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Redação

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  1. Eduardo Cunha

    Mulheres contra Cunha voltam a lotar Cinelândia

    ImprimirE-mail Sexta, 13 Novembro 2015Compartilhar

    Mais um ato reúne milhares de mulheres na Cinelândia, Rio de Janeiro, exigindo o afastamento do misógino Eduardo Cunha. A cobertura do ato foi boicotada pela grande mídia.

    O pré-candidato à Prefeitura do Rio, Pedro Paulo, apoiado pelo atual prefeito Eduardo Paes, também não foi poupado. “O Rio não quer espancador de mulher”. Inúmeros cartazes com estes dizeres inundaram a Cinelândia.

    As manifestações feministas vão continuar. Mesmo com o boicote da mídia, as imagens são eloquentes. Assim como o vídeo da Marisa Santana, que compartilhamos com os nossos leitores:

    “Companheira, me ajuda, que eu não posso andar só. Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor.”

     

     

     

    Fotos: Samuel Tosta / Agência Petroleira de Notícias

     

     

  2. Enquanto isso, a mídia continua a disseminar o ódio no Brasil

    E no Brasil, a mídia insiste na cultura  do ódio visando a destruição de um partido político e a destruição do país como um todo. E os disseminadores do ódio fazem cara de compungidos diante do que aconteceu na França (quem assistiu ao jogo Brasil x Argentina viu essa expressão de superficialidade na cara do Galvão Bueno ao comentar o massacre na capital francesa) 

    Estes senhores se julgam intocáveis, porque tem suas casas e seus apartamentos de luxo em outros países para os quais poderão fugir com seus familiares no momento em que o caos, movido a ódio, se instalar de maneira definitiva no país. E nós, os menos favorecidos, vamos ficar nos digladiando numa guerra sem vencedores, a exemplo do que está acontecendo neste momento na Síria. Lembrem-se, senhores, enquanto é tempo: uma guerra a gente sabe como começa, mas nunca sabe como termina. E as perguntas óbvias para concluir este comentário são as seguintes: e se vocês perderem o controle do conflito e não conseguirem chegar ao aeroporto a tempo de decolarem em seus jatinhos? Não é mais racional construirmos um país mais equilibrado, mais civilizado, sem tanto ódio de classe?

    Que a barbárie que aconteceu em Paris sirva de lição para os poderosos donos das mídias que tanto nos envenenam.

     

     

  3. O massacre na França

    Por Informação Incorrecta

     

     

     

    Sábado de manhã, dá para ficar acordado até tarde e tentar perceber o que aconteceu em França.

    Por enquanto fala-se de 126 mortos, mas o total pode subir. Todos os terroristas islâmicos mortos também, ou suicidas ou abatidos pela polícia.

    A primeira coisa que passa pela cabeça é false flag.
    Normal, assim somos estados habituados. O que aconteceu com Charlie Hebdo no princípio do ano, com as fortíssimas dúvidas, as incongruências e, por fim, o segredo oficial acerca das investigações, é uma recordação demasiado recente.

    Mas algo não bate certo desta vez.
     

    False flag americana? Talvez não
    Os Estados Unidos precisam de aliados para abater o regime da Síria. E a França já tem sido um dos Países que mais têm contribuído em termos militares. Aliás, o recente aumento dos efetivos franceses no conflicto é uma das causas do ataque, como reivindicado pelo comunicado do Isis. Se a ideia tivesse sido “provocar” um País ocidental para força-lo a empenhar-se mais na guerra no Oriente Médio, o objectivo deveria ter sido outro.

    Neste contexto, não é possível esquecer que já no dia anterior, na Sexta-feira, um rabbi tinha sido assassinado em Milano e a polícia tinha executado uma série de operações contra células do Isis em território italiano: também neste caso, estamos perante um País que recentemente tem aumentado a sua presença na guerra contra a Síria.

    Este ataque irá favorecer de forma pesada os partidos da Direita francesa, em particular a Frente 
    Nacional de Le Pen. Já no topo das preferências nas sondagens, após o massacre de ontem verá o número de eleitores subir de forma consistente.

    Não é uma boa notícia do ponto de vista de Washington: o status quo na Zona Euro tem sido baseado no controle efectuado pela Alemanha, com a França de Hollande em evidente apoio em contrastar a chancelera Angela Merkel. Com a Frente Nacional no governo (hipótese ainda mais provável após o ataque) a situação fica muito mais complicada: as reivindicações da Le Pen assustam Berlim que, até hoje, tem seguido as ordens americanas.

    O ataque contra a França lança sombras sobre a política de acolhimento dos imigrantes varada pela União Europeia e bem vista pelos Estados Unidos. Sem dúvida serão apresentadas aos cidadãos as diferenças entre os muçulmanos e os radicais islâmicos, mas o clima ficará mais “pesado” em volta dos imigrantes e o acolhimento será encarado cada vez mais de forma negativa.

    Uma manobra para atingir Moscovo? Muito difícil. A Europa tem aderido às sanções contra a Rússia: e todos sabem que Putin decidiu intervir contra o Isis. E nem podemos esquecer o recente atentado do Isis contra o avião russo: o massacre na França não mexe duma milímetro o relacionamento entre Europa e Rússia. Eventualmente, põe Europa e Rússia do mesmo lado da barricada, aquele das vítimas. Não é isso que Washington deseja. 

