E se não houve estupro? A estranha história de policiais que respeitam a lei

Quem são esses policiais que investem contra a manada, que colocam em dúvida a palavra de um presidente interino, de um Ministro do Supremo, de um prefeito da capital, que ignoram o clamor nacional pela punição dos trinta e três animais que estupraram uma jovem?

Quem são esses policiais, que afrontam a lei de Talião que passou a imperar no país, que abdicam do dever de atirar primeiro e perguntar depois, que colocam em dúvida o supremo julgamento da opinião pública?

Quem eles pensam que são ao questionar a infabilidade da opinião pública, as verdades absolutas que ecoam do clamor das ruas, quem pensam que são para estragar as manchetes do dia e, pior, questionar a palavra de homens públicos impolutos? Onde pensam que estão: nos Estados Unidos, na Inglaterra, em algum país nórdico, em algumas dessas excentricidades pós-iluminismo – que rezam que ninguém pode ser condenado sem direito a defesa -, da qual o Brasil abdicou já há um bom tempo?

Presidente interino de uma bancada que não reconhece direitos mínimos das mulheres, político que extinguiu a Secretaria das Mulheres, Michel Temer veio a público se indignar, posar para a foto e anunciar a criação de uma delegacia para mulheres na Polícia Federal. Pura demagogia de quem sabe que crimes contra mulheres ocorrem no ambiente local.

Ministro do STF que concedeu habeas corpus a um médico acusado de centenas de estupros, capaz das maiores extravagâncias midiáticas, Gilmar Mendes aproveitou o episódio para mostrar que é humano. E franziu ainda mais o cenho, acentuou ainda mais o esgar assustador, para dar mais ênfase à sua suposta indignação.

Prefeito que indicou para sucessor um secretário acusado de espancar a esposa, Eduardo Paes chegou a colocar o símbolo das lutas feministas em seu perfil no Facebook.

Com engulhos, li essas manifestações de hipocrisia, e também me emocionei com as manifestações das mulheres, especialmente de minhas filhas, defendendo o feminismo como a grande barreira contra esses abusos do patriarcado.

Nesse festival em que se misturam a hipocrisia dos políticos, a justa manifestação das mulheres e a sincera repulsa da opinião pública em geral, podendo ser o centro das atenções, o grande vingador, o delegado Alexandre Thiers, da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, tomou uma atitude inédita para um país em que delegados e procuradores atiram primeiro para perguntar depois: segundo O Globo, recusou-se a convalidar as acusações antes de ouvir os suspeitos e apurar os fatos (http://migre.me/tXu6e).

Mais surpreendente ainda, o chefe da Polícia Civil Fernando Veloso, também recomendou prudência:

— Não podemos nos basear no “ouvi dizer”. Só o exame de corpo de delito vai apontar se houve estupro ou não. O laudo pode trazer uma certeza ou uma dúvida.

E completou:

— Na minha visão pessoal, sem ser o chefe da polícia, como pai, como marido, eu também penso assim: por que não está preso? Só que, como técnico, como operador de segurança pública, como delegado de polícia, eu pessoalmente sei que essas decisões são muito complexas. (…) Tenho certeza de que a polícia vai agir com todo o rigor necessário, mas nunca fora da lei.

Nas delegacias há uma tradição horrorosa de imputar culpa às vítimas de estupro. E, nos tribunais superiores, há sentenças rebatendo a condição de vulnerabilidade até de jovens de 12 anos. Logo, as declarações dos policiais poderiam ser apenas uma deplorável manifestação de machismo. Mas podem ser também sinal de cautela, ante as versões recolhidas.

Pode ser que, encerradas as investigações, se conclua pelo cometimento do crime. Nesse caso, os suspeitos merecerão o epíteto de animais que, espera-se, sejam condenados à pena máxima. Mas há uma hipótese do crime não ter sido cometido. Como é que fica?

Aqui no meu canto, lendo as notícias de jornais, longe dos fatos, minha alma se aquece com a constatação de que ainda existem operadores da Justiça, delegados que investigam antes de recomendar a denúncia, ouvem os suspeitos antes de condena-los perante a opinião pública, e conseguem superar o fascínio pelos holofotes. Mas, um anjo torto sopra no meu ouvido de que, em lugar de respeito pelos direitos dos suspeitos, não tenha sido mais do que uma manifestação de preconceito em relação ao sexo da vítima.

Da mesma maneira que me anima a visão das novas feministas, as meninas, as jovens, as senhoras que foram submetidas por décadas ao pior patriarcado, saírem da toca para defender bandeiras civilizatórias.

O caso Escola Base ocorreu porque um delegado quis perpetuar uma falsa versão que lhe garantia as manchetes gerais da mídia. Nesse episódio, os suspeitos eram pacatos donos e professores da escola. Agora, são traficantes, marginais, favelados. Mas muitos casos de estupro foram ocultados, porque se amenizou a culpa dos agressores recriminando a conduta das vítimas.

Quando os agentes da lei conseguem entender que os direitos são valores em si, que independem dos suspeitos para serem respeitados, há uma réstia de esperança de que a barbárie não venceu. Se for apenas solidariedade machista, será apenas uma confirmação a mais da barbárie, que não poderá passar impune.

Segundo a advogada da moça, Eloisa Samy, “Há machismo do próprio delegado. Ele perguntou para ela se ela tinha por hábito fazer sexo grupal.” Segundo El Pais, Samy elogia a responsável pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, Cristina Bento, que também acompanha. “Ela foi irreprochável, a pessoa mais sensível, ao lado do psicólogo. Agora o delegado coloca mais três homens na sala. Mesmo com a comoção em torno do caso, isso aconteceu”. (http://migre.me/tXuGS).

À Folha, a advogada enfatizou: “Ele não tem condições de continuar no caso. [O vídeo] mostra claramente [o crime] e ninguém foi preso. Ninguém dá valor a palavra da mulher. É óbvio que é machismo”. “Ele criminaliza a menina. Deveria ser chamada uma delegada especial. Queriam que ela tivesse filmado o próprio momento do estupro para dizer que houve estupro?” (http://migre.me/tXuUH)

Com os olhos do país sobre eles, se sua posição refletir qualquer desvio machista, for mera manifestação de preconceito, não sairão impunes. Se não houve estupro, não será enaltecida a cautela, que impediu que inocentes fossem executados – pois a lei de Talião é assim.

Luis Nassif

94 Comentários

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  1. O show não pode parar
    É o senso comum comandando a razão, a ciência.
    Quem se contrapor ao estouro da boiada vai levar chifrada.

  2. Ainda é cedo

    Ainda é cedo para acusar os suspeitos, mas talvez seja igualmente muito cedo para elogiar os investigadores.

    Como determinar que não houve estupro nesse caso? O exame de corpo de delito vai comprovar o quê? Se houve penetração, se há ferimentos, se há esperma de um, dois ou 33 homens?

    Da maneira como a mídia vem veiculando a cautela dos investigadores, fico aqui com a impressão de que os dois delegados estão se esforçando a submeter ao teste dos fatos a declaração da vítima de que, seja lá o que tenha acontecido, NÃO FOI CONSENSUAL. A advogada da vítima comentou que um deles perguntou à sua cliente se ela tinha por hábito fazer sexo grupal. E daí se tivesse? Por que essa informação seria relevante se a vítima já disse que não foi consensual?

    Eu ainda fico com dois pés atrás.

     

     

    1. Cautela e observância de

      Cautela e observância de pressupostos legais são necessárias em qq investigação.  Mais ainda quando se trata de caso que gera ampla comoção popular e cobertura midiática. A prudência nessas situações é essencial para que os apelos pela punição de culpados não resultem em julgamentos apressados e condenações sumárias. Foi o caso da Escola Base, com danos irreversíveis às pessoas vitimadas pela ira geral insuflada pela mídia. Desconfio até que aos Nardoni foi negada a ampla defesa. Daí, considero muito oportuna essa reflexão do Nassif e duvido que a cautela policial resvale para impunidade nesse caso, pois há muita vigilância de setores organizados nessas questões de violência contra a mulher. Lamentavelmente, a vítima de estupro sempre é submetida a questionamentos constrangedores que podem ser necessários ao deslinde do crime.

      1. Pois então, se é a necessária

        Pois então, se é a necessária cautela ou se é uma tentativa de construir a narrativa de que foi sexo consensual para desqualificar a queixa da vítima, só o tempo dirá. Temos de aguardar o desenrolar dos acontecimentos.

  3. As coisas são mais
    As coisas são mais simples.
    Sire Michel Temer estuprou a constituição.
    O povo seguirá o exemplo dele.
    Bem vindos à República da Estupração coletiva.

    1. Ódio insititucionalizado

      Isso mesmo! Com a mídia golpista, foi direcionado o ódio a pretos, pobres, nordestinos, mulheres, minorias sexuais, ou melhor, a todos que desejassem mudar de vida ou subir na vida, como bem (ou mal) prega nosso capitalismo. Pois é, para que se retorne ao status quo ante, onde só brancos, de posses, e seus agregados (brancos de preferência, mas também servem os pretos colaboracionistas) poderiam ter voz e vez na vida nacional, é necessário violentar meninas, surrar haitianos, matar líderes camponesas, eliminar pobres. Assim, doce ilusão, a vida volta a se normalizar, enquanto os algozes sonham com uma civilização européia ou americana que nunca conseguiram construir; não pela prórpria incompetência (pois, para esses, a competência é um direito adquirido), mas pela incompetência daqueles a quem oprimem, simplesmente porque, os coitados são culpados de terem sido sempre tratados como animais, e, por causa disso, não terem transcendido a situação (mérito! mérito!) e não terem se transformados em aristocratas …

      1. Sua avaliação é perfeita. Um
        Sua avaliação é perfeita. Um sumário da tragédia brasileira que só pode resultar numa coisa: genocídio.

