PF volta a investigar ligação de Adélio Bispo com PCC

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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As especulações sobre a suposta relação do PCC com a facada em Bolsonaro surgiram logo após o atentado

Seguindo a linha da defesa de Jair Bolsonaro (PL), a fim de promover novamente sua campanha eleitoral a cerca da facada de 2018, a Polícia Federal voltou a considerar uma possível relação entre Adélio Bispo, autor do atentado contra o mandatário, e o Primeiro Comando da Capital (PCC).

As especulações sobre a suposta relação do PCC com a facada em Bolsonaro surgiram logo após o atentado, porque um dos advogados da equipe de defesa de Adélio também atende integrantes da facção.

Bolsonaro sempre manifestou publicamente sua insatisfação com as conclusões anteriores das apurações conduzidas pelo delegado Rodrigo Morais Fernandes, que foi encarregado do caso até o ano passado e não encontrou indícios da participação de terceiros e concluiu que Adélio agiu sozinho. 

O ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF), já havia descartado, inclusive, a ligação do PCC com o atentado. O Ministério Público Federal (MPF) concordou com o decano e propôs o arquivamento da investigação. 

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Em dezembro passado, no entanto, o delegado Rodrigo Morais deixou. Em seguida, uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) autorizou a PF a periciar celulares apreendidos com os advogados da defesa de Adélio, atendendo um pedido de Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro. 

Até então, uma liminar obtida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) impedia a tal perícia. Com a ação, no entanto, a apuração foi reaberta pela PF e o delegado, Martin Bottaro Purper, um dos maiores especialistas em PCC dentro da corporação, passou a encabeçar o caso. 

De acordo com fontes ouvidas em sigilo pela coluna de Rodrigo Rangel, no Metrópoles, a hipótese de ligação de Adélio com o PCC voltou a ser considerada a partir de registros encontrados em um dos celulares periciados. 

Contudo, esta nova etapa das investigações não devem ser concluídas antes das eleições, mas a PF deverá fazer um pedido à Justiça em breve, informou a reportagem. 

Com isso, Bolsonaro e seus apoiadores devem voltar a promover o assunto que alavancou a sua campanha em 2018.

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Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

2 Comentários

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  1. PeNso que a ideia é manter Adelio trancafiado e isolado na penitenciária federal, para que não possa abrir o bico antes das eleições. Uma vez que a junta médica esta avaliando a sanidade mental de Adelio, pode ser que eles decidam transferi-lo para um hospital psiquiátrico, onde repórteres e familiares possam falar com ele. Com a história do PCC mais seguro mantê-lo em prisão de segurança máxima. O que precisam assegurar mesmo, é que a PF não investigue os elos de Adelio com a família Bolsonaro. Por que será que, no dia do atentado, Carluxo também estava em Juiz de Fora? Lembro que ele deu uma entrevista dizendo que viu Adelio se aproximar dele e ele rapidamente entrou no carro, para não falar com ele. Então: 1- Ele conhecia Adelio; 2 – O que Adelio queria falar com ele? 3 – Porque não poderiam ser visto juntos?

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