O plano traçado pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para a região de Gaza após a guerra não foi bem recebido pelos integrantes da Autoridade Palestina.
“Se o mundo quer segurança e estabilidade na região, deve acabar com a ocupação israelita dos territórios palestinos e reconhecer o Estado palestino independente com Jerusalém como capital”, sublinhou Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas, segundo a agência de notícias palestina Wafa.
De acordo com Rudeineh, “quaisquer planos em contrário estão fadados ao fracasso. Israel não terá sucesso nas tentativas de alterar a realidade geográfica e demográfica na Faixa de Gaza”.
“Os planos propostos por Netanyahu visam perpetuar a ocupação dos territórios palestinos por Israel e impedir o estabelecimento de um Estado palestino”, destacou o porta-voz. Vale lembrar que os palestinos desejam um Estado independente, composto pela Faixa de Gaza, pela Cisjordânia e por Jerusalém Oriental.
Desde o ataque cometido pelo grupo extremista Hamas em 07 de outubro, mais de 29 mil palestinos foram mortos pelas forças israelenses, segundo dados do ministério da Saúde de Gaza, enquanto autoridades israelenses projetam a morte de 1,2 mil pessoas.
Controle de Israel em Gaza
Entre outros pontos, Netanyahu quer a “desmilitarização completa”, o fim da fronteira sul da região com o Egito – dando assim total controle a Israel da entrada e da saída do enclave.
Atualmente, o Egito responde pelo tráfego do acesso à fronteira sul de Gaza, por meio da passagem de Rafah. Segundo a CNN norte-americana, que teve acesso ao documento, o plano diz que Israel irá cooperar “tanto quanto possível” com os egípcios, em coordenação com os Estados Unidos.
Netanyahu também quer a revisão da administração civil e a “desradicalização” dos sistemas educacionais de Gaza, acusados por Israel e aliados de promover ódio e antissemitismo.
Os planos incluem ainda o corte de financiamento do Qatar para Gaza e ações para acabar com a Agência das Nações Unidas que apoia os refugiados palestinos, que já se encontra à beira do colapso por conta da falta de financiamento de diversos países ocidentais, entre eles os Estados Unidos e a União Europeia.
Desenvolvido pelo premiê após semanas de críticas, o plano não reconhece a existência de um Estado Palestino independente, mesmo após as sinalizações de aliados como Reino Unido e Estados Unidos e o julgamento em andamento no Tribunal Internacional de Justiça, por considerar “uma enorme recompensa ao terrorismo”.
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