Moro responde Dilma sobre delação, e Barbosa ataca TCU e TSE

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O juiz federal Sergio Moro, da Operação Lava Jato, e o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, chamaram a atenção da mídia, no último dia 29, por terem disparado frases polêmicas sobre, no primeiro caso, a opinião de Dilma Rousseff (PT) em relação à delação premiada e, no segundo caso, sobre o papel do Tribunal de Contas da União e do Tribunal Superior Eleitoral no processo de impeachment da presidente.

Durante palestra em Campos do Jordão (SP), Barbosa disse que o TCU não tem “estrutura” para conduzir “algo de tamanha gravidade” como seria a deposição de Dilma. Segundo ele, o órgão que julga o exercício fiscal do governo relativo a 2014 é um “playground de políticos fracassados”. 

“O TCU não tem estrutura suficiente para conduzir algo de tamanha gravidade. Impeachment é coisa muito séria. É um processo que sabemos como começa, mas não como termina. Precisa ser algo muito bem baseado, com provas chocantes envolvendo diretamente o presidente. Sem isso, nós sairemos perdendo.” 

“Questionado se o TSE teria essa capacidade [de abrir caminho para o impeachment], Barbosa disse que a instituição tem quase um terço de sua composição de representantes da advocacia eleitos para mandato de dois anos e vê isso como um ‘elemento fragilizador’. (…)  Na avaliação do ministro, o TSE também não teria capacidade de tirar um presidente.” As informações são do Valor Econômico.

No mesmo dia, durante palestra da OAB em Jabaquara (SP), Sergio Moro respondeu a presidente Dilma, que em junho comentou que não “respeita fala de delator” ao referir-se à colaboração do empresário Ricardo Pessoa, da UTC, que afirmou ter feito doações à campanha de reeleição da petista sob pressão política de agentes da Petrobras e do PT supostamente envolvidos nos esquemas da Lava Jato.

“Às vezes, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas de crimes são os próprios criminosos. Uma das regras é que tudo o que o colaborador disser, precisa encontrar prova de colaboração. (…) É traição? É traição, mas é uma traição entre criminosos. Não se está traindo a Inconfidência Mineira, não se está traindo a Resistência Francesa – disse o juiz no encontro com advogado”, disse Moro, segundo relatos de O Globo.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

38 Comentários

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  1. Delação com provas

    Bueno, desde que no julgamento não apareçam com o lero que “embora não tenha provas cabais a literatura me permite te ferrar” nem o remédio jurídico ‘domínio do fato’ importado dos julgamentos de crimes de guerra e que mais parece coisa de charlatão receitando o mesmo tratamento pra faringite ou hemorróides, tudo bem. Justiça é isso, acusação de crime, provas e penalização compatível . Fora disso é perseguição, politicagem, judiciário corrompido ou um maluco com a chave da cadeia na mão.

  2. Um absurdo!
    Este juiz show falar em politica.
    Devia se deter e calar nos autos tecnicamente e fazer o seu papel de cidadao. Nada destina ser dele ou de quer um. A lei e a justica pertence a nacao.
    A justica eh a estrutura da protecao da soberania nacional como as forcas armadas. Um a constituicao e outro a integridade nacional. Nada a falar e comentar. Seu papel juizinho!
    Quer hora um juizinho manda prender um desafeto!

    1. completando!

      Um absurdo: É traição? É traição, mas é uma traição entre criminosos.

      Esta bem! É roubo, mais é um roubo entre ladroes! É roubo de um juiz contra os empregos dos brasileiros!

      Traição é trair!

      qua!qua!qua!

      Traição é trair alguém, quando significa uma falta, revolver o certo e evidente no que se esperava encobrindo, sendo desleal e descumprir com o compromisso assumido.

      Do dicionário seu juizinho!

      – Traição é um substantivo feminino que remete para o ato de trair e significa uma falta de lealdade, quebra de fidelidade e confiança.

      Onde esta a diferença entre traição dos Inconfidentes e do lava a jato. Só na sua cabeça de camarão!

  3. Vai estudar Sergio Moro antes de falar bobagem

    Na época da Inconfidência Mineira, a traição não foi vista como traição, tal como ocorreu na condenação de Cristo, e nas histórias de delação em geral,   no momento foram vistas como normais, no nazismo e em Guatánamos, em seu tempo,  a delação foi vista como um bem para a humanidade,  nem a Igreja Católica viu, em muitos momentos da nossa história delatores abriram o bocão pensando em estar servido a uma boa causa…o Cabo Anselmo é um exemplo clássico do quanto o delatar diminuir torturar matar para salvar a própria pele é um crime e deveria constar da Biblia como o único pecado do mundo pois quem quem furta ou mata ou rouba está tomando uma atitude de depreciação do utro…o opossto de delatar é relatar…relatar é descrever com base na verdade dos fatos e não mentir para salvar-se….vai estudar Sérgio Moro antes de falar bogagem

    1. o problema é que um carinha

      o problema é que um carinha assim acha que sabe o que é o processo histórico,quer dizer ,êle sabe de que lado está e faz de conta que não está nú.

