aquele que coloca o negro em situação de permanente inferioridade,a pretexto de “protegê-lo”, mesmo em situações em que ele é um igual entre iguais, ou mesmo superior aos seus pares.

Leia mais: A hipocrisia da punição aos ginastas que brincaram com o colega

O post sobre os ginastas provocou o seguinte diálogo no Facebook:

Liana – No Brasil crime de racismo é sempre qualificado como injúria, seguindo o argumento de brincadeira. Que sirva de exemplo e várias outras punições aconteçam. Utilizar eufemismos com atos de racismo é um comportamento corrente da parte dos racistas. Decepcionada com a postura desta página!

Eu – Não se tratava de um patrão humilhando um empregado, nem de alguém financeiramente superior, mas de iguais. Tratar um atleta vitorioso, entrosado no seu ambiente como vulnerável, pelo simples fato de ser negro, é – com o perdão da palavra – a face benevolente do racismo.
Não pretendo estar certo ou não. Apenas submeto à discussão: esse “coitadismo” com que são tratados genericamente os negros, especialmente os bem sucedidos, não é uma forma de preconceito?

Tome-se Joaquim Barbosa e abstraia seus exageros. Não fosse um desequilibrado, a face mais legítima de sua personalidade seria sua capacidade de ocupar o espaço que era seu sem pedir licença, por merecimento.

Nas rodas musicais que frequento não há a menor distinção entre brancos, negros, japoneses ou judeus. É meritocracia pura, na qual os mais talentosos são reconhecidos. E os negros têm a vantagem adicional da musicalidade no sangue.

Obviamente estou falando em ambientes especiais, sem discriminação, na qual o talento do negro pode prosperar na mesma medida que do branco. É especificamente esses casos que estou analisando – portanto quem quiser criticar a posição mantenha a discussão no contexto correto.

É evidente que na sociedade como um todo há discriminação, falta de oportunidade e bloqueios de toda espécie. Para esses casos, cotas sociais com recorte racial, punição à discriminação, políticas afirmativas.

Mas que os bem sucedidos tenham o respeito que merecem, sendo tratados como iguais. 

***

Comentário de Alêminas

Aos 12 cheguei em Sampa, vindo do interior de Minas. Meu melhor amigo, que caminhava junto comigo 4 Kms ida e volta até a escola, era o Eduardo. Quem eu chamava de Negão. Ele me chamava de “larirarai”. O apelido rolou porque, uma vez, sem querer, falei “ei larirarai”… Quem falava assim era um locutor de rádio, de um programa sertanejo que eu ouvia todos os dias, as 6 da matina, no interior, quando meu avô ligava o rádio. Pronto: meu apelido na escola, pregado pelo Negão passou a ser Larirarai. Ou seja, “caipira”.

Éramos grudados. Ele vivia em casa e eu na casa dele! Nossas famílias se conheciam. Estudava, jogava bola, brigava, mas sempre ali. Seu pai era escrevente no cartório. Um dia (eu com 16, ele com 17 anos) mudaram para Uberlândia e com o tempo perdemos o contato. Três anos atrás, nos encontramos. Aliás, graças ao Facebook. Negão virou engenheiro civil e eu jornalista. Marcamos para comer uma pizza e tomar um vinho. Nós 2 e nossas mulheres.

Quando nos encontramos, imaginem, emoção total. Ele me chamou de “larirarai”. Eu não consegui chamá-lo de Negão. “Fala, Edu”, eu disse. Ele vendo meu constrangimento, brincou: “ficou com saudade do seu negão, né?”. Bom, de lá para cá nos falamos toda semana. Eu chamo ele de Edu. Ele me chama de Alex. Mas lá no fundo gostaríamos que fosse: “Fala Negão. Falaí, Lari”… Ele tem dois irmãos mais velhos. Sempre me dizia: “Lari, você me respeita mais do que meus irmãos”.

É muito estranho tudo isso que estamos vivendo. Vejo esses meninos que ficam 100% do tempo juntos. São racistas? Diante da lei sim. Não tem nem o que falar. Vão ser punidos porque têm que ser punidos! Mas qual de nós aqui poderíamos medir o grau de amizade entre eles? O respeito entre eles?  “Ah, mas falando o que eles falaram no vídeo, não tinham respeito nenhum!”. É o que pensamos. Quem vazou o vídeo? Por que motivo?

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

78 Comentários

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      1. Aulas particulares?

        De leitura, de como comentar ou dos dois? Onde é a inscrição? Diga-me para eu nunca passar por aí.

    1. Pelamor…

      Você não tem ideia do que foi o nazismo e do que é o neonazismo. Nem tem ideia do que foi o fascismo e o neofascismo.

      Na verdade, acho que você nem tem ideia do que é o Brasil…

      1. Perdão.

        Mas quem não tem noção é você, pois veja:

         

        Estima-se em muito mais de 10 milhões de negros traficados e escravizados entre o século XV e XIX, nos vários países do mundo.

        Judeus foram 6 milhões, é certo que os alemães capricharam em método e tempo, mas fica a pergunta:

        Judeus ganharam a terrea (dos outros) e seguem matando como seus algozes, outros tantos mantiveram-se milionários, donos de bancos, estúdios de cinema, etc.

        E os pretos?

        Acabou o holocausto deles? Quando foi?

        1. Resolver ou relembrar o passado negro? (de sombrio,calma!)

          Praticamente todos os países africanos subsaharianos são predominantemente negros.

          Os problemas que existem no mundo não se resumem ao racismo, como se pode pesrceber na própria Africa negramente “soberana”.

          O passado é para ser lembrado, mas não vivido!

          Princialmente quando ruim…

           

           

          1. Passado que não passa.

            Não há como relembrar o passado, quando o passado insiste em não passar. Sua frase teria sentido se o racismo e seus efeitos não vigorassem como regra até hoje, inclusive na África abaixo do mar de areia, ainda a cloaca do mundo, onde os navios negreiros foram trocados por botes de imigrantes que afundam muito mais que as caravelas.

            Enquanto isso, onde há petróleo, joias e outras riquezas, seguem sangrando as veias abertas da África, tal e qual da AL.

            Neste sentido, seu comentário parece um convite ao esquecimento…quem sabe um samba ou um blues para ajudar? O mercado sempre tem lugar para pretinhos execpcionais que vendem seus dramas, ou para os que driblam a miséria e a violência…

  1. “Tratar um atleta vitorioso,

    “Tratar um atleta vitorioso, entrosado no seu ambiente como vulnerável, pelo simples fato de ser negro, é – com o perdão da palavra – a face benevolente do racismo”:

    Ha muitos anos atraz, Nassif, eu li um item sobre os tipos de humor com 7 items (ou tipos de humor), o item era fabuloso e muito tecnico…  mas nunca mais o vi de novo, era dos anos 50 e se perdeu no tempo.  Anyways, o que esta sendo discutido NAO eh alguma “face benevolente do racismo” mas humor fisico.  Nao ha nada de mais nele, eh so outro tipo de humor.  Tentei descobrir ha poucos dias o quanto eu suportaria um “roast” tipo dos EUA e nao cheguei a conclusao nenhuma a respeito de mim mesmo porque eu nao sei se humor de insulto pessoal tem qualquer coisa a ver comigo -se eh que jamais teve, minhas palhacadas sao todas inocuas (Aecio bonitinho mas ordinario, a ONU devia ser medida em burradas por milimetro quadrado, ce eh feio ou chupou limao, etc).

    Nao existe qualquer racismo em humor fisico, especialmente o nao-pessoal -tinha um humorista dos EUA cujo nome nao me lembro (AHA!  Lenny Bruce) que falhou miseravelmente o dia que ele chegou em um palco e disse “Tem algum nigger no auditorio hoje”?  Nao havia contexto de suporte pra ele dizer isso, claro.

    Mas o contexto do video (que nao vi e nao vou ver) ofecece duzias de razoes pra todo mundo concluir que era uma turma de amigos brincando.  O “humorista” que falhou nao foi o grupo de atletas mas sim a pessoa que postou isso publicamente, onde todo mundo pode se apropriar intelectualmente dele -complexo de inferioridade by proxy!  Eu nao o tenho, nao teria razao na galaxia pra me fazer comentar um assunto menor, e que injustamente recebeu essa hipocrisia toda do complexo de inferioridade terceirizado).

    Achei o uso da palavra “racismo” completamente sem sentido nesse caso especifico.  Igualmente  “face benevolente” do racismo(!!).

    No mais, nunca ouvi falar de turco do Libano!  Mish ma ul!  Uh…  nao, mesmo!  Mish ma ul!!!

    (Humor de origens eh outra historia e evidentemente tem que ter contexto, QUE VOCE CORTOU no post da Hiba Tawaji e ninguem vai entender exceto voce e eu, ta vendo?  Estou eternamente ofendido.  Sniff sniff.)

