O Aeroporto de São Paulo

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Muito tem-se falado sobre o déficit de “slots” para pousos e decolagem nos aeroportos que servem à cidade de São Paulo. Dentre as soluções, especula-se a construção de um terceiro aeroporto. Será que esta é uma solução plausível e necessária? Como engenheiro e também como passageiro, gostaria de tecer algumas considerações acerca do assunto.

O aeroporto de Congonhas parece estar de fato em seu limite, além de enfrentar cabível restrição de ordem ambiental quanto ao horário de operação, provocada pela população em seu entorno. No entanto, pode e deve continuar a ser o importante aeroporto urbano complementar, a exemplo dos existentes em diversas capitais, tal o aeroporto da “City” em Londres, na região das antigas docas.

Como é sabido, o governo brasileiro decidiu estabelecer um Trem de Alta Velocidade (TAV) entre Rio, São Paulo e Campinas. Nesta última cidade está no projeto do TAV um terminal em seu aeroporto, Viracopos. Esse aeroporto tem nítida demanda própria ou regional de passageiros a qual cresce à taxa exponencial juntamente com a oferta. Viracopos não é um aeroporto para São Paulo.

Assim como o aeroporto de São José dos Campos, Viracopos pode vir a ser instalação auxiliar, devido à distância do centro da capital, a qual onera em todos aspectos os usuários. Para utilizar estes dois aeroportos, os passageiros terão de usar o TAV e mais um ou dois modos adicionais de transporte para atingir São Paulo. Não há precedente no mundo de aeroportos a cerca de 100 km de distância da principal cidade servida. Estes aeroportos podem vir a ser destino das companhias de baixo custo, que são incipientes ainda no país, mas com futuro promissor.

O aeroporto de São Paulo é o de Guarulhos – Cumbica. Cumbica já há muitos anos carece de ampliação em sua infra-estrutura por estar esgotado. A construção da terceira pista, prevista e descartada por razões ininteligíveis, poderia em pouco tempo, permitir que o aeroporto chegue a 50 milhões de passageiros por ano. Claro, aliada à construção de novos terminais e um serviço de trens para acesso. Com a terceira pista, Cumbica assumiria a configuração “H” (como o aeroporto de Brasília) que permite operações de pouso e decolagem simultâneas.

O acesso a Cumbica é atualmente em muitos casos, responsável pela parte mais demorada da viagem. Passageiros embarcados de Salvador a Porto Alegre que tomam no aeroporto um dos ônibus executivos para a região da avenida Paulista chegam a ficar uma hora e meia no trajeto, excedendo o tempo do percurso aéreo. Isto seria resolvido com o expresso aeroporto também previsto e eventualmente suspenso.

Para que fosse ótimo, o expresso teria de partir da região do Paraíso no centro de São Paulo, entroncamento das principais linhas do metrô. Na estação do Paraíso os passageiros poderiam fazer o despacho de bagagens chegando a Cumbica em 15 ou 20 minutos para embarcar.

Nenhuma das sugestões acima é original, todas já estão implementadas em algum lugar do mundo. Cumbica poderia mesmo chegar a até 70 milhões de passageiros se construídos novos terminais no lugar da atual base aérea, como feito no aeroporto de Heathrow de Londres. Construir um novo aeroporto talvez esconda outros interesses.

Luis Nassif

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