  4. Cautela

    De fato, quando casos como estes ganham a “unanimidade” de mídia e de público é necessária muita cautela.

    O artigo de Flávia Marreiro do El Pais, lincado abaixo, é menos sensacionalista, embora penda para o lado da menina.

    http://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/28/politica/1464442969_569756.html

    Eu também, ao menos por enquanto, pendo para o lado da menina.

    Conforme comentei em outro post., não tive coragem de ler as reportagens sobre o caso. Li apenas as manchetes e fiquei com medo de, ao clicá-las, de me deparar com um vídeo deprimente.

    Observei, entretanto, as repercussões. Nos restaurantes com telões ligados na Globo News, embora sem som, pude observar a quantidade de caras e bocas debatendo o assunto.

    O espetáculo midiático me fez soar um sinal de alerta. Já vi este filme muitas vezes. E, embora tendendo para o lado da menina, algo me fazia lembrar do caso Nardoni, e de outros igualmente midiatizados, e que ficaram muito pouco esclarecidos além daquilo que foi amplamente escandalizado e repercutido sensacionalisticamente pela mídia.

    Não li as reportagens sensacionalistas para não ler os comentários de leitores raivosos. Também não vi o vídeo com receio de entrar em depressão. Pendi para o lado da menina com o raciocínio, talvez apressado, de que se existe o vídeo este seria a prova de que ela não estaria mentindo.

    Espero, sim, que haja uma investigação conclusiva acima de quaisquer dúvidas, embora preservando a menina que parece ser a parte mais frágil.

     

  5. Onde foi parar o condicional

    Observo também que pouco a pouco o cauteloso condicional está sendo afastado para escanteio.

    As afirmações publicadas, ainda que sujeitas a dúvidas, ganham ares de verdade e influenciam a opinião pública.

    Outro artifício para influenciar a opinião pública é o de iniciar a manchete com a declaração de alguém. O leitor leva um tempo até perceber que a manchete pode ser, quem sabe, apenas um wishful thinking do veículo que a reproduziu.

    Por exemplo a manchete abaixo do portal do Globo.

    Pimentel recebeu propina de R$ 20 milhões, diz Bené

    O globogolpismo, que não se restringe aos veículos de mídia das organizações Globo, é contumás praticante deste artifício.

     

    1. Marcier TrombiereChefe da

      Marcier Trombiere
      Chefe da Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde
      Chefe da Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde. Tem MBA Marketing pela pelo Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da UFRJ, registrou passagens pela Coordenação Geral da Assessoria de Comunicação do Ministério do Esporte em 2007. Atuou nas assessorias da diretoria de Marketing e Comunicação do Banco do Brasil entre 2005 e 2006 e da Secretaria de Estado de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República entre 1997 e 2004. Iniciou a vida profissional também no Banco do Brasil, permanecendo na instituição de 1979 a 1996. Começou como Menor-Aprendiz em uma agência do banco até ocupar o cargo de Assessor da Presidência do BB e atuar na Diretoria de Marketing.

  6. Julgar sem ódio

    Primeiramente dou os parabéns ao Nassif por levantar esta hipótese. O maior erro de uma sociedade é julgar com ódio, é transformar julgamento em vingança. O maior propósito de um julgamento, não é infligir medo, para que ninguém faça mais o mesmo erro, mas sim, impedir os (prováveis) culpados de fazer novamente, e educar a sociedade para que não façam o mesmo. Como dizia o brilhante escritor brasileiro Coelho Neto, “a educação pelo medo deforma a alma”.

    A perspectiva de vingança social, gerou o “Mensalão”, os juízes vingadores, a Lava Jato, e todas as suas conhecidas implicações. É o julgamento como linchamento social. Basta a mídia apontar o dedo, e imediatamente, milhões de pessoas babujando ódio exigem punição máxima, sem sequer conhecer os envolvidos, ou ter estado na cena do (provável) crime. Clima de linchamento assim, permitiu absurdos, como o da moça que foi linchada aqui no Brasil, por supostamente estar fazendo “feitiçaria com crianças”, permitiu nos EUA, o episódio conhecido como “As Bruxas de Salem”, no qual um tribunal de inquisição condenou várias pessoas a morte por denúncia de uma moça, que depois de todos terem sido executados, negou tudo.

    Dizia-se antigamente, que ao punir alguém, você primeiro deve se acalmar, porque no nervosismo, acaba cometendo excessos ou até injustiças. Se estes rapazes forem realmente condenados e presos, na cadeia irão violá-los de todas as formas possíveis, então, é bom que sejam culpados mesmo.

  7. Nassif, ótimo texto. Faça uma

    Nassif, ótimo texto. Faça uma correção e tire a menção aos Esatdos Unidos como um exemplo a ser seguido pela obediência ao “devido processo legal”.

  8. Crimes vários

    Todos se perguntam o que falta para prender os homens (?) que aparecem nos vídeos do estupro coletivo. Vc defende a cautela policial na dúvida dúvida sobre se houve estupro. 

    O que seria, então? Uma menina, menor de idade, desarmada frente a dezenas (!) de homens, alguns armados com pistolas e fuzis, nua, ensanguentada, exposta na internet. Quantos crimes podem ser coletados somente nessa imagem, que justificassem, ao menos, a prisão preventiva daqueles monstros já identificados?

    O que ela disse não vem ao caso. Cabe, sim,  ao Estado proteger uma menina, menor de idade contra QUALQUER forma de violência. Gostariam, sádicos, de assistir aos trinta e tantos “intercursos carnais”?

    Já há crime suficiente exposto nas redes sociais passíveis de deterem esses animais. Não aceto sua ponderação, Nassif, não aceito!

  9. Parabéns pelas considerações
    Parabéns pelas considerações equilibradas. Vivemos um momento de vontade de acender fogueiras e o episódio mostra que os progressistas não estão imunes ao momento em que vivemos.

    http://outraspalavras.net/alceucastilho/2016/05/26/esquerda-nao-esta-imune-ao-risco-de-datenizacao-do-debate-politico/

    Esquerda não está imune ao risco de datenização do debate político
    Publicado em 26 de maio de 2016

    Caso do estupro coletivo no Rio inunda redes sociais e nos convida a uma reflexão sobre banalização da violência; não estamos repetindo a lógica imediatista do jornalismo cão?

    Por Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)

    Ontem eu passava por um ponto de táxi e tinha uma TV transmitindo o programa do Datena. E lá estava ele, narrando uma cena de um frentista sendo massacrado por um bando. Muitos chutes na cabeça. Covardia pura – e replicada “n” vezes pelo programa, sob o pretexto de promover a indignação coletiva. Mas com pelo menos um efeito contrário: a banalização da violência. A edição repete a cena, voltam os pontapés, e apresentamos à sociedade (e com o nome de jornalismo) a nossa cota diária de barbárie televisionada. Nem mortes a TV se poupa mais de transmitir. “Veja agora o momento do tiro”. E assim por diante.

    E fiquei pensando no Datena. Observando. Pela primeira vez percebi que suas sobrancelhas lembram muito a de um grande ídolo meu, o cineasta Federico Fellini. Nada menos. E somente elas, claro. De qualquer forma, a figura do apresentador me intriga. Não somente ela, mas o seu sucesso. Ou talvez, guardadas as proporções, ele tenha outra característica do diretor italiano: o carisma. Ainda que às avessas, com outros propósitos, outras referências. E o desafio reflexivo passa a ser o seguinte: o quanto não resvalamos – cognitivamente ou emocionalmente – com posições dignas de José Luiz Datena?

    Mesmo que na melhor das intenções. Para manifestar pesar ou indignação com esta ou aquela cena de violência. De violência inominável. Mas com uma consequência básica, a mesma desse jornalismo cão: banalizar o ato, hiperdimensioná-lo, esquecendo-nos de que essa banalização talvez seja mais nociva do que redentora – e que talvez até estimule atos similares. Como no caso (amplamente reconhecido, desde o efeito Werther) do suicídio. Não divulgarás suicídios, admitem os jornalistas. Porque eles podem ser replicados. Mas e as demais violências?

    (Curiosamente, Datena apresentava também ontem o caso de um médico que matou um colega médico, em Piracicaba, e depois se matou. Desafiando essa regra, a de não noticiar suicídios. Os dois médicos – um deles acusado de corrupção – eram descritos de uma maneira oposta à dos agressores do frentista. A violência, ali, estava quase perdoada, em meio a uma narrativa onde predominava a visão de que eram homens-de-bem-que-salvavam-vidas e que foram vítimas de apenas um dia de fúria.)