    Mais um fase da “política do medo” muitas vezes assinada pelos EUA? Também esta explicação não é suficiente pois, contas feitas, os contras ultrapassam os prós do ponto de vista de Washington.

    Outras hipóteses
    É difícil ver este como um false flag. E ainda mais difícil é vê-lo como um false flag de matriz estadounidense, pois há outro pormenor que deve ser considerado: os atentadores de hoje nada parecem ter a ver com os de Charlie Hebdo. Aqui estamos perante indivíduos realmente prontos a morrer, pessoas que não hesitaram em rebentar-se no meio da multidão. Segundo as primeiras notícias (que devem ser confirmadas), os terroristas vinham da Síria, onde combateram nas fileiras do Isis: cidadãos franceses muçulmanos, bem treinados nos combates contra as tropas governamentais.

    Haverá tempo para tentar analisar os factos. Eventualmente poderão surgir provas que desmentem quanto escrito até agora. Há também a possibilidade de que possa se um false flag não americano. Mas até agora temos que considerar uma outra hipótese: que seja mesmo uma operação do Isis.

    Contrariamente a quanto acontecia com Al-Qaeda, entidade imaterial e cujas acções sempre podiam 
    ser interpretadas à luz da geopolítica americano-hebráica, o Isis é um verdadeiro Estado, e se armas e financiamento são ocidentais ou de origem filo-ocidental (as monarquias do Golfo), o exército dele é real, os fanáticos ideológicos reais.

    Do que precisa o Isis? De mão de obra, para acabar com uma guerra (aquela contra o regime sírio) que está a perder, tal como acontece com os exércitos ocidentais. O massacre em França é a melhor maneira que o Isis tem para recrutar pessoal.

    Neste aspecto, e provavelmente pela primeira vez, um ataque contra israel não faria sentido. Mesmo discurso em relação às monarquias do Golfo, pois não se morde a mão de quem oferece a comida. A Europa, pelo contrário, é o objectivo perfeito; e a França é a primeira escolha, com os seus 6 milhões de islâmicos e uma taxa de desemprego que atinge em particular os jovens (muito dos quais muçulmanos). Esta acção de cariz militar pode ser o sinal de que o Isis está  “crescer”: não em, termos quantitativos mas qualitativos.

    Um atentado que, de certeza, não será tão mal-visto em israel. O governo de Tel Avive está bem ciente de que o nível de simpatia que consegue no Velho Continente está cada vez mais baixo: o massacre reforça a ideia do hebraico qual Estado ponta de lança democrática e ocidental no Vizinho Oriente.

    As monarquias do Golfo? Também elas ganham com o recrutamento de novos jovens que casam a causa whabbista.

    Repito quanto já afirmado: estas são apenas as primeiras ideias, escritas enquanto a polícia presidia as ruas de Paris e as forças especiais estão ainda empenhadas em operações contra bases dos jihadistas.
    As observações feitas até aqui vale o que valem: será preciso esperar os próximos dias, e sem dúvida seguiremos os eventos com particular atenção, para tentar decifrar quanto acontecido hoje. 

    Se é que há algo para decifrar.
    Porque, como escreve o jornalista Paolo Barnard:
    O governo dos Estados Unidos, no final de 2014, na tentativa de matar 41 supostos terroristas tinha assassinato 1.147 pessoas. Há cerca de 28 mortes inocentes que nada tinham a ver com isso por cada suspeito que Washington queria matar (sem julgamento).

    Com este tipo de «precisão», o Isis ontem teria assassinado 2.800 pessoas na França.
    Felizmente, os do ISIS são mais precisos. Felizmente por assim dizer, obviamente. Mas é um facto.Não é uma justificação, como é claro.
    Mas não deixa de ser algo que não podemos esquecer, tal como os muçulmanos não se esquecem.
    É um facto.  Ipse dixit.

    http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/2015/11/o-massacre-em-franca.html#sthash.u3j3Mbki.dpuf

     

  4. O eleitor paulistano sabe que Russomano é aliado de Cunha?

    Do bar de Russomano ao posto da Lava-Jato, um mundo de coincidências…

     

    coincidencias

    O Estadão dá com algum destaque, hoje, o fato de que Celso Russomano, líder do PRB na Câmara, aliado de Eduardo Cunha e aparente favorito na disputa pela Prefeitura de São Paulo é sócio do empresário Augusto Mendonça – delator premiado e pagador de propinas na Petrobras, segundo ele mesmo – num tal Bar do Alemão, em Brasília.

    Não é crime ser sócio de ninguém e, portanto, a reportagem é, por enquanto, a estranha coincidência.

    E é muito econômica, porque a história já nasceu de forma esquisita, registrada no próprio Estadão. Pouco antes das eleições para a Prefeitura paulistana, descobriu-se que ele era dono de 26,66% do tal bar, com capital, ainda a ser integralizado, de R$1.142.860,00. Nas eleições passada, continuava dono, mas sua cota de capital havia baixado para 407 mil, não se sabe se por que razão, e isso não foi perguntado ao deputado que, na ocasião, disse que não colocava nem um tostão no negócio, ia pagar sua parte trabalhando como gerente.

    Também não foi dito que o pai de outra sócia, Luna Gomes, Eduardo Gomes, foi deputado pelo PSDB do Tocantins – o que também não é crime, claro – mas tem uma história de investigação na Operação Miquéias, da Polícia Federal, que investigou desvios de dinheiro de institutos de previdência de servidores. Neste momento, o inquérito está no STF e contra Gomes existem, entre outras provas, diálogos gravados entre ele e o doleiro  Fayed Antoine Traboulsi.

    Pararam as coincidências com os sócios e amigos de Russomano, que durante muitos anos foi presidente da Frente Parlamentar de Defesa da Polícia Federal, mas nunca recebeu dela nem um cochicho do que faziam seus sócios, mesmo um deles sendo  objeto de um processo público?

    Não acabaram os acasos, não…Quem se der ao trabalho de ler a edição de O Globo de 13 de março do ano passado vai  saber que “a operação, batizada de “Lava-Jato”, é o desdobramento da operação Miqueias”, a origem do “embrulho”.

    Ganhou este nome por conta de um posto de gasolina – o Posto da Torre, que fazia movimentadíssimas promoções de venda em dinheiro –  pertencente a Carlos Habib Chater, que era operador de Traboulsi e de…Alberto Youssef.

    Como o mundo é pequeno…Então o sócio de Russomano, o delator Augusto Mendonça, que diz que pagava propinas na Petrobras tem relações com os Gomes, envolvidos na Operação Miquéias, que conversava e fazia negócios com um doleiro que operava o tal Lava-Jato onde Alberto Youssef lavava as suas verdinhas?

    Aliás, o Ingeprev, um dos institutos previdenciários de que se acusa Eduardo Gomes de fraudar, investiu R$ 13 milhões na empresa Máxima Private Equity Fundo de Investimentos em Participações de quem? Bingo! De Alberto Youssef.

    Quem disse que não existem coincidências?

     

  5.  
     SAMEDI 14 NOVEMBRE

     

     SAMEDI 14 NOVEMBRE 2015     La France hébétée après des attentats sans précédent Plusieurs attaques terroristes ont eu lieu simultanément dans six endroits à Paris et à Saint-Denis, vendredi soir, faisant plus de 120 morts. L’état d’urgence a été décrété.    Des pompiers au Bataclan, le 14 novembre. Ce que l’on sait des attentats de Paris D’après la justice, un millier de personnes auraient été en contact au cours de la soirée avec les assaillants, en qualité de témoins ou de victimes (morts et blessés).    Le journaliste  du Monde, Daniel Psenny, a été témoin de  l'attaque terroriste au Bataclan, à Paris, vendredi 13  novembre. Daniel Psenny, journaliste au « Monde »: « J’ai senti comme un pétard qui explosait dans mon bras »      Les spectateurs ont envahi la pelouse du Stade de France à l'issue du match France-Allemagne, le 13 novembre 2015. Ce qui s’est passé au Stade de France Trois explosions ont eu lieu aux abords du Stade de France, où se déroulait le match France-Allemagne. L’attaque aurait fait quatre morts, dont trois assaillants.    La police scientifique sur les lieux d'une attaque à proximité du Stade de France à Saint-Denis. « J’ai marché sur des corps, il y avait du sang. Dans la rue, il y avait des morts » Des témoins racontent ce qu’ils ont vu et vécu sur les lieux des attaques de Paris et de Saint-Denis.    Des personnes sont évacuées du Bataclan. Fusillade au Bataclan : « Le but, c’était d’attendre et de faire le mort » Thomas et son amie étaient dans la salle du Bataclan pendant un concert de rock alors qu’au moins deux personnes ont tiré sur le public.

     

  6. Somos todos Cunha e Russomano também

    Li no blog Tijolaço o seguinte:

    “O Estadão dá com algum destaque, hoje, o fato de que Celso Russomano, líder do PRB na Câmara, aliado de Eduardo Cunha e aparente favorito na disputa pela Prefeitura de São Paulo é sócio do empresário Augusto Mendonça – delator premiado e pagador de propinas na Petrobras, segundo ele mesmo – num tal Bar do Alemão, em Brasília”.

    A  partir daí eu comecei a entender a liderança de Russomano nas pesquisas na corrida pela prefeitura de São Paulo. Porque eu me lembrei do que diziam os paulistanos nas manifestações de rua: “somos todos Cunha”. Se eles são todos Cunha e Russomano é aliado de Cunha, Russomano derrotará facilmente o Haddad nas próximas eleições. É o que dizem as recentes pesquisas.

    Sugiro então o trocadilho Cunha=Russomano; Russomano=Cunha. Beleza pura.

  7. Reconstruir a esperança (por

    Reconstruir a esperança (por Luiz Carlos Bresser-Pereira)

    bresserMeus amigos, esse é o discurso que pronunciei no último dia 9, ao receber o prêmio Juca Pato, da União Brasileira de Escritores, como intelectual do Ano de 2014.

    Discurso ao receber o prêmio Juca Pato como Intelectual do Ano de 2014, da União Brasileira de Escritores. São Paulo, 9 de novembro de 2015.

    Meus amigos

    Sinto-me honrado e feliz ao receber o prêmio Juca Pato. Percorrendo a lista dos escritores ou intelectuais que me antecederam, vejo alguns de meus mestres, como Caio Prado Junior e Alexandre Barbosa Lima Sobrinho,  e alguns dos meus amigos, como Fernando Henrique Cardoso e Luiz Alberto Moniz Bandeira, e me sinto em muito boa companhia.

    Que posso eu dizer a todos aqui presentes além do meu agradecimento? De meu agradecimento a todos que me ajudaram, de meu agradecimento à União Brasileira de Escritores que me concedeu esse prêmio. Poderia discutir a grave crise em que se encontra a sociedade brasileira hoje. Ou a crise mundial desencadeada em 2008 e da qual os países ricos vão saindo lentamente. Talvez esses fossem temas adequados. Mas o que mais me impressiona hoje não são essas crises, que acabam sendo superadas, mas a falta de esperança que caracteriza o mundo desde que o socialismo deixou de ser uma utopia possível. A perda da crença na ideia do progresso ou do desenvolvimento humano há tempo atingiu os países ricos. E nos últimos anos tomou conta, também, do Brasil.

    Será que esta falta de esperança é inerente às sociedades tecnoburocrático-capitalistas do nosso tempo? Podemos ter esperança sem a perspectiva de uma sociedade socialista, contando apenas com a continuidade do desenvolvimento humano? Será que as “lógicas” em conflito que presidem o mundo moderno – a lógica do capital, a do conhecimento, a da democracia, e a da nação – nos levam necessariamente a não termos projetos comuns de construção social? Ou, então, existe a possibilidade de reconstruirmos nossa esperança?

    Estamos acostumados a pensar a sociedade moderna como uma sociedade capitalista e liberal. Mas,  desde o século XX, ela é também uma sociedade tecnoburocrática, uma sociedade do bem-estar social, e uma sociedade democrática. E está organizada sob a forma de estados-nação. O que nos permite afirmar que a sociedade moderna é definida por quatro lógicas.

    A primeira lógica é a do capital. É a lógica da propriedade privada dos meios de produção, da acumulação de capital e do lucro. É a lógica do empresário schumpeteriano, que organiza a produção e inova para buscar o lucro, mas é também a do capitalista rentista, que busca os juros e aluguéis. É a lógica da mercadoria e do trabalho assalariado. É a lógica da desigualdade, da herança que perpetua o controle do capital na família. Mas é também a lógica dos direitos civis, da igualdade de todos perante a lei, e da criatividade e do crescimento econômico.

    A segunda lógica é a da organização. É a lógica da propriedade coletiva das organizações pelos tecnoburocratas que vemos nas grandes empresas e no aparelho do Estado. É a lógica da classe tecnoburocrática ou profissional. É a lógica do conhecimento técnico, da administração e do planejamento. É a lógica da meritocracia e, portanto, também a da desigualdade, seja porque premia de forma desproporcional os mais competentes, seja porque as famílias conseguem transferir para seus filhos o conhecimento de forma privilegiada.

    A terceira lógica das sociedades modernas é a da democracia. Essa é a lógica do sufrágio universal e da igualdade. As duas classes dirigentes (a capitalista e a tecnoburocrática) pretendem que essa lógica seja sua, mas é realmente a lógica da classe trabalhadora, que duramente conquistou o sufrágio universal. É a lógica de um sistema de governo no qual os trabalhadores, embora não dispondo nem de capital nem de conhecimento, têm uma voz. É a lógica da igualdade entre os cidadãos no momento de votar, e, mais amplamente, é a lógica da diminuição das desigualdades econômicas.

    As primeiras três lógicas corresponderam a três revoluções: A lógica do capital correspondeu à revolução capitalista – ou seja, à formação dos estados-nação e à Revolução Industrial –, e ocorreu no século XVIII e primeira metade do século XIX. A lógica da organização correspondeu à revolução organizacional que teve lugar no final do século XIX, durante a Segunda Revolução Industrial, quando a unidade básica de produção deixou de ser a família ou a empresa familiar, para ser a grande organização burocrática, e os administradores deixaram de ser um mero estamento do Estado patrimonialista, para constituírem uma grande classe de profissionais – de gerentes e técnicos. Finalmente, a lógica da democracia correspondeu à revolução democrática que ocorreu na virada para o século XX, quando as classes populares venceram a resistência da burguesia liberal, que temia “a tirania da maioria”, e lograram o sufrágio universal.

    Destas três revoluções, apenas a capitalista implicou uma transformação radical da sociedade. As duas outras somaram-se à revolução capitalista, mudando-a. As três implicaram avanços políticos importantes: a primeira ao caminhar em direção à igualdade dos direitos civis; a segunda ao valorizar o conhecimento e a competência administrativa; e a terceira ao abrir o caminho para a igualdade política e social.

    A quarta lógica das sociedades modernas é a da nação. A nação, como a sociedade civil, é uma forma de organização política da sociedade. A nação é a sociedade que ocupa um território e une todos os seus membros a uma mesma história e a um mesmo destino. A nação só se forma plenamente quando ela constrói um Estado, que será seu principal instrumento de ação coletiva. A lógica da nação é a lógica da autonomia nacional e do desenvolvimento econômico.

