O caso dos índios Umutina

Por Antonio João de Jesus-Merireu

Olá, companheiros…

Há situações que um povo é obrigado a se submeter. Esse é o caso do índios Umutina de Barra dos Bugres/MT. Esse povo, considerado por Rondon como os mais aguerridos povo indígena do Brasil que êle conheceu. Mas isso não bastou que os Umutina fossem quase extintos pelo confronto com as diversas fontes de extrativistas que invadiram as matas de poaia(ipecacuanha, erva usadas em alguns medicamentos, inclusive sendo exportada de MT para a Inglaterra), com isso os Umutina resistiram a invasão e foram quase extintos por essa frente extrativista pos balaços de carabinas 44. Essa extinção foi evitada somente quando o Marechal Cândido Rondon colocou-os sob sua proteção o povo Umutina, cuja auto denominação é Balotiponé. mas, em 1945, no governo de Vargas, o SPI-Serviço de Proteção aos Índios, devido a quase extinção dos Umutina(também conhecidos como Barbados), motivados por nossas doenças como a gripe, coqueluche, etc.

Então, o governo de Getulio Vargas, resolve transferir outros povos indígenas para a terra dos Umutina, e fazer nessa área um ponto de reeducação de índios. Os Umutinas feridos por muitas guerras estavam praticamente beirando à extinção e com grande números de orfãoes. Assim a terra deles serviu com uma área de reeducação de vários povos, de lingua fiferente e montaram escola de branco, oficinas, gado, casa de tijolo, como as vilas missionárias do passado. Assim o costume Umutina praticamente desaparecia. Mas, 21 Umutina, conhecidos com independentes refugiaram na mata da poaia e resistiram a essa reeducação. Mas êles iam morrendo contaminados por nossa doença. Assim os poucos sobreviventes, 21 índios contaram a mais heróica história de povos isolados do mundo. A sobrevivência desses 23 independentes coube com uma das últimas ações de Rondon, que com mais de 80 anos solicitou apoio à esse povo. Hoje, alguns lovens, não só Umutina puros, mas por vitima de várias situações de contatos com povos Pareci, Nambikuara, Kayabi, Bororo que eram levados para a terra Umutina, para serem “reeducados” nas sofisticadas escolas e oficinas ali implantadas. Então, esses jovens índios, filhos de vários povos, decideram ser unicamente Umutina e Luciano vitima dessa situação, aprendeu com seu avô Julá, o último sobrevivente Umutina da velha aldeia da mata da poaia a fala e os cantos. Jala e cantos da saudade. Também aprenderam executar a saudação guerreira, que motivou a morte de muitos dos guerreiros Umutina. Fato que será narrado numa outra oportunidade. Parabens Luciano, siga em frente e seja sempre esses balotiponé da mata da poáia.

Os índios Umutina (auto denominação Balotiponé), foi contado pacificamente pelo Marechal Cândido Rondon -Patrono das Comunicações- em 1912, quando sua Comissão de Linha Telegráfica trazia um ramal dessa linha para a pequena Vila de Barra dos Bugres. Ali, vivia os Umutina, dito por Rondon “…os mais irreductíveil povo indígena que êle contatou”. Mas seu nome, corria de várias formas de povos indígena para povo indígena, que os “terríveis Umutina” decidiu contata-lo, visto que Rondon nascido em Mimoso/MT e filho de tios Bororo, tinha domínio da lingua Bororo, que se assemelhava a lingua dos Umutina, um sub-grupo Bororo(os Umutina dizem que os Bororo é que sairam deles,rso). Depois. desse contato pacífico e sob proteção federal, nos anos de 1945, no governo de Getulio Vargas, o SPI-Serviço de Proteção aos Índios, resolve construir casas de alvenaria nessa aldeia e instalar complexo educativo para educar os índios (oficina de carpintaria, sapataria, alfaiataria, olaria,etc.) Também resolve tranferir para esse módulo educativo, outros povos indígena, como:Paresi, Nambikwara, Kayabi e outros tantos para ali serem reeducados.

As ações e a morte dos índios Umutina que se refugiaram-se nas suas antigas “malocas”, dessa nova ordem instalada nas suas terras e só procuravam auxílio quando adoeciam. Com a dos morte desses 21 independentes Umutina da marta da Poaia, uns poucos sobreviventes procuraram apoio no Posto de SPI. Assim, Luciano é um desses descendentes que perderam tudo, inclusive a cultura pura Umutina. Mas, um dos últimos sobreviventes que fugiu do domínio do SPI/FUNAI, o velho Julá, avô de Luciano rertorna pra morrer na sua terra e ensina aos jovens da aldeia (não só Umutina), seus idioma, mitos, cantos e principalmente a determinação Umutina. Essa determinação fez com que, todos esses jovens procurassem fora da aldeia conhecimento não-índio. E as universidades foi esse caminho, já que na aldeia o ensino chega apenas ao 2º grau. Apesar de em Barra do Bugres/MT, próximo da terra Umutina ter uma faculdade estadual. Então, esses jovens Umutina tem um grupo artístico, onde mostram sua cultura pelo Brasil. Acredito, que essa medida foi muito interessante, que chamo de “ação reversa”, primeiro perderam, reabsorveram e agora disseminam. Parabens Luciano e a todos outros jovens Umutina, que determinados mostra sua cultura recuperada depois dos balaços das carabinas 44 que quase exterminaram seu povo. Sigam em frente, sempre, sempre>

Luis Nassif

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