    SOBRE O ESTUPRO COLETIVO NO RIO

    Tudo isso para questionar a banalização, nas redes sociais, do caso de um internauta que descreveu um estupro, no Rio, que teria sido praticado por 30 pessoas. Trinta homens, contra uma adolescente de 17 anos. Tão ou mais covardes quanto os grandalhões que chutavam a cabeça do frentista? Não sei. E não importa. Porque não se trata de um campeonato de classificação de atrocidades. É por uma sociedade sem violências que devemos lutar. Ainda que, até lá, precisemos nos defender – organizadamente. E não uma sociedade na qual queiramos enforcar o último boçal com as tripas do último canalha.

    É da necessidade de respiramos mais fundo que estou falando. Evidentemente não estou aqui a pregar conivência com estupradores, assassinos (entre eles, políticos genocidas), covardes de um modo geral. As pessoas que oferecem realmente risco ao conjunto da sociedade – o que não inclui inimigos convenientes do sistema – devem ser presas, e tratadas como seres humanos. Por mais que elas tenham se desumanizado. Pedir a punição? Sim, mas de que forma? Aos moldes do Datena? Escandalizando-nos com vilões óbvios, elegendo monstros e minimizando um sistema que perpetua a violência?

    Políticos que atropelam direitos humanos não ganham a mesma narrativa datênica. Seus atos não são repetidos (na tela da TV ou nas redes sociais) como geradores de violência em escala. Não vemos cenas de Laranja Mecânica em atos de violência – ou multiplicadores de violência – friamente administrativos. E, no entanto, há golpistas dedicados à redução de direitos fundamentais, há governadores e secretários de Segurança que promovem políticas públicas que estimulam o machismo (como o daqueles estupradores), a homofobia, a covardia, o salve-se quem puder, o envio às favas e certos resquícios de escrúpulos.

    A luta é contra a barbárie. E a banalização do mal passa diretamente, nestes tempos midiáticos, pela sobrancelha erguida do Datena, enquanto não respiramos mais fundo (enquanto não revemos mais um filme libertário do Fellini) e enquanto compartilhamos – repito, na maior parte dos casos com as melhores das intenções – narrativas que talvez estejam mais alinhadas com uma certa sanha vingativa do que com a construção de um modelo alternativo, de um mundo inclusivo, igualitário e tolerante. Onde saibamos transformar o asco e a revolta (muitas vezes compreensíveis) em energias potencialmente civilizatórias.

  10. Crime houve, só o que falta é

    Crime houve, só o que falta é determinar em que gravidade. Expor a intimidade de menor, vulnerável na internet é crime. Homem adulto fazer sexo com menor, estando essa dopada também é.

    Mas o Nassif está certo, tem que seguir o procedimento legal. Mas que o mais provável é que de fato houve estupro coletivo, isso é inegável, pelo que vejo até agora.

    Mas tem que esperar, e não ao linchamente, tanto quanto não ao estupro!  Principalmente no momento em que o Brasil está virando um país sem lei

    1. Há pontos obscuros na

      Há pontos obscuros na narrativa, foram traficantes? Traficantes não permite crime desse tipo na sua area porque atrai policia e midia esxatamente onde ele quar manter fechado. A moça acordou e viu 33 homens, ela contou?

      Nassif tem toda razão, a midia espicação o efeito manada e alimenta a fogueira, já aconteceu antes centenas de vezes.

  11. No jornal das seis da

    No jornal das seis da GLOBONEWS de 5ª feira, UMA HORA foi dedicada ao caso do estrupo coletivo, Leilane Neubarth não falo de outro assunto, a espremida SENSACIONALISTA do assunto foi nojenta, abjeta, o uso de uma desgraça para enchar espaço de TV.  A GLOBONEWS esta abusando do sensacionalismo das gravações, dos crimes, das delações, é tudo materia prima para faturar sem limites de civilização, de bom tom, de cautela, de proporção, disgusting.

  12. Nassif, pior do que esses

    Nassif, pior do que esses policiais, quem é você para afrontar o digno, incorruptível, competente e, mais do que tudo isso, defensor dos necessitados, nosso exmo. presidente? Não sabe você que já faz tempo que ele se dedica a defender as mulheres, inclusive adolescentes recatadas? E o Ministro que deu habeas corpus ao médico, foi errado? Tem muitos médicos, e até uma senhora, que se casou com o hipotético estuprador, que garantem que o médico é inocente. E você não acha que em briga de casal não se dá palpite? Uma espancadinha em esposa é fato corriqueiro, Nelson Rodrigues dizia que mulher gosta de apanhar. Se fosse mulher que dissesse isso eu não acreditaria pois elas são mentirosas, ao contrário do grande NR. E o petardo final: Você não passa de um blogueiro sujo.

    PS: Prezado Nassif, posso até estar errado, mas você foi, se não o único, possivelmente o primeiro a abordar esse tema horroroso, identificando a hipocrisia, que como o preconceito, tem campo fértil em nossa sociedade, e agora em nosso governo. Parabéns pelo escrito.

  13. E enquanto o delegado brinca

    E enquanto o delegado brinca de republicano às custas da menina, circula na internet a foto de um homem decapitado, com a informação de que seria um dos estupradores, assassinado pela “Mão Branca” ou “Carro da Linguiça” – novas encarnações do Esquadrão da Morte.

    Bom prender logo essa rapaziada toda, e isolar dos demais presos, por que se deixar solto vamos começar a ver todos eles serem silenciados.

    A segurança da sociedade não é o único motivo para prisões preventivas; a segurança do acusado também é.

  14. Talvez despreparo

    Ao ler o artigo da Flávia Marreiro do El Pais, tive a impressão que o delegado encarregado possa não ter tido o devido cuidado durante o interrogatório da menina.

    Em casos como esses, há que se ter uma enorme delicadeza na busca da verdade. Delegados não têm esse preparo. Talvez uma equipe de psicólogas pudesse obter, sem fazer prejulgamentos, mais informaçoes esclarecedoras sobre o assunto.

    De qualquer forma, como diz o AA, observei também os abusos cometidos pela Globo News. 

     

    1. Talvez despreparo….

      Hipocrisia é a palavra que mais leio. Somente agora hipocrisia? Somos a terra onde instituições nunca funcionaram, o juiz e o carrasco são a televisão e os bandidos politicos sempre se travestiram de “honestos”. Falar somente da Escola Base? Um garoto sumiu de casa durante uma enxurrada e apareceu num rio no interior de SP. O padrasto viciado, que nunca havia incomodado o menino foi atirado à cadeia. Tem mais de ano. Não havia sinais de violência. Comprovaram a causa da morte como afogamento  Então como falar em homicidio?  Se não comprovado homicidio, por que este rapaz está preso? No RS, madrasta e cumplices mataram o enteado. Contra o pai não houve prova alguma, mesmo assim está preso. Qual é a base fora o clamor da mídia, que o relapso poder judiciário transforma em clamor social?  Hipocrisia é muito pouco para definir grande parte do Brasil. 

  15. O título já parte de uma
    O título já parte de uma falsa suposição.
    Não há dúvidas de que houve estupro.
    A dúvida é quanto a autoria.
    Mas vamos questionar o depoimento da vítima…

    Luciana Mota.

  16. Talvez devemos esperar o

    Talvez devemos esperar o laudo para saber se a moça aceitou ter relações com trinta e tres marmanjos armados até desmaiar, talvez……….; o Brasil se tornou uma país surreal, vergonhoso, de autoridades imprestaveis, pestilentas, peçonhentas e corruptas (o menor dos males); o que dizer de uma policia que não prende ninguem em uma apreensão de quinhentos quilos de cocaina pura embarcadas em helicoptero de senador? Não entendo por que ninguem até hoje teve coragem de escrachar esse ministro do stf , é medo? Quem não respeita o povo brasileiro não merece respeito.

     

  17. Falsas denúncias de abuso sexual podem chegar a 80% dos registro

    Falsas denúncias de abuso sexual podem chegar a 80% dos registros,  fonte: extra.globo 

  18. Estupro

    Acho que haja um reperto médico que ateste a violência. Acho que 33 homens estuprando uma mulher deixam a marca, e que marca! Não dá para duvidar!

  19. A mídia, estúpido (não a moça)

    Não sei se os moços realmente estupraram a moça mas tenho certeza de que a mídia, por dinheiro, fama e poder, está estuprando nossas consciências faz tempo. No caso dos que curtem um mondo cane, um estupro consentido…

  20. Brincadeira né?

    Alguém consente servir a brutalidade e insanidade de 33homen? Alguém consente abrir as pernas e sangrar para satisfazer o desejo insano e injustificável de 33 homens? Provas? O vídeo feito por um desses “homens” não é uma prova? Ou o video pode ser uma montagem da adolescente para se passar por vítima?

     

    Ah Nassif, faça- me o favor!!

  21. Penso que a vítima consentiu

    Penso que a vítima consentiu com cada um dos 33 atos deste infeliz bacanal. Seu histórico leva a esta conclusão. Mas consentiu drogada.

    Qual é o entendimento da lei nestes casos? Uma pessoa que consente drogada consente de fato? Pior: uma menor de idade consente de fato estando drogada? Vale lembrar que ela estava drogada por livre e espontânea vontade, também.

    Pela pouca experiência que tenho com dependentes químicos, acredito que foi estupro sim. Houve consentimento mas sob efeito de droga. E na minha humilde opinião pessoa sob efeito pesado de droga não sabe o que faz.

    Por maior que seja qualquer fetiche por sexo grupal, uma orgia deste tamanho desperta incerteza até mesmo em um coelho. Consentir com o ato nem sempre é consentir com as consequências.

    1. Calma, Alberto!

      Se a “vítima” estava drogada, não houve consentimento. Drogas podem ser rastreadas no sangue ou no cabelo muito tempo depois de utilizadas.

      A idade, nesse caso, não conta, porque a idade para consentimento legal no Brasil é de 14 anos. Antes disso, é estupro, independente de consentimento. Depois disso, não é nada se houver consentimento.

      A história pregressa da menina também não conta, se não estiver causalmente articulada com a situação de forma bem precisa.

      Pode ter certeza que há muito mais coisa aí. Pelo que eu soube, a advogada da menina quer o afastamento do delegado porque ele perguntou a ela se ela tinha algum envolvimento com as redes de tráfico locais. Isso não é uma atitude rigorosa de um advogado.

      Desde o começo está-se tentando criar uma vitimização absoluta e incontestável. O caso pode ter muitos outros meandros.

      Algo me diz que nesse angu tem muito mais caroço.

    2. DROGADOS

      Caro amigo drogados por drogados todos estavam sob efeito de drogas…e aí como é q fica?…ela consentiu sob efeito de drogas os caras fizeram sob efeito de drogas..e aí como fica?…Não Defendo Ninguém. Quem Anda Com Bandido Bandido É.

      Ela deve ser indiciada por apologia ao crime…

      Eles devem ser indiciados por estupro…

      E no fim ta todo mundo errado…

  22. O artigo já parte da falsa

    O artigo já parte da falsa suposição, se houve ou não estupro.

    Pelo que ouvi,  no vídeo a moça, menor de idade,  estava desacordada, sangrando e nua.

    Qual é a dúvida sobre a ocorrênica do crime????????????????????????????

    A investigação deve ser quanto à autoria.

    Sinceramente, fazer o advogado do diabo nessa hora é falta de bom senso e até mesmo de humanidade.

    Aliás essa é a linha de frente na cultura de culpabilzar a vítima.

    E nem se trata de abdicar do devido processo legal, do direito a defesa, mas pura e simplesmente de não, NÃO, descreditar a vítima.

    Não esperava encontrar esse tipo de posicionamento aqui.

    Luciana Mota.

  23. Houve estupro

    Se o vídeo qeu circula não é uma montagem não há como questionar isso. 

    Me perdoem se eu estiver enganado, porque comento o vídeo pelo que lí, faço questão de não vê-lo.

    O ato de estuprar abrange um leque de atitudes que vai desde tocar as partes íntimas de uma pessoa dormindo, dopada ou desacordada até o “estupro clássico”  da penetração contra a vontade do(a) penetrado(a).

    Como diz a advogada da vítima, por que o delegado tem que perguntar a ela se ela costuma fazer sexo grupal ??? Qual a importância disso ???

    A jovem pode “topar” ir transar com trinta rapazes, se no vigésimo ela quiser parar ou ficar desacordada, e não pararem o vigésimo primeiro a estará estuprando e os que não o impedirem serão cúmplices e co-autores.

    Então, não há que se perguntar se houve ou não estupro. Houve.

    Quanto ao efeito manada e o clamor público por vingança, está certo o autor a defender que a justiça e a polícia não podem ser coniventes com eles, cabendo-lhes cumprir a lei.

    Por outro lado, eu não seria tão precipitado de sair em defesa da polícia carioca. O crime organizado e a polícia carioca, como de resto em todo o Brasil, são unidos por laços mais fortes que a lei que os separa. E o pessoal conhece bem o ambiente onde ocorreu esse estupro, quem comanda e dá as ordens no Morro da Barão.

    Começam a aparecer informações de que o crime organizado, obedecendo ao seu “código de ética”, já estaria fazendo “justiça” e saciando o desjo de vingança do povo.

    Não tenho a menor dúvida de que o Delegado sabe que a segurança dos jovens estupradores seria dentro da cadeia sob a proteção do Estado e a segurança da jovem seria “desaparecer” , amparada por um programa de proteção a vítimas e testemunhas.

    Mas a meu ver, o mais lamentável é que a sociedade não está se perguntando porque uma menina tão jovem e rapazes também tão jovens continuam expostos a esse meio. Porque o crime organizado continua comandando ?

    A resposta talvez esteja no próprio texto quando o autor cita a reação hipócrita das autoridades : É porque o Estado brasileiro faliu.

     

     

  24. Por mais grave que o caso

    Por mais grave que o caso seja, acho que a Globo está se utilizando do mesmo como cortina de fumaça para esconder os escaândalos do (des)governo Temer decorrentes dos vazamentos do Sérgio Machado.

  25. Verdade Nassif

    Devo confessar, humilhado, que já tinha entrado na onda da plebe ignara, pedindo o linchamento de seres que não conheço.

    Obrigado Nassif, por esta aula de civilidade e equilíbrio.

  26. E se não há o 33° grau?

    Preciso discordar do Nassif, pois o fato dos investigadores se negarem de imediato a deter todos os suspeitos para averiguação, com essa desculpa fajuta de conduta republicana e por ser a investigação mais importante que a prisão dos suspeitos, é mera protelação visando sei lá o que – já estou estressado de tanta conspiração – Ou será que outros participantes da até agora circunstância criminosa não teriam também gravado imagens em seus celulares, porém foram mais contidos e não divulgaram na internet? Não seria a busca e apreensão desse suposto material mais forte e iminente do que qualquer exame de corpo delito? Mas agora já era. Perderam o timming – quem sabe propositalmente. Era pra ter sido tudo muito simples no que tange a investigação. Deve ter mais caroço nesse angu.

  27. Contingências

    Vou falar como quem tem uma curiosa experiência sobre o assunto.

    Enquanto fui oficial da Marinha (e foram nisso 8 anos), por uma série de contingências e casualidades, fui encarregado de uma enormidade de sindicâncias e inquéritos policiais militares, alguns deles incluíam crimes ferozes. Depois disso, cheguei a ser juiz militar.

    Quem conduz um inquérito acaba descobrindo o quanto as impressões iniciais sobre uma determinada situação podem virar abruptamente à medida em que os dados se acumulam. Não é coisa de filme americano, é simplesmente o trivial.

    Algumas vezes os laudos começam a ser redigidos com algumas ênfases das quais, mais adiante, o investigaor irá se arrepender, caso ele preze pela estrita retidão dos fatos, e não pela expectativa de justiciamento.

    Pode-se dizer que há fundamentalmente dois tipos de investigadores: os que aderem ao clamor da opinião e os que aderem à objetividade dos fatos.

    O ideal é que só existissem os últimos, mas os primeiros capeiam.

    Esse caso do “estupro coletivo” (uso deliberadamente as aspas) chama imediatamente a atenção e  parece, desde o começo, perpassado por histerias, hipocrisias e falsos moralismos. Não é de duvidar que essas atitudes consigam até mesmo afastar o delegado do caso.

    A única arma para investigadores experientes e que prezam a objetividade dos fatos é o tempo: esperar a poeira baixar, para estabelecer friamente todas as conexões.

    O que esse caso parece explicitar, na verdade, é mais um embate entre as histerias da opinião e a apuração objetiva dos fatos. Todo o procedimento judicial é irremediavelmente perpassado por outras dinâmicas dircursivas que não atendem necessariamente aos cânones da objetividade factual. Em artigo recente, procurei mostrar como o processo do impeachment é regido pela lógica da acusação de feitiçaria, e não pela lógica judicial moderna.

    A bem dessa última lógica, não se pode fazer prejulgamentos. Mas é claro que há nesse caso um cenário rico para explorar as contingências em que se move o imaginário contemporâneo sobre o sexo e sobre os papéis de gênero.

    Que leu A Fogueira das Vaidades, do Tom Wolf, pode intuir a rede de conexões simbólicas que um caso desses implica e o quanto se está caminhando sobre o fio da navalha ao se tratar desse tipo de caso.

    1. Prezado Ricardo Cavalcanti-Schiel,

      Muito importante suas ponderações aqui postadas!

      Gostaria que a “midiona” usasse da sua cautela e objetividade.

      Obrigada!

  28. A adolescente da Praça Seca

    Pode ter havido estupro ou uma orgia que, eventualmente, tenha saído saído de controle, só as investigações dirão. O fato é que a mídia abraçou a história dos 33 monstros sem qualquer investigação crítica, que caberia, pois a história tem vários pontos nebulosos, os quais, certamente, estão sendo investigados. Sem qualquer concessão à barbárie que é um estupro, é preciso aguardar as conclusões da polícia. Se ocorreu mesmo, que os criminosos sejam detidos e punidos com o máximo rigor. Mas não se pode – ou não se deve – assumir uma conclusão a priori, apenas por conta da grande repercussão do caso, inclusive fora do Brasil. A jovem de 16 anos, mãe há três e frequentadora de ambientes dominados por traficantes de drogas, parece não ter qualquer noção de limites ou regras e o seu comportamento, seguramente, a expõe a todo tipo de risco. Ela mesma admite usar drogas, beber, fumar, frequentar bailes funk etc., além de passar dias seguidos fora de casa e de ter abandonado a escola desde o início deste ano. E, igualmente, chama a atenção a aparente passividade da família diante desse comportamento (e a mãe é professora). Por tudo isso, os questionamentos dos investigadores são mais que justificados e a prudência sugere que é melhor aguardar o resultado do seu trabalho.