    Mas a lógica da nação é também a das potências imperiais, que identificam os interesses do mundo com os seus interesses. É impossível entender o mundo no qual vivemos se não compreendermos o imperialismo moderno, que decorre do nacionalismo dos países ricos ou do Oeste imperial. Hoje, esse imperialismo age menos através do uso da força,  e mais do uso do soft power ou da hegemonia ideológica. Umsoft power dotado de uma enorme capacidade de cooptação das elites locais, que são transformadas em elites dependentes. Seu grande trunfo está no fato que suas sociedades ricas e democráticas servem de exemplo a ser seguido pelos países em desenvolvimento. O que seria razoável se o Oeste aceitasse que esses países adotassem as mesmas políticas nacionalistas e desenvolvimentistas adotadas por eles, países ricos, quando realizaram sua revolução capitalista; mas isso está fora de questão.

    A ideologia do capital é o liberalismo, a ideologia da tecnoburocracia é o eficientismo, a ideologia da democracia é ela própria, e a ideologia da nação é o nacionalismo e o desenvolvimentismo. O nacionalismo, quando é étnico, é uma ideologia perigosa, que facilmente se transforma em autoritarismo, em discriminação e até em genocídio. Por isso é melhor pensar o nacionalismo em termos econômicos, em termos do desenvolvimentismo, em termos da busca do desenvolvimento nacional, e rejeitar qualquer nacionalismo étnico.

    Na verdade, temos duas formas de organização econômica do capitalismo: o desenvolvimentismo e o liberalismo econômico. Enquanto o desenvolvimentismo defende uma política macroeconômica ativa, a responsabilidade fiscal e a responsabilidade cambial, o liberalismo econômico, contra toda evidência, acredita que basta garantir a responsabilidade fiscal e controlar a inflação para que haja desenvolvimento econômico e estabilidade financeira. Segundo, enquanto o novo desenvolvimentismo afirma que o setor competitivo deve ser coordenado pelo mercado, apenas o setor não-competitivo exigindo planejamento do Estado, o liberalismo econômico não faz essa distinção.  Terceiro, enquanto o desenvolvimentismo parte do pressuposto da competição entre os estados-nação, o liberalismo econômico ignora a nação, e, na prática, se alia aos interesses do Oeste imperial.

    As sociedades modernas definiram, historicamente, cinco grandes objetivos políticos: a segurança, a liberdade individual, o bem-estar econômico, a justiça social, e a proteção do ambiente. E, para atingir seus objetivos, construíram suas instituições, entre as quais duas são fundamentais – o Estado e o mercado. O Estado é a instituição maior de cada sociedade, é o sistema constitucional-legal e a organização ou administração pública que o garante; o mercado, devidamente regulado pelo Estado, é uma extraordinária instituição de coordenação do setor competitivo de cada economia nacional. Cada estado-nação precisa ter um mercado competitivo e, principalmente, de um Estado forte ou capaz, porque o Estado é o instrumento da nação para lograr o equilíbrio possível entre as três primeiras lógicas do capitalismo e suas respectivas classes sociais.

    Mas um Estado só será forte ou capaz sob duas condições: primeiro, que sua sociedade seja suficientemente sábia para entender que sua regra de ouro é a do compromisso, é a das concessões mútuas; segundo, que haja entre seus membros, e, em particular, entre seus políticos, um grau razoável de espírito republicano.

    Nas sociedades modernas e democráticas os conflitos entre indivíduos, grupos, classes sociais, e nações são inevitáveis, cabendo à política considerá-los e resolvê-los. Não de forma ótima – que não existe – mas da melhor forma possível. Não através da guerra e do esmagamento do adversário transformado em inimigo, mas através da negociação política, na qual todos têm que ceder um pouco. Essa é a tarefa dos políticos, que a sociedade contrata para que negociem e governem, mas é também a obrigação de cada cidadão. Nenhuma sociedade logra ser razoavelmente coesa e consegue construir um Estado capaz sem que seus cidadãos estejam prontos para fazerem os compromissos necessários.

    É natural ou compreensível que os cidadãos e os políticos defendam seus interesses e, sem se dar conta, os identifiquem com os interesses do todo. Mas, isto não impede que exista um número minoritário mas razoável de cidadãos e de políticos dotados de espírito republicano – de homens e mulheres que consideram o interesse público como prioritário,  não hesitando em tomar decisões que não os interessa, mas interessa à sociedade. Ai da sociedade que não tiver entre seus membros um número razoável de cidadãos e políticos com essa qualidade.

    Em síntese, as classes sociais têm as suas próprias lógicas, mas não podem ignorar as das outras. As forças políticas de direita que querem ignorar a lógica dos direitos e da democracia fracassam, como fracassam as forças de esquerda, ao quererem ignorar a lógica do capital e a da organização. A convivência entre as três lógicas e as três classes sociais é uma convivência contraditória, sempre em transformação; mas é também uma convivência inevitável, que só pode ser pensada de maneira dialética, e só pode ser enfrentada através de uma combinação do espírito republicano com a capacidade de se fazerem compromissos políticos.

