Wesley deixa prisão, Joesley permanece preso

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Wesley Batista, sócio da JBS, deixou a sede da Polícia Federal, em São Paulo, na noite de ontem, dia 20. Foi para casa. Depois da burocracia para liberação, Wesley foi liberado. Mas terá que observar algumas regras: fica proibido de deixar o país, de participar de operações no mercado de capitais, terá que comparecem em juízo periodicamente e seu endereço deverá ser atualizado. Também está proibido de manter contato com outros réus e ficará em monitoramento eletrônico.
 
A decisão foi tomada por três dos cinco ministros do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que concederam habeas corpus aos irmãos Wesley e Joesley Batista na prisão por insider trading, com suspeita de terem se beneficiado com a compra de dólares e a venda de ações da JBS após acordo de delação premiada.

 
Wesley saiu, mas Joesley permanece na PF pois tem uma prisão determinada pelo ministro Edson Fachin, do STF.
 
No STJ, o relator Rogerio Schietti considerou acertada a prisão preventiva, mas observou que eles cumprem prisão há meses, enfraquecendo o risco de reiteração no crime, sendo possível substituir a prisão por outras medidas.
 
Os irmãos foram presos em setembro, quando os acordos de delação foram suspensos pela Procuradoria-Geral da República. A delação gerou a abertura de vários inquéritos no STF, além das duas denúncis contra o presidente Michel Temer e uma contra Aécio Neves (PSDB-MG).
 
O advogado dos irmãos Batista, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que foi uma vitória suada, mas merecida. E que a prisão era desnecessária. Pierpaolo Bottini, também representante dos irmãos, fez a sustentação oral no STF e destacou que a decisão foi ‘técnica’, revelando que a justiça tem capacidade e bom senso para manter o respeito à lei, afastando-se das discussões emocionais.
 
O acordo de delação premiada foi rescindido em 4 de setembro por determinação de Rodrigo Janot, então procurador-geral. Janot apontou indícios de omissão de informações sobre práticas de crimes no processo de negociação deste acordo. Raquel Dodge, quando assumiu a PGR, reiterou o pedido, entendendo que os colaboradores omitiram fatos criminosos de que tinham conhecimento.
 
A questão envolveu o ex-procurador da República Marcello Miller, que teria se envolvido no acordo quando ainda estava no cargo. Dodge afirmou que Joesley e Saud descumpriram cláusulas do acordo quando omitiram informações relevantes, como o pagamento de R$ 500 mil ao senador Ciro Nogueira (PP-PI) para se posicionar a favor do impeachment de Dilma Rousseff, a existência de conta no Paraguai em nome de Saud e a participação de Miller na elaboração da delação enquanto ainda membro do Ministério Público Federal.
 
A PGR entendeu que houve descumprimento de dois pontos de cláusula de acordo de delação que tratam de omissão de má-fé, o que justificaria a revisão dos benefícios.
 
O acordo de delação fica suspenso até que o ministro Edson Fachin, do STF, decida homologar ou não a rescisão.
 
Com informações da Folha
 
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

6 Comentários

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  1. A eficiência do Judiciário

    A eficiência do Judiciário brasileiro a$$u$ta. Domingo a defesa dos dois irmãos plantou a notícia de que estavam negociando delação de juize$ e procuradore$. Dois dias depois estão na rua.

    Alguém precisa informar isso para o Palocci que insiste em entregar o Lula que esteve condenado desde sempre. O pacto de sangue foi só para humilhá-lo, Palocci. Ameaça entregar juizes e procuradores que a porta abre.

     

  2. wesley…..

    Na Pátria da Aberração, os Criminosos que extorquiam e achacavam, comandam o país em Presidências da República e do Congresso Nacional. Influenciando e direcionando em nomeações o Poder Judiciário. Enquanto Empresários, Economia e Empregos Brasileiros estão na cadeia. Surreal não abrange o que este país é na sua essência. No Brasil o Crime não compensa. Ele saca na boca do caixa. 

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