    1. “A jovem de 16 anos, mãe há

      “A jovem de 16 anos, mãe há três e frequentadora de ambientes dominados por traficantes de drogas, parece não ter qualquer noção de limites ou regras e o seu comportamento, seguramente, a expõe a todo tipo de risco. Ela mesma admite usar drogas, beber, fumar, frequentar bailes funk etc.,”

       

      Isso por acaso justifica um estupro? A filmagem (que  não vi e nem quero) e fotos mostram, pelo que li,  uma jovem desacordada, inerte, com os  genitais sangrando e os tais bandidos se vangloriando de terem passado a “marreta” e coisas do tipo. Será que isso não basta para caracterizar um estupro? O que o tem a ver o fato de a vítima ser mãe aos treze anos? Poderia ser uma prostituta! A partir do momento em que uma mulher é dopada, não se pode falar em sexo consensual. Por que sempre é a vida da vítima que fica na berlinda?

      1. Como pode você afirmar com

        Como pode você afirmar com absoluta certeza que ela foi dopada uma vez que há indícios de que ela era usuária de drogas e que talvez praticasse sexo grupal com membros do tráfico eventualmente? Não dizemos que não foi estupro! mas que é preciso investigar sim. Outras questões parecem estranhas: pq eles a deixaram ir, com gravações e etc? você pode argumentar que é pq são ignorantes ao ponto de crerem que não fizeram nada. Mas o fato é que há uma lei severa no poder paralelo contra estupro. Mesmo boçais temem esse tipo de vazamento de informação. Ora, tudo deve ser investigado, com tato, e respeito – é claro – à vítima/acusadora.

        1. Depoimentos de pessoas que

          Depoimentos de pessoas que assistiram ao vídeo afirmam que a menor estava desacordada. Fazer sexo com mulher desacordada implica não consentimento.

  29. Brasil, offshore de estupradores legais
    Nassif,quero crer que esses “operadores da Justiça que investigam antes de denunciar, ouvem os suspeitos antes de condenar e conseguem superar o fascínio pelos holofotes”, estavam realmente movidos pela cautela: além de ser mãe desde os 13 anos e drogadita, a sempre “suposta” vítima já tem 16 anos e foi encontrada em um abatedouro do morro do Barão, na pobre zona Oeste carioca, o que justifica cautela máxima. Afinal, a jurisprudência demonstra que o STF concedeu habeas-corpus a um réu condenado a 278 anos de prisão por haver cometido 52 estupros e tentado repetir o crime contra outras 39 mulheres. A decisão do juiz Gilmar Mendes, beneficiando o médico Roger Abdelmassih (que havia tratado das esposas dos senadores Renan Calheiros e Fernando Collor, entre outras personalidades) justifica todo cuidado possível, mesmo que a eventual vítima estivesse desacordada e toda cena estivesse sendo gravada e divulgada na webb, contrariando leis menores como o Estatuto da Criança e Adolescente. Este último está sendo alterado, graças aos esforços do deputado Eduardo Cunha visando reduzir a maioridade penal de 18 anos para 16 anos, via PEC 171/93, contrariando a bancada dos três “B”, que defende o fim da inimputabilidade aos 10 ou 12 anos. Em um país com a quarta população carcerária mundial e um sistema prisional superlotado, com 500 mil presos, a dita redução facilitaria a privatização de nossos presídios, como pleiteiam nossos partidos privatistas, tornando mais fácil auferir os lucros advindos da penalização da Educação desencadeada há pouco pelo presidente interino Michel Temer. Este, sim, é o xadrez predileto dos golpistas, caro enxadrista, desde que consigam se manter longe do mesmo, graças a partidarização em curso de nosso Judiciário – blindado e sem o risco de sofrer uma Operação Lava Jato capaz de correlacionar seus feitos atuais aos lucros e sorte de que é fiel depositário, já que poder comprar um apartamento por dez dólares nos Estados Unidos, como conseguiu Joaquim Barbosa, é privilégio meritocrático de quem nasce em offshores ou qualquer que seja o nome desses paraísos dos estupradores legais que nos assolam…

  30. Estupro é crime
    Sempre acho as análises de Nassif consistentes e interessantes, porém dessa vez ele me parece totalmente enganado.
    A defesa do delegado Alessandro Thiers, não se sustenta. O crime não é algo hipotético, foi confessado pela Internet através do vídeo divulgado. Segundo El Paíz:
    “No vídeo publicado na Internet, a moça aparece desacordada em uma cama, enquanto homens a filmam. Um deles exibe sua pelve ensanguentada. “Olha como que tá. Sangrando. Olha onde o trem passou. Onde o trem bala passou de marreta.” A divulgação das imagens, em que os envolvidos também mencionam que “mais de 30” a “engravidaram””
    Isso é crime confesso!

    Além disso esse delegado tem uma postura ideológica conservadora. A advogada da adolescente já sentiu na própria carne seu conservadorismo:
    ” Não é a primeira vez que a advogada Eloisa Samy e o delegado Alessandro Thiers se cruzam em um caso. Samy esteve entre as 23 pessoas denunciadas à Justiça e que chegaram a ter a prisão decreta em 2014 sob a acusação de planejar e participar de protestos violentos no Rio durante a Copa do Mundo. Thiers foi o responsável pelo inquérito, que os acusava de formação de quadrilha.” (El Paíz)
    Essa nota não visa à desmerecer o excelente trabalho de Nassif como jornalista, só quer sugerir que às vezes cometemos enganos

  31. Sobre o estupro
    Sempre acho as análises de Nassif consistentes e interessantes, porém dessa vez ele me parece totalmente enganado.
    A defesa do delegado Alessandro Thiers, não se sustenta. O crime não é algo hipotético, foi confessado pela Internet através do vídeo divulgado. Segundo El Paíz:
    “No vídeo publicado na Internet, a moça aparece desacordada em uma cama, enquanto homens a filmam. Um deles exibe sua pelve ensanguentada. “Olha como que tá. Sangrando. Olha onde o trem passou. Onde o trem bala passou de marreta.” A divulgação das imagens, em que os envolvidos também mencionam que “mais de 30” a “engravidaram””
    Isso é crime confesso!

    Além disso esse delegado tem uma postura ideológica conservadora. A advogada da adolescente já sentiu na própria carne seu conservadorismo:
    ” Não é a primeira vez que a advogada Eloisa Samy e o delegado Alessandro Thiers se cruzam em um caso. Samy esteve entre as 23 pessoas denunciadas à Justiça e que chegaram a ter a prisão decreta em 2014 sob a acusação de planejar e participar de protestos violentos no Rio durante a Copa do Mundo. Thiers foi o responsável pelo inquérito, que os acusava de formação de quadrilha.” (El Paíz)
    Essa nota não visa à desmerecer o excelente trabalho de Nassif como jornalista, só quer sugerir que às vezes cometemos enganos

  32. Ao que parece faltou tato e

    Ao que parece faltou tato e sensibilidsde das autoridades. Cercar e inquerir uma adolescente traumatizada sobre suas experiências sexuais pregressas de forma a questionar sua versão dos fatos soa muito com a velha história machista de culpabilizar a vitima. Imagino se a adolescente fosse de sua familia se considerariam normal este tipo de abordagem. No minimo o que se espera em casos assim seria um apoio psicológico adequado e a preservaçao da intimidade da vitima, ao invés de tratá-la desde o início como uma falsa denúncia.  

  33. Entendo que,

    por “precaução”, e em respeito a verdade, da mesma maneira que não se deva dar crédito, “a priori”, às notícias divulgadas pela “midiona” quanto a delações incriminado membros do PT ou a Presidenta Dilma, esse caso deva ser, primeiramente, investigado profundamente, para depois não se voltar atrás naquilo que antes fora informado com prejuízo “fatal” para algum envolvido.

    Certas informações lançadas e divulgadas diuturnamente, principalmente, pela rede “golpista”, devem ser recebidas pelos informados, com alguma cautela.

    Não sabemos o que se esconde por trás dessas informações.

    O processo de escandalização se dispersa e não tem como voltar atrás.

    Lembro e relembro o caso da “escola de base” ocorrido há algum tempo.

    Vivemos dias de desconfiança e de insegurança.

    Nossos tribunais não nos dão nenhuma chance de “acreditação” em suas decisões.

    Vivo, hoje, com o “pé atrás”!

    Obs: sou contrária a qualquer tipo de injustiça e violência, física e/ou moral.

  34. Resumindo: justiça não pode ser feita no calor da f.da

    Resumindo: justiça não pode ser feita no calor da f.da. Existe a possibilidade de um estupro consentido, que não descaracteriza o estupro, mas ao menos o atenua. Recentemente a presidente foi estuprada do cargo por um bando de bandidos travestidos de políticos e a nação celebrou e cerebrou.

    1. Fontes em estado de estupro

      Olha aí a levantação de fumaça.

