Enem, ou seria ‘Ahnem'(?)

Ahnem, me poupem tanta desorganização, que se repete anualmente, no Enem.

Hoje, pela manhã, consegui conversar com minha filha Nina ao telefone. Ela reside no interior de São Paulo e inscreveu-se no Enem, porque concorre a uma vaga na Ufscar (universidade que aderiu ao Enem – Sisu e portanto não haverá o tradicional vestibular)
Ela está envolvida na maratona de resistência física e psicológica, exigida pelo Enem.
Ela estava decepcionada, nervosa e exausta.
Um dos boicotes do Enem 2010, foi o uso do lápis e relógio. A alegação do Inep (orgão do MEC, responsável pelo Exame) foi que, o aluno perderia tempo ao usar o lápis e depois a caneta, no momento de transcrever o gabarito.
Já está subentendido que o objetivo de avaliar competências e habilidades dos canditatos, inclui também, o fator tempo.
Nas questões onde exigia a realização de cálculos com fórmulas, Nina me relatou que teve dificuldade. Rabiscou muito e o espaço delimitado nas questões ficou confuso, por tantos borrões. Sentiu falta do lápis. E na sala onde estava, essa proibição não foi respeitada por vários candidatos: usaram o lápis e relógio no pulso. Os tres fiscais presentes nada disseram.
Ahnem!!!!!
Nina, com voz estarrecida, me conta o absurdo maior – entre outros – ocorrido na sala. O celular de uma candidata começa a tocar, e a mesma atende e começa um diálogo em alto tom de voz: _ O que? A chave? Está no mesmo lugar…..
Nina não possibilitou a continuidade da conversa: dirigiu-se ao fiscal (nesse momento, só havia um na sala) e perguntou: “Isso é permitido”???
O fiscal solicitou à candidata que se retirasse da sala e continuasse a conversa ao celular nos corredores.
Pasmem!!!!!
Quando os outros dois fiscais retornaram, a candidata ainda estava fora da sala e de papo ao celular.
Decidiram que ela seria desclassificada no exame. Porém, ela voltou à sala, transcreveu no gabarito as questões que havia feito, entregou a prova e permaneceu até que chegasse o horário mínino determinado, para saída dos candidatos.
Ahnem!!!!!!
Mais um ocorrido: proibição do relógio. Até procede tal atitude se os candidatos tivessem acesso, através dos fiscais ou com o clássico relógio desenhado no quadro, onde a cada trinta minutos, apaga-se os ponteiros e desenha-se outros.
Não houve nada disso, o tempo cronológico percorria no psicológico dos candidados. No tempo objetivo da pressão, onde quem obedeceu o ‘exigido’ pelo Mec, não conseguiu saber o horário onoroso que restava para o término do exame .
Um comunicado foi feito: falta cinco minutos para terminar e entregar provas e gabarito.
Sem levar em questão que os cabeçalhos dos gabaritos não coincidiam com os cabeçalhos dos cadernos de provas,( mais um absurdo, uma incompetência)  as mãos de minha filha começaram a tremer.
Ela continuou a transcrever as respostas para o gabarito, porém as cinco questões finais foram para o ‘chute’.

Hoje, dia 07/11, continua o martírio. Que nenhum “imprevisto” aconteça.

E assim caminha a educação…Caminha?
 

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador