PMs entram em confronto com alunos em escola ocupada em SP

Jornal GGN – Na manhã de ontem (11), policiais militares jogaram spray de pimenta em duas adolescentes que protestavam em frente a Escola Estadual Fernão Dias Paes, no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. A escola está ocupada por alunos desde a manhã da terça-feira, em protesto contra a reorganização da rede estadual de ensino, promovida pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB). Um professor foi preso.

A Procuradoria­-Geral do Estado de São Paulo disse que iria ingressar com um pedido de desocupação do prédio da escola na Justiça. Os estudantes secundaristas afirmaram que pretendem ocupar mais escolas na semana que vem. Desde a madrugada desta quinta-feira a Escola Estadual Salvador Allende Grossens, na zona leste da capital, também foi ocupada pelos alunos.

Do Estadão

Alunos e PMs entram em confronto na frente de escola ocupada; professor é preso

ISABELA PALHARES – O ESTADO DE S. PAULO
 
Policiais jogaram spray de pimenta em duas jovens; Procuradoria-­Geral do Estado de São Paulo informou que ingressará com pedido de desocupação do prédio da escola
 
A Polícia Militar jogou, na manhã desta quarta­-feira, 11, spray de pimenta em duas adolescentes que protestam na Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, e prendeu um professor. A escola está ocupada desde a manhã desta terça­feira, 10, em ato contra a reestruturação na rede de ensino promovida pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). Os estudantes criticam o fato de não terem sido ouvidos.

 
O professor de Geografia José Roberto Guido, diretor da Apeoesp, o principal sindicato da rede, foi detido após confusão com a PM. Ele é acusado de desacato. Alguns alunos negociavam com policiais a saída da escola e Guido teria dito aos policiais para que não pegassem os dados dos alunos, como nome e RG. Neste momento, um policial deteve o professor e o agrediu com cacetete. Os manifestantes correram para acudir o professor e gritavam “sem violência” para os policiais. O professor foi levado para o 14º DP.
 
De acordo com o delegado titular Roberto Kraesovic, essa é a primeira ocorrência registrada relacionada a ocupação.
 
A Procuradoria­-Geral do Estado de São Paulo informou que ingressará no início da tarde desta quarta-­feira com um pedido de desocupação do prédio da escola na Justiça. O ouvidor­-adjunto das Polícias Valter Fosters conversou com os estudantes que continuam dentro da escola. Ele disse que os alunos fizeram uma proposta para deixar o prédio. No entanto, afirmou que, para não atrapalhar as negociações, não poderia comentar os termos apresentados pelos estudantes.
 
Na terça­-feira, 10, já havia tido confusão, quando a PM tentou deter duas adolescentes que deixaram a escola. Policiais bateram em jornalistas e manifestantes com cassetetes.
 
Desde as 20h de terça-­feira, o protesto foi reforçado por integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) e do Movimento dos Trabalhadores Sem­Teto (MTST). Eles passaram a noite na frente da escola.
 
Todo o colégio permanece cercado por policiais, que vigiam as grades para impedir que os alunos recebam alimentos e água de fora. Nesta terça-­feira, a água havia sido cortada no prédio, mas foi restabelecida.
 
Do lado de fora da escola, estão reunidas cerca de 400 pessoas entre alunos da rede estadual paulista e integrantes de movimentos sociais.
 
Aluna da Fernão Dias Paes, Sandy Rodrigues, de 15 anos, foi uma das duas adolescentes atingida pelo spray de pimenta dos policiais. “Nós recebemos a informação de que estavam jogando bombas de gás lacrimogêneo dentro da escola, quando fomos até o local os policiais nos cercaram, nos encurralaram e nos agrediram”, disse a jovem.
 
Na tarde desta quarta, seis alunos deixaram a escola. Para que possam ser liberados, os alunos precisam apresentar o RG para os policiais. De acordo com a polícia, ainda há cerca de 20 jovens dentro do prédio.
 
Lays, de 16 anos, foi uma das que deixou o prédio durante a tarde e disse que saiu porque estava muito cansada. “Não concordo com a reorganização e nem com a forma com que a polícia está lidando com a gente, mas estou muito cansada e não conseguia ficar mais tempo lá”. Ela não quis dizer o nome completo.
 
De acordo com Cibele Marsolla, capitão da Polícia Militar, a corporação assumiu o controle da escola, por isso tem feito o controle dos alunos que saem. “Hoje não é um dia de funcionamento normal da escola. Por isso, precisamos saber a identificação de cada um deles e saber se estão bem, se não foram machucados, violentados dentro da escola. Repassamos todas essas informações para o Conselho Tutelar”, disse.
 
No entanto, a identificação também pode servir para responsabilizar os estudantes e seus pais por possíveis danos no prédio.
Redação

14 Comentários

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  1. Maravilha..psdb é isso ai

    Isso aí paulistas (e galera do paraná), continuem votando no psdb que tem o projeto 100. Sem água, sem segurança, sem escola, sem vergonha, sem moral.