      O cara posta uma sequência de edições de imagem e som, e acha que isso dá conta de alguma informação.

      Na terceira referência, a data do Facebook é de 2011, de cinco anos atrás; a menina tinha 11 anos.

      Tudo para confundir.

  35. Golpe

    Nassif, invejo sempre a sua sensatez, lucidez e sobriedade.

    O que queria comentar é que um acontecimeto como esse cai como uma luva para uma mídia que quer consolidar um golpe de Estado perpetrado por uma quadrilha.

  36. Bandidos já foram mortos

    Acaba de chegar a noticia de que alguns dos estupradores já foram capturados por traficantes do comando vermelho, torturados e executados, e o resto dos estupradores estaria sendo caçado pelo CV.

    Isto revela uma coisa muito triste. O que falta neste país não é punição, que existe, e se aproxima as vezes da lei sharia praticada no oriente médio. Os estupradores, caso não fossem barbarizados pelos bandidos da favela, seriam barbarizados pelos bandidos na cadeia.

    O que falta neste país é Educação. São órfãos de pais vivos, órfãos de um, sistema que proíbe de educar. Os adolescentes que violentaram a moça, pelo jeito nunca tiveram acesso a pais que os educassem com esmero e severidade, antes, foram educados por bandidos e por traficantes. A punição que eles deram à moça por ter rompido o namoro com um traficante foi bárbara, tão bárbara quanto a punição que os bandidos lhes deram por violentar a moça.

    Isto é o que o Brasil está se tornando, um estado de barbárie. Sob o Governo da midia, tudo se resolve com punição, e no entanto a mesma situação se repete sempre de novo.

    Nada a estranhar. Num país, onde o legislativo proíbe professores de ensinar sobre religião e sequer citar ideologia sob pena de ser preso, a educação que nossos jovens e adolescentes estão recebendo é nenhuma. Principalmente no que diz respeito a preceitos morais. Na época da ditadura, pelo menos tinhamos educação moral e cívica nas escolas mas hoje tiraram até isto do povo.

    Há um vácuo de poder, na educação, e nenhum vácuo de poder fica vazio por muito tempo.

    Os pais não ensinam, a escola não ensina, o sistema não ensina, o governo não ensina, e aida proíbe de ensinar. No fim quem acaba educando a juventude são os bandidos, são os traficantes da rua.

     

    “Quem abre uma escola, fecha uma prisão”

    Victor Hugo

  37. Descobri.
    O culpado foi o

    Descobri.

    O culpado foi o Spielberg.

    So ele seria capaz de criar um video causador de tanto impacto.

    Se não foi ele, os rapazes das filmagens merecem uma bolsa para a faculdade de cinema.

    São imaginativos e talentosos.

    Mas, mesmo na hipotese levantada pelo Nassif de se tratar de uma farsa, milhares de mulheres são provadamente estupradas anualmente no Brasil.

    É inaceitavel.

    Ou deveria ser inaceitavel.

    O estupro ( ou farsa ) de uma menor por 30 homens fez o pais acordar.

    Diz o Nassif que ” se emocionou com as manifestações das mulheres”.

    Ou tambem, mas com uma ressalva.

    Acho que estão errando ao relacionar estupro com “machismos” e “feminismos”.

    A questão vai muito alem disso, é muito mais grave.

    Não é problemas “das mulheres”, mas de todos.

    Estupro deveria ser denunciado como um crime hediondo e essa discussão colocada muito alem de “machismos”.

    Concordo com o Nassif que a policia não pode sair prendendo o primeiro que encontre, mas,ao mesmo tempo, uma investigação para ser seria não necessita ser protelatoria.

    Verdadeiro ou não, o pais necessita com urgencia saber a verdade sobre essa historia ,inclusive pra diagnosticar a situação de sua propria sanidade mental.

     

  38. extremamente louvável a

    extremamente louvável a atitude de policiais que investigam antes de condenar, que respeitam as leis.  Seria mais louvável se essa fosse a regra. Mesmo considerando a hipótese de que não houve estupro em sentido estrito, houve exposição pública da vítima em situação constrangedora, vulnerável, sem possibilidade de defesa, independente do motivo. houve incitação ao crime, houve vanglória filmada e registrada para a posteridade. Nunca mais a Beatriz  se verá livre desse episódio, porque está na rede. E, se é para investigar antes, uma prisão preventiva seria de bom tamanho. Não deve ser difícil encontrar os responsáveis pelas filmagens. 

  39. O que esse delegado está

    O que esse delegado está fazendo, ao não prender os estupradores, é pura e simplesmente permitir que eles seja assassinados. Não tem absolutamente nenhum respeito à lei nisso daí.

    Não prende quem deveria prender, humilha a vítima com interrogatórios repugnantes (e um tanto ou quanto pornográficos), permite que os acusados sejam assassinados. Eis aí um modelo a ser seguido…

    1. concordo

      Luis Henrique,

      Concordo, mas não por eles, que não parecem ter condições de apanhar mais de trinta em curto espaço de tempo.

  40. Chovendo no molhado.

    A polícia, como todas as outras insituições são sexistas? Uau, que novidade.

    Há criminalização das vítimas de estupro? Descobriram o pólvora.

    O que Nassif disse, acertadamente, é que há um  leve frescor de possibilidade de que a polícia não tenha se emprenhado pelos ouvidos (e olhos) de uma mídia sensacionalista e hipócrita, que “chora” a dor da menina, mas lucra a farta com imagens e simbolismos que manifestam um olhar sobre a mulher que não a significa mais que lixo ou depósito de sêmen.

    Meus zeus, vivemos sob a égide cristã que nem deixou a mãe de deu gozar e ter uma relação sexual, impondo-a uma castidade “santa” (pobre José, deve ser barra ser corno de deus).

    Nenhuma questão deve ser desconsiderada em uma investiagção policial, mesmo que algumas perguntas pareçam sexistas. O problema não é a pergunta, mas sim o uso que se faz delas.

    Ora, pilordas, como o policial vai traçar o iter criminis sem saber como a pessoa chegou naquele local, se lembra de algo, se foi atraída, se ingeriu algo, quem estava com ela (e por quê, qual o vínculo, de onde se conhecem), etc?

    O estupro é um crime onde o elemento nuclear do tipo é a violência não consentida para praticar o ato sexual,e apenas nas relações com menores de 14 anos esse elemento deixa de ser considerado, passando o critério biocronológico a ser fundamental.

    E seria ainda muito mais machista, por mais paradoxal que seja, refutar a tese de que a menina poderia ter opções sexuais digamos, heterodoxas, e pobre moça, poderia ter mentido para encobrir a vergonha de ter sido exposta em suas preferências. Maluquice, tese conspiratória? Pode ser, mas só os tolos imaginam ter certezas sobre opções e taras alheias.

    Tudo indica que foi violentada? Sim, tudo indica, por isso chamamos o Inquérito Policial de “prova indiciária” (indicar, indício).

    Mas nosso sistema jurídico, tão castigado e surrado nesses tempos, manda que a culpa tem que ser provada, mediante processo de defas ampla e contraditório.

    Nossas considerações sociológicas, nossas remissões de culpa, nossa cultura machista e aluta contra esse estado de incivilização devem ser colocadas ao fim do processo, e não como forma a desorientá-lo.

    Porque se o machismo é horrível, o feminazismo também não ajuda. Pedir afastamento de delegado porque não “agradaram” as perguntas por ele é tão grotesco quanto o que foi submetido a moça.

     

  41. estupro impressionante

    Nassif,

    Como não assisto TV nem leio jornais há muitos anos, só ontem eu vi uma matéria sobre o estupro impressionante., até porque não sei como alguém, junto a trinta iguais a ele, consegue ter ereção numa situação como aquela, isto é atitude de animal

    Do que eu assisti, eu só não entendo por qual motivo os moradores próximos não denunciaram, pois locais como este, que existem, conforme eu ouvi dizer, em diversos locais semelhantes e são do conhecimento geral da vizinhança. Hoje, um celular é o suficiente para alertar a polícia sobre o abuso, logo, não existe desculpa para a comunidade covarde e/ou conivente com os estrupadores.

    Se foram trinta ou sessenta,, quem vai pegá-los será o grupo que comanda o local, comando vermelho, ada ou qualquer outro, para mais tarde surgiráa “versão oficial”  nos meios de comunicação. Os cretinos terão fim variado, capados, tiro na fronte com outros deles assistindo, será um verdadeiro horror.

    Quando eu digo que parte da sociedade brasileira carrega um problema sério nas costas, qual seja a total identificação com quem não vale exatamente p… nenhuma, fato corriqueiro, dizem que eu exagero.

    Quanto à vítima, como recuperar-se plenamente de um momento como aquele ? Impossível.

    1. Alfredo,
       
      É provável que o

      Alfredo,

       

      É provável que o crime tenha ocorrido com a conivência e participação dos “donos” do pedaço (a vítima falou que acordou cercada de vários homens armados), caso contrário já teriam aparecido corpos dos envolvidos, pois a situação está trazendo uma atenção exagerada das autoridades para a comunidade, o que não é bom para os negócios. Sendo assim, é pouco provável que o morador “comum” tivesse coragem de fazer algo, até porque, que garantia o morador teria de que a polícia não entregaria ele pra quem realmente manda ali? Não podemos esquecer que estamos falando de uma realidade bem diferente do nosso mundinho classe média-alta “civilizado”. Pra alguém versado nas possibilidades que a internet e novas tecnologias permitem, pode parecer simples denunciar um caso desses perto do seu meio, mas ali onde o caso ocorreu deve ter gente que nem imagina o que existe no plano online. Última vez que parei pra ver números sobre o alcance da rede no país, tava praticamente 50-50, ou seja, uma metade ainda ainda não tinha acesso.

