Como cumprir as promessas de fim de ano

adestramento de gente
Olho de tigre, Balboa. Tem que treinar todo dia.

Dezembro está aí e já começo a ouvir (às vezes de mim mesmo) as tradicionais promessas de fim-de-ano. Muitas são tão velhas que lembram um desses parentes que só vemos em velórios.

Mas, afinal, por que isso acontece? Por que há certos assuntos que não conseguimos resolver de uma vez? O problema aqui não é só a procrastinação. Envolve algo ainda mais profundo: o hábito.

Certos hábitos são tão arraigados que mal conseguimos identificá-los. Ficamos pulando de uma dica de produtividade a outra e sempre parecemos estar estagnados nas mesmas manias. Achamos que algumas delas são “naturais”, que formam nossa identidade, não há o que fazer.

Na verdade, elas não passam de padrões de comportamento assimilados com muito custo, aprendidos por meio de repetição sistemática. Nos pegamos dizendo: “sou preguiçoso”. Mas isso não está no seu DNA. De alguma forma, você aprendeu a sê-lo.

Quase tudo o que fazemos dependeu de algum tipo de treinamento. De conversar a fazer sexo. No começo, tudo é um tanto difícil e estranho. Depois, se formos capazes de superar as resistências iniciais da aprendizagem, poderemos tirar prazer daquilo que antes causava ansiedade ou sofrimento. Estou falando alguma novidade?

Para dar esse “salto evolutivo”, precisamos nos apoiar na repetição. É como auto-adestramento: praticar todo dia, até que a mudança se torne automática. Mais que procurarmos novas dicas, precisamos ser capazes de experimentar as que já temos. E não fugir quando bater o tédio ou a dificuldade.

Por exemplo: você não consegue organizar seu dia e se perde em distrações? Faça um compromisso, um voto: “a partir de amanhã, às 9h, vou fazer uma reunião comigo mesmo. Diária. Terei que sair dela às 9h30 com um plano do que fazer no resto do dia”.

Não pense que vai funcionar logo de cara. Você vai encontrar as mais diversas desculpas para escapar do compromisso. “Hoje estou doente”, “quem precisa disso? estou paranóico”, “vou ler outro autor, que ensina um método superior”. Você vai se surpreender com sua criatividade na arte de se enganar.

Mas, se está realmente comprometido em mudar, sair do piloto automático e do plano das eternas promessas, precisa planejar, dividir suas tarefa em pedaços menores e realistas. Depois, partir para a execução. Regular, sistemática e diária.

Durante o processo, acostume-se com os altos e baixos. Não se importe nem com o fracasso, nem com o sentimento muitas vezes ilusório de que você “finalmente conseguiu” superar um padrão de comportamento. Hábitos são engenhosos. Quando você acha que os venceu, eles voltam à tona.

Siga todo dia. Não perca o foco. Repita, repita, repita. Olho de tigre. Quando menos esperar, aquela velha promessa sumirá da sua lista de fim de ano.

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Nesta semana, o Efetividade.net publicou uma ótima série de dicas de produtividade. Vale conferir.

Luis Nassif

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