Lobista da máfia da merenda faz acordo de delação

Jornal GGN – O lobista da máfia da merenda Marcel Júlio está negociando acordo de delação premiada e já prestou depoimento à Polícia Civil na última sexta-feira (1º), em Bebedouro, no interior de São Paulo. Ele falou durante cerca de quatro horas e disse que o presidente da Assembleia Legislativa (Alesp), Fernando Capez, era quem pressionava os integrantes do governo Alckmin na liberação dos contratos públicos.

O depoimento do operador do esquema foi prestado no contexto da Operação Alba Branca, mas depois de citar políticos com foro privilegiado ele foi transferido para a capital, para que eles sejam processados pelo procurador-geral estadual.

Na sede do Ministério Público, Júlio iniciou as tratativas do acordo de delação, que deve ser oficializado durante esta semana. Ele exigiu, por exemplo, que seu pai, o ex-presidente da Alesp Leonel Júlio, preso na terça-feira (28) também seja beneficiado pelo acordo.

Por meio de sua assessoria, Fernando Capez enviou nota repudiando “com veemência a injusta citação de seu nome”. Ele disse que desde o começo está à disposição da justiça e que já disponibilizou suas últimas declarações de Imposto de Renda e seus extratos bancários para os investigadores.

O escândalo do desvio do dinheiro da merenda escolar começou a ser apurado no ano passado. Apenas em 2015, R$ 25 milhões foram subtraídos da rede estadual de educação. O esquema era realizado por meio de superfaturamentos na venda de alimentos para a merenda escolar infantil.

Dirigentes da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), uma união de pequenos produtores de Bebedouro responsável por viabilizar o esquema, citaram Capez e outros políticos como beneficiários das propinas. Já foram citados, em depoimentos e interceptações telefônicas, o ex-secretário da Casa Civil, Edson Aparecido (PSDB), da Agricultura, Arnaldo Jardim, de Logística e Transportes, Duarte Nogueira, e de Educação, Herman Voorwald.

A operação investiga ainda o envolvimento direto dos deputados federais Baleia Rossi e Nelson Marquezelli e do deputado estadual Luiz Carlos Gondim. Baleia Rossi pode ser um dos mentores da ideia de levar a fraude do “merendão” a outros estados.

Abaixo, a íntegra da nota de esclarecimento do presidente da Alesp, Fernando Capez:

O Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o Deputado Fernando Capez, repudia com veemência a injusta citação de seu nome na Operação Alba Branca. Sempre esteve à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.

Não tem nada a temer. Deseja que essa história seja esclarecida rapidamente e até o fim.

Antecipando-se as investigações, colocou à disposição e entregou à Procuradoria-Geral de Justiça as suas últimas declarações de Imposto de Renda e seus extratos bancários. Da mesma forma, instaurou procedimento interno na Assembleia Legislativa para apuração sobre a eventual participação de funcionários da Casa. As investigações relativas aos contratos com a Secretaria de Educação do Estado foram conduzidas pela Corregedoria Geral de Administração.

Desde o início, insiste em ser ouvido em caráter de urgência. A menção irresponsável a seu nome deveria servir de base para uma apuração criteriosa antes de se dar ao fato essa ampla publicidade.

Para apoiar a criação da CPI que visa investigar o superfaturamento de contratos de compra de merenda escolar no Estado, foi o primeiro a assinar o pedido.

Os 30 anos de imagem pública nos campos jurídico, acadêmico e político, bem como a presente gestão na presidência da Alesp, não serão abalados, e tudo será esclarecido em breve.

O envolvimento de seu nome é uma injustiça. Logo a verdade aparecerá.

Assessoria de imprensa do presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

Com informações da Carta Capital

Redação

11 Comentários

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  1. Pois é

    “Desde o início, insiste em ser ouvido em caráter de urgência. A menção irresponsável a seu nome deveria servir de base para uma apuração criteriosa antes de se dar ao fato essa ampla publicidade.”

     

    Bem vindo ao mundo da delação premiada e do fim da presunção da inocência. Será que os tucanos vão se arrepender do monstro que criaram? Será que vão pagar o pato do mesmo jeito? Tem sérias dúvidas quanto a essas colocações.

    1. Será?

      “Será que os tucanos vão se arrepender do monstro que criaram?”

       

      Precisa saber como é que as “otoridades” vão aplicar isso. Pode até surtir efeito contrário, ao invés de acusar tucanos graúdos, com jeitinho, acusa-se “laranjas” ou “testas de ferro”. E gente que para ganhar uma boa grana, assina qualquer confissão, tá cheio.  É um crime considerado de leve potencial e com algumas cestas básicas e/ou multa se resolve o problema.  

  2. agora pegam o Lula

    não vai ter escapatória: Lula e por conseguinte Dilma serão envolvidos, ficando explicado de onde sairam o dinheiro para os pedalinhos e para substituição das louças quebradas no Planalto.

  3. O probo apreciador de merenda escolar.

    Impicha a Dilma que o Brasil melhora!  Bota o Lula na cadeia que o Brasil volta a crescer! Fora PT! Nossa bandeira jamais será vermelha!

    hehehehe

    A casa grande tá começando a ruir…

  4. Os ladrões da merenda

    Esse Capez aprendeu na mesma cartilha do Cunha: nega com “veemência” tudo o que foi confirmado por varias outras testemunhas. E o Geraldo não sabia de nada, né…. 

  5. Impressiona o fato de que

    Impressiona o fato de que cada um desses, ao ser apanhado, sempre reage com negativas (até aí, tudo bem) que falam em seus tantos anos de vida pública (10, 20, 30, por aí): quer dizer que há tanto tempo, pois, estão a faturar sobre o pobre do cidadão, contribuinte ou não. Nada mais hipócrita e nojento.

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