A sabatina com o ministro Teori Zavascki no Senado

Do Estadão

Oposição quer garantia de que novo ministro não julgará mensalão

Substituto de Cezar Peluso, Teori Zavascki participará de sabatina nesta terça

Eugênia Lopes, de O Estado de S. Paulo

Minoria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a oposição vai tentar arrancar do ministro Teori Zavascki, indicado pela presidente Dilma Rousseff para o Supremo Tribunal Federal (STF), a garantia de que ele não irá participar do julgamento do mensalão. A sabatina de Zavascki na CCJ está marcada para a tarde desta terça-feira, 25, e os oposicionistas estudam obstruir a sessão, caso o futuro ministro do STF não assegure sua disposição de ficar de fora do julgamento do mensalão.

Parlamentares do PSDB, DEM e PDT consideraram “suspeita” a pressa do governo em aprovar o nome do ministro para o STF. Eles temem que Zavascki, assim que assumir a cadeira no Supremo, peça vista do processo do mensalão, o que suspenderia o julgamento. Mesmo que o ministro garanta que não vai participar do julgamento do mensalão durante a sabatina na CCJ, a oposição receia que ele mude de ideia, quando chegar ao Supremo.

“O ministro Dias Toffoli disse na sabatina que se declararia impedido de participar do mensalão e olha o que ele está fazendo”, argumentou o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR). “Há uma suspeição não sobre o nome de Zavascki, mas sim sobre essa rapidez para aprovar no nome dele no Senado”, disse o senador Cristóvam Buarque (PDT-DF). “É uma pressa suspeita”, reforçou o líder tucano.

Para tentar adiar a aprovação do nome de Zavascki para depois do primeiro turno das eleições municipais, a posição estuda prolongar a sessão desta terça da CCJ. Dessa forma, haverá coincidência da votação do nome do ministro com a análise do Código Florestal pelo plenário do Senado, que perde a validade no dia 8 de outubro. Pelo regimento, as comissões são obrigadas a encerrar a sessão, quando há votação no plenário da Casa.

“Não temos número para derrubar a indicação. Então, o que podemos fazer é ganhar tempo para começar a ordem do dia no plenário do Senado e suspendermos a sabatina e a votação da indicação na CCJ”, disse o líder tucano.

Enviada ao Senado no último dia 10, a indicação de Zavascki para ocupar a cadeira de Cezar Peluso, que deixou o Supremo no início de setembro ao completar 70 anos. Na mesma semana, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), apresentou seu parecer defendendo a nomeação de Zavascki. A oposição não pode mais pedir vista do processo. A pressa de Renan foi considerada uma manobra pela oposição, que suspeita de o peemedebista ter agido a pedido do Palácio do Planalto.

Zavascki pretendia fazer uma visita na segunda-feira, 24, à tarde no Senado para buscar apoio a seu nome e se apresentar aos parlamentares. Mas, ele desistiu e desmarcou a conversa para evitar passar a impressão de que estaria pressionando os senadores a aprovarem o seu nome.

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador