Para Iedi, emprego na indústria segue estagnado

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Embora a variação do emprego industrial tenha ficado estagnada no mês de novembro (0,0%) em detrimento da queda de 0,2% na produção industrial, de acordo com os números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os resultados não foram considerados animadores por representantes da indústria.

Em relatório, o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) diz que “não se pode ver um alento” com os dados divulgados no mês, uma vez que a entidade afirma que a evolução do número de desocupados na indústria “foi sofrível” ao longo de todo o ano de 2013: no acumulado dos onze primeiros meses, o número de ocupados na indústria recuou 1,1%. Vale lembrar que, em 2012, o emprego industrial já havia recuado (–1,4%).

“O fato é que, na indústria brasileira, o emprego anda num compasso bem diferente do da produção, e faz tempo”, afirma o IEDI. Se o ritmo do emprego da indústria mostrou-se relativamente mais firme do que a produção nos anos seguintes à crise de 2008 (por conta da expectativa de melhora das negociações), o emprego no setor veio perdendo força a partir do final de 2011 e, de modo mais evidente, no ano de 2012. Para o Iedi, existe uma grande possibilidade de tal contração ser decorrente “da piora das expectativas dos empresários industriais com relação aos seus mercados domésticos e/ou externos”.

Esses resultados negativos do emprego vêm ocorrendo em diferentes regiões do país. Ainda na comparação janeiro-novembro de 2013 com igual período de 2012, o número de pessoal ocupado na indústria recuou em onze dos catorze locais pesquisados pelo IBGE, com destaque para a Região Nordeste (–4,6%), São Paulo (–0,7%), Rio Grande do Sul (–2,2%), Pernambuco (–6,7%) e Bahia (–5,7%).

Em termos setoriais, resultados negativos mais significativos foram registrados em calçados e couro (–5,3%), outros produtos da indústria de transformação (–4,0%), vestuário (–2,7%), máquinas e equipamentos (–2,2%), produtos têxteis (–3,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–2,6%), produtos de metal (–2,1%) e madeira (–5,1%). Não por acaso, na maioria desses setores a concorrência do produto importado tem sido intensa, o que leva as empresas a reduzirem seus efetivos e/ou a executarem programas de modernização para elevar a produtividade, o que pode reduzir as contratações.

Na visão do Iedi, “uma reação do emprego industrial só será observada quando a atividade produtiva da indústria começar a dar sinais de que entrou numa trajetória de crescimento mais consistente, ou ainda, numa trajetória positiva e muito pouco oscilante (algo bem diferente do que se viu em 2013), ainda que não seja robusta”. A entidade acredita que tal quadro pode começar a ocorrer, ainda que de forma tênue, neste começo do ano e, de forma mais clara, a partir do segundo trimestre. “Uma nova onda de investimentos (já vista em 2013) e o câmbio um pouco mais favorável jogarão de forma decisiva para que tal comportamento da produção – e, consequentemente, do emprego – aconteça”, finaliza o instituto.

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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