A Riviera Francesa nos anos 1920

 

A RIVIERA FRANCESA NOS ANOS 20 – Magnifico livro de fotos do “paraiso na terra”” a Riviera Francesa nos anos 20, periodo entre guerras, que delicia, a Riviera foi descoberta como resort de luxo nos meados do Seculo XIX pela aristocracia inglesa que fugia do frio gélido de Londres para a suavidade do clima ameno da Riviera. Em seguida veio a aristocracia russa, tambem fugindo do inverno pavoroso das estepes, nos anos 20 chegaram os americanos ricos, os “anos Cole Porter” quando a Riviera era uma festa dia e noite, com champanha correndo como agua, o desfile de belas mulheres, o caviar perfeito, a praia ruim (tem mais pedra que areia) mas bem equipada com pontões e decks, os hoteis esplendorosos, Negresco em Nice, Carlton, Majestic e Martinez em Cannes, Eden Roc em Cap d´Antibes, tudo ancorado em Monte Carlo com o magnifico Hermitage e o não menos celebre Casino de tantas lendas.

 

Era um tempo especial que não mais se repetiu porque no após Segunda Guerra começou no mundo o turismo “jet” sem o glamour do que no anos 20, uma era de ouro quando os ingleses e russos chegavam nas cabines leito dos trens pullman da Wagon Lits, sempre com empregados, não se viajava sem o valet de chambre para desfazer as malas e colocar a roupa nos gurada roupas e a dame de chambre para preparar a “grand toilette” das ladies, não se jantava e muito menos se ia aos Casinos sem roupas de alta costura, joias e chapeu, os homens sempre de smoking ou summer jacket, a vida da Riviera não era para a ralé, que nem chegava perto, era exclusiva da aristocracia de sangue ou de dinheiro.

 

No lado italiano tambem havia as menos sofisticadas mas belissimas Rivieras, a del Ponente a del Levante, começando em San Remo, tambem com esplendidos hoteis e Casino, depois de Genova para baixo Santa Margherita Ligure, Rapalo e Portofino, até hoje um roteiro maravilhoso.

 

A Riviera Francesa foi modelo para outras posteriores, a de Palm Beach na Florida, o Rio de Janeiro que teve o Copacabana Palace e o Gloria desenhados pelo mesmo arquiteto do Negresco de Nice, do qual o Copa parece ser um clone, depois Mar de Plana na Argentina, hoje em completa decadencia, Vina del Mar no Chile.

 

Mas nenhuma tem o charme e a historia da Rivieira Francesa.

 

Nos anos 50 e 60 a Riviera mudou de publico, chegaram arabes com diheiro, traficantes de armas, latino americanos, após o fim da URSS os russos voltaram em peso, magnatas do pós comunismo compraram as melhores casas, depois em Cannes vieram os intragaveis “”Festivais”” de Cinema e muito pior, de Publicidade, tudo muito mercenario e sem nenhum charme, não se pode esperar refinamento de publicitarios brasileiros, ai seria demais, passaram a desfilar modelos, prostitutas de luxo, mafiosos, a Riviera só se mantem pela historia e pelos predios art nouveau.

 

O livro está a venda na Livraria da Vila na Alamaeda Lorena, não sei se tem nas outras da Vila e custa 470 Reais.