Cresce chance de cassação de Cunha passar na CCJ

Novo escândalo do FGTS afasta ainda mais apoio ao parlamentar envolvido na Lava Jato
 
 
Jornal GGN – As chances de Eduardo Cunha escapar do processo de cassação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados é bem reduzida, segundo apuração da Folha de S.Paulo. Para reverter o processo o peemedebista teria na manga parlamentares do PSDB, preocupados com as consequências de uma possível delação premiada de Cunha. 
 
A CCJ tem 66 membros, sete dos titulares são tucanos e de 25 a 27 com alguma ligação com o deputado afastado. Informações da cúpula do PSDB revelaram, no entanto, que os membros dentro da Comissão afirmaram ser improvável defender Cunha, sobretudo após a operação da Polícia Federal deflagrada na última sexta (1º) envolvendo o parlamentar no esquema de desvio de recursos do FGTS.  
 
Folha de S.Paulo
 
CCJ deve barrar tentativa de Cunha de anular cassação
 
RANIER BRAGON
DÉBORA ÁLVARES
DE BRASÍLIA
 
Apesar de intensa movimentação e da ajuda de integrantes do Palácio do Planalto, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), terá enorme dificuldade de conseguir barrar seu processo de cassação na Comissão de Constituição e Justiça.
 
Principal comissão da Câmara, a CCJ era a sua última esperança de tentar escapar da punição, mas a tendência é a de que o colegiado rejeite o recurso em que ele pede a anulação do parecer do Conselho de Ética favorável à perda do mandato.
 
A operação deflagrada na sexta (1º) sobre esquema de desvio de recurso do FGTS, na qual Cunha é um dos principais suspeitos, minou ainda mais as suas já frágeis possibilidades de salvar-se.
 
Afastado das funções há quase dois meses por decisão unânime do Supremo Tribunal Federal, Cunha havia conseguido nos últimos dias obter sinais de auxílio do Planalto, o que incluiu um encontro a sós com o presidente interino, Michel Temer.
 
Desde então foram intensificadas as articulações para tentar pressionar o PSDB a lhe garantir os votos necessários na CCJ. A comissão, que começa a analisar na quarta-feira (6) seu recurso, tem 66 integrantes. Calcula-se que o peemedebista tenha de 25 a 27 dos votos. São sete os tucanos titulares na comissão.
 
Para a cúpula do PSDB, há interesse em blindar o peemedebista a partir do temor sobre uma possível delação premiada dele e dos efeitos disso sobre integrantes do partido. Mas, para os deputados que integram a comissão, não há a menor hipótese de acordo com Cunha.
 
Para que um acordo desse certo, então, seria preciso que a cúpula do PSDB trocasse seus integrantes no colegiado, ação considerada impensável hoje no partido.
 
O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), disse desconhecer qualquer tipo de acordo e que há uma tendência forte de cassação do deputado. “Assim como no conselho, não há por parte do partido uma orientação aos deputados. Eles são livres para votarem conforme suas convicções.”
 
“A posição de todos é pela rejeição desse recurso e pela cassação, sem exceção. Rechaçaremos qualquer tipo de afirmativa que venha de ordem contrária”, afirmou o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), integrante da CCJ e do Conselho de Ética.
 
Ele contou que, no grupo de WhatsApp dos tucanos na CCJ –entre titulares e suplentes, são 13 deputados– é unânime a posição de levar o processo contra o peemedebista logo ao plenário.
 
Caso não sofra mudança na CCJ, o caso de Cunha fica pronto para votação aberta no plenário, o que deve ocorrer na segunda quinzena de julho ou no início de agosto.
 
A avaliação entre deputados é a de que Cunha será cassado com folga. Para isso, é preciso do voto de pelo menos 257 dos seus 512 colegas.
 
RELATOR
 
Aliado, o relator do recurso de Cunha na CCJ, Ronaldo Fonseca (Pros-DF), tem dado sinais de que acolherá o argumento do peemedebista de impedimento do relator do caso no Conselho de Ética, Marcos Rogério (DEM-RO), por este ter ingressado em uma legenda que apoiou a eleição do peemedebista.
 
