Deputados pensaram em salvar Dallagnol com anistia, mas não concluíram resgate

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Oposição até pensou em salvar o ex-procurador, mas não chegou a nenhuma conclusão

Foto: Pablo Valadares / Câmara dos Deputados

Assim que souberam da cassação de Deltan Dallagnol (Podemos-PR), deputados da oposição até se reuniram para tentar salvá-lo da perda do mandato. Mas terminaram o encontro decidindo não tomar, ainda, nenhuma medida.

Deputados do Podemos, do Novo e do PL, de Jair Bolsonaro, se encontraram na manhã desta quarta (17), com inclusive a presença de Dallagnol. Entre as opções de resgate postas à mesa, a de incluir, de forma retroativa, o perdão a Dallagnol na PEC da Anistia.

A PEC, que foi aprovada na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) da Câmara traz uma anistia a irregularidades cometidas por partidos políticos, ao preencher as cotas de sexto e raça, e na prestação de contas.

Dallagnol foi cassado por outra irregularidade: o pedir demissão do Ministério Público Federal (MPF) enquanto era alvo de 52 processos no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), para escapar da Lei da Ficha Limpa. Ele também foi condenado por outras duas ações em tribunais colegiados.

O acréscimo atípico, que distoa do centro do texto da PEC da Anistia, seria inserido para anistiar, salvar especificamente Dallagnol.

Os parlamentares também aventaram criar uma nova Proposta destinada a resgatar o agora ex-deputado. E, por fim, obstruir a votação do Marco Fiscal, não comparecendo ao Plenário da Casa, para pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a tomar alguma medida a favor de Dallagnol.

De acordo com coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, os deputados não chegaram a nenhuma conclusão e não decidiram ainda resgatar Dallagnol.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Quais serão os e as parlamentares que são e estão DD. No outro lado, o que DD espera das e dos parlamentares que julga estar e ser com ele? Parece que a competência e honestidade de DD levou uma quantidade considerada de celebridades da política, policia e justiça, que estavam e eram com ele, a experimentarem os amargos sabores ou de acusações, ou da vergonha ou da desonra. Acredito que não devam estar satisfeitos(as) em ver seus nomes nas páginas principais, das manchetes policiais. Quem pensava em escapar do vexame, já está encalacrada(o) até o pescoço. Contudo, mesmo diante de todo retrospecto desfavorável e a divulgação da cassação pelo TSE, parece que existe seguidores e/ou apoiadores e/ou sei lá o que existe em comum, que deixam a entender que estão alucinadamente DD. Imagino que já estão abrindo a janela para se mostrarem, talvez e mais a frente, quem sabe também possam ser sugados pelos aspiradores da verdadeira justiça?

  2. A Câmara está misturando alhos com bugalhos, ao achar que pode “salvar” Dallagnol. Se a candidatura dele foi nula, não houve eleição, logo não cabe “anistia” – qualquer norma nesse sentido, mesmo uma PEC, seria atentatória a uma cláusula pétrea, e sua tramitação poderia ser trancada pelo STF. Seria o mesmo que fazer uma PEC designando um cidadão qualquer como deputado, sem eleição.

    Outra ideia de jerico, lançada durante a sessão de ontem, foi a de que a Câmara deverá deliberar sobre a perda de mandato do lavajatista. Ora, não cabe isso sobre uma decisão de natureza eleitoral, o que apenas evidencia o baixo nível intelectual desse parlamento – e, pior, de seus supostos assessores “jurídicos”. A sabujice não tem limites.

  3. A entrevista de ontem, dada a imprensa pelo ex procurador Deltan Dallagno, foi no mínimo bizarra. Cercado por um punhado de corruptos, o ex paladino do combate a corrupção, deitou falação contra a decisão judicial que cassou o seu mandato. A cena parecia obra de um diretor de vídeo surrealista pós moderno da mitologia conteporânea. Tentando pousar de vítima das sua vítimas,ele acusou o presidente Lula e membros do judiciário de terem tramado uma vingança contra ele. Tal um profeta tresloucado, mencionou personagens bíblicas para justificar sua volta triunfal. Assim, o outrora poderoso procurador que ajudou a destruir empresas brasileiras para favorecer competidores estrangeiros, tornou-se um melancôlico profeta do absurdo, cujo nome sugiro se chamar: BEATO SALUOL.

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