Krugman e os cabeções

Por Lourenço

Bom dia,

Artigo do Paul Krugman no NY Times de hoje, rebatendo as críticas ao plano Obama: clique aqui.

Comentário

É curioso o artigo do Paul Krugman porque comprova que não é só no Brasil que se recorrem a cálculos simplórios para questionar ações públicas contra a crise.

Os cabeções americanos pegaram o valor dos investimentos públicos para estimar o custo de criação de cada emprego. Deu US$ 275 mil por emprego criado.

Krugman mostra que o programa será implantado ao longo de anos e criará milhões de empregos a cada ano. Os cabeções pegaram o total aplicado e dividiram pelo número de postos de trabalho criados apenas no primeiro ano. Krugman refaz as contas e diz que o custo cai para US$ 100 mil.

Depois, mostra que os cabeções não consideraram o impacto fiscal positivo de uma economia mais forte. Com isso, o custo estimado por emprego criado cai para US$ 60 mil.

Luis Nassif

20 Comentários

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  1. Nassif, o ‘The New York
    Nassif, o ‘The New York Times’ mostra que existe uma grande chance do governo Obama estatizar o sistema financeiro norte-americano, pois se for cobrir o rombo do mesmo a conta vai para a estratosfera.

    Notícia:

    News Analysis
    Nationalization Gets a New, Serious Look

    WASHINGTON — Only five days into the Obama presidency, members of the new administration and Democratic leaders in Congress are already dancing around one of the most politically delicate questions about the financial bailout: Is the president prepared to nationalize a huge swath of the nation’s banking system

    Privately, most members of the Obama economic team concede that the rapid deterioration of the country’s biggest banks, notably Bank of America and Citigroup, is bound to require far larger investments of taxpayer money, atop the more than $300 billion of taxpayer money already poured into those two financial institutions and hundreds of others.

    http://www.nytimes.com/2009/01/26/business/economy/26banks.html?hp

    obs: Vi a notícia no blog do Azenha, hoje de manhã.

  2. Oi Nassif, o que os cabeções
    Oi Nassif, o que os cabeções diriam sobre essa notícia de Jales?

    Outro dia eu comentei sobre a minha cidade natal, Jales, e um de seus problemas, a enfiteuse, que remete aos problemas históricos brasileiros, entre eles os cartórios.
    Hoje compartilho uma boa notícia, vejam abaixo, sobre gasto por aluno e resultados em exames de avaliação.
    Acho que os cabeções diriam sobre essa notícia: “viu, podemos cortar gastos (investimento público garantido pela CF/88) pois se implantarmos um sistema de gestão eficiente será possível fazer mais por menos”.

    Enfim, ou algo próximo disso.
    Abraços, Gustavo.

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2601200907.htm
    São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
    Jales tem boas notas mesmo com gasto menor
    DA REPORTAGEM LOCAL
    Apesar de ter um gasto por aluno 59% inferior à média nacional, a rede de ensino de Jales (SP) obteve notas 21,5% superiores na Prova Brasil.
    Segundo a secretária da Educação, Élida Maria Barison da Silva, o desempenho pode ser explicado pela prioridade do município em capacitar seus professores -segundo dados do MEC, 90,5% dos docentes da rede completaram o curso superior (em 2005).
    “Também há gestão rigorosa dos recursos disponíveis, com conselhos participativos que acompanham todas as metas e até os extratos bancários dos nossos gastos”, disse Silva.

  3. Caro Nassif,

    Gostaria de
    Caro Nassif,

    Gostaria de fazer uma observação do ponto de vista de quem vem acompanhando os artigos e criticas do Nobel Paul Krugman, que vinha vinha batendo forte no esboço do projeto de estimulus fiscal do futuro governo Obama.

    No início de janeiro houve um episódio de um jornalista perguntar para o Presidente eleito e ainda não empossado, sobre as críticas de Krugman, e Obama respondeu que estar aberto para ouvir quem tem idéias. Se falava então em plano de estimulus de 400 bi a 600 bi.

    Em 13-01-09, Krugman foi entrevistado pela 92Y:
    Paul Krugman, Toward a Great Society.
    Vídeo colocado no ar no dia 16-01-09,
    Ele admitiu que na campanha teve algumas conversas com o time de Obama, interrompida por um periodo, mas que agora estavam sendo reabertas.
    No dia 14-01-09 Krugamn publicou na Revista RollingStone:
    Carta de Paul Krugman ao Presidente: O Que Obama Deve Fazer
    http://blogln.ning.com/profiles/blogs/carta-de-paul-krugman-ao

    Acima tem links para outros dois artigos dele no NYT, posterior:
    Wall Street Voodoo de 18-01-09
    e
    Stuck in the Muddle de 22-01-09

    Esse artigo de hoje, junto com os movimentos de posts no blog dele vem mais uma vez sinalizar que sua idéias foram ouvidas por Larry Summers, Tim Geithner e Paul Volcker.

    O que ainda não está claro é se Obama vai nacionalizar os grandes bancos, como Krugman defende acima, mas já se tem noticias de que isso também pode acontecer.

    Sds,

  4. Os “cabeções” estão certos.
    Os “cabeções” estão certos. Como não há uma racionalização nos recursos gastos, sejam US$13,00 ou US$2,75 por almoço, os problemas continuarão e os esforços serão inúteis.

    Vou usar o exemplo do almoço, pois os princípios podem ser estendidos para todo o restante da economia:

    1) Ao invés de usar a produção dos agricultores locais de frutas e verduras, o que representaria trabalho e renda mais disponíveis para cada região, uma alimentação saudável que reduziria as doenças e despesas médicas e aumentaria a produtividade dos trabalhadores, esse dinheiro será gasto para comprar comida “barata” produzida em grandes fazendas que empregam pouca mão-de-obra e são distantes das regiões de consumo, alimentos geralmente à base de milho, que enchem a barriga e têm baixo valor nutritivo.

    2) O custo de manutenção de uma linha de abastecimento de alimentos tão longa é proibitivo: basta fazer os cálculos do combustível gasto para produzir os fertilizantes, movimentar as máquinas agrícolas, os caminhões de transporte de alimentos por milhares de quilômetros de estradas, organizar a logística de enormes centros de distribuição que devem funcionar 24 horas por dia / 7 dias por semana.

    3) Como as margens de lucro são cada vez mais estreitas, esse sistema de produção compensa parte dos custos deixando de cuidar da proteção ambiental que, além de representar riscos para a saúde dos produtores e dos consumidores, coloca em risco a continuidade dos próprios empreendimentos. Em português claro, o colapso do sistema de produção agrícola significa a fome.

  5. Nassif…não sei se é aqui q
    Nassif…não sei se é aqui q devo postar isso…mas é só pra descontrair…
    Grande abraço!

    Um pastor de ovelhas estava cuidando de seu rebanho, quando surgiu pelo inóspito caminho uma Pajero 4×4 toda equipada.
    Parou na frente do velhinho e desceu um cara de não mais que 30 anos, terno preto, camisa branca Hugo Boss, gravata italiana, sapatos moderníssimos bicolores, que disse:
    – Senhor, se eu adivinhar quantas ovelhas o senhor tem, o senhor me dá uma?
    – Sim, respondeu o velhinho meio desconfiado.

    Então o cara volta pra Pajero, pega um notebook, se conecta, via celular, à internet, baixa uma base de dados, entra no site da NASA, identifica a área do rebanho por satélite, calcula a média histórica do tamanho de uma ovelha daquela raça, baixa uma tabela do Excel com execução de macros personalizadas, e depois de três horas, diz ao velho:
    – O senhor tem 1.324 ovelhas, e quatro podem estar grávidas. O velhinho admitiu que sim, estava certo, e como havia prometido, poderia levar a ovelha.
    O cara pegou o bicho e carregou na sua Pajero.
    Quando estava saindo, o velho perguntou:
    – Desculpe, mas se eu adivinhar sua profissão, o senhor me devolve a ovelha?
    Duvidando que acertasse, o cara concorda.
    – O senhor é economista ?!?! diz o velhinho…
    – Incrível! Como adivinhou?
    – Quatro razões:
    – Primeiro, pela frescura;
    – Segundo, veio sem que eu o chamasse;
    – Terceiro, me cobrou para dizer algo que já sei.
    – E quarto, nota-se que não entende merda nenhuma do que está falando: devolva já o meu cachorro !!!….

  6. Caro Nassif,

    se o assunto
    Caro Nassif,

    se o assunto que vou expor não for do seu interesse, não precisa publicar este comentário.

    É o seguinte: tive uma idéia sobre um Relatório do estado da União. Talvez seja uma idéia maluca, mas foi concebida de forma a contribuir com o país.

    Amparado na crença de que você, como o meu amigo Azenha e alguns poucos jornalistas de renome que respeito, partilham meus idéias de que o país melhore acima da politicagem e dos interesses sectários, peço a você que leia o texto em questão.

    O post está no meu blog, cujo endereço você já em. E o título é esse mesmo, “O estado da União”.

    Um abraço

    Eduardo Guimarães

  7. O maior cabecao da imprensa
    O maior cabecao da imprensa americana e o Forbes que sempre cobra o FED por na usar a variacao do preco do ouro como parametro da politica monetaria.

  8. O ponto principal da crítica
    O ponto principal da crítica de Krugman aos que rejeitam o uso de política fiscal está no fato de não haver espaço para um maior laxismo da política monetária (dado o fato das taxas já estarem numa banda próxima de zero). Desta forma, a saída é o gasto público. Esta idéia, trazida para a realidade brasileira está em linha com o que o economista (economista no sentido de entender a economia, nao no sentido de ter-se graduado na matéria como tanto gostam alguns pedantes, monopolistas do conhecimento) da FGV-SP Nakano vem defendendo, visto que no Brasil há espaço para flexibilizalção monetária.