       

      o resto ,acha-se um bom cronista e fazemos a história ser contada assim se achar melhor

       

       

      é só inventar um mito e boa!

    2. Perfeito José, parabéns.

      As maiores atrocidades que a humanidade já cometeu aconteceram, sem exceção, a pretexto de se praticar o bem. Falsários argutos, muito bem articulados, sem nenhum escrúpulo e com acentuada vocação despótica ludibriaram as massas e, sob aplausos dessas, arrastaram seus (deles) inimigos – muitas vezes meros opositores – para o cadafalso. Em todos os casos o povo só se deu conta da empulhação muito tempo depois, quando já era tarde.

  4. Pegadinha de advogados.
     
    TCU

    Pegadinha de advogados.

     

    TCU não tem é atribuição! Estrutura é irrelevante para quem não tem esta atribuição.

    Se vc não nota a pegadinha, corre o risco de até concordar.

  5. Os advogados dos envolvidos

    Os advogados dos envolvidos no dito “lava-jato” devem rever seus posicionamentos jurídicos, pois, sabem as ostras, as delações estão sendo “montadas” dentro do mesmo raciocínio que “desnorteia” as declarações de ajuste do IRPF dos profissionais liberais: assim, primeiro, pergunta-se quanto ele aceita pagar de imposto, depois, monta-se sua remuneração de acordo com o acertado. Nem mais, nem menos. Assim na “lava-jato”, primeiro decide-se (quem, quem, quem?) quem deve ser criminalizado pela colaboração, depois, com extratos bancários em mãos e anotações de agendas (por exemplo), montam-se as “estórias” criminalizantes. Obviamente que o dinheiro que saiu do empresário como doação à campanha política registra a saída da conta da empresa e a entrada nas contas partidárias, daí a ser crime… Não se enganem, delações capitaneadas pelo youssef da vez (e de sempre) é “estória” das mais corrompidas (afinal, o youssef é o delator-chefe do (des)moro(nado) há muito e muito tempo… Estaria eu apenas especulando?

  6. OURO PARA A CÂMARA DOS LORDS

    A aplicação da lei de delações premiadas, seria sem dúvidas um instrumento para desvendar crimes de corrupção mais sofisticados.

    Mas, o juiz MORO apoderou-se dela e deturpou  seus princípios basicos.+

    O que a gente viu no vídeo em que Paulo Roberto presta depoimento em juízo, foi ele agir como se estivesse numa sala de reunião informal, entre amigos.

    Estava totalmente descontraído, apesar de dizer que tem medo de ameaças e ironicamente retirou o esqueleto do Celso Daniel do armário, coisa que a DIREITA só costuma fazer,  em época de eleições.

    Ri, brinca, debocha, faz ilações e piadas, só faltando um copinho de whisky pra brindar a tornozeleira, e os milhões já previamente camuflados, provavelmente em jóias e ou, em barras de ouro.

    Aliás um fator preponderante e propositadamente esquecido nas apreensões, foi o OURO.

    As barras e ou os certificados, não foram procurados e por isso não encontrados.

    O mais incrível, é que nos fatos por ele e por outros relatados, e que cada vez mais fica bem explicito, é a SELEÇÃO dos VAZAMENTOS e dos FATOS a serem APURADOS.

    Além é claro, do CONLUIO  “JUDIMIDIPARTIDÁRIO”, facilmente detectado pelos comuns e estranhamente ignorado pela CÂMARA dos LORDS.

     

    1. ainda não li os demais comentários (vou lê-los) mas discordo

      discordo do comentário que me antecedeu (SILOÉ):1 – porque rir, contar piadas, etc pode ser sinal de nervosismo, nervosismo disfarçado (eu disse pode);2 – os vazamentos: quem paga fortunas por um vazamento, que rede de televisão tem esse poder? pois tem. 3 – vi numa entrevista, não lembro quem, foi um juiz, dizer que o Brasil pegou as falhas de outros países que têm delação premiada e as evitou, e melhorou. Por sinal, não foi uma delação premiada a única testemunha no Caso Battistti? E em que termos…

  7. .

    “…Sem isso, nós sairemos perdendo.” 

    Barbosa? Aquele enviado ao ostracismo dizendo isso?

    Ele está sofrendo da síndrome do carrinho de bebê?

  8. Moro falou que não estava nem

    Moro falou que não estava nem aí para as consequências economicas da  Lava Jato.  Disse que existiu roubo e deu como exemplo a Refinaria Abreu e Lima, que foi orçada em 2 bilões e já está em 30 bilhões. Conclusão dele: roubo de 22 bilhões.

    Pergunto, se fosse um mínimo honesto, ou menos ignorante,  agiria da seguinte forma. 

    Faz uma auditoria, orça o que foi feito e vê o que foi pago. A dferença do pago a mais é que seria o roubo.

     

     

  9. Concordo com Moro, nesse caso

    (não tive paciência de ler nos jornais, blogs, etc, nem de acompanhar o comportamento do Moro que dizem estar sendo seletivo, sei lá). Mas neste caso, acho que ele tá certíssimo. A delação premiada só pode ser premiada se apresentar provas. (Precisaria reler um ótimo livro de Lungarzo sobre o processo Battisti pra saber se o delator apresentou provas ou não).

  10. Delações na Lava-Jato – Vícios Legais e Políticos

    Jacinto de Miranda Coutinho, Professor Titular da UFPR e advogado com atuação na Operação Lava-Jato, expõe a motivação política internacional para a Colaboração Premiada instituída pela Lei 12.850/13, trata dos vícios constitucionais do instituto e de sua equivocada aplicação na Operação Lava-Jato. Palestra Proferida no II Seminário Internacional de Direito Penal, em 14/08/2015, na Escola da Magistratura do Rio de Janeiro. (a partir de 22 min, 35 segs)

    https://www.youtube.com/watch?v=eLackYwttZ4

  11. O Juiz Moro foi de uma

    O Juiz Moro foi de uma sutileza “elefantina” ao responder a presidente Dilma, Extrai-se das suas declarações que o “criminoso” Ricardo Pessoa da UTC apenas delatara a “criminosa” Dilma Roussef. Nada de delação a uma causa nobre. 

    Por extensão temos também um pré-julgamento, algo inadmissível e que nega toda e qualquer noção de Justiça.

    Claro que pode nem ter sido essa a intenção do magistrado, mas que pode ser assim apreendida, isso é fato. Dar-lhe-ei o benefício da dúvida, merce dele ter negado isso a presidente que fez uma declaração descabida e intempestiva, mas sem nenhuma intenção de depreciar o Judiciário ou a pessoa do juiz em questão. 

     

     

    1. Mas JB, como se pode extrair

      Mas JB, como se pode extrair da fala do juiz essa ilação sobre Ricardo Pessoa ter delatado Dilma Roussef? Dilma não é objeto de qualquer delação, e não vi sequer insinuação sobre isso no que falou o juiz.

      1. Tudo bem, Nira. Posso ter

        Tudo bem, Nira. Posso ter exagerado nessa leitura da entrelinhas. Ocorre que a fala da presidenta Dilma, que inclusive sofreu críticas minhas pela impertinência, foi induzida pelo teor da delação do Ricardo Pessoa,a saber:

        http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/06/1648493-delacao-de-empreiteiro-aumenta-pressao-sobre-governo-dilma-e-o-pt.shtml

        Ele não delata Dilma pessoalmente, mas revela ter doado R$ 7,5 milhões à campanha da ex-presidente por coação; por temer ser prejudicado nos seus negócios com a Petrobras. A resposta da presidente foi por conta disso. 

        Insinuar é dar a entender algo de forma sutil. Assim, a resposta do Juiz mediante o uso de analogias do tipo PODE(é apenas uma possibilidade) se apreendida como uma insinuação. Nesse sentido, a resposta dele a presidente foi – a meu ver – mais desastrosa. 

    2. “Às vezes, as únicas pessoas

      “Às vezes, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas de crimes são os próprios criminosos. Uma das regras é que tudo o que o colaborador disser, precisa encontrar prova de colaboração. (…) “

      Você não está dando benefício de dúvida coisa nenhuma, tem provas que Dilma é criminosa? 

      Você tem provas que doações de campanha declaradas e aprovadas pelo TSE é propina?

      Você precisa se aposentar pelo PSDB? 

  12. “Sem isso, NÓS sairemos

    “Sem isso, NÓS sairemos perdendo.” Entenderam a frase do JB? Agora, o problema lá do dr. Moro não é a delação, o problema é q ele serve aos tucanos. Eel é parcial, e portanto nem pode ser considerado juiz. É uma aberração q custa 77 mil reais por mês aos cofres público.

  13. Moro é figura fácil de ser
    decifrada: é um tucano de largos costados e “saber jurídico”, nada saído da boca ou caneta dele mais me surpreende; quando não ataca o PT diretamente, sai cinicamente em defesa do PSDB com a já célebre frase “não vem ao caso”.

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