    Estas ideias aplicam-se, hoje, ao Brasil? As quatro lógicas? Os cinco objetivos? Os dois princípios?  Elas nos ajudam a compreender a semiestagnação reinante desde 1980, e a grave crise atual? Direi apenas algumas palavras sobre isto.

     Tomando a história do Brasil desde 1930, a sociedade brasileira passou por dois grandes ciclos da relação Estado-sociedade: entre 1930 e 1980, o Ciclo Nação e Desenvolvimento, e entre 1980 e as manifestações de junho de 2013, o Ciclo Democracia e Justiça Social.

    No primeiro ciclo, o Brasil industrializou-se, desenvolvendo-se de maneira extraordinária, mas continuou uma sociedade marcada pela desigualdade e pelo autoritarismo.

    No Ciclo Democracia e Justiça Social a democracia foi alcançada, logrou-se alguma diminuição na desigualdade econômica, através, principalmente, da construção de um Estado do bem-estar social, mas o desenvolvimento econômico foi paralisado.  Enquanto no primeiro ciclo a renda por habitante crescia a uma taxa anual de 4%, no segundo ciclo essa taxa foi de apenas 1%.  Em 2015, à esta semiestagnação de longo prazo somou-se uma forte recessão e uma grave crise política.

    Qual a razão dos maus resultados econômicos? Eu estou convencido de que eles estão associados a dois problemas culturais ou ideológicos: à perda da ideia de nação e a uma alta preferência pelo consumo imediato.

    Com a grande crise dos anos 1980 e o domínio neoliberal em todo o mundo, as elites brasileiras perderam sua ideia de nação, abandonaram o desenvolvimentismo e aderiram ao liberalismo econômico. Passaram, assim, a aceitar uma taxa de câmbio apreciada e déficits em conta-corrente elevados, que muito interessam aos países ricos, não a nós. Disseram que esses déficits eram “poupança externa” mas, na verdade, representavam populismo cambial que permitia o aumento do consumo à custa do endividamento externo.

    Assim, além de refletir a perda da ideia de nação, esses elevados déficits em conta-corrente e a correspondente taxa de câmbio apreciada no longo prazo eram uma manifestação da alta preferência pelo consumo imediato que existe no Brasil. Eram uma forma de populismo cambial da nossa parte que se casa perfeitamente com a proposta liberal do Oeste de crescimento com endividamento externo.

    Nos últimos doze anos houve uma tentativa de mudar esse estado de coisas, mas afinal  cometeu-se o mesmo erro do populismo cambial expresso em elevados déficits em conta-corrente. Por isso o desenvolvimento econômico não ocorreu, e o pacto desenvolvimentista que o governo propôs aos empresários industriais falhou, como não poderia deixar de ser. No governo Lula, entre 2003 e 2010 o Banco Central, controlado por economistas liberais, deixou o câmbio se valorizar de maneira radical. Em consequência, os empresários se viram diante de um estranho capitalismo – um capitalismo sem lucros, apenas com juros – e deixaram de investir.

    O afastamento dos empresários industriais do governo ocorreu a partir do final de 2012. Mas a crise política só se desencadearia em junho de 2013, quando ocorrem grandes manifestação políticas. Essas manifestações de desagrado foram principalmente uma manifestação da classe média tradicional, tanto da classe média burguesa como da tecnoburocrática. De repente essa classe se deu conta que ela havia sido excluída dos benefícios do parco desenvolvimento econômico ocorrido desde a transição democrática. Os pobres receberam uma preferencia clara dos governos democráticos que se empenharam em montar um Estado do bem-estar social financiado com o aumento dos impostos. Foram ainda beneficiados pelo aumento do salário mínimo, e pelo aumento das transferências do tipo Bolsa Família. Os ricos, por sua vez, continuaram a ser privilegiados pelo não pagamento de impostos, pelas privatizações, pelos altos juros recebidos, e pela financeirização. Já a classe média tradicional, que paga impostos, sentiu-se esquecida, entre outras razões porque viu esses impostos serem destinados a serviços sociais que ela não utiliza, porque coloca seus filhos nas escolas privadas e participa de planos de saúde privados.

    Somaram-se a isto, nesse mesmo ano de 2013, o julgamento do Mensalão que enfraqueceu o governo, e o fato que a taxa de crescimento do país continuava muito baixa, reduzindo as oportunidades de emprego. Diante desse quadro, setores da classe média voltaram-se para a direita, e eu passei a ver algo que eu nunca vira no Brasil: o ódio político, que se manifestou nas agressões à presidente Dilma durante a Copa do Mundo.

    A presidente, por sua vez, não lograva a retomada do desenvolvimento econômico, e nesse mesmo ano cometeu o seu grande erro econômico. Decidiu embarcar em uma política industrial de grandes desonerações fiscais que, somadas ao enfraquecimento da economia, resultaram em uma grande queda na receita de impostos do governo, e na perda do controle fiscal. O superávit primário, que permanecera sob controle até 2013, em 2014 se transformou em um déficit. O crescimento do PIB foi zero em 2014, e cairá cerca de 3% neste ano.

