O programa TVGGN 20H da última terça-feira (13) contou com a participação de Celso Pansera, presidente da Finep, agência pública que fomenta o desenvolvimento de mercados por meio da incubação de empresas de base tecnológica, a implantação de parques tecnológicos, a estruturação e consolidação dos processos de pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em empresas já estabelecidas.
Ao jornalista Luís Nassif, o convidado observou que as áreas de ciência e tecnologia só entraram na agenda do governo a partir da primeira gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2003, incentivado também pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Entre 2016 e 2022, os governos Temer (MDB) e Bolsonaro (PL) promoveram um verdadeiro desmonte das áreas que são essenciais para impactar o desenvolvimento sustentável e financeiro do País.
A única conquista do setor, apesar da restrição orçamentária, foi a modificação da Lei de Fundo da Ciência, apoiada pelos presidentes do Congresso na época, Rodrigo Maia (PSDB) e David Alcolumbre (União).
“O fundo proíbe o contingenciamento, não pode mais entrar o dinheiro e ser gasto em outras coisas, tem de ser gasto na ciência, e também transformou o fundo em um fundo financeiro como é o FAT[Fundação de Apoio à Tecnologia]”, comentou Pansera.
Estratégias
O presidente da Finep comentou ainda que apenas a gestão Lula fez valer, de fato, a nova lei ao cancelar medidas provisórias de Jair Bolsonaro e alterar a taxa de juros.
“A Finep voltou, este ano, a ter um saldo de R$ 10 bilhões, metade para investimentos não retornáveis, que são recursos para investimentos em empresas, universidades, algum projeto sem obrigação de retorno para a agência. A outra metade estamos emprestando às empresas que querem modernizar seus processos a taxa de 2% ao ano”, continuou o entrevistado.
Com dinheiro em caixa, a agência tem uma estratégia dividida em 10 eixos para os próximos três anos. . Um deles é a recuperação e ampliação da estrutura científica brasileira. “Nesses seis anos, sem investimento, deterioraram muito os laboratórios das universidades e dos centros de ponta de pesquisa.”
A inovação, para retomar o processo de ter uma indústria complexa e competitiva no País, o que o governo chama de neoindustrialização, também está no radar da agência.
Investir na produção de pesquisa e materiais para a defesa da Amazônia e repatriação de pesquisadores que atuam no exterior também faz parte da estratégia da Finep.
Pansera afirma que quer, ainda, recuperar o acervo científico e bibliotecas brasileiras e criar soluções para a mecanização da produção da agricultura familiar integra a lista de prioridades da agência.
Assista a entrevista na íntegra:
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