    E ainda pensam que um dia conseguirão estender esta m* toda para o resto do país. É ruim maluco!

  2. A palavra confronto é

    A palavra confronto é bastante ‘apropriada’.

    Policiais de estados governados por tucanos batem em professores e alunos e a mídia fala em confronto. 

  3. ridículo…..

     

    ….tanto assalto na região de Pinheiros e do Morumbi, … e olha o tamanho do efetivo que os caras colocam na EEPSG Fernão Dias, ….  para combater os “perigosos” estudantes entre 12 e 17 anos que lá estão….

  4. Eleja-se um tucano (ou

    Eleja-se um tucano (ou qualquer político de direita) em 2018 e este estado de coisas será implantado no Brasil inteiro. O braço civil da ditadura que dominou o Brasil por 21 anos está a í pra mostrar que os militares levaram a culpa sozinhos, enquanto os civis da ditadura continuaram livres, leves e soltos para conspirar. O monstro sem farda hibernou por cerca de 30 anos e agora despertou novamente. O monstro civil não precisa mais dos militares, pois o estado já está devidamente aparelhado e a mídia mantém os analfabetos políticos sob contrôle.

  5. Atribuições da PM de SP:

    Atribuições da PM de SP: espancar trabalhadores, sem teto, sem terra. estudantes e qualquer grupo que atrapalhe a vida dos ricos e dos políticos que representam os ricos; tirar foto com filhinhos de papai e analfabetos políticos que vão a rua pedir impeachman de Dilma; matar negro e pobre, não necessariamente bandido e bajular apresentadores de programas políciais que coloquem a PM como vitimas dos Direitos Humanos!

  6. para psdb a educação é caso de policia
    Nada de novo no front.

    Para psdb a educação é caso de policia. Exatamente como tratavam os trablahadores na republica velha.

    E ainda tem gente que acredita que eles são modernos.
    Uma alternativa viavel.
    tristes tempos.

  7. Eu cometi a besteira de ler

    Eu cometi a besteira de ler os comentários do UOL sobre essa notícia.

    O comentário mais votado (claro) dizia que Alckmin não estava fechando escolas, mas apenas “doando” para os municípios.

    Deve ser o mesmo tipo de doação que os gregos fizeram à cidade de Troia: um lindo cavalo de madeira cheio de soldados escondidos.

    Quer dizer que ele vai “doar” as escolas para que as prefeituras passem a arcar com os salários dos professores e funcionários e com as despesas de custeio e manutenção das unidades? Esse governador tucano é mesmo um santo.

    1. Caro JL, o alquimista é muito

      Caro JL, o alquimista é muito pior do que vc pensa, já reparou onde ficam algumas dessas escolas? Essa da reportagem fica em Pinheiros perto da rua dos Pinheiros, tem uma que fica pertinho do Palmeiras em Perdizes, pois eu tenho certeza que isso é só uma preparação para o psdbosta doar os terenos para a especulação imobiliária! Quem viver verá!

  8. Procuradoria Geral do Estado a todo vapor!

    Eita Procuradoria boa, essa! Alckmin tomou todas as atitudes de um desposta sobre as suas ações no governo paulista e de seus antecessores pessedebistas, e a Procuradoria não vê nada de errado nisso.

    Mas na escola ocupada por professores e alunos, a resposta é rapida. A Procuradoria age: contra uma manifestação legitima e à favor do governo.

    Por quê sera que essa atitude da PM/paulista/governo do estado e da PG/SP trazem o cheiro bolorento da ditadura militar de volta?

  9. absurdo

    Polícia cerca a escola, impede a entrada de alimentos e de água, “assume o controle”, mapeia os manifestantes, joga gás de pimenta e lacrimogênio, e dá cacetadas. Esses verbos demonstram a gravidade, a extrema incompetência e a absoluta falta de compromisso com a verdadeira ordem pública e social. São medidas repugnantes, incompatíveis com o fato em si. Demonstração de amplo descontrole administrativo e descumprimento das regras básicas da organização social. Não entendo como alguém pode votar num governador como esse.

  10. absurdo

    Polícia cerca a escola, impede a entrada de alimentos e de água, “assume o controle”, mapeia os manifestantes, joga gás de pimenta e lacrimogênio, e dá cacetadas. Esses verbos demonstram a gravidade, a extrema incompetência e a absoluta falta de compromisso com a verdadeira ordem pública e social. São medidas repugnantes, incompatíveis com o fato em si. Demonstração de amplo descontrole administrativo e descumprimento das regras básicas da organização social. Não entendo como alguém pode votar num governador como esse.

  11. DNA tucano

    Especulação imobiliária, a gente se vê por SP.

    Modus operandi similar ao empregado no Pinheirinho, em São José dos Campos-SP, em 2012: choque desce o pau em todo mundo para preservar interesse de especulador.

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