“PRF merece ter a sua existência repensada”, diz Gilmar Mendes, após morte de menina de 3 anos

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Infelizmente, menina Heloísa, baleada na cabeça por um agente da PRF, não resistiu

Foto: © Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agencia Brasil

O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, se manifestou neste sábado (16) sobre a morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, que foi baleada na cabeça por um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Rio de Janeiro.

Segundo Mendes, após os recorrentes episódios de violência por parte da PRF, a corporação “merece ter a sua existência repensada”, escreveu em seu perfil na rede social Twitter, o novo “X”. 

Ontem, Genivaldo foi asfixiado numa viatura transformada em câmara de gás. Agora, a tragédia do dia recai na menina Heloísa Silva. Para além da responsabilização penal dos agentes envolvidos, há bem mais a ser feito. Um órgão policial que protagoniza episódios bárbaros como esses – e que, nas horas vagas, envolve-se com tentativas de golpes eleitorais -, merece ter a sua existência repensada. Para violações estruturais, medidas também estruturais”, declarou o decano.

O caso de Genivaldo de Jesus Santos, relembrado por Mendes, ocorreu em junho de 2022, quando o mecânico, de 38 anos, foi trancado por policiais rodoviários no porta-malas de uma viatura e morreu asfixiado com gás de pimenta e gás lacrimogênio, durante uma abordagem, na cidade de Umbaúba, em Sergipe (PE).

Já no segundo turno das eleições 2022, a PRF é acusada de ter realizado blitz em diversos estado no país, em especial nas cidades da região Nordeste, onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha vantagem eleitoral sobre o adversário e então presidente Jair Bolsonaro (PL).

O caso Heloísa

Heloísa foi atingida por um tiro na cabeça, no último dia 7, quando estava dentro do carro da família, no Arco Metropolitano, em Seropédica, região da Baixada Fluminense. A criança estava internada, em Duque de Caxias, desde então. Mas, segundo a prefeitura da cidade, ela sofreu uma parada cardiorrespiratória (PCR) irreversível.

Em nota, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que um processo administrativo para investigar a morte da menina foi instaurado no mesmo dia da ocorrência.

Quanto à apuração de responsabilidade administrativa, reitero que o processo administrativo foi instaurado no mesmo dia da ocorrência. Minha decisão só pode ser emitida ao final do processo, como a lei determina. Também já há Inquérito Policial na Polícia Federal, que será enviado ao MPF e à Justiça”, escreveu Dino, também no Twitter.

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Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

3 Comentários

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  1. Com relação à opinião do magistrado, devemos levar em conta, que pelos fatos ocorridos nas duas últimas décadas, fica evidente os erros cometidos por instituição que deveria se pautar unicamente sobre os aspectos técnicos e não políticos,

  2. Concurseiros desprovidos de senso do dever e excesso de arrogância, excessivamente politizados, que parecem jamais ter noção do que significa ser um servidor público, especialmente da sempre perigosa força de segurança, porque com capacidade de alta letalidade. Na prática um miliciano. Com deveres apenas para o(s) chefe(s) político(s), que julga pagar-lhe. Esquecendo que é o povo quem o paga. Que mundo revolveram do esgoto!

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