Nem Lula nem Alckmin têm plano de vôo algum. Do lado de Lula, há dois grupos tentando lhe fornecer a bússola. Um, o Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência. Outro, o Ministro Tarso Genro com as conclusões do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Mas Lula é uma esfinge. O pobre do Coronel Oliva, do NAE, que faz um trabalho excepcional, fala com as paredes e seus assessores. Tarso tenta sistematizar as conclusões do CDES.
O que Lula pensar, ninguém sabe; se ele pensa sobre o tema, ninguém diz. A conseqüência é que mesmo os círculos palacianos acabam por recorrer à técnica dos analistas políticos, de se basear em discursos, frases soltas, declarações, para tentar adivinhar para que lado o Imperador vai.
É o resultado desse presidencialismo imperial torto que o país tem. Na disputa entre ortodoxos e não ortodoxos do PSDB, a decisão pessoal e intransferível de dar força aos ortodoxos foi de FHC. Não havia programa partidário, nem nada.
Com Lula, o quadro é pior porque sua figura despregou-se totalmente do PT. Fica, assim, o país inteiro nas mãos de uma pessoa, sem nenhuma forma de compromisso programático formal.
O mesmo ocorre com a oposição. Quem definirá a política econômica de Alckmin, a Casa das Garças, que pretende matar os pobres de fome e os ricos de vergonha (parafraseando o que Carlos Lacerda disse a respeito do programa de estabilização de Roberto Campos); ou a linha não-ortodoxa de São Paulo. Quem irá arbitrar é…. o próprio Alckmin, que levou quatro anos pensando se o Rodoanel deveria ter ou não pedágio. E não conseguiu decidir.
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