O Artur da Távola disse uma vez que “a música é vida interior, e quem tem vida interior jamais padece de solidão”. Não sei o que ele tinha contra a solidão: já tive tão bons momentos com ela, já me foi uma companheira tão valiosa. E, por falar nisso, esta música do Egberto Gismonti sempre me remete à solidão em branco e preto.
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água e vinho
https://www.youtube.com/watch?v=ddObPMbRJAIEgberto Gismonti & Geraldo Carneiro
Dm Gm/D F Gm A4/9-
Todos os dias passeava secamente na soleira do quintal
Dm Gm/D F Gm A4/9-
À hora morta, pedra morta, agonia e as laranjas do quintal
Bb Bb6 C#5+ D/F# D
A vida ia entre o muro e as paredes de silêncio
Bb/C C7 C#5+ Bb Eb Dm5+/11
E os cães que vigiavam o seu sono não dormiam
Cm B6 Bb Em7/4 A7/4 Gm7/9
Viam sombras no ar, viam sombras no jardim
Dm Gm/D F Gm A4/9-
A lua morta, noite morta, ventania e um rosário sobre o chão
Dm Gm/D F Gm A4/9-
E um incêndio amarelo e provisório consumia o coração
Bb Bb6 C#5+ D/F# D
E começou a procurar pelas fogueiras lentamente
Bb/C C7 C#5+ Bb Eb Dm5+/11
E o seu coração já não temia as chamas do inferno
Cm B6 Bb Em7/4 A7/4 Gm7/9 Dm Gm/D D5-
E das trevas sem fim. Haveria de chegar o amor.