  2. Perfeito Nassif.

    Quando criança meus colegas de escola me chamavam de bugão. É legal encontrar esse pessoal hoje e muitos ainda me chamam de bugão. Em casa meus irmãos, meu pai e primos me chamavam de negão e ainda chamam. Eu me sinto honrado com esses apelidos. Afinal, sou negão e bugão mesmo e tenho orgulho de minhas origens, não vejo racismo nesses nomes (detalhe meu pai é branco de olhos verdes, minha mãe é que deu o toque afroindigena graças a Deus). Depende de quem fala e com que intenção. Se alguém me chamar de negão em uma loja, isso com intenção de me descriminar eu saberei na hora. Na verdade a pessoa não precisa falar nada para descriminar, dependendo um olhar e você já vai perceber que é descriminação.

  3. Quem decide?

    Não tive tempo de acompanhar esse episódio, de modo que o que segue pode já ter ficado esclarecido nos outros posts. Queria saber de uma coisa: quem decide que determinada brincadeira é só isso ou manifestação de racismo? Me parece que a única pessoa que, no caso em apreço, tem o direito de provocar a justiça é o supostamente agredido — no exemplo do Nassif e seu amigo, o Negão Almeida. Foi isso que aconteceu? Ele se sentiu ofendido, agredido, e se queixou? Se sim, os que o fizeram têm de ser punidos, já que ofensa houve. Se não se sentiu, não houve ofensa, logo como vai se punir alguém por uma ofensa que não houve? Pelo que entendi, o rapaz não se sentiu ofendido, aceitou a brincadeira. Logo treinador, federação, confederação não tem de se meter nesse assunto estritamente privado, como o de se tratar por apelidos entre amigos. Só deveriam intervir no caso contrário — e, é claro, em casos, como os citados por Nassif, em que a desigualdade hierárquica desfavorecer o ofendido. Tomar posição no lugar de um suposto ofendido, não é mais defesa de direitos humanos, mas tirania, o mal maior.

  4. Nassif continua o mesmo

    Infelizmente Nassif,

    já chamei a sua atenção para o seu raciocínio a respeito dos atos de racismo que, concordo interiramente com a Luana, corrobora o discurso racista sim. Dizer a um negro que o saco de lixo é preto e depois acarinhar é racismo puro, não me venha com mimimi. Infelizmente, neste particular, também me decepciono com a sua visão sobre o tema. E te aproximo do “jornalista” que diz que “Não somos racistas”.

  5. Nassif continua o mesmo

    Infelizmente Nassif,

    já chamei a sua atenção para o seu raciocínio a respeito dos atos de racismo que, concordo interiramente com a Luana, corrobora o discurso racista sim. Dizer a um negro que o saco de lixo é preto e depois acarinhar é racismo puro, não me venha com mimimi. Infelizmente, neste particular, também me decepciono com a sua visão sobre o tema. E te aproximo do “jornalista” que diz que “Não somos racistas”.

  6. Quando era jovem tive duas

    Quando era jovem tive duas experiências semelhantes com resultados diferentes.

    Quando tinha mais ou menos uns 20 anos um amigo mulato, miope e encrenqueiro trombou um cara branco num bar em Osasco. O copo de bebida do rapaz caiu e espatifou no chão. Quando vi o rapaz sacar uma arma entrei na frente dele e o convenci a não atirar no meu amigo, porque ele estava bebado, porque ele não valia uma bala, porque eu pagaria o copo e uma nova bebida igual para ele, porque havia mais testemunhas no bar do que balas no revolver dele, etc… O cara guardou a arma, aceitou outra bebida e deu o caso por encerrado. Nunca contei o que ocorreu ao meu amigo.

    Aos 25 anos, já cursando Direito, fui a uma festa na casa de um radialista negro em São Paulo. De lá fomos todos para um bar frequentado majoritariamente por negros próximo a Av. Paulista. Apenas eu, minha irmã e umas poucas pessoas no bar eram brancas. Eu já estava meio bêbado quando trombei por acaso num rapaz negro e bum… lá se foi o copo dele para o chão. Querendo evitar atritos (e, confesso, me sentindo em minoria no bar) chamei um garçon e pedi uma bebida igual para o rapaz dizendo que a pagaria. O sujeito sorriu, colocou a mão no meu ombro e disse tranquilamente.

    “-Calma, branquelo, você está em casa. Não precisa me pagar outra bebida, mas se quiser beber algo comigo tudo bem.”

    A cor é irrelevante, o racismo uma estupidez. Um e outro não dizem absolutamente nada sobre a humanidade que pode existir em todos nós. Branco, preto, mulato, amarelo, vermelho, azul, cinza, verde… a natureza apenas produz seres sem fazer distinção hierarquica ou cromática. A arte não existiria sem diversidade pictórica e contraste. A vida em sociedade pode perfeitamente imitar a arte e mimetizar a natureza. 

     

     

  7. O paradoxo da “negação”.

    Olá,

    acho que entendi bem o que vocês disseram.

    De fato, sem hipocrisias, vamos combinar,  em comum ouvirmos histórias como essas ai contadas pelos senhores.   Ora, nascemos com essas “influências”. Principalmente, as pessoas que hoje estão acima dos 30 e poucos anos. 

    Quem não se lembra do sítio do picapau amarelo? Saci pererê, Dona Benta e a Tia Anastácia, Emília, Preto Veio e tudo mais. Ah! E a  maravilhosa e complicada  música do competentíssimo Gil? Bons tempos…

    Porém, Lobato também já entrou no rol dos que “discriminam”. (deixemos de lado o “Presidente negro” por que ai, pegou pesado!)

    E as piadas então? Várias piadas com desfecho em preto e branco.

    Portanto, é compreensível que  muitos  ainda carreguem consigo esse tempo em suas “mentes”. É razoável imaginar que com toda essa “tradição”, possam achar “natural” qualquer tipo de brincadeira que envolve a cor da pele das pessoas. ( vejam bem, não estou sendo irônico. Estou compreendendo que isso pode ser realmente sem “maldade” numa brincadeira entre amigos)

    Por outro lado, é importante lembrar   que este “país”  sempre foi  autoritário. Quando muito um autoritarismo travestido de democracia.

    Democracia mesmo surgiu logo ali, em 1988. Antes dela , praticamente, só autoritarismo. Uns vão dizer: mas e em 1946?

    Dizem que foi democracia.

    No entanto,  foi uma semi democracia que elegeu Dutra.( nada contra  militares, só estou tentando embasar a questão “democrática” deste país para chegar numa conclusão sobre o tema em comento)

    Tirante 46 e 88, vivemos num país de muito autoritarismo e discriminação de vários tipos. Não apenas raciais. As mulheres, por exemplo, também sofreram bastante com este autoritarismo machista. E as mulheres negras então?  Nem se fala. Sofreram todos os tipos de discrimanção.

    Ocorre que a partir de 1988 começamos uma nova era no Brasil. Trata-se da primeira democracia do Brasil e com ela, combinamos que não haverá  quaisquer tipos de discriminações raciais. Nenhuma. Nem branda, nem forte , nem de jeito nenhum. Sem preconceito de origem , raça, …. 

    Resta saber o que é discriminação racial. O que é preconceito de origem, de raça etc. Deixo para os senhores pensarem e chegarem uma conclusão razoável e honesta, considerando-se toda a história deste país.

    Prossigo.

    Combinou-se em 1988 que não haveria mais preconceitos de origem e de raça etc. Este é o ponto. 

    E as brincadeiras, as piadas, os contos do passado – que possam ser enquadrados como discriminatórios, preconceituosos, ,sobretudo de raça, sofrerão as consequências de contrariar o nosso novo pacto social.

    Vejam bem. Não estou dando opinião. Trata-se de um pacto de convivência social que foi feito em 1988.

    É claro que fica difícil apagar o passado assim, de um dia para o outro. Mas, notemos bem, o pacto para o fim da discriminação racial começou ,  pra valer,  em 1988. Portanto, há quase 30 anos. Um tempo razoável, porém, ainda bastante pequeno se considerarmos os 400 – ou mais –  anos de escravidão e discriminação de todos os tipo.

    As razões são óbvias demais. Desnecessários elencá-las.

    Mas, a linha do preconceito pode ser  tenue.  Há exageros? Sem dúvida, pois o passado, a “tradição” ainda são fortes em nossas memórias e “hábitos”.

    Nossa cultura ainda está repleta ingredientes que podem discriminar pessoas, mesmo que sutilmente numa bricandeira inocente e engraçada.

    Creio que cada caso será um caso. Conviveremos com isso  até que consigamos, efetivamente,  nos livrarmos desse passado negro , desse humor negro, que ainda está contido , no sangue, que não é azul, mas sim, vermelho. Ops, sangue comunista? Fora sangue da  Dilma! Queremos sangue azul!

    Curiosamente, essas brincadeiras pode , paradoxalmente, conceituar e não preconceituar. Podem aproximar e não afastar.

    Mas, o pacto não aceita paradoxos, lacunas, ambiguidades entre outras “panelas”.