    Não obstante, a presidente foi reeleita. Certamente porque os pobres, que foram beneficiados nos três governos do PT, mostraram seu agradecimento. Mas ganhou com pouca margem, e sem nenhum apoio nas classes médias e na classe alta. Ganhou, portanto, sem apoio na sociedade civil. E, ao mesmo tempo, explodia um novo escândalo – o da Operação Lava-Jato – que alcançou números elevados, já levou à prisão empresários da construção civil, e provavelmente levará para ela diversos políticos. Desta maneira, 2015 está sendo um ano de crise econômica, de crise política e de crise moral. E mostra que o Ciclo Democracia e Justiça Social realmente terminou.

    O que virá em seguida? Os brasileiros estão perplexos, mas vale fazer algumas considerações. Neste momento, a direita e o liberalismo econômico estão no ataque, e repetem sua proposta para o Brasil que pode ser traduzida em uma palavra: liberalização. Em contrapartida, faço parte de um grupo de economistas e empresários industriais novo-desenvolvimentistas que oferecem ao Brasil a proposta dereindustrialização.

    Os liberais e os novo-desenvolvimentistas estão de acordo quando propõem superávit primário e queda da dívida pública nos próximos anos. Estão juntos também quando defendem mudanças na previdência social que estabeleçam uma idade mínima de aposentadoria.

    Mas as semelhanças param aí. Os novo-desenvolvimentistas propõem que o saldo da conta-corrente, da balança comercial e de serviços, seja zero. São, portanto, radicalmente contra o populismo cambial ou a apreciação cambial e os déficits em conta corrente. Os liberais econômicos aceitam de bom grado os déficits em conta corrente. Os novo-desenvolvimentistas defendem a reforma da Selic, que é uma forma de tabelamento da taxa de juros de longo prazo ao indexá-los, enquanto que os liberais estão satisfeitos com os juros altos e com a instituição Selic que garante esses juros aos rentistas. Os novo-desenvolvimentistas defendem a substituição de impostos indiretos, regressivos, por impostos progressivos e o gradual aumento dos recursos para o Estado social na medida em que haja crescimento, enquanto os liberais são contra a progressividade dos impostos e se opõem ao Estado social. Os novo-desenvolvimentistas respeitam as quatro lógicas das sociedades modernas, em particular a lógica do capital e a da democracia; os liberais obedecem apenas à lógica da organização, traduzida para eles em banco central e agências de regulação independentes, e à lógica do capital rentista.

    Os novo-desenvolvimentistas afirmam que nos países em desenvolvimento existe uma tendência à sobreapreciação cíclica e crônica da taxa de câmbio. Isto significa que a taxa de câmbio só se torna competitiva nos momentos de crise; depois, se aprecia, e permanece vários anos apreciada até que surja nova crise. Por isso defendem uma política cambial que neutralize a doença holandesa e mantenha a taxa de câmbio no equilíbrio competitivo – no nível que está hoje de R$ 3,80 por dólar, que é fruto de uma crise. Sem uma política cambial firme, a taxa de câmbio voltará a se apreciar assim que a crise aguda seja superada e que o preço das commodities volte a crescer um pouco. Já os liberais rejeitam qualquer política cambial.

    Não sei qual das duas propostas prevalecerá no novo ciclo de relação Estado-sociedade que está hoje em formação. O mais provável é que a curto prazo o liberalismo econômico se imporá devido ao fracasso do desenvolvimentismo populista. Mas, caso isto aconteça, estou seguro que a proposta de liberalização terá vida curta, porque ela não assegurará nem a diminuição das desigualdades, nem garantirá estabilidade e crescimento.

    Meus amigos, como vocês vêem, a minha luta continua. Eu não sou um político mas um intelectual apaixonado pelas ideias que assumiu cargos políticos quando foi convidado. Não sou, porém, um cientista social frio, em busca de uma verdade pura, descarnada. Essa verdade não existe. Em toda a minha vida, eu sempre procurei entender melhor a economia e as demais ciências sociais para poder contribuir para a solução das grandes problemas do Brasil e da humanidade. Eu sempre estive voltado para a construção de um Brasil e de um mundo melhor.

    Eu sei bem que minha capacidade de contribuir é pequena, mas isto não me desanima. Eu acredito no progresso – no avanço na direção daqueles cinco grande objetivos que as sociedades modernas definiram para si próprias: a segurança, a liberdade individual, o bem-estar econômico, a justiça social e a proteção do ambiente. Eu sei que hoje, no Brasil e no mundo, estamos sem projetos e sem esperança, mas esses objetivos são um elemento do projeto necessário. Eu estou seguro que poderemos repensar nosso projeto e reconstruir nossa esperança.

    Muito obrigado.