Adversários de Cunha, porém, argumentam não ter cabimento jurídico essa colocação, já que o impedimento, se existisse, seria para evitar que o acusado fosse beneficiado, não o contrário.
 
Marcos Rogério afirma que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), que é da ala peemedebista de Cunha, “escolheu alguém para cumprir uma missão”. “O relator do recurso é um defensor do Cunha há muito tempo, já tem uma posição anunciada, eu lamento”, diz.
 
Serraglio e Fonseca negam influência de Cunha. O peemedebista tem nitidamente perdido apoio político nos últimos tempos. Aliados já vieram a público pedir que ele renuncie ao cargo de presidente, mas nem essa medida é vista mais como capaz de salvá-lo da punição.
 
Apesar disso, interessa a Cunha ter um aliado presidente da Câmara no dia da votação de sua cassação. Para isso, será preciso que ele renuncie, o que levará a novas eleições em até cinco sessões.
Redação

8 Comentários

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  1. Não há no presente, como não

    Não há no presente, como não houve no passado e também não haverá no futuro uma personagem que sintetize as instituições do Brasil atual como esse caboclo. Ele tem a arrogância que, bem comparado, muito tem haver com a atidtude daquelas autordades das coletivas da nossa justiça espetaculosa. De uma daquelas autoridades ele mostra o perfil “relegioso” , foi capaz de invocar os céus em todas as sessões pelas quais criou-se o clima que culminou no fatídico 17 de abril, enquanto a “autoridade” fazia disurso político nos templos religiosos. Semelhança? Pode ser. o resultado é que com tudo que foi dito e provado contra ele, este cntinua solto. E outros sem prova nenhuma estão presos. Cadê as autoridades? Cadê a indignação com o “cancer” que corrói o país?

    E o que falar então daquela galera globética que enchia a av paulista nos domingos à tarde para bradar contra  a corrupção?

    E os vazamentos seletivos? como foram seletivos, tiveram motivação política. Quem os ordenou foi menos criminoso que o eduardo cunha?

    O fato do pedido de afastamento dele ter ficado cinco meses esquecido , culminando no que estamos assitindo é pouco grave ou pouco relevante no sentido golpista?

    A midia, então, nem se fala. É só procurar na internet os manchetões comemorando cada vitória dele sobre o pt-governo enquanto ele mandava e desmandava na câmara e no Brasil. A mídia foi menos hipócrita ou glopista?

    Por tudo isso, esse cara é a cara do Brasil atual e, a contra gosto, acho que ele enquanto estiver lá será o atestado vivo dessa casta de hipócritas que dominam a nossa, infelizmente, repúbilca das bananas!!!

  2. Entao Xtamos Combinadox:

    Entao ta combinado:  a cachoeira que movimentou 380 milhoes pega 3 dias de cadeia -que hediondo criminoso!

    Mas a cunha que movimentou 411 milhoes EH CASSADO SOMENTE.

    Uau.

    Nao sei o que latir…

    1. Sei não…O Judiciário

      Sei não…O Judiciário estuprou todo o ordenamento pra dar o golpe, prender adversários, arbitrariamente MAS na hora do Cunha, todo mundo resolve cumprir a lei. Hoje o único brasileiro que tem direitos é Eduardo cunha. O resto, fica a mercê dos interesses políticos dos membros do Poder Judiciário.

       

      Em tempo: Nassif, o Kajuru já apareceu?

  3. Cassação de cunha

    Não consigo ser otimista com relação a esta suposta cassação, pois penso que os golpistas estão dispostos a sacrificar alguns dos seus, apenas para manter tudo como está.

  4. Cassação de Cunha

    Nassif, já enviei o meu comentário duas vezes, mas não foi publicado. Vou tentar mais uma vez::

    Pelo andar da carruagem, os golpistas não têm oytra saída senão sacrificar apenas alguns poucos dos seus, para que tudo continue quase exatamente como está: os golpistas no poder.

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