Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Os Formigões e as temíveis Traçangas

Todo Cabra da Peste que lida ou já lidou com roçados, jardins ou quintais conhece bem as temíveis formigas traçangas. Fazem sempre seu ninho em troncos e raízes de arbustos ou árvores, são pretas e muito agressivas quando são incomodadas. É comum, quando se está na lida, pisar ou dar uma enxadada em um ninho. É o bastante para as trçangas entrarem em pé de guerra e ai daquele que levar uma ferroada. Como não sou alérgico, sinto apenas um terrível ardor por algum tempo, que incomoda demasiadamente.

Não sendo eu um entomologista, deixo de declinar o nome científico das formigas traçangas, porém li na internet que a denominação TRAÇANGA é um regionalismo usado aqui no Ceará e designa diversas espécies de formigas grandes e pretas, de picada dolorosa. Li que são chamadas também de crauçangas, porém nunca ouvi ninguém falar isso.

Em meu quintal há uma raiz de um velho coqueiro, já morto, onde as traçangas fizeram seu ninho e ali é um lugar tabu, proibido para quem não quer ser ferroado.

Como solicitei e recebi do jornalista cearense Miguel Angelo de Azevedo (Nirez) o fonograma da composição denominada FORMIGÕES, datada do ano de 1912, resolvi ilustrá-la com um vídeo do ninho das traçangas. Não ficou muito bom porque capturado com celular e pela dificuldade desse gaiato de 64 anos, que fez a filmagem de cócoras e ainda levou umas três ou quatro ferroadas. De todo modo, cumpriu sua finalidade.

 

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

13 Comentários

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  1. Como criado na roça até os

    Como criado na roça até os 15, tive muitas experiências com essas danadas. Que o compositor acertou em cheio no andamento da música. Que preciosidades essas com que você e o Nirez vem nos presenteando, amigo Luciano! Mais uma excelente publicação desse resgate.

  2. Traçanga é para fracos

    O RITUAL DA TUCANDEIRA

    A passagem da fase de adolescente para guerreiro da etnia Sateré-Mawé. 

    De acordo com Lico Lopes, 47, o ritual Sateré-Mawé consiste em colocar as mãos em uma luva com aproximadamente dezenas ou centenas de formigas tucandeiras.

    A picada da formiga, extremamente dolorosa, representa o ingresso do menino na fase adulta e, ao longo da vida, são necessárias no mínimo 20 sessões da picada.

    “Quem se submete a ferroada recebe a cura e a vacina do guerreiro e dificilmente adoece, tem mais sorte no trabalho, se tornando bom guerreiro, caçador, pescador e pode casar mais cedo”, explica Lico. 

    O ritual inicia com as formigas colocadas em uma pequena luva, tecida de palha de tucumã. As formigas são capturadas e entorpecidas por uma substância retirada da folha do cajueiro. Assim que a cerimônia tribal começa as formigas despertam e os jovens, um a um, enfiam a mão na luva. A primeira reação é o choro que logo se transforma em canto para aliviar as ferroadas. 

    As vozes dos iniciados se misturam e eles entram na dança para aquecer o corpo, que deve ficar em movimento durante 24 horas. Um cantor experiente da entoa as músicas mais tradicionais que relatam aventuras de guerreiros. Seu Antônio Ferreira é o Tuxaua mais antigo dos Sateré-Mawé. Com 94 anos ele conduz a cantoria pela noite até o dia amanhecer.

    Informações (com alterações):

    http://parintins.am.gov.br/?q=35-conteudo-48293-alexandre-da-carbras-participa-de-ritual-da-tucandeira-satere-mawe

    *

    [video:https://youtu.be/NMGQr2TkPdc width:600]

    Recadim pro Véim: O Mineirinho não bebe mel, ele traça as Traçangas que frequentam botequins irados e afins.

    1. O Véi dos gansos!

      Salve Zequita!

      O ganso africano que aparece no vídeo me fez lembrar da minha criação de gansos. Fui um dos maiores criadores de gansos ornamentais de Fortaleza. Criava os africanos e os sinaleiros da China. Tirava reprodução chocando em galinhas caipiras e também em chocadeira. Aos domingos, pegava minha fiorino e ia vender os filhotes já grandões na Feira dos Pássaros. Eu me auto denominava o Véi dos Gansos. Como a postura era frande e nem sempre tinha galinha choca eu vendia também os os ovos férteis. Obviamente eram caros, uma vez que, à época, os gansos ornamentais eram raros aqui em Fortaleza e o preço chegava a duzentos reais por um bom casal. Como sempre fui enjoado, dava cagaço nas pessoas que pegavam nos ovos galados, tendo em vista que os poros dos ovos das fêmeas são muito dilatados e susceptíveis de contrairem bacérias e não prosperarem. Um dia, particularmente aporrinhado, fiz um cartaz com letra garrafais: Favor não pegar nos meus ovos. Nesse dia ninguém pegou!

      Certa vez uma senhora perguntou o preço de um ovo fértil. Respondi que custava cinco reais (o ovo de galinha custava 10 centavos, mais ou menos). Ela arregalou os olhos e disse: – Cinco reais por um ovo? – Sim, minha senhora, não vendo de metade não!

      Fla, fle fli, flo, flui!

      1. Assim falou Zaratustra

                            É o Comandante com a Comandança,

                            O Mineiririnho com a Mineirança

                            E o Ganso c’a Gansa

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