A barata ucraniana e o rato russo, por Sebastião Nunes

Como odeio guerras, especialmente essas guerras imperialistas envolvendo pilantras tipo Biden, Zelensky e Putin, escrevi essa sátira, que naturalmente não vai dar em nada

A barata ucraniana e o rato russo

por Sebastião Nunes

            Um rato russo, natural de um vilarejo da Sibéria, resolveu visitar uma parenta ucraniana que, geneticamente modificada, nascera numa carcaça de barata.

            Chegando a Kiev, perguntou a um guarda de trânsito se conhecia sua prima, a barata Fulana.

            Bum!

            – Hein?

            A forte explosão da bomba impediu o guarda de ouvir o rato.

            Bum!

            – Hein?

            O rato desistiu de interrogar o guarda e passou a procurar por conta própria.

            Bum!

            As explosões eram constantes, mas o corajoso rato não desistiu, até encontrar a parenta dentro de um…

            Bum!

            … bueiro.

            – Prima, há quanto tempo! – exclamou (bum!) o rato.

            – Mas, rapaz (bum!), como você engordou! – exclamou a barata.

            – Hein? – respondeu o rato que não entendeu nada depois de “rapaz”.

            – Como você consegue dormir (bum!) com um barulho desses? – o rato já estava irritado com (bum!) tanto barulho.

            – Hein? – indagou a barata que não entendeu nada depois de “dormir”.

            – Hein? – indagou o rato (bum!). – O que foi mesmo que você (bum!) disse?

            Assim não dá para continuar (bum!), disse consternado o autor, de modo que é melhor resumir a fábula.

            Resumindo:

            Enquanto Biden enchia de grana e de armas o rabo de Zelensky, o rato e a barata desistiram de papear em Kiev e rumaram para a Sibéria, mais silenciosa e, na opinião do rato, bem mais civilizada.

            Chegando ao vilarejo natal, o rato reuniu os parentes e ofereceu lauto banquete à ucraniana, com bastante borshch, okroshka, kvass e vodka. Infelizmente, no melhor da festa, uma avalanche de neve soterrou o barraco, e seus ocupantes mal tiveram tempo de soltar um ai.

            MORAL AMORALISTA

            Pobre que é pobre não tem escolha: quando não é ai, é bum.

Sebastião Nunes é um escritor, editor, artista gráfico e poeta brasileiro.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected].

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Sebastiao Nunes

1 Comentário

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  1. Triste realidade, concordo que são os pobres que sofrem com a guerras, mas não só com a guerra quente, mas com a fria, a híbrida, e mesmo na guerra cultural e ideológica. Só há um jeito de acabar com as guerras, entendendo seus motivos. A guerra sendo uma continuação da política, com o objetivo de obrigar o oponente a ceder naquilo que interessa, devemos entender quais são os atores e o que cada lado reivindica. Portanto uma análise dos motivos da guerra na Ucrânia é necessária. Os atores são conhecidos, o ocidente de um lado, representado principalmente pelos EUA e militarmente pela OTAN e a Rússia de outro. Não a Ucrânia não é ator, é meramente o palco, ou como alguns dizem, a bucha de canhão. A expansão desenfreada da OTAN, já alertada há muitos anos por proeminentes das relações exteriores insuspeitos de “comunismo” (como se Putin fosse comunista) como Kissinger, levaria ao embate atual. O ocidente na sede de continuar sua hegemonia apostou que destruiria a Rússia com as sanções, e se livraria do seu maior oponente militar. Ledo engano. Tais ações levaram o mundo a uma catástrofe econômica ainda a piorar, e um risco de guerra nuclear que nem no pior momento da guerra fria havia. Ou a Rússia se entrega e deixa a OTAN em suas fronteiras ameaçando sua segurança, ou o ocidente cede na sua busca de hegemonia a qualquer preço. Ou a diplomacia age e tenta-se chegar a um acordo que possa satisfazer ambas as partes, ou a guerra continuará até um lado vencer. Façam suas apostas.

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