      1. rj complicado

        Ed Doer,

        Tudo bom ?

        O ” dono” não quer  que a região fique no noticiário, e também não tolera estupros escandalosos, daí já ter, provavelmente, executado alguns dos 30 além de ir atrás do resto – todos serão encontrados, a não ser que tenham ido prá bem longe.

        Quanto ao morador, pode falar pelo celular, ou melhor, de um orelhão que existe por todos os lados e ninguém conseguirá identificar quem fez a ligação – Não faz porque não quer. Quanto à integração com a comunicação, o celular é algo trivial em qualquer canto do município do RJ. Acredito que o 0800 poderia ajudar em casos como este. 

        Qual seria o motivo para ninguém abrir a boca em relação ao inferno noturno que impera em algumas favelas, com os moradores sendo obrigados a chegar em casa até às 8 da noite ? E se houver a denúncia, você ou eu teremos conhecimento da mesma ? Nestes casos, não acredito.

        O RJ já perdeu esta guerra há mais de trinta anos, a diferença daqui para SP é que não se tem um eficiente Marcola controlando tudo. A situação daqui permanece como sempre foi, muito desorganizada, sem comando eficiente e ainda bem que é assim. 

        Quem sabe de tudo isto é Luis Eduardo Soares, que foi secretário de segurança de Garotinho, e por isto obrigado a se mandar por uns anos para Nova Iorque.

         

  42. E se não houve estupro?

    DISCORDO VEEMENTEMENTE. 

    A arguição, como foi feita, da vítima não poderia TER ACONTECIDO com um DELEGADO de crime cibernético. O que “interessa” se a garota “era adepta de sexo grupal, OU NÃO”, quando NÃO FOI ELA QUE PUBLICOU os vídeos ? EXTRAPOLOU na “competência”, tornando-se INCOMPETENTE e CANALHA.

    Em nenhum caso recente de “nudes” roubados e postados, DE FAMOSOS, viu-se tamanha CANALHICE. E para para piorar, o não atendimento da menor em delegacia especializada (o delegado já foi tirado do caso), expôs TODA A FAMÍLIA da mesma, expondo-a também a fácil identificação, e escracho como vem acontecendo.

    Não acho adequada a comparação com o caso “Escola Base”. Cuidados podem ser tomados, sem JOGAR A VÍTIMA ÀS FERAS, MESMO “INSTITUCIONAIS”.

    Revolta total e absoluta…

    Abs. 

    1. Se houve crime por exposição

      Se houve crime por exposição de conteúdo pornográfico sem consentimento isso é uma coisa. Estupro é outra totalmente diferente. Faz toda a diferença investigar o caso, questionar a vítima (ou acusadora). Se há um comportamento padrão de sexo grupal com membros do tráfico na região, isso é evidentemente relevante. O justiçamento não pode prevalecer sobre a razão. A investigação precisa ser feita sim. Se o delegado não é o mais adequado, isso é outra questão.

      1. “Se há um comportamento

        “Se há um comportamento padrão de sexo grupal com membros do tráfico na região, isso é evidentemente relevante. “

        Não me lembro de ver IGUAL pergunta AOS MORADORES DE COBERTURAS DO RIO DE JANEIRO, E NEM ÀS UNIVERSITÁRIAS. Que argumentação mais REVOLTANTE.

        1. Dulce, no caso dela há

          Dulce, no caso dela há indícios de tal comportamento. Nada tem a ver com ser zona sul ou não. Há registros no facebook, áudios e afins que sugerem tal comportamento. O sentimento de revolta não pode legitimar o justiçamento. Tudo precisa ser investigado.

    2. Concordo totalmente!

      O delegacia agiu como quem interroga um criminoso, não uma vitima. Ele como responsável de uma delegacia especializada, que de especializada não teve nada. Jamais poderia agir da maneira que agiu, só provou o despreparo para atuar nestes tipos de caso. Com todo respeito ao ilustre delegado, mas cautela é uma coisa e ter conduta inadequada a sua função é outra.

  43. Sem entrar no mérito.
    É impressionante a repercussão da notícia. A mídia, acostumada a faturar com o estupro dos fatos, deita e rola. Os políticos politiqueiros aparecem com as soluções casuais, como se não houvesse (infelizmente) xxx estupros todos os dias, inclusive crianças. Resumindo: a politicalha feliz que nem pinto no lixo. O assunto do momento, por ora, deixa de ser a constrangedora corrupção no poder.

  44. LAMENTÁVEIS HIPÓTESES SURREAIS

    O artigo em tela parece partir de pressuposto esdrúxulo segundo o qual a prisão de suspeitos seria equivalente a uma prévia condenação, e sugere que tal hipótese surreal seja suficiente para justificar a desídia da polícia.

    E que prisões provisórias não existem para garantir a ampla investigação de denúncias.

    E que prisões provisórias não existem para evitar que criminosos destruam provas e usem de violências diversas para coagir testemunhas e obstruir a justiça.

    E que prisões provisórias não existem para evitar que suspeitos sejam ‘justiçados’ do modo que muitos afirmam já estar sendo praticado.

    Realmente não consigo entender qual a pretensa lógica da atitude de defender um delegado que não cumpriu com as mais elementares obrigações de alguém responsável por investigação tão urgente e importante, acerca de questão tão delicada quanto os danos morais, psicológicos e emocionais sofridos pela vítima.

    Por fim, vale ressaltar também que, na minha humilde opinião, a mera divulgação do vídeo com as cenas da prática de sexo com pessoa desacordada já constitui crime.

  45. Só acreditando em Papai Noel

    Só acreditando em Papai Noel e coelhinho da páscoa para ver boas intenções na atitude do delegado. Ele segue o procedimento padrão nesses casos, constranger a vítima (“já fez sexo em grupo?”). Se a menina fosse de classe média ou alta, esses homens já estariam na cadeia há muito tempo. Houve crime sim. Os canalhas até se vangloriaram e expuseram a menor em vídeo para todo o mundo ver. Se fosse a filha de vocês o papo seria outro.

    1. Por alguma fotos que vazaram,

      Por alguma fotos que vazaram, tem uma por exemplo que ela faz o símbolo do CV com as mãos, isso não é apologia ao crime? ela pode ser acusada de algo? bem, acho que esse caso ficou complicado de ter uma certeza que não seja por exames devido a índole de quem acusa, a única coisa de que tenho certeza até agora, é que, as fotos não são montagens! já que é no meu campo de trabalho, ai me fazem uma entrevista com a menina onde em uma das suas primeiras falas ela diz o contrario, o que me deixa mas triste e constrangido é que teve n casos que não tiveram a mesma atenção que este, e foram casos onde você não tinha duvidas sobre a ética da pessoa, não eram pessoas que procuravam sarna para se coçar, e com certeza enquanto muita gente defende esse caso com unhas e dentes agora, no mesmo momento tem mulher sendo estuprada e que não vai receber a mesma atenção, enquanto tem gente que convivia com a “vitima” dizendo que a mesma sempre fez esse tipo de coisa, tem outras que viram uma coitada em sua frente mesmo sem nem saber o nome da rua onde a menina mora que acredita cegamente na versão dada por ela como se fosse a verdade absoluta, vai entender! sinto muito informar ao povo dos prédios e das ONGs, mas em comunidades, isso é mais comum do que vocês pensam, agora mesmo se você for subir em uma deve ter umas 3 sendo “estupradas” igual essa foi, e se fosse minha filha eu certamente eu saberia por onde anda, principalmente se saia de casa e não voltava no mesmo dia, como a propria mãe da “vitima” disse que acontecia, nesse caso em questão argumentos como: “e se fosse sua filha” ou “poderia ter acontecido com qualquer uma” simplesmente não funciona.

    1. Não, numa delegacia da infância e adolescência

      Existe o crime principal em investigação, que é o estupro, e um crime consequente, que é a divulgação das imagens e do vídeo pela internet. Somente este segundo deveria estar com a delegacia de crimes cibernéticos. O estupro deveria estar sendo apurado por uma delegacia da infância e adolescência, já que a vítima tem menos de 18 anos.

      (Quando digo “crime consequente” não estou reduzindo a reprovabilidade da divulgação das imagens e do vídeo, mas sim usando um conceito jurídico, pois se trata de um crime autônomo e que só existe em função do cometimento do primeiro, que é o estupro. Mais ou menos como receptação em relação ao furto)

  46. Não é possível ter certeza
    Não é possível ter certeza sobre a postura do delegado nesse caso mas ele está sendo acompanhado por uma delegada o que diminui a margem para inquéritos enviezados por uma visão machista. No que tange à pergunta a respeito do sexo em grupo nao passa de truque da advogada da vitima. Apesar de incômoda ela é perfeitamente pertinente para o esclarecimento dos fatos. Não é absurda a hipótese de que esse estupro tenha começado como uma relação consensual envolvendo um ou mais parceiros. Igualmente importante é saber se a vitima se drogou ou foi dopada, pois a segunda hipótese implica um crime a mais para os autores. Para além dos moralismos esses detalhes podem ser a diferença entre condenação e prisão ou a absolvição para alguns dos envolvidos e por isso não podem ser ignorados. Então tudo que possa contribuir para esclarecer as circunstâncias do ocorrido e apontar responsabilidades não deve ser negado a quem investiga desde que dentro das regras legais.