    Saudações 

     

     

     

     

  8. Nassif tem razão

    Meu melhor amigo é negro. Quando mando uma mensagem de celular convidando ele pra almoçar sempre escrevo “bora muçá, my nigga?”. O cara nunca estrilou. Na verdade a gente começou a usar esse tratamento com ele a partir de uma brincadeira que ele mesmo fez.

    É conhecido que nos EUA “nigga” é uma gíria altamente ofensiva, usada em relação aos negros. Mas entre amigos é aceito como tratamento íntimo, inclusive em relação a brancos – no filme Pulp Fiction (1994) o chefão mafioso Marsellus Wallace (que é negro) chama seu capanga Vincent Vega (John Travolta) de “my nigga”, da mesma forma que ao outro capanga Jules (Samuel L. Jackson). Mais ou menos como a intimidade de bons amigos transforma algo que é usado como ofensa em sinal de amizade, quando a gente chama um amigo de “veado” ou “puto”. 

     

  9. Para evitar problemas.

    “Liana – No Brasil crime de racismo é sempre qualificado como injúria, seguindo o argumento de brincadeira. Que sirva de exemplo e várias outras punições aconteçam. Utilizar eufemismos com atos de racismo é um comportamento corrente da parte dos racistas. Decepcionada com a postura desta página!”

    Liana, como distinguir uma bricadeira entre amigos do tal falso “argumento de brincadeira”?

    Não vejo como. Logo apresento duas sugestões para que sejam evitados os casos e com isso evitadas também que “várias outras punições aconteçam”.

    1 – proibir qualquer tipo de confraternização interracial. O formalismo seria a única forma de tratamento válida quando da convivência dentro de grupos interraciais.

    2 – eliminar a convivência interracial. Bairros, escolas, cinemas e teatros, igrejas e mesmo locais de trabalho separados por “raça”. 

    Viu? É como dizem os ingleses: “muito para leste, já é oeste”. Ou, como os extremos se tocam, o mais radical dos anti-racista beija a boca do mais empedernido racista.

    1. Peraí, Sérgio, no caso os

      Peraí, Sérgio, no caso os atletas estão representando o país. Se a brincadeira estivesse restrita ao quarto deles, beleza. Mas eles colocaram o vídeo para o público. A confederação tem o dever de se pronunciar e de tomar uma atitude para que a brincadeira não vire mania entre outros atletas até de outros esportes. Aliás, se era brincadeira entre amigos, para que postar? Estavam convidando o mundo para a brincadeira? Eu passo.

      1. Só acredito vendo.

        Não vi o vídeo. Mas pelo que eu levantei, as “agressões racistas” eram do seguinte nível:

        “Seu celular quebrou: a tela quando funciona é branca… Quando ele estraga é de que cor?” “Preto!”. “O saquinho do supermercado é branco… E o do lixo? É preto”.

        Devo estar me tornando um insensível, já que isso me parece mais uma brincadeira inconveniente de adolescentes.Aliás, pelo que sei, no próprio vídeo eles se desculpam com o colega. Só para termos uma comparação, se a polêmica fosse com Danilo Gentili, a resposta seria: “Quantas bananas você quer para deixar essa história para lá?”. Parecem me duas situações bem diferentes.

        1. Avalie você mesmo sua

          Avalie você mesmo sua sensibilidade. De minha parte, se as brincadeiras são inconvenientes e estão em rede nacional não tem como a instituição ignorar, senão a omissão também ficará inconveniente. E eles não se desculpam no mesmo vídeo; as desculpas vieram após a polêmica. Desculpas aceitas, mas borracha não.

          Para aguçar sua sensibilidade imagine quantas dessas brincadeiras o atleta negro ouve por dia sem que elas sejam postadas na rede e sem que ninguém saiba. Sinceramente, espero que seja só imaginação mesmo.

          1. O diabo são os outros.

            Os serviçais do demônio aumentam o tamanho de seu amo apenas vendo-o onde ele não está.

          2. Saravá…meu pai…

            Então, se a gente acreditar que o racismo é menor que ele é, tá tudo certo…? É uma questão de “fé”?

            Falamos assim pros pretinho: “Fio, num acredita no racismo que você chega lá, nego”.

            Volta pro mar, oferenda, volta…

  10. Nassif no País das Maravilhas

    Então, ficamos assim – foi tudo uma brancadeira e o jovem ginasta negro agiu de forma gananciosa e exacerbada ao não aceitar que seus colegas o humilhassem. De maneira pemeditada, o jovem ginasta negro agiu de forma a prejudicar a imagem de seus três colegas, causando-lhs danos morais que ao se tornarem públicos podem provocar máculas ao ponto de prejudicar as suas carreiras. Assim, sendo que seja processado o jovem ginasta negro pelos males causados aos colegas, de maneira que das próximas vezes ele se mantenha calado e aceite passivamente as carinhosas palavras que lhe foram proferidas. E viva o Brasil! 

    Nassif, que decepção……

  11. Nassif no País das Maravilhas

    Então, ficamos assim – foi tudo uma brancadeira e o jovem ginasta negro agiu de forma gananciosa e exacerbada ao não aceitar que seus colegas o humilhassem. De maneira pemeditada, o jovem ginasta negro agiu de forma a prejudicar a imagem de seus três colegas, causando-lhs danos morais que ao se tornarem públicos podem provocar máculas ao ponto de prejudicar as suas carreiras. Assim, sendo que seja processado o jovem ginasta negro pelos males causados aos colegas, de maneira que das próximas vezes ele se mantenha calado e aceite passivamente as carinhosas palavras que lhe foram proferidas. E viva o Brasil! 

    Nassif, que decepção……

  12. Que saco esses depoimentos do

    Que saco esses depoimentos do tipo “não sou racista porque tenho amigo negro, chamava ele de negão e ele gostava”. Não dá pra aguentar.

    Os garotos serão punidos. Por que? Porque sujaram a imagem do esporte brasileiro. Porque publicaram um vídeo que humilha qualquer garoto que também queira ser ginasta. Não importa se era brincadeira ou se o ginasta negro perdoou ou ficou com pena dos colegas ou até gostou de ser chamado de saco de lixo. Injúria e humilhação racial, nem por brincadeira, simples assim. É a lei. Cumpra-se.

     

    1. “humilha qualquer garoto que também queira ser ginasta”

      Vc acredita mesmo que nenhum ser de pele escura vai mais querer ser atleta por este (indevido) vídeo? Num mundo cheio deles, desde o violento boxe, passando pelo atletismo, futebol, até os elegantes e elitistas tenis e golfe?

      Calma amigo! Afinal não ser racista e ter amigos negros é um “saco”? Por quê? Não deve ser assim?

      Não devemos ser amigos? Iguais? Atrapalha a “causa”? Inaguentável?! Talvez melhor rolar aí um apartheidezinho?!

      Ou o objetivo é outro? Substituir “supremacias”? Vingança?! Num tô inteindeindo!

      Vc está mesmo pensando ou só manifestando sentimentos? (não nego falta de causas)

      Quer mesmo que os garotos brancos sejam punidos, presos, não importa “o que seja”? Nem por brincadeira? (que no caso não foi legal mesmo, mas calma lá!).

      E não me venha com “pra vc é fácil falar”, pois até assimilo culpas históricas que não são minhas. Minha parte é admitir as barbaridades, apoiar o combate, aos que ainda resiste, eventuais compensações efetivas e buscar a ciênca, consciência e o sentimento de que não sou melhor (nem pior) que ninguém por minha cor. Somos seres.

      Sua parte (se for negro) é buscar o mesmo! Aí nos encontraremos num só patamar.

      Afinal, essa sua intolerância é muito parecida com a dos feitores que torturavam os escravos de outrora: E era lei! 

      Eles apenas se diziam: “Cumpra-se!”

      1. Se você quer argumentar com

        Se você quer argumentar com honestidade, não coloque palavras na minha boca. Não falei que “nenhum ser de pele escura vai mais querer ser atleta”. Falei que jovens negros vão se sentir humilhados. Alguns vão se fortalecer com essa humilhação, outros vão se enfraquecer e desistir, outros ainda vão pegar um revolver e descontar a frustração em cima dos branquinhos de família. Eu prefiro, e a constituição manda, que não haja humilhação em primeiro lugar. Então é isso mesmo, CUMPRA-SE A LEI.

        De resto, tudo o que você escreveu é um tatibitate nonsense que sequer dá para responder. E se você acha que exigir o cumprimento da lei é intolerância, faça o favor de não dirijir mais a sua palavra a mim.

         

  13. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é…sei lá.

    Tragicamente pueril a visão do blogueiro, aliás, não se poderia esperar algo melhor.

    Ele é ótimo em vários temas, mas como humano que é (embora ache que tenha contatos e informações sobre-humanas, que lhe dão, inclusive, o direito de “pitacar” trejeitos ao governo Dilma) derrapa feio. É a tal síndrome no mensageiro querendo ser mais que a notícia. Comum na profissão.

    Mas vamos lá.

    Não há como debater tema espinhoso como esse sem destacar a frase-chave: “iguais entre iguais”. Essa é senha.

