Por defender Moro contra Lula, presidente do TRF-4 pode ser investigado pelo CNJ

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto-montagem: Brasil247
 
Jornal GGN – Após o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Carlos Eduardo Thompson Flores, afirmar que a sentença de Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é “vai entrar para a história” e “é tecnicamente irrepreensível”, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) entrou com representação contra o desembargador.
 
A declaração do presidente do TRF-4, tribunal responsável por revisar as condenações e decisões do juiz de primeira instância, Sergio Moro, na Operação Lava Jato, foi feita em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, divulgada neste domingo (06).
 
Além de ter se manifestado favoravelmente ao despacho de Moro, o desembargador, que não é o relator das revisões e dos recursos de Lula e tampouco integra a Turma que julgará o caso, chegou a comparar a sentença ao caso de Vladimir Herzog, morto durante a ditadura militar.
 
“O juiz Sérgio Moro fez exame minucioso e irretocável da prova dos autos. Eu comparo a importância dessa sentença para a história do Brasil à sentença que Márcio Moraes proferiu no caso Herzog, sem nenhuma comparação com o momento político. É uma sentença que vai entrar para a história do Brasil. E não quero fazer nenhuma conotação de apologia. Estou fazendo um exame objetivo”, disse na entrevista.
 
Com a manifestação e o posicionamento do presidente do Tribunal, o deputado do PT decidiu protocolar uma representação contra ele no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Essa postura não é ética. Estou entrando com a representação contra ele, que está violando totalmente a Lei Orgânica da Magistratura, que proíbe esse tipo de comentário em processos em andamento, faça ele parte do processo ou não”, disse Damous.
 
“Embora ele não seja da 8ª Turma (responsável pelo recurso de Lula), como presidente ele pode ter que dirimir alguma questão do processo. Ao dar essa declaração, no mínimo, ele tem que se dar por suspeito ou impedido em qualquer ato que tenha que praticar que diga respeito a esse processo. Em segundo lugar, ele praticou uma falta ética disciplinar”, completou o deputado.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

18 Comentários

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  1. Não vai acontecer nada mas é

    Não vai acontecer nada mas é uma ótima iniciativa… quem sabe o cabelo ensebado aprende uma lição que já deveria saber.

  2. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. No cnj? Ora, caro Deputado, o cnj não existe, né, dona carmencita? E, se porventura voltar fosse ectoplasma, quem manda na corregedoria do mesmo é o anoronhado servil ao gilmau. Ou seja, nada acontecerá a ninguém nesse embroglio. São todos acumpliciados com os temeristas-GOLPISTAS-ladrões. Aí está a cuspida desse gilmau sobre o janot(a). Há muito perderam o pudor, a vergonha, a ética e a moral. Dão nojo a quem é obrigado a morar neste país de merrecas.

  3. Perfeito o deputado Wadih

    Perfeito o deputado Wadih Damous. Há de se agir contra estas manifestações bizarras que beiram o cinismo numa afronta inacreditável ao estado de direito brasileiro.

    Tem que parar com esse negócio de manifestações, de denúncias em blog e partir mesmo para denúncias e representações contra estes prevaricadores na justiça e nos órgãos de controle.

  4. Despiste

    Estou achando que este senhores estão cometendo erros com a intensão de despistar o essencial: o LULA se mostrou, provou ser inocente e eles precisam condená-lo, então quanto maior a bagunça melhor. Quanto mais disparate, melhor. 

    Aliás a lava jato foi tudo isso. O que seria fácil, condenar o LULA, se mostrou inviável, então este rebuliço todo, cometendo todos os tipos de irregularidades e barbaridades e destruindo o país para no final banalizar o erro máximo: a condenação do LULA.

    Como o próprio juiz disse: é uma missão.

     

  5. violações sucessivas…

    com cada um dos que participam usando e abusando das suas, pessoais

    não atacar o conjunto é perda de tempo

    o mesmo que acreditar que o CNJ vai emitir laudos de vistoria

  6. Sondando a opinião sobre possível condenação de Lula em 2ª Est.

    Lula continua sendo a pedra no sapato dos golpistas e não descansam enquanto não o condenarem a pena de prisão que o torne inelegível em 2018, mas elles, os senhores dos golpesna América Latina sabem que a imensa maioria dos brasileiros está com ele e tirando-o do pleito, provocam um grande conflito social que afetará todo o continente e o maior prejudicado será o país delles que possui uma população de dezenas de milhões de latino-americanos que estão com Lula pela certa.

    Por isso, usam seus vis lacaios para sondarem a opinião pública.

    1. Imensa maioria? Se 30% é
      Imensa maioria? Se 30% é imensa maioria o que será do Brasil. Democracia é a vontade da maioria, nunca deveria ser eleito um presidente sem no mínimo 51% dos votos, abaixo disso nunca será uma verdadeira democracia. Parece que querem outra Venezuela por aqui, olhem e reflitam.

  7. *

    Os holofotes da mídia aliados às vaidades de certas autoridades fazem-nas perderem a decência e o respeito às leis que elas próprias falsamente dizem respeitar.

  8. O morro vai ver que se
    O morro vai ver que se organizar em células – eles tiveram a experiencia recente dos rolezinhos – para que assim a Senzala possa se rebelar contra a Casa Grande….alias a Senzala nunca se rebelou de forma eficaz neste pais, dai os abusos cometidos por esses capitães do mato.