    Outro ponto colocado pelo Nobel de Economia diz respeito a discussão de qual estímulo fiscal é melhor: gasto governamental ou redução de carga tributária. Para os defensores incontestes da redução de impostos, Krugman apresenta o argumento da propensão margianl a poupar e a consumir. A renda extra será direcionada para o consumo? Em tempos de crise, antevendo possíveis dificuldades estas propensões podem variar, aumentando a propensao a poupar, o que geraria um efeito pouco representativo para a economia.

    Com relação ao gasto do governo, muito embora seja de conhecimento geral que o Estado é menos eficiente que a iniciativa privada, seu investimento pode criar externalidades positivas como bem aponta Hirshman em sua obra. Além disso, com investimento público é possível que se crie infra-estrutura no país, o que contrinui para a redução do custo Brasil.

    Aplicando td isso ao caso brasileiro, acredito que a saída esteja da redução dos juros pelo BC e ampliação de obras de infraestrutura. No que diz respeito ao afrouxamento monetário, além de reduzir o custo de capital da empresas, gerará economia pra o governo e mais dinheiro para investimentos.

  9. carlos, grande sacada…
    Mas
    carlos, grande sacada…
    Mas isso me lembra o relacionamento entre agronomo e pequenos agricultores
    ha uns trinta anos quando a assistencia tecnica comecou a ser implantada com o apoio de programas de radio, etc…

    O cara saia da faculdade usando aqueles ternos fitotecnicos e o escambau e o coitado do agricultor boiava no lance…
    Mas de vez em quando acho que ria do agronomo que nao sabia muito bem a pratica…
    Com o tempo, a aprendizagem passou a ser mutua…
    Dialogo e comunicacao aperfecioaram e aperfeicoam o sistema…

  10. Nassif, Achei muito
    Nassif, Achei muito interessante uma crítica feita ao modo de condução da atual crise financeira. O entrevistado salienta que a injeção maciça de dinheiro para cobrir rombos poderá criar problemas futuros, como descontrole das contas públicas e inflação.

    Na visão desse analista o ajuste deveria ser feito por uma moratória coletiva (global?) dos bancos. Diz que a crise foi causada pelos bancos e eles (os bancos) é que deveriam se acertar, promovendo um encontro de contas de seus ativos problemáticos.

  11. A coisa mais nobre que existe
    A coisa mais nobre que existe entre os economistas é o respeito com todas as profissões. A arrogância e a falibilidade são atributos bem distribuidos às populações de todas as categorias profissionais.
    Minhas congratuções a todas as categorias: Adm, Eng, Méd, jorn, adv, ferr, torn, lix, pedr, secr, econ, ……………., Xn.

  12. Nassif, por que você parou de
    Nassif, por que você parou de apontar os exageros da imprensa com relação à crise? Até o hipersensato Marcelo Coelho já reclamou do festival de pessimismo. Você era a única voz conhecida a pedir mais comedimentos e menos exagero (Lula também pedia, mas não vem ao caso). As pessoas no interior do Brasil (e até nas capitais) acham que os jornalistas e suas fontes vivem em outro mundo, talvez nos EUA, onde a crise realmente existe.

    Não faço terrorismo, mas não dou de avestruz. Sempre disse que o primeiro trimestre seria brabo.

  13. Caro Nassif, boa noite!

    O
    Caro Nassif, boa noite!

    O programa bolsa-família é um exemplo de sucesso ao melhorar a vida de muitos brasileiros, vou dar uma idéia sobre a formação de novos empregos no país, não entendo muito de economia, por isso se achar a idéia absurda ou sem nexo, desconsidere-a.
    Aí vai: porque o governo em parceria com as empresas não cria o bolsa-emprego? Funcionaria assim:
    As empresas contratariam um funcionário pagando um salário mínimo, além dos auxílios refeição, transporte, etc.
    Oferecem cursos de capacitação utilizando a estrutura do estado através de Senai, Sebrae, etc;
    Os impostos cobrados mensalmente seriam reduzidos pela metade ou menos que isso;
    Quanto maior for o tempo do empregado na empresa, menores serão os percentuais da multa do FGTS e do INSS;
    Após o término do curso de capacitação o funcionário sairá desde programa e entrará no sistema atual, porém, capacitado para uma função mais avançada;
    As empresas que oferecerem vagas teriam acesso facilitado a linhas de crédito com juros reduzidos, para investimentos em infra-estrutura e ampliação do seu negócio;

    A demissão deve ser a última alternativa para diminuir os impactos da crise!

    Um abraço!

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