O show bizz do Congresso ganha a dupla Kataguiri-Dallagnol, por Luis Nassif

Kim e Deltan chamam a TVGGN de "extrema-direita" em ação movida contra o juiz Eduardo Appio no CNJ

O que pode ser mais ridículo do que Kim Kataguiri ou Deltan Dallagnoll? Kim somado a Deltan.

Foi essa dupla que liderou uma reclamação ao corregedor-geral do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luiz Felipe Salomão, solicitando o impedimento do juiz Eduardo Appio em assumir a vara que foi da Lava Jato.

A peça é um ridículo do começo ao fim.

Uma das “acusações” a Appio é ter participado do programa TV GGN Justiça. Para Kim e Deltan, uma das maneiras de “ofender” adversários é taxá-los de esquerdistas. Para dar mais ênfase à reclamação, ambos taxam o programa do GGN no Youtube de “extrema-esquerda”. E apresentam como provas fotos de alguns entrevistados da “extrema-esquerda”, como o advogado Augusto de Arruda Botelho, Tânia Oliveira, da Associação Brasileira dos Juristas pela Democracia, Cristiano Zanin, advogado de Lula, e Marcelo Auler.

Até hoje, Kim e Deltan não aprenderam a distinguir centro-esquerda, social-democracia, garantismo, de “extrema-esquerda”. No Congresso, ambos poupam Jair Bolsonaro, não se pronunciam sobre as joias sauditas. E, pelo fato de terem uma atuação de ultradireita, supõem que na outra ponta, todos são da “extrema-esquerda”.

E ainda enfatizam que Botelho, hoje secretário nacional de Justiça, foi advogado da Odebrecht. Ou seja, o juiz e professor de Direito Eduardo Appio é suspeito de ter participado de um programa tendo como debatedor um advogado da Odebrecht.

O ridículo não fica por aí. O juiz foi “acusado” de supostamente ter contribuído com R$ 13,00 (isto mesmo que vocês leram: 13 reais) para a campanha de Lula. Como ele negou o depósito, a dupla Kim-Deltan solicitou uma investigação para apurar “lavagem de dinheiro”. Tudo isso em cima de R$ 13,00!

É a demonstração cabal de como o antipetismo, que gerou a Lava Jato, deu espaço para personagens extraordinariamente inexpressivos, completos sem-noção.

No Congresso, Kim e Deltan são figuras anódinas, que tentam a todo custo comandar a manada bolsonarista, mas são tratados como amadores por raposas mais experientes. O que lhes resta é cavar notinhas na mídia, criando factoides, como essas acusações contra Appio.

Seria bom que o Prerrogativas desse continuidade às investigações que envolvem Deltan e sua família.

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Luis Nassif

13 Comentários

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  1. Estivesse vivo o Eric Hobsbawn, e já estaria preparando um novo livro, “A Era da Mediocridade”, que teria mais personagens do que todos os livros do Charles Dickens, juntos.

  2. A propósito, Uchoa, o Nelson Rodrigues já previa que os idiotas iam tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos.

  3. “E, pelo fato de terem uma atuação de ultradireita, supõem que na outra ponta todos são da extrema esquerda.”

    Errado, a atuação é de dois bocós. Sem contar os demais. Quando lembro que Minas elegeu o tal do Nikolas me dá uma vergonha…

  4. É um erro tratar esses indivíduos como figuras anódinas. Sabem muito bem o que fazem e são extremamente perigosos. O “anticomunismo” dessas figuras é fake tal como tem sido fake tudo que deles se origina. Usam e abusam esses espantalhos para receberem apoio para outros fins. Vimos, agora, para que o chefe dessa quadrilha grita, sem convicção, “Deus, Pátria, Família”. Enquanto ficamos distraídos, fazendo troça do jeito tosco e mofado de se exprimirem, saem de fininho levando o tesouro de Ali Babá debaixo do braço e debaixo de nossos narizes. Ah… não esquecer que esse tesouro parece ter sido proveniente de uma singela demonstração de gratidão “ao Brasil” pela venda de uma refinaria com módico e generoso desconto da ordem de alguns bilhões de dólares.

  5. Outra coisa: alguém reparou que nas joias retidas pela Receita, existe um lugar vazio, provavelmente onde deveria estar um bracelete. A imprensa até agora não deu muita bola para esse mistério.

  6. Galileo, já ouvi falar de Mulas que transportavam dinheiro oriundo de crime, levando de um criminoso para outro. No caminho, a Mula se apropriava de uma partezinha do dinheiro.

  7. Kataguiri rompeu com Bolsonaro , o discurso do MBL me soa no limite de um fascismo, sempre agressivo, machista com ataques pessoais.
    Um juiz pode doar para um candidato, CPFs são vendidos na feira, sem uso nada prova, resta a tal da senha do juiz.
    Aguardemos

  8. Apresentar a imagem, mesmo a título de exemplo(?), desses dois escroques ridículos e podres ao lado de Abott & Costello, Moe (Shemp), Curly e Larry dos Tres Patetas e Oliver Hardy e Stan Laurel é, no mínimo, uma falha de ilustração. Mais apropriado seria usar as imagens do Tiririca.

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