E começam as escolas cívico-militares no DF

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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DF inaugurou o ano letivo na rede pública com a chegada do modelo cívico-militar em quatro escolas de regiões ao redor do Plano Piloto

Foto Valter Campanato – Agência Brasil

Jornal GGN – O Distrito Federal (DF) inaugurou o ano letivo na rede pública com a chegada do modelo cívico-militar em quatro escolas de regiões ao redor do Plano Piloto. São elas o Centro Educacional (CED) 308 do Recanto das Emas, CED 7 de Ceilândia, CED 1 da Estrutural e CED 3 de Sobradinho. Como explicado, foram escolhidos a partir de análise socioeconômica da região, índices de violência e aproveitamento escolar. O modelo reúne 50 colégios em Goiás. 

Ao todo, no país, 120 escolas atuam em gestão compartilhada entre professores e militares. O modelo é a menina dos olhos do governo federal, que quer incentivar a expansão dessas escolas.

No DF, o governo local começa hoje, segunda, dia 11, a implementar o modelo. Na primeira semana, os alunos farão a adaptação. E usarão fardas típicas de escolas militares somente no terceiro mês de aula.

Se o modelo pegar, a Secretaria de Educação do DF entende que poderão ser estendidas ‘para o restante da rede pública’. Isso significa que 693 escolas adotarão o método militar na educação. E, por aplicativo de comunicação, os pais estarão em contato com a escola. Prática recorrente nesses novos tempos.

Mas o modelo cívico-militar divide opiniões. Os defensores entendem que tal sistema gera índices elevados de aproveitamento escolar e o ensino de disciplinas e regras. Os que não querem o modelo, dizem que não cabe à polícia atuar dentro da escola, e o ideal é intensificar a segurança externa dos colégios.

Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, anunciou o modelo de gestão compartilhada – em que os militares cuidam do administrativo e os professores da parte pedagógica – no dia 11 de janeiro. Em reuniões ocorridas nas férias escolares, foram elencadas as quatro escolas pelos critérios socioeconômicos e de violência, além de avaliações do MEC.

Mais um critério ficou por conta a estrutura física da escola. No novo modelo é preciso que estejam aptas a receber atividades esportivas e musicais no contraturno.

Ibaneis pretende implantar mais 36 unidades do tipo até o fim do ano. E, até o fim de seu mandato, em 20122, quer chegar a 200 escolas.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

8 Comentários

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  1. Aulas no mesmo turno que as militares, salários iguais para professores de ambas escolas, mesma estrutura física, mesmo gasto por aluno, etc.. Vai ser difícil.

  2. Quando chegarem no ensino fundamental II e ensino médio eles desistem. De onde o GDF vai tirar tanto dinheiro pra farda? De onde vai sair tanto policial? E o reajuste dos professores? Seria bom.
    Nada contra esse reforço da polícia nas escolas, mas tem gente achando que é fácil resolver os problemas que temos .sala de aula.
    Vai vendo aí…

  3. Os fatos importantes da história acontecem, por assim dizer, duas vezes: a primeira como tragédia; a segunda, como farsa.
    Essa comédia não demorará se desmantelar, pois se até sólidos se desmancham no ar, quanto mais esse pedido cívico-militar.

  4. É a busca de solução fácil e gravada na cabeça da população nestes novos tempos.
    Dezenas de escolas estão sem condições de uso. As reformas necessárias não foram feitas.
    Minha esposa é professora no DF. Todo o material que ela precisa produzir é feito em casa pela falta de condições nas escolas. Ela gasta tinta e papel dela para seu trabalho.
    Tenho certeza que nenhuma destas questões serão melhoradas pelo novo governo do DF.
    Uma das primeiras atitudes de Ibaneis foi aumentar a privatização do saúde local. Durante a campanha ele criticou a privatização do Hospital de Base feita por Rollemberg, do PSB. Mas ao assumir foi convertido à privatização em menos de um mês.
    Em uma escola da Ceilândia (onde estudei) foram feitas duas votações para levantar a aceitação da população. Sim, duas. Na primeira o novo sistema saiu perdedor. Convocaram uma segunda e o governo venceu. Esta última valeu. Tudo sob a vigilância e condução da PM.
    No DF nós tivemos cerca de setenta por cento de votos pró bolsonaro.
    Eu considero que nossa população seja a mais conservadora do país, o que fez com que servidores públicos, funcionários do Banco do Brasil, CEF e Correios a votassem sabendo que seria um voto contra eles mesmos.
    Apesar da média de renda alta, a pobreza impera na periferia de Brasília e as igrejas neo pentecostais dividem paredes em várias localidades.
    A população criticava o PT por ter se aliado ao pmdb e elegeram o candidato deste mesmo partido.

    Obs.: estou encontrando muita dificuldade para logar no novo sistema do GGN.

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