    O blogueiro encampa a tese de que sucesso econômico, ou repercussão (fama) por alguma performance são, por mágica, capazes de incluir e apagar a cor da pele, e os preconceitos do olhar do outro, e admite que que inclusive chama, com prazer o Almeida garçom de “negão”.

    Putz, é de doer.

    O cara desconhece que nossa face social, nosso ethos se legitima pelo discurso de mão dupla, mas muito mais pelo discurso alheio, e tudo isso está inserido em campo simbólico, não tangível por roupas, medalhas, bens, ou saber jurídico.

    Não há campo para piadas neste quesito, e nem em outros, epxerimentemos:

    “-Quantos judeus cabem em um fusca?

    -Dois mil, todos no cinzeiro”.

    E aí, qual é o limite?

    “Libanes é tudo turco, e turco vende até mãe, mas ao contrário dos judeus, não entrega”.

    Mas ainda assim, quem quiser defender essas peças de bom humor, mas de péssimo gosto (que às vezes se confundem, ao contrário do que pensamos, há boas piadas de mau gosto), podem encontrar nos judeus e nos libenses sinais de orgulho para se auto-defenderem, e talvez eles mesmos falarem de si, como ironia sombria, como há vários casos.

    O blogueiro não se incomoda de ser “mandado” de volta em navio “branqueiro”, afinal, nunca poderemos comparar a imigração libanesa com sequestro e morte de milhões de pretos, escravizados.

    Basta ver quantos pretos ficaram ricos no Brasil, e proporcionalmente, quantos libaneses fizeram fortuna e sucesso na estrutura social brasileira.

    Desumana comnparação.

    E assim vamos cravando dia-a-dia mais uma chicotada no lombo da negrada.

    Não, Senbor Nassif, não há como dizer que negros bem sucedidos são iguais entre iguais, porque são tão raros quanto trevos de quatro folhas, ou eclipses (estes bem mais comuns).

    E o comentário dos naziginastas, cevados a dinheiro público, só reforça esta lógica, que de nada tem de inofensiva.

     

    Iguais entre iguais são os pretos que contamos nos necrotérios, presídios, favelas e delegacias. Talvez estes nem se importem de serem chamados de “negões”.

     

    Conselho Nassif: Quando este assunto voltar, finja que não é com você, poupe-nos de ter que te defender de tamanha indelicadeza e sentirmos vergonha por você, a quem admiramos (ainda).

     

    1. Parece que há pelo menos duas discussões aqui

      Não creio aqui (nunca vi) que alguém defenda o racismo (e outros preconceitos). Muito menos seja contra o combate à ele(s). Não só pelas razões humanas, mas também histórico-sociais!

      Portanto: Racismo (preconceito) existe e deve ser combatido.

      O segundo ponto é: determinar QUANDO há racismo (preconceito). 

      Se não, vamos acabar por tecer uma rede tão grande e dura, que ficaremos todos imobilizados em casulos.

      Tenho um amigo judeu (dentre outros, inclusive ex namorada de anos, com familia parcialmente dividida entre entusiasmo e rejeição) e, goy que sou (não judeu) estava num passeio na lancha dele a uma ilha. Chegando à praia, fui apresentado a outro judeu, com um belo iate ancorado perto.

      “Fulano, este aqui é um amigo meu!” … …  “Muito prazer, ‘amigo’… Também é patrício?”  (i.e. judeu)

      Antes que eu respondesse, meu amigo retruca: “Não, fulano, infelizmente nem todo mundo é perfeito!”…

      Olhou pra mim e deu risada. Eu retruco e digo:pro novo amigo: “nem FDP que nem ele, né?” … Pausa neste frame:

      Eu não fiquei “ofendido ou inferiorizado” (por não haver razão alguma), apenas em minoria casual (como tantas outras vezes) num ambiente específico. Meu amigo, que é meu mútuo fã, com certeza também não. Apenas uma descontração floreada para informar uma verdade (não que sou imperfeito, evidente, mas não judeu).

      Mas se ele não o fosse tão amigo, ou se eu respondesse algo como “Hitler pensava diferente, sorte sua que ele perdeu”, poderíamos ter aí um tiroteio de preconceitos. Notar que ainda que eu respondesse isso, ele sendo o amigo que é, levaria na boa, pois já discutimos muito essas coisas. Mas o amigo dele certamente ficaria ofendido!

      Resumo: Um ambiente, um momento, pessoas diferentes e possibilidades múltiplas de haver ofensas preconceituosas ou apenas o exercício social que cada um de nós assimila do seu jeito, visão, princípios e valores. Para viver bem!

      Criticar a brincadeira dos atletas? Tudo bem, mas a crítica mais valiosa é a do negro (êpa!). Processar, prender os amigos dele neste caso? Para o mundo que eu desço! Futrico puro, talvez até com terceiras intenções abjetas, como foi o “não vai ter Copa”, sei lá. Até agosto/2016, saberemos mais…

      Converter combate ao claramente errado em intolerância ao que nem precisa ser, é uma das faces complicadas deste assunto caleidoscópico, Cada frase, expressão ou ação de um ser humano em relação a outro sempre afeta os dois, ainda que seja a satisfação e o regozijo de um skinhead ou a humlhação, dor e revolta de uma vítima.

      O que precisamos é maximizar o lado bom dessa troca das relações humanas.

      Sem neura nem descuido.

       

      1. Velha confusão.

        Meu filho, eu já teclei este texto um zilhão de vezes aqui: Não podemos tomar as relações interpessoais, mesmo a que comportam grupos, gêneros ou credos distintos, como aspecto norteador das relações sociais públicas.

        Até porque, não há como comparar a situação dos negros (uma merda tricentenária, por onde quer que se olhe, por qualquer estetística usada), com a dos demais grupos.

        Talvez só as mulheres, e olhe lá…se folher mulher e preta, então fudeu…

        Se você tolera bem piadas racistas ou preconceitusoas isso não pode orientar a sociedade a fazê-lo, ainda mais quando tantas feridas seguem abertas e sangrando.

        Esse momento (de superação) só vem com a resolução do conflito de forma aberta, e não ocm a sublimação bem-humorada, vestida de tolerêrancia (falsa).

         

  14. Sugiro começarmos do começo:

    Sugiro começarmos do começo: tem algum vídeo dos atletas iguais no qual o atleta negro faz “brincadeira” com os colegas brancos? O atleta negro pode se aliar com quem para chamar os brancos de lixo (sim, a cor preta foi equiparada na brincadeira a sacos de lixo)? Se o atleta negro olhar para os lados, quantos de sua cor ele vai encontrar que entendam o que ele sentiu com a brincadeira?

    Racismo não tem face benevolente. Não é coitadismo afirmar sua cor e apontar a falta de educação e respeito ao outro. Nào precisa pedir a cabeça de ninguém, nem desqualificar os atletas brancos, mas minimizar uma brincadeira sem graça não corresponde à boa ação do dia. Esses atletas não são iguais e se esse episódio serviu para alguma coisa foi para demonstrar isso. Não é coitadismo reafirmar o tratamento desigual, pricipalmente se foi tornado público.

    Eu sei que é extremamente difícil para quem não é negro entender o que sentimos com tais brincadeiras, mesmo que elas venham de amigos, de parentes, de irmãos. Deixa eu esclarecer uma coisa: a gente vive num  país mestiço, é verdade, mas é uma mestiçagem complicada, não é simples. Crianças são discriminadas dentro das próprias famílias mestiças; as crianças de pele mais clara são sempre as consideradas bonitas, mesmo pelos pais. Isso não é ciência, não é ideologia, não é teoria; é vida real. Mas também não significa que os pais não amem seus filhos, eles apenas agem de acordo com o padrão. Sei que isso tudo soa estranho, mas é isso o que ainda acontece no Brasil.

    Todo esse incômodo que as pessoas expressam com o politicamente correto é estranhamento com a mudança que estamos vivendo. Eu vivi esse país no tempo em que não se falava de racismo nem de preconceito, mas os negros eram invisíveis para a sociedade. Isso não nos impedia de viver, mas quem quer viver para sempre na invisibilidade? Até hoje convivo com pessoas que não conseguem dizer a palavra negro; só sai moreno. Engana-se quem acha que o politicamente corrreto nasceu com a esquerda. A esquerda impunha a noção de classe acima das questões de gênero e de raça. Sabia que existia movimento negro, mas eram lutas políticas “menores”, assim como a causa gay, o feminismo, pois a condição de classe era maior do que tudo isso.

    Ainda vai levar um tempo enorme para que o país incorpore o respeito puro e simples. Até lá, muitos mal-entendidos virão, nos quais as vítimas serão sempre negros, gordos, homossexuais, coincidentemente. Até lá, muitos continuarão sentindo uma sensação estranha ao ouvir “brincadeiras” amigáveis e amorosas como essas, seguidas de pedidos de desculpas ensaiados. Devemos aceitar as desculpas, já que foram pedidas. Mas não devemos ignorar o que foi dito, para que não se repita.

    1. Sugiro começar mais ainda do começo: QUANDO há racismo?

      Que racismo é odioso etc. não precisamos discutir. Nem redefinir.

      O que precisamos discutir é QUANDO há racismo e quando não há.

      Racismo não é chamar alguém de negão, china, ferrugem ou japa, 

      É o que se quer alcançar (ou se alcança) com isto.

      Posso praticar racismo sem falar nada. Em puro silêncio.

      E posso NÃO praticar, chamando a mãe de meus filhos de minha pretinha adorada. Ou terei que mudar para minha (ih, alguém já vai dizer que é “posse!”…) afro-americana do Brasil  adorada? PQP! 

      Se eu der uma ombrada num amigo negro que ainda não me viu, olhando um mapa no metrô, ele se assustará inicialmente e depois me dará um abraço. Algum racismo?

      Pois eu inventei isso pra contar um fato que presenciei num metrô em Londres: Um “negão” (alto e magro) estava ao meu lado olhando  o mapa na plataforma. Apareceu um loirinho fortinho (atarracado) e deu-lhe uma ombrada que até o desequilibrou e o “bruninho” passou a olhar o mapa no seu lugar, sem sequer olhar pra ele. Até me afastei, pois achei que o pau ia comer. Mas para mnha surpresa, o negro se afastou calado e ficou por isso mesmo…

      Os dois eventos foram IDÊNTICOS. Mas no primeiro caso, nenhum racismo, a velha, boa e camarada amizade.

      Neste último, um nojento, abjeto racismo.

      Sem palavras!

       

    2. Arthemísia, seu comentário

      Arthemísia, seu comentário foi excelente. Gostaria de dar dez estrelas.

      Acho esse assunto complexo e bem multifacetado, principalmente quando o assunto fica mais “nublado”, ao considerarmos um componente padrão de amizades em geral – a tiração de sarro constante. Apesar de parecer simples, complica bastante as análises, e é por isso que tanto o Nassif quanto outros, que não se consideram racistas (e não são) se ofendem por se sentirem patrulhados em uma relação de amizade.

      Por isso seu comentário é tão bom. Ajuda muito a equilibrar a balança.

  15. Estou vendo muito branquelo

    Estou vendo muito branquelo bonzinho aqui dizendo que chama o amigo negro de negão, tição, macaco, escravo e saco de lixo e ele não liga e acha até divertido, mas ainda não vi nenhum negro aqui dizendo que gosta disso. É estranho, esses negros masoquistas deveriam existir na mesma quantidade que os idiotas que os ofendem. Onde será que eles estão?

     

    1. O problema já começa qdo se acha que ser negão é digno de ofensa

      EU já acho que “negão” é um ser humano grande (ou muito amigÃO) de cor de pele escura.

      Não consigo achar estranho alguém poder ser “masoquista” por ter nascido assim, assado, cozido ou ensopado.

      O que não quer dizer que não saiba que há gente que deprecia ou agride outros seres por alguma(s) característica(s).

      E negar que preconceito (racismo é apenas um deles) exista.

      Nas relações humanas, supercomplexas, há quem leve a mal ou na boa milhares de coisas. De repente, chamar uma gatinha de sapatão por que tem o pé grande, pode chatear ou rolar um fetiche…

      Geralmente atitudes preconceituosas são certas entre estranhos. Mas incertas entre amigos, namorados. Aí tudo depende dos envolvidos e de seus ambientes. Mas afinal isso vale pra tudo (amor, tesão, amizade, etc.), não só preconceito, némêz?

      Não sei qual a sua, mas denoto em seu comentário algo, digamos, mais emocionado do que esperaria. Deve ter suas razões!

      Mas não me meta nisso!

      Nem minhas ex-amores pretinhas ou meus amigos negões ou neguinhos!

  16. Tenho um amigo negro. Ele só

    Tenho um amigo negro. Ele só me chama de “meu preto” e eu o chamo de “meu louro”. Será que é um racismo ao contrário?

  17. O que determina realmente se

    O que determina realmente se uma palavra é uma ofensa não deveria ser a palavra, mas o contexto e a intenção. Me parece ser comum amigos se tratarem, em tom de brincadeira, usando termos que olhando fora do contexto poderiam ser considerados injuriantes; e, por outro lado, qualquer pessoa com um mínimo de imaginação consegue ofender profundamente o próximo sem usar uma única palavra de baixo calão.

    Se ater a tecnicidades, a listas de palavras proibidas, não é apenas ineficiente, é ainda nocivo à sociedade.

  18. Concordo com o comentário do
    Concordo com o comentário do Nassif, embora eu ache que o pessoal da equipe da ginastica pegou pesado até pra amigos. Mas como pontuou outro comentarista, o unico que poderia dizer se foi racismo ou não é o ginasta alvo dos comentarios. Estou a trabalho no sul. No caminho para o hotel, escutei duas historias de uma funcionaria que podem ilustrar bem o dilema: Uma vizinha dela de origen europeia, tem uma filha que namora com um negro e o apelida de “babuino”. Racismo ou não? Não o bastante para tentar impedir o relacionamento mas o suficiente para realizar “brincadeiras”? Em outro caso, em uma entrevista de emprego, logo depois de ser entrevistada, dois candidatos negros do Haiti receberam tratamento totalmente diferenciado do dela, o que chegou a constrange-la. Triste realidade. Na duvida, nada melhor que o respeito… Antes da questão racial, o que deve ser combatido é o “bullying”… Tirar sarro com a cara do outro sem ter a liberdade para tal, não é uma atitude de respeito, seja azul, vermelho, preto, branco, amarelo, grande ou pequeno…

  19. eu não escrevo sobre o

    eu não escrevo sobre o racismo.

    É muito absurdo julgar alguém pela cor.

          Me espanta que esse assunto ainda esteja em pauta.

         No meu entender , esse assunto deveria sumir do mapa.

       Quanto mais se comenta,mais o racismo fica em evidência.

       Saudades do Som de Cristal na rua Rego Freitas.

       Saudações ao Chumbinho e o Garita, os donos BRANCOS do mocó de negros aonde convivi( talvez o único BRANCO que frequentava  numa boa)

              Saudades !!!

          em tempo: Tbm frequentei o Pulistano(, tbm o chique nos jardins tempos depois)na rua da glória no bairro Liberdade. E a imensa maioria era negro.

                   Saudações tbm ! ! ! 

             Em tempo 2: que horror escrever sobre esse assunto.

             Em tempo 3: Minha esposa( 41 anos de casado) é negra.

    1. “Ciência e fetiche”.

      Lazer e “curiosidade antropológica”, nos mocós dos negros, memórias que contrabandeiam racismo…Algo como ir a New Orleans para verem os pretos de lá requebrarem numa Dixie Band…Se estiverem bêbados de absinto e drogados com heroína, , melhor ainda, mais legítimo é o lamento cultural… 

      Depois, para fechar, fetiche erótico e multirracial, declarando: “minha esposa é negra”…Uai, eu achei que para você ela fosse antes mulher, e a cor nem precisasse ser dita para reafirmar seu racismo não-racista.

      1. Não há o inverso vice versa ao contrário não?

        Que tal o “fetiche” dos pimps que filmam suas loiras nos pornôs. Aí não é antropológico? Será zoológico?

        Qual a proporção de famosos negros casados com negras em relação a loiras? Aí não é social? É preconceito deles?

        Quer dizer que eu não posso dizer que minha esposa é magra ou nissei, antes de prefixar com “mulher”?

        Quer dizer que se o branquelo gostar de capoeira ou escola de samba é “fetiche” interracial

        Não tem jeito? Sempre descobriremos um inescapável viézinho racista? 

        Caro Coletivo. eu sou um branco que estou do seu lado (se vc é negro). Mas não significa contra o “meu”. Não estou trocando de lado. Estou me colocando de um lado só, completo.

        Negar o racismo ou não combatê-lo é evidentemente uma estupidez.

        Negar pessoas não racistas ou minimamente racistas (sim, o negro o japa, o judeu, etc. também o são) é querer admitir que não há solução além do famigerado apartheid, dos guetos e muros.

        É isso?

         

         

        1. Vamos nós…

          Um dos truques mais comuns do racismo (este ente tão etéreo quanto “mercado”, já que ninguém se diz racista, e ninguém vê o dono do “mercado”) é inverter a referência, buscando no comportamento racista dos negros – sim, há negros racistas, claro, alguns optam pelo papel do bwana para serem aceitos ora como Pai Tomás, ora como capitães do mato- um justificativa para o racismo do branco.

          É o cacoete de criminalizar a vítima, comum em estupros.

          É mais ou menos como desculpar as SS pelo holocausto porque alguns judeus fizeram acordos no início da perseguição, e se deram bem como isso. 

          E aí, como sempre, voltam as referências pessoais, do tipo, sou isso, minha mulher é aquilo, meu melhor amigo é assim ou assado.

          Definitivamente, eu cansei de explicar que não se trata de particularizar para revelar como deve ser nosso comportamento público, é o contrário: como há encaixar milhões de interfaces pessoais, e por isso criamos REGRAS, formais ou não, de convivência, que tendem a proibir o máximo o espaço para que um discurso possa ser levado como ofensa, porque um sociólogo que não lembro o nome ensinou:

          O discurso é de quem ouve, e não de quem fala.

