Governo Lula almeja abrasileirar preço da gasolina e investirá em refinarias, garante GT

O País é autossuficiente na extração do recurso, porém errou na política estratégica adotada pela Petrobrás nos últimos anos.

Agência Brasil

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não quer mais que o preço do petróleo brasileiro esteja atrelado a indicadores internacionais, como a taxa de câmbio, uma vez que o País é autossuficiente na extração do recurso, porém errou na política estratégica adotada pela Petrobrás nos últimos anos.

Essa intenção de “abrasileirar” o preço do petróleo e, consequentemente, dos combustíveis, foi reproduzida pelo presidente em diversas ocasiões e confirmada hoje como uma das prioridades sugeridas pelo grupo de trabalho (GT) para o Ministério de Minas e Energia.

“A Petrobrás não pode olhar só exploração. Temos de maximizar capacidade de refino para não ter de importar derivados que forçam os preços. Aumento do refino pode ajudar muito no sentido de ter uma política de abrasileirar o preço do combustível, deixar de depender do câmbio e combustível importado”, defendeu o coordenador dos GTs, Aloizio Mercadante.

Reajuste

Até que o País tenha uma nova estrutura de refino de petróleo, que depende de diversos fatores, inclusive a definição de um novo ministro, caberá ao próximo governo administrar a volatilidade do preço do petróleo e dos combustíveis.

A partir de janeiro, o País não contará com a desoneração de impostos federais, como PIS/ Pasep e Cofins, sobre os combustíveis. Mercadante afirmou que a proposta de orçamento para o próximo ano contempla a manutenção de alíquota zero sobre os impostos federais. Em caso de recusa do orçamento pelo Congresso, o governo Lula está inclinado a criar um projeto de lei ou uma medida provisória, a fim de garantir o controle de preço dos combustíveis.

Evolução da Petrobrás

Os membros do grupo de trabalho foram bastante enfáticos sobre a necessidade de modernização da Petrobrás, uma das únicas empresas de petróleo a apostar apenas em um tipo de produto. As demais petroleiras se transformaram em empresas de energia, a exemplo da Shell e da Qatar Energy. “É uma empresa do século XX, enquanto todas as outras passaram para o modelo do século XXI, pois a transição é algo inexorável, ela vai vir”, criticou o coordenador do grupo técnico de Minas e Energia, Mauricio Tolmasquim.

O coordenador contou que as atividades relacionadas ao petróleo seguem como as mais rentáveis, mas que a Petrobrás deve investir na produção de outras fontes de energia, especialmente porque vários bancos e investidores já não aceitam trabalhar com empresas que não têm a descarbonização no plano estratégico e nem como meta para os próximos anos.

LEIA MAIS

Camila Bezerra

Jornalista

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Excelente ! Gastem bilhões com dinheiro público para fazer novas refinarias, ao invés de reestatizar as existentes. O deus mercado agradece. Se daqui a quatro anos perdermos as eleições, eles vão roubar todas essas novas refinarias como fizeram desde 2016.

  2. Acredito que há de se pensar numa legislação em que empresas, algumas quase centenárias, não fiquem ao sabor dos interesses de um canalha que vai ficar quatro ou oito anos no poder e se acha no direito de vender qualquer ativo público ….isso é muito mais importante do que se reinvestir, já que tudo o que seria construído com dinheiro público poderá ser vendido sem nenhuma dificuldade…

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador