Janot impede Cunha de manobrar no STF com a renúncia

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à Presidência da Câmara “não altera em nada” o seu afastamento pelo Judiciário. O posicionamento de Janot foi em resposta à tentativa da defesa do peemedebista de reverter a decisão do STF.
 
Para Janot, “está muito bem estabelecido” pelo Supremo que Cunha, “denunciado e investigado em vários feitos, por vários fatos gravíssimos em concreto” foi afastado não só do cargo de presidente da Câmara, como também “expressamente do exercício parlamentar”.
 
O procurador-geral respondeu: “nem se diga que o fato notório, com a renúncia do requerente ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados, alteraria a situação ora posta”. 
 
Os advogados do deputado questionaram a falta de avaliação de Teori Zavascki, ministro relator dos casos da Lava Jato na Suprema Corte, sobre o recurso que perguntava o “alcance” do seu afastamento pelo tribunal. A ação da defesa caiu, contudo, nas mãos de Celso de Mello, que negou o pedido. Mas os advogados questionaram que quem deveria decidir era o ministro relator.
 
Apesar de ainda não apontar sua análise, Teori já liberou o deputado para fazer a sua defesa no processo de cassação, na Câmara dos Deputados. Com isso, Cunha é esperado na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ainda nesta terça-feira (12). 
 
Também nessa linha se posicionou o PGR: “Quando necessário comparecer justificadamente para prestar algum esclarecimento de forma pessoal, nenhum óbice para o requerente ir ao Parlamento”, disse Janot, fazendo a ressalva de que a presença de Cunha na Câmara é restrita à sua defesa.
 
“Mas limitado só e exclusivamente ao exercício de sua defesa pessoal quando imprescindível. Nas demais situações, há proibição expressa de sua atuação político-partidária em face do seu cargo do qual está afastado”, completou.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Estratégia de Cunha

    Cunha está desmoralizando e provocando o STF, pois, afastado, continua influenciando descaradamente na Câmara. Talvez seja a sua edtratégia, porque QUER  ser preso enquanto tem o foro privilegiado. E talvez o STF não dê ordem de prisão justamente para não fazer seu jogo e para ele cair na primeira instância.
     

  2. O cínico e seu jogo de cena.

    Prezados,

     

    Falando sério, algum de vocês ainda se deixa levar pelo cinismo de Rodrigo Janot? A manchete deveria ser outra: “Janot chancela a manobra de Cunha no STF, com a renúncia.”

    A manobra de Eduardo Cunha – primeira parte da sórdida trama que pode salvar não apenas o mandato de deputado, mas levá-lo à absolvição no STF – foi executada com perfeição e agora confirmada por Rodrigo Janot. Essa menção a uma negação de recurso que permitisse o retorno de Eduardo Cunha ao exercício do mandato parlmentar é só para desviar a atenção dos incautos. O que importa é o seguinte: manobrando na CCJ, Eduardo Cunha adia o processo de cassação para agosto, talvez depois do desfecho do golpeachment. Se o golpe for consumado, são muito grandes as chances de Eduardo Cunha escapar da cassação. Mantendo o mandato, Eduardo Cunha será julgado não pelo plenário do STF, mas pela 2ª turma, presidida por gilmar mendes e que tem como integrantes dias toffoli e celso de mello; GM e toffoli são votos certso pela absolvição de EC e celso de mello um voto provável.

    Portanto, ao contrário dio que está propalando Rodrigo Janot, a manobra quase perfeita de Eduardo Cunha segue seu curso e pode ser muito bem sucedida. Posso estar errado? Claro? Até torço para estar. Mas a seqüência dos fatos mostra que minhas previsões podem se confirmar. A ver.

     

  3. Como todos sabem, Janot e

    Como todos sabem, Janot e todo o judiciário, respondem e prestam serviços à elite-ralé.  E todos tem altíssimos salários pagos por 206 milhões de moradores no País. O que os 206 milhões não sabem é que, nos próximos 36 meses, pagarão um aumento superior a 60% nos proventos “destes bravos servidores”… Sim, + de 60%!

    O que ninguém duvida é que Cunha e sua laboriosa família, nunca serão submetidos a “Inquisição” que os Petistas estão passando. Tudo o mais é a farsa manjada e muito bem paga, não acham? 

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