          Só o fato de você identificar na capoeira uma manifestação colorida (negra), já demonstra a delimitação de campos, e que você, por benevolência, por fetiche, oou outro prazer lúdico,  participa mas não deixa de enxergar a identidade étnica da manifestação ou esporte.

          E outra coisa: não descontextualize as coisas, eu citei fetiche ou “antropologização” nesta discussão. Claro que nem todo branco que vai a capoeira ou ao gueto no Harlem tem esse olhar, mas dada a correlação de forças ediferenças que movem os olhares (brancos e pretos), pouco importa.

          Cada grupo sente na pele a herança que carrega: uns na casa grande outros na senzala.

          1. Tu…

            … é chato pra cacete! Vai procurar o que fazer! Dono da verdade! Fosse o Nassif nem abriria os comentários, deixaria q apenas o senhor pudesse comentar, oráculo!

          2. Antes chato, que

            Antes chato, que burro…geralmente é esse o adjetivo utilizado pelos racistas que tem amigos negros usam: chato!

            É mais ou menos assim que o pessoal que adora Danilos Gentilis e outras aberrações chama quem não ri de suas piadas: chato!

            Bem, se a chatice é o preço da coerência, que seja então…

             

            Agora, burrice raramente tem cura.

  20. Não gosto de passar a mão

    Não gosto de passar a mão cabeça de meus anigos negros como se eles o fossem coitados…É a visão de mundo que tenho.

    1. Walker, o que vc chama de “não passar a mão na cabeça”?

      Comparar seus amigos negros com coisas que não funcionam e que só servem pro lixo? A título de brincadeira? Se eles não tiverem complexo de inferioridade, eles vão tirar de letra, né não? 

      Pelo que eu tô lendo aqui, as pessoa que não são racistas, que têm amigos de verdade que são negros, fazem essas brincadeiras ofensivas pra mostrar que não consideram os negros uns coitadinhos. Se eles forem altivos e não tiverem introjetado o racismo, não ligarão. Por outro lado, os que evitam alusões pejorativas à cor e à etnia são, esses sim, os verdadeiros racistas, pois tratam os negros como coitadinhos. É isso? 

      ENTÃO,TÁ!

  21. Nassif após essa matéria e de

    Nassif após essa matéria e de ler sua opnião só tenho a declarar : turco é tudo igual, uma cambada de fdp. To brincando. Não se ofenda.

  22. Quem é ofendido, discriminado

    Quem é ofendido, discriminado ou humilhado sabe que é melhor não ser ofendido, discriminado ou humilhado. E que é melhor não ofender, discriminar e humilhar ninguém. Ainda mais, conhecendo-se a secular história da opressão. Mas mesmo quem não a conhece, pode muito bem senti-la aqui e agora, na própria pele.

  23. De vez em quando acontece,

    De vez em quando acontece, concordo plenamente com o Nassif.

    Quer dizer, pra continuar sendo chato, tenho que discordar de um detalhe do texto: quando ele diz que os negros tem a vantagem da musicalidade no sangue. Esse troço não existe. Essa musicalidade é cultural e não biológica. Tanto que quando brancos se “misturam” a esse caldo cultural, podemos ter coisas como um Noel Rosa, um Vinícius de Moraes ou, pra internacionalizar a parada, um Stevie Ray Vaughan. 

  24. A emenda pior que o soneto.

    O fato do racismo ser praticado entre iguais não minora os danos por ele causado.

    Talvez, se apresente muito mais violento uma vez que tenta induzir ao afetado que ali não é seu lugar de direito.

    Racismo há em todas as instâncias e em todas elas deve ser enfrentado.

    E se fosse anti-semistismo contra um judeu? Quantos corajosos contrários ao “politicamente correto” ou à defesa dos punidos por uma “brincadeira inocente” insurgir-se-iam criticando a branda e pedagógica punição da confederação, ocupando espaços do debate público?

    1. Sabe quem inventou a expressão “politicamente correto”?

      O pessoal vive repetindo as expressões “politicamente correto” e seu par “politicamente incorreto”. Explico de novo: quem as inventou foi a direita dos Estados Unidos, para combater ações afirmativas de minorias (ou maiorias) discriminadas ou oprimidas, e para combater quem reage contra ofensas raciais, ou sexistas, etc. Não foram membros dessas minorias ou maiorias quem as utilizaram e difundiram. Foi a mídia de direita, as redes sociais de direitistas, e o pessoal de esquerda e progressista vive repetindo-as. Vocês não encontrarão militantes negros, gays ou feministas dizendo que algo é politicamente (in)correto. 

  25. Fiquei com a impressão, pela

    Fiquei com a impressão, pela reação do garoto, que não foi a primeira vez.

    E pela falta de oposição, a ousadia dos cretinos vai crescendo até o ponto de postarem uma na internet, para mostrarem ao mundo como tem o poder de zoar o colega negro. Totalmente sem medo de serem punidos por isso.

    As desculpas do menino não melhoram em nada a situação dos tres cretinos. A comparação da cor dos sacos de lixo não é uma ofensa a ele, é uma ofensa a TODOS os negros do mundo.

    Esses meninos com certeza, durante uma competição, ao participarem de um competição, quando se depararm com um atleta adversário negro em algum dos aparelhos, não o vêem primeiramente como um adversário esportivo, mas sim como um negro. Este é o racismo.

    Banimento do esporte seria a pena justa. Mas, aí sim de maneira hipócrita, vão relevar em nome das chances brasileiras de medalha.

     

  26. racismo, nem brincando…

    punir sempre

    pelo seguinte: se não aprendermos hoje o que erramos ontem, jamais superaremos

    e para que ninguém entre numa de inventar regras para o racismo, vejam que gracinha da brincadeira que rola entre muitas de nossas crianças, sem que os pais deem um pio de advertência:

    umas cantam “tomo banho de lua e fico branca como a neve”

    ao que outras respondem “tomo banho de sol e fico preto como escravo”

    e por falar em regras…

    qualquer brincadeira que cause dor ou constrangimento não é brincadeira

     

  27. Racismo

    Racismo é a atitude OFENSIVA contra uma pessoa, por conta de sua cor.  Confundir uma atitude entre iguais, amigos, uma gozação, um sarro, com uma AGRESSÃO que intenta DIMINUIR aquela pessoa, é radicalizar e patrulhar a liberdade dos outros.  Concordo com o Márcio Valley quando ele diz que quase todo mundo “pertence”, por atributos físicos, a um grupo passível desse tipo de brincadeira, que faz rir, muito mais do que ofender, aliás, não ofende, e se e quando ofende, porque somos humanos, o amigo tem a liberdade de dizer: “você se excedeu, não pegou bem essa brincadeira”, como ocorre até entre irmãos, entre marido e mulher.   Ridículo o argumento dos que debocham ou tentam desacreditar aqueles que, como eu, têm amigos negros e os chamam, de “negão”, algo absolutamente comum no Brasil, inclusive como Pelé era tratado pelos companheiros da seleção brasileira, vi várias vezes na TV, com sorriso largo, o respeito absoluto pelo rei do futebol: “o negão era demais, tinha coisas que só ele fazia em campo, ganhava o jogo prá nós” e outras frases do tipo. Racismo, de Gérson e outros amigos de Pelé?

    Não vi o vídeo, não quero opinar sobre ele especificamente. Mas não me parece assunto para verdades absolutas. Por ter se tornado público, penso que cabe uma chamada nos meninos, uma averiguação se a atitude foi uma brincadeira que passou dos limites ou um ato de agressividade. Se eram de fato amigos íntimos, com liberdade CONSENTIDA POR TODOS OS ENVOLVIDOS para esse tipo de brincadeira, tratá-los como criminosos é um absurdo.  Se não eram amigos e há um grupo racista no esporte, a atitude deve ser de punição. Emitir opinião definitiva e absoluta sem saber deles e de como é o seu convívio, é leviandade.

    No mais, todo tipo de radicalismo será sempre insensato, brincadeira é brincadeira, liberdade no convívio, é liberdade no convívio, os envolvidos em cada caso SABEM quando há racismo. As coisas não devem ser confundidas.

     

  28. E a divulgação?

    Entendo que na brincadeira entre eles, só o atingido pode avaliar o grau de racismo. Mas tudo muda quando faz-se um vídeo e divulga-se no facebook. A assistência pode e deve interpretar o ato, já que passa também a ser o atingido, e questiona o porquê da divulgação?

  29. Olha, tem algumas confusões

    Olha, tem algumas confusões aqui.

    Não dá para vir com essa estória de que “tenho um amigo negro, chamo ele de negão e ninguém tem nada a ver com isso”. Não é o caso. Trata-se de atletas que, querendo ou não, “representam” o esporte brasileiro, e, por extensão, o Brasil. Não estão em situação íntima que só diga respeito a eles mesmos, são figuras públicas, referência e modelos de comportamento.