  9. Vale ou não ??? 
    LEI ORGÂNICA

    Vale ou não ??? 

    LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA:

    Art. 36 – É vedado ao magistrado:

            (…)

            III – manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério.

     

    1. Ou seja: Ele desrespeitou a

      Ou seja: Ele desrespeitou a lei, de forma clara e inequívoca. Portanto, é um fora-da-lei (aquele que não respeita as leis), ou seja: um criminoso.

      Por que a Justiça insiste em manter um criminoso nos seus quadros?

    2. Ora, a lei!

      Se nem aquele “livrinho”, redigido em 1988, os preclaros magistrados se submetem mais a respeitar, o que dizer da suposta lomam, que não passa de um diploma esculpido nas lojas das irmandades judiciárias?

      Quem vai apreciar a denúncia contra ele, se vier a ser apresentada? Os conselheiros do suposto CNJ? 

  10. A boca torta de Carlos

    A boca torta de Carlos Eduardo Thopson Flores Lenz.

    Como no dito popular: “o uso do cachimbo pode entortar a boca” (do proverbio inglês “o uso do cachimbo faz a boca torta”).

    Com ranços administrativista (militando na área administrativa e civil de uma Justiça – de fundo – administrativista) e condenatório (ex membro do MP) Carlos Eduardo pouco ou mal entende de Direito Penal e seu Processo (é o que se concluiu de sua inoportuna, inesperada e incorreta entrevista ao Estadão de domingo passado). 

    Assim, lembrando velha advertência de que “não vá o sapateiro além das sandálias” (atribuido ao pintor grego Apeles), Carlos Eduardo teria feito bem não tivesse se manifestado sobre matéria que não tem pleno e completo conhecimento e, ainda, não ferisse regra da Lei Orgânica da Magistraura.

    Conta-se que Apeles expunha uma pintura e escondido ouvia a opinião do público até quando um artesão sapateiro começou a criticar o quadro, apresentando-se ao artesão teria o pintor advertido: “não vá o sapateiro além das sandálias”, ou seja, cada um deve tecer críticas do que entende.

    Daí a máxima latina: “Ne sutor ultra crepidam judicaret”

    ***

    Breve curriculo de Carlos Eduardo Thopson Flores Lenz:

    Natural de Porto Alegre. Graduou-se em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), de São Leopoldo (RS), em 1985.

    Quatro anos depois, tomou posse como procurador da República, sendo promovido a procurador-chefe da Procuradoria Regional da República da 4ª Região em 1996.

    Thompson Flores tornou-se desembargador federal em 2001, assumindo, no TRF, vaga destinada aos membros do Ministério Público.

    Presidiu comissões examinadoras de dois concursos para juiz federal substituto.

    Presidiu a 3ª Turma, especializada em Direito Administrativo, Cível e Comercial, por dois mandatos. Em sua carreira no tribunal, também foi membro do Conselho de Administração e da Corte Especial.

    Em 2013 foi empossado como membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, em cerimônia realizada no Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA), ocupando a cadeira que pertenceu ao seu trisavô, o Coronel Thompson Flores.

    Hoje é Presidente do TRF da 4a. Região (RS,SC e PR) para o biênio 2017-2018

    ***

    LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA:

     

    Art. 36 – É vedado ao magistrado:

            (…)

            III – manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério.

     

    ***

    Ver artigo de Lenio Streck

     

    https://jornalggn.com.br/noticia/presidente-do-trf-4-pode-falar-sobre-a-sentenca-de-moro-por-lenio-luiz-streck#comment-1127569

     

     

  11. Matéria publicada neste site:

    Matéria publicada neste site: “Xadrez de como a Lava Jato protegeu Miguel Temer”, por Luis Nassif (04/08/2017) vale como Representação ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público para que se apure possíveis infrações funcionais e penais de Sérgio Moro e dos Procuradores Federais de Curitiba denunciantes.

    Urge assim se proceda.

     

  12. A irretocabilidade da sentença moriana e minha carreira poética

    Eu tava de saco cheio de viver numa cidadezinha besta do interior brasileiro, do tipo daquela cidade em que o Sumo Bardo de Língua Portuguesa, Carlos Drummond, fala em um dos seus poemas. Para evitar o suicídio, decidir ser poeta. Prá começar a minha carreira literária, escrevi logo dois poemas e os levei ao poeta-mór daquela pequena cidade a fim de que ele os avaliasse. Contei-lhe a minha decisão e ele me incentivou muito e ficou muito alegre.

    Dei-lhe então o primeiro poema. Quando ele o leu, me disse: o seu segundo poema é melhor do que este primeiro.

    Eu lhe perguntei: “Como você sabe que o meu segundo poema é melhor do que o primeiro, se você não leu o segundo?”

    Ele respondeu: “Pior do que esse que acabo de ler é impossível”.

    Qualquer semelhança entre a minha carreira literária e a sentença Jatomoriana é mera coincidência.

  13. Ao mesmo trf4 que escreveu

    Ao mesmo trf4 que escreveu tempos excepcionais ,medidas excepcionais justificando os abusos e violações constitucionais do juiz de piso das araucárias, só o povo na rua contra a onda fascista do sistema judicial brasileiro….

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