  47. Pela legalidade

    A razão está sempre com dois lados.

    Contra fatos, também deve haver a prudente coleta dos argumentos.

    A lei existe para ser cumprida, doa a quem doer e custe o que custar.

    Remédio, que pode curar, arde, amarga e incomoda.

    Cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém.

    Cedo ou tarde, ninguém escapa da justiça.

    Afobado come cru e quente.

    Aqui quem fez ou faz, aqui já pagou ou ainda pagará.

    A verdade sempre prevelece, sempre.

    Se queres que ninguém saiba, não faça.

    A sabedoria popular, além desses, criou muitos outros sábios ditos populares, que reforçam a adoção do indispensável comportamento da cautela e da prudência.

    Portanto, obrigatoriamente, todo desvio de lei e/ou de conduta praticado deverá ser apurado rigorosamente pelas autoridades públicas rigorosamente, dentro dos preceitos constitucionais e legais vigentes.

    Contudo, ainda que ocorra injustiça nas regras da justiça, que se diz ser justiça para todos, as correções sempre deverão ser feitas após executados todos os tramites legais, que estão estipulados na constituição federal. 

     

     

     

     

  48.  “Olha o que você fez! Tá fel

     “Olha o que você fez! Tá feliz?! Era isso que você queria? Você matou sua filha por overdose de cocaína!” 

    Faz dez anos que a dona de casa Daniele Toledo do Prado ouviu tais palavras de uma médica – e não há um único dia em
    que ela não se lembre, sílaba a sílaba, dessa frase carregada de dor.

    Reportagem de EDISON VEIGA – ENVIADO ESPECIAL A TAUBATÉ
    29 Maio 2016 | 05h 00 – Atualizado: 29 Maio 2016 | 05h 01

    Íntegra em:

    http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,a-medica-disse-que-eu-tinha-matado-a-minha-filha,10000053968

     

    1. Me desculpa, Galileo

      Mas essa história dessa moça está mal contada do começo ao fim.

      Independente do show de horrores que ela parece comportar, nesse caso não dá pra acreditar na imprensa nem na ida nem na volta. Quem pode garantir onde está o sensacionalismo? Na primeira notícia? ou na última?

      Na verdade, a única constatação que nos resta é essa: a imprensa brasileira é rasteiramente sensacionalista e irresponsável.

      Talvez só haja um jeito para disciplinar isso: baixar uma lei pela qual qualquer crime só pode ser noticiado depois de encerrado o inquérito (com ou sem apresentação de denúncia). Uma vez encerrado o inquérito, aí a imprensa pode realizar sua própria investigação e/ou criticá-lo o quanto quiser.

      Do contrário, a imprensa acabará sendo tão criminosa quanto qualquer criminoso. Sabe por que? Porque não dá mais para acreditar em nenhuma ética jornalística. A única ética que os jornalistas hoje parecem obedecer é a da predação.

      De quebra, creio que um dispositivo legal assim acabaria reduzindo a pressão para que os investigadores se deixem levar pela pressão da opinião, como eu considerei mais abaixo.

      1. A qual moça você se refere?

        Ricardo, fiquei em dúvida em relação a qual moça você se refere.

        O comentário meu refere-se ao caso da mãe que foi acusada de ter matado a filha por ter colocado cocaína no leite. A acusação era falsa.  Essa mãe sofreu o diabo, não só fisicamente, mas também moralmente. Afinal, ter uma filha morta por descuido ou incompetência hospitalar e ser acusada de homicídio é muito cruel. Fora as agressões físicas sofridas enquanto esteve presa.

        Se você se refere ao caso da menina de 16 anos, concordo contigo que no momento é muito difícil saber onde está o sensacionalismo. Até por isso trouxe o caso dessa done de casa para a discussão.

        A imprensa, infelizmente, tem levado as pessoas a não mais raciocinarem e a agirem como zumbis.

        Por isso acho necessária a cautela preconizada pelo Nassif.

        No momento, por ser a adolescente a parte mais fraca, tendo a ficar a favor da sua versão. Mas acho que todo o episódio precisa ser esclarecido sem deixar margens a dúvidas. E, reproduzindo o comentário do Ivan em outro post, para esse esclarecimento não vem ao caso se ela gosta de chocolate ou de baunilha.

         

  49. Senso comum é sempre duvidar da vítima, não é imparcialidade
     O delegado que prendeu 3 pessoas durante a copa baseado em futurologia e indiciou um filósofo morto há 200 anos como líder do black bloc, é o mesmo que diz não saber se houve estupro coletivo. Esse é o herói vingador do colunista.

  50. Que artigo absurdo, Nassif.

    Que artigo absurdo, Nassif. Até que se prove o contrário a garota é vítima. Pena que a tal cautela e resistência a fazer malfeito que vc enaltece, acontece justamente em um caso de estupro coletivo, Temer, Ministro da Justiça, candidato do Paes não podem ser desculpas para esse tipo de cautela em caso de estupro. Não penso que a prisão de suspeitos seja um tipo de justiçamento, repito em um caso de estupro. Lógica esquisita essa.

  51. Texto impecável, Nassif

    Nassif, seu texto é impecável. O assunto é muito delicado e qualquer opinião diferente à tese do estupro é facilmente execrada. A verdade é que o delegado foi condenado por falar o óbvio: é preciso aguardar as investigações! O que é que se espera de um delegado que não investigar antes de concluir qualquer caso? Acatar a tese da imprensa e pronto?

    1. Trinta homens usarem uma menor desacordada, não é crime ?
      A única dúvida só pode ser quem esteve e quem não esteve no grupo. Porque se existe alguma lei que não considera crime, trinta homens usarem uma menor desacordada sexualmente, então eu vou embora do país onde esta lei existe.

  52. Policiais que respeitam a lei ou a desconhecem?

    Nassif, normalmente concordo com grande parte de seus pontos de vista, mas não neste caso. Estupro não é o único crime pelo qual os criminosos em questão podem responder. Aliás, podem até não terem incorrido no crime de estupro (art. 213 do Código Penal), mas são certamente criminosos, pois certamente se enquadram no art. 218-B do CP (favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente – MENORES DE 18 ANOS – ou de vulnerável: reclusão de 4 a 10 anos) e no art. 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente, que versa sobre a exposição de fotos pornográficas de crianças ou adolescentes (pena de 3 a 6 anos).

    Simplesmente não interessa se a vítima é drogadita, prostituta, se convocou dois times de futebol para currá-la, se quis tudo isso etc. Não interessa, é crime do mesmo jeito. Neste sentido, chega de, seja qual for a intenção, tentar relativizar o absoluto horror do crime em questão. Sei que Nassif não merece ouvir isso, mas seu texto deu margem para cretinos diversos exercitarem seus cacoetes machistas e se colocarem a relativizar o fato, a buscar motivos, razões ou justificativas para, de algum modo, implicarem também a menor de idade vítima de crimes.

    No caso em questão, talvez melhor do que falar em policiais que respeitam a lei seja falar em policiais que desconhecem a lei.

     

  53. No momento em que, na calada

    No momento em que, na calada da noite, Gilmar Mendes se encontra com Temer, a nossa democracia tão indefesa não estaria sendo estuprada?

     

    Foto de Paulo Pimenta.

     

  54. Moral x Crimes

    Primeiro, devemos deixar de lado o preconceito e prejulgamentos.

    A adolescente do caso poderia escolher a vida que quisesse, fazer o que bem entender com seu corpo. O que não podemos é misturar as condutas, não é avaliado o crime na proporção da moral ou costumes da vitima.

    É inaceitácel, que mulheres sejam marginalizadas por viverem como querem. 

    Essa adolescente esta longe de ser santa ou Madre Teresa, mas tbm não pode ser constrangida mais do que o fato criminoso. Já teve sua vida julgada, exposta e difamada por decadas. 

    Se ela consciente concordou em transar com 10 o problema é dela, eu não apoio ou incentivo esta pratica até por questão de higiene. Mas ela é dona do próprio corpo, faz a porcaria que quiser.

    Ela incosnciente praticam sexo com ela, É ESTUPRO!

    Com o video, não interessa a vida, moral ou os bons costumes. O que interessa é o ato criminoso, não podemos desqualificar um ato por outro. Não se justifica um erro praticando outro, assim todo réu terá motivo e justificativa para seu ato ilicito.

     

    Já falando do delegado, provou ter colocado seu julgamento e preconceito a frente de seu profissionalismo. Ele como primeiro pilar na construção juridica do caso, jamais deveria ter atuado da maneira que atuou. Demosntrou ao meu ver, despreparo e desrespeito a vitima. Independente dela ser santa ou diaba. Não é o fato dele ser homem, mas a sua cultura, principios e opinião.

     

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