    Que seja injusto jogar tanta responsabilidades nos ombros de quem ainda precisa aprender a fazer a barba, concordo. Mas não dá pra compensar isso com leniência.

    Também não se trata de que “só a suposta vítima pode avaliar se foi racismo ou não”. De novo, na relação entre particulares, de fato é assim. Mas aqui são atletas inscritos em uma confederação. Se eu quiser beber até cair, é problema meu, ninguém tem nada a ver com isso. Mas se eu for atleta, figura pública filiada a uma federação, posso ser expulso do time pelo fato de ser flagrado bebendo demais em um evento público. Então aqui não se trata de processo criminal, mas de assunto disciplinar interno. A confederação entende que o comportamento dos jovens é inamissível, e tem o direito a tomar as medidas disciplinares internas (que não equivalem a condenação penal), independente de a vítima da brincadeira ter se sentido ofendida ou não.

    E no caso específico, tendo a concordar com a confederação. A molecagem é inadmissível, e precisa ser corrigida.

  30. O lugar do racismo

    Caro Nassif, o caso do ginasta tem um apelo da legislação esprotiva mundial. Há uma determinação para não deixar passar situações como esta. Então, no caso específico, o analista tem de levar em conta as regras das confederações internacionais que regulam práticas de discriminação. Por isso que houve a punição, porque há uma determinação hierárquica clara. O preconceito ali tem a ver com as preferências sexuais também. A presença do negro é mais rara na gisnástica. A questão fundamental, a meu ver, é que ampliemos as possibilidades de mais gente se interessar por essa modalidade e, dessa forma, será natural muitos negros passarem a frequentar o mesmo ambiente. E acabar com certas teses num mundo acadêmico-esportivo que segregagam os negros para certas modalidades que outras, tentando naturalizar determinadas modalidades que nasceram muito elitista no muno anglo-saxão, que é branco e racista, por suposto. Abraço

  31. Discordo de algumas opiniões

    Discordo de algumas opiniões do Nacif. Joaquim Barboza é de fato um desequilibrado, mas, ao contrário do que afirma Nacif, ele não demonstrou capacidade em sua atuação no STF. Atropelou o Direito e demonstrou desconhecimento de aspectos fundamentais ao seu exercício. Não demonstrou capacidade de analisar os fatos à luz do Direito. Tudo isto combinado com a manipulação e o uso de todo tipo de artifício para esconder provas e suprimir o direito de defesa. No entanto ele, por mérito próprio, passou em concursos e exerceu legitimamente seus cargos. Mas sua nomeação por critérios raciais para o STF foi um erro monumental.

    Quanto às cotas e “políticas afirmativas” discordo também. São políticas que beneficiam poucos privilegiados e tentam se justificar pelo desejo de ascenção social, um critério imoral, que discaradamente afirma sua falta de conexão com as necessidades do país e o seu objetivo em atender a demandas individuais. Estas políticas atendem a setores militantes com influência em certos partidos políticos, onde estão integrados às máquinas partidárias, e que ocupam cargos nos governos, de onde obtêm influência eleitoral apesar de sua falta de representatividade social. Quanto a grande parte da população que vive modestamente, que trabalha e possuiu o potencial, pelo mérito, de contribuir para o país, não há privilégios porque não têm voz e não pesam na disputa política. Estes têm seus direitos roubados e são excluídos de seu lugar no trabalho e na universidade por não terem a cor da pele certa ,ou não estar na faixa de renda presenteada. Que se danem as necessiadades do país, a justiça social, o mérito, a educação. Afinal, os ricos, a maior parte dos politicamente corretos e os congressistas não são afetados por estas políticas.

     

  32. Desagradavel.

    O vídeo veio a público. A imprensa tratou logo com superdoses de sensacionalismo!

    Eu acho que os atletas não tiveram tempo de ler a respeito do apartheid na Africa do Sul, ….

    Lembro-me adolescente não tinha plena consciência do racismo, que pra mim desde sempre foi uma loucura, uma insanidade.

    Etudei em escola municipal  e o ambiente era muito rico culturalmente. Havia muitas descendências, mas nâo fazia ideia de como o sistema é contra os negros. 

    Culturalmente eu mudei. Acho que os atletas referidos tambem podem mudar. 

    A hipocrisia em um politico pode ser ate compeensível.

    Entre amigos, é inaceitável.

    Jamais para Imprensa.

  33. Falando a verdade

    Muita gente querendo falar bonitinho, mas quando vê um “neguinho” chegando perto fecha a janela do carro. Gente que torce o nariz se o filho apresenta uma “neguinha” como namorada.

    As pessoas precisam deixar de jogar pra torcida, e se autocriticar.

    Tem nó cego aí criticando quem fala “não sou racista, tenho amigos negros!”. Muita idiotice querer polemizar sobre uma verdade, pois um racista teria amigo negro por qual razão? Por que motivo um racista convidaria uma familia negra para compartilhar da comida e da mesa com a familia no final de semana? Então uns tolos vem aqui com suas teorias mirabolantes (copiadas de algum lugar), pra tentar abolir uma lógica inatacável. Temos amigos, brancos e negros, e pra nós eles são pessoas maravilhosas!

    O racismo verdadeiro está nas suas cabeças. Não façam dos negros uns coitados. Eles não o são. São capazes. Eles não diferem de você em nada. Você pratica o racismo quando faz questão, sistematicamente, de deixar latente que há uma diferença no tom da pele. Cada vez que alguém levanta uma bandeira o mundo nota que uma pele é mais clara, outra mais escura. Faça um favor, veja a todos da mesma maneira!

    1. Eis o pensamento de um tolo.

      Ele imagina que o racismo é meramente uma construção simbólica individual, abolida por “amizade” e relações de intimidade.

      Tolos só fazem peso na Terra, e torram o saco com certinices deste tipo, que temos que aceitar como signo de tolerância.

      Pensando bem, o que fazer né? É melhor qualquer ruído que ruído algum…

  34. ajuda humanitária ao seu nassif, por ora, enredado na hipocrisia

    historiador e jornalista investigativo – sem pressa… no calor no fedor dos acontecimentos e munido da lição de casa bem feita! – Timothy Ash vem dar uma ajudazinha para seu Nassif, que, por ora, no roll da notícia.eletrônica embrulha peixe podre na feira do dia seguinte, se enredou com os dois pés na jaca, nas mídias sociais ativas ativistas, na chave racismo-brincadeira-hipocrisia-leis afirmativas-mídia…

    Além da raça

    “Há algum tempo, os recenseadores do Brasil pediram que as pessoas definissem a cor de sua pele. Os brasileiros utilizaram 134 termos diferentes, entre eles alva rosada, branca sardenta, café com leite, morena canelada, polaca, quase negra e tostada. Essa poesia despreocupada da descrição de si mesmo reflete uma realidade que se pode ver com os próprios olhos, em especial nas partes pobres das grandes cidades brasileiras.

    Ao caminhar pela Cidade de Deus, no subúrbio do Rio de Janeiro – e cenário do filme de mesmo nome – , vi todos os matizes e variedades possíveis de traços faciais, às vezes na mesma família. A eminente antropóloga Alba Zaluar, que trabalhou durante anos junto às pessoas do bairro, me disse que eles fazem brincadeiras sobre a cor entre eles mesmos: “Seu branquela”, “Seu marronzinho” , e assim por diante. E esses traços, com sua diversidade e mistura, são com frequência lindos.

    O Brasil é um país em que as pessoas celebram, como atributo nacional, a riqueza da miscigenação, dando um sentido positivo ao que é, em sua origem, uma designação imprópria e feia criada pelos norte-americanos.

    […]

    Cheguei ao Brasil fazendo perguntas sobre pobreza, exclusão social e desigualdade. Em poucos minutos, meus interlocutores estavam falando sobre raça. Isso aconteceu também numa conversa com o admirável ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. [ não teve jeito de eliminar essa passagem funesta, aqui no blog…] Em um vívido livro de memórias, The accidental president of Brazil, ele lembra a pesquisa que fez em favelas quando era um jovem sociólogo. Depois de observar a ampla mistura de raças ele, não obstante, concluía que “em termos gerais, ser negro no Brasil era ser pobre”.

    […]

    A poeta e escritora negra Maria Tereza Moreira de Jesus declarou: “O racismo existe, desde o tratamento oferecido numa loja até a entrevista para emprego, mas basear a entrada na universidade na raça é outra forma de racismo”. MC Mago me falou que achava as cotas uma má ideia: “Somos todos iguais”.

    […]

    Alguns dos movimentos negros muito ativos do país preferem o termo “afro-descendente”. Mas um estudo científico recente de DNA mitocondrial e nuclear estima que acima de 85% da população – inclusive dezenas de milhões de brasileiros que se consideram brancos – tem mais de 10% de contribuição africana em seu genoma. Os primeiros colonizadores portugueses não costumavam trazer as esposas com eles.

    […]

    No passado, as pessoas tendiam a se definir pela ponta mais clara do espectro, especialmente quando ficavam mais prósperas. “O dinheiro embranquece”, observa secamente um sociólogo. 

