A morte de Gilson Dipp, o juiz que inventou Sérgio Moro, por Luis Nassif

Em fins de 2017, almocei com ele em Brasília, presente na mesa um ex-companheiro do Tribunal Regional Federal da 4a Região.

Agência Brasil

Morto ontem, o ex-ministro Gilson Dipp, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça, foi o pai profissional de Sérgio Moro. Dipp criou as primeiras varas especializadas em lavagem de dinheiro, trampolim que lançou Sérgio Moro no mundo jurídico. Coube a ele, também, indicar Moro como assessor de Rosa Weber, no julgamento do mensalão.

Firmou justa reputação como combatente da corrupção. Mas equivocou-se em muitos momentos, especialmente devido à profunda ignorância nacional sobre as manhas da geopolítica americana. Participou, como conferencista ao lado de Sérgio Moro, do evento de 2009, bancado pelo Departamento de Justiça dos EUA, visando preparar juízes, procuradores e delegados para o combate ao crime organizado.

Foi amplamente prestigiado no governo Dilma Rousseff, por suas intenções sinceras de montar uma estrutura de combate à corrupção.

Em fins de 2017, almocei com ele em Brasília, presente na mesa um ex-companheiro do Tribunal Regional Federal da 4a Região.

Estava acabrunhado, mostrava-se decepcionado  sobre as consequências da Lava Jato. E, principalmente, externou enorme preocupação com a futura posse de Luiz Fux como presidente do Supremo Tribunal Federal. Revelou que alguns Ministros estariam pensando em romper com a tradição da corte, e não votar em Fux – o que acabou não ocorrendo.

Na época em que Sérgio Moro, Ministro da Justiça, ligou para várias autoridades para preveni-las sobre o conteúdo da Vaza Jato, Dipp criticou-o severamente.

É possível que Sérgio Moro tenha se manifestado sobre a morte de seu criador. Mas não encontrei nada nas pesquisas do Google.

Luis Nassif

1 Comentário

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  1. Gilson Dipp não era o cara. Ele negou provimento ao recurso que meu advogado interpôs contra a decisão do TJSP que rejeitou conceder o HC impetrado para trancar uma ação penal injusta que me foi movida por uma juíza osasquence.

    https://www.conjur.com.br/2004-mai-04/stj_nega_fim_acao_penal_calunia_feita_internet

    Eu estava sendo criminalizado por causa de uma crônica em que o nome da tal juíza nem mesmo era mencionado.

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