    […]

    É exatamente essa mistura que ajudou a pôr os brasileiros entre os seres humanos mais bonitos do planeta. [se sentindo cheio de si, felicíssimo, orgulhoso!!!]. O que se prenuncia aqui – mas, repito, somente se o Brasil conseguir corrigir seus terríveis desequilíbrios sociais e econômicos, inclusive a herança da discriminação – é a possibilidade de um mundo em que a cor da pele não passe de um atributo físico, como a cor dos olhos ou a forma do nariz, uma coisa que pode ser admirada, calmamene notada ou tornada objeto de brincadeira.”

     

     

     

     

     

     

     

  35. Forças…

    Eu disse: o objetivo do post passou longe de criticar a hipocrisia do politicamente correto. O alvo foi a Rede Globo.

    Parece que a patrulha militante ganhou…

    1. Bem…

      Não dá para criticar a globo elogiando Silas Malafaia…Ou promovendo o estilo Pai Tomás…

      Se é para criticar a globo, faça, diretamente, sem roçar no racismo.

  36. racismo

    Nassif, sua visao de igualdade me parece muito economicista. Relacoes patrao empregado e.diferencas financeiras nao sao as unicas variaveis que determinam situacao de igualdade. A situacao de constrangimento e algo dificil de medir por quem nao as vive.  Tamanha quantidade de piadas racistas no brasil se deve aa permissividade social com o tema, fruto de toda nossa historia, e este ambiente contribui para a naturalizacao do racismo na sociedade, que tem vergonha de assumi-lo. Sei que o exemplo nao se aplica, dada a distancia temporal entre eventos traumaticos e diferencas entre eles, mas como ilustracao, como seria encarada uma piada ou brincadeira com judeus anos apos a segunda guerra na europa, especialmente na alemanha? Hoje nao me parece haver diferencas de relacao de poder entre judeus e europeus, mas ha sim entre brancos e negros no brasil e devemos fazer o maximo para desnaturalizar esta relacao.   Obs. Gramatica de i pad

  37. Haja patrulha…
    Para mim é hipocrisia. Brincadeira de amigos, entre eles. O patrulhamento esta exacerbado. A turma do programa Na Geral da radio Bandeirantes chama Pelé de negão e ninguém se incomoda, a começar por ele. Tem gente que por outro lado ja esta dizendo que a propaganda da Itaipava é machista ( Vai Verão ! ). Hoje em dia s patrulha está tao intensa que se vc abre a porta do carro para uma mulher pode ser chamado de machista.

  38. Definitivamente eu não me

    Definitivamente eu não me encaixo na categoria negro vulnerável, segundo o Nassif, mas mesmo assim sempre me perguntam em qual apartamento eu trabalho, quando entro no elevador do prédio onde moro. Já me ofereceram até emprego de empregada doméstica.

    Por incrível que pareça, subi com um casal de americanos brancos que mudaram pro mesmo andar e eles, diferentemente dos brazucas, me perguntaram em inglês há quanto tempo eu morava lá e disseram que estavam gostando do prédio. 

    Uma senhora nissei que mora há anos aqui, no 2º andar e vive no apê de sua filha que  é minha vizinha, sem mais nem menos, ao perceber que estou sempre em casa, me encontrou no elevador e me aconselhou a estudar pois seria bom pra mim. Ela disse que as pessoas devem estudar e trabalhar pra subirem na vida. Minha vontade foi de soltar um palavrão. Como assim, a pessoa te encontra sempre, te cumprimenta, parece ser civilizada e de repente resolve te julgar pela aparência?

    Cinicamente perguntei se ela dava aulas de origami ou bonsai, ressaltando que não tinha paciência pra este tipo de coisa. Ela reforçou com um não. “Falo de escola mesmo, é sempre bom a gente estudar e saber das coisas.”

    Respirei e dei trela. Perguntei o que ela propunha pra mim. Como resposta recebi “um todo mundo deve estudar.”

    Perguntei o que a levava a achar que eu não tinha estudo. Respondeu que era porque me via em casa.

    Numa boa eu perguntei se a filha dela não tinha estudo porque também ficava em casa. Ela disse que a filha era contadora e trabalhava no apê.

    Eu, ainda na minha, disse que, apesar de aposentada, eu também trabalhava em casa, fazendo frilas de produção cultural, ajudando meu irmão em pesquisas na área jurídica entre outras atribuições.

    A senhora ficou sem graça e respondeu: “ah, então você tem estudo, já faz muita coisa” ao que eu respondi que jamais deixei de estudar e, quando necessário, também dou aulas e aproveitei pra perguntar se ela teria algum aluno pra me indicar.

    Ela desceu no seu andar, toda sem jeito. Mais tarde, naquele mesmo dia a encontrei na portaria e ela nem conseguiu me cumprimentar direito.

    Enfim, esta é só mais uma contribuição de uma negra numa situação não vulnerável, pois teve acesso à educação e cultura , atingiu um patamar de classe média, mora num bairro nobre de SPaulo e pega elevador com “seus iguais”.

    1. É disso que falo no meu

      É disso que falo no meu comentário, Nilva. Interessante é que as brincadeiras entre amigos tem sempre o mesmo judas: o amigo negro. Felizmente, meus amigos não são dessa natureza.

  39. Racismo é: “…embora moreninho, fulano é um excelente…”

    Quando o Santos era o maior time de futebol do mundo (não sou santista), Pelé era chamado pelos seus companheiros de “crioulo”. Alguém pode pensar em racismo, mas o termo era usado como um título de nobreza, respeito puro. Uma vez um lateral do Santos foi entrevistado na antiga Revista do Esporte. Perguntaram-lhe porque no Santos, o maior time do mundo, ninguém era mascarado. Ele respondeu candidamente: “-Porque é o time do Crioulo. Se o Crioulo não é mascarado, ninguém no mundo pode ser.”

  40. Alguém por favor confirme que

    Alguém por favor confirme que li isso:  “E os negros têm a vantagem adicional da musicalidade no sangue.”

     

    Musicalidade no sangue? Será que poderia afirmar que não só características positivas “estão no sangue” tipo, a subserviência, a agressividade, o pouco gosto pelas ciências?

    O autor do artigo não nunca fez a associação do que é “aceitável” na sociedade onde o negro se destaque e onde não e daí surgir esse tipo de suposto elogio?

    Vou ler de novo, Devo ter pulado a parte onde explica a ironia dessa colocação.

    Parabéns Nassif. Em seu racismo “do bem”, vc afirma que talentos especiais podem estar “no sangue” de determinados grupos. Claro que não afirmou sobre falhas de caráter, mas nem é necessário essa afirmação para acabar inferindo.

     

  41. É perfeitamente compreensível
    É perfeitamente compreensível que alguém trate um amigo de verdade de “negão”. Mas é racismo. O racismo existe também entre amigos de verdade. Porque é cultural – se bem que há os casos intencionais. Tudo que levar a refererir-se à cor da pele do negro o Atrasara-se, o marido resolvera vir para almoçar numa situação de vulnerabilidade, por relacionar-se à situação de escravidão. Chamar de negão algum negro muito amigo meu é dizer “você, cara de pele negra, é meu amigão”. Então, porque não chamar “amigão” apenas, “amigo” ou “amiguinho”?

  42. A questão escapou do
    A questão escapou do principal que era considerar a atitude da federação de ginástica – chamada aqui de hipócrita – que afastou tres atletas.

    A meu ver fizeram muito bem, agiram de modo exemplar. Todos com um pouquinho só de juízo e bom senso sabem que há uma gradação de níveis de crueldade.

    Uma coisa é brincadeirinhas tolas e ingênuas, outra é espancar.

    Ocorre que até que se explique que focinho de porco não é torresmo leva um tempo que nao pode ser perdido pela instituição. É melhor para ela e para o corpo social neste caso que se corra o risco de uma punição severa que pecar por omissão.

    Este é um ponto. O outro é que não foi qualquer brincadeirinha ingênua e boba. Filmaram e postaram o vídeo onde um rapaz tem a cor de sua pele associada a saco de lixo.

    Parece que estão disciplinando o “neguinho”, fazendo-o entender que naquele espaço é intruso. E se nao é isso ou exatamente isso também nao importa visto que machucaram o menino por ofensa a sua pessoa.

    É um atleta de ponta, representa seu país, daqui a pouco até uma estrela interacional e o tratamento e o respeito que lhe conferem é este? Não, nao pode ser.

    Eles merecem perdao pelo erro e nao serem sacrificados em publico. Mas para tanto deveriam reconhecer o que fizeram ao outro e que nao há volta.

    Considerei que a resposta que providenciaram foi insuficiente, tosca e mal preparada. Deviam mais e com contundência. Abranger todos os negros, a familia do rapaz, o esporte e a sociedade.

    Ps: minha mae nunca me ensinou mas desde sempre acho apelido uma coisa constrangedora. Nao gosto e nao pratico.

    Os pais deveriam ensinar o mesmo aos seus filhotinhos.

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