  8. Enquanto isso, a mídia continua a disseminar o ódio no Brasil

    E no Brasil, a mídia insiste na cultura do ódio visando a destruição de um partido político e a destruição do país como um todo. E os disseminadores do ódio fazem cara de compungidos diante do que aconteceu na França (quem assistiu ao jogo Brasil x Argentina viu essa expressão de superficialidade na cara do Galvão Bueno ao comentar o massacre na capital francesa)

    Estes senhores se julgam intocáveis, porque tem suas casas e seus apartamentos de luxo em outros países para os quais poderão fugir com seus familiares no momento em que o caos, movido a ódio, se instalar de maneira definitiva no país. E nós, os menos favorecidos, vamos ficar nos digladiando numa guerra sem vencedores, a exemplo do que está acontecendo neste momento na Síria. Lembrem-se, senhores, enquanto é tempo: uma guerra a gente sabe como começa, mas nunca sabe como termina. E as perguntas óbvias para concluir este comentário são as seguintes: e se vocês perderem o controle do conflito e não conseguirem chegar ao aeroporto a tempo de decolarem em seus jatinhos? Não é mais racional construirmos um país mais equilibrado, mais civilizado, sem tanto ódio de classe?

    Que a barbárie que aconteceu em Paris sirva de lição para os poderosos donos das mídias que tanto nos envenenam.

  9. Mariana/MG sumiu da “grande” mídia.

    Nassif e demais comentaristas,

     

    Com o atentado de Paris ontem, o também atentado de Mariana/MG sumiu da “grande” mídia. Ora, não há dúvida de que em Mariana/MG também houve um atentado contra toda a humanidade, com a extinção de vidas, histórias e todo o bioma da Bacia do Rio Doce.

  10. É possível um elo entre Mariana e Paris?
    do Facebook do Blog do Luís Nassif

    Por Fernando Castilho 

    Quando cheguei a uma certa idade comecei a fazer uma retrospectiva histórica, filosófica e sociológica do Brasil e do mundo, mais detidamente durante as décadas que vivi.

    Óbvio, para mim, pelo menos, que principalmente a partir do fim da 2° guerra mundial, com a disputa pela hegemonia no poder por Estados Unidos e União Soviética, o mundo começou a mudar e se tornar no que é hoje.

    Os Estados Unidos ao urgirem se impor ao bloco soviético, foram às últimas consequências para demonstrar que o sonho americano, o american way of life, o país livre, eram muito superiores ao que o comunismo pregava.

    E realmente eram. Pelo menos do jeito que as coisas estavam acontecendo.

    A publicidade extrapolou todos os limites ao explicitar ao bloco ocidental que se as pessoas não consumissem sem parar, não contribuiriam para a manutenção do sistema.

    A exploração de recursos naturais se impôs, uma vez que havia a necessidade de suprir a indústria de matéria-prima.

    A proliferação de produtos eletro-eletrônicos exigiu a construção de mais e mais usinas, sejam elas hidráulicas, que destroem o meio ambiente ao redor, sejam elas termoelétricas, que poluem a atmosfera, ou nucleares que podem causar grande contaminação, como Chernobyl ou Fukushima.

    A obsolescência programada pelas empresas fez com que as pessoas trocassem seus produtos por outros assim que modelos novos fossem sendo lançados ou assim que os ”antigos” com mais de um ano de fabricação começassem a quebrar sem que o conserto fosse a opção mais econômica.

    A Educação deixou de priorizar a produção de conhecimento, a pesquisa científica e o pensamento intelectual. Criou-se um funil destinado a selecionar somente aqueles que fossem capazes de serem úteis à manutenção do sistema. Aqueles que jamais perderiam seu tempo em reflexões acerca das conjunturas humanas, sociológicas, econômicas, filosóficas ou históricas, mas sim, o canalizariam em 100% para o crescimento das empresas em que trabalham.

    Afinal, era prioritário que eles galgassem cargos mais altos nas empresas.

    Aqueles que não passavam no funil ou que nem mesmo a chance tiveram de passar por ele, eram obrigados a viverem suas vidas também de forma a alimentar o sistema, mas de outra forma. Seriam a mão de obra mais pesada das empresas e galgariam postos sempre inferiores.

    Outros seriam excluídos totalmente por terem nascido em lares muito pobres e desestruturados, não tendo a chance sequer de pensar em entrar para o sistema. São os miseráveis hereditários do mundo, que nem sabem por quê estão aqui. Muitos não veem outra opção para sobreviver senão entrar para o crime, que pode lhes garantir, pelo menos por algum tempo, a ilusão de como os do andar de cima vivem.

     

    A guerra fria acabou mas o american way of life prosseguiu em cavar o mundo cada vez mais avidamente, afinal, para alimentar o sistema e aumentar os lucros era imperativo extrair dele o máximo que se pudesse.

    Marx previu tudo isso e mais, mas não vamos falar dele sob pena de que o texto seja acusado de comunista, muito em voga nos dias de hoje, certo?

    Chegamos aos dias de hoje em que 1% da população mundial detém 50% de toda riqueza.

    Como riqueza não se cria, apenas se transfere (numa adaptação livre de Voltaire), não há como melhorar a vida dos restantes 99% sem melhorar a distribuição dessa riqueza. Mas esquece, isso não será feito. Thomas Piketty falou sobre isso em seu livro ”O capital no século 21 ”.

    Então o sistema criou uma casta de deuses que domina o mundo e uma multidão de simples fieis. Alguns não serão fieis como se verá adiante.

    Para aumentar os lucros os deuses tudo podem.

    Pausa para uma estória verídica.

    Na década de 1970 a Ford americana lançou um automóvel chamado Ford Pinto, alguém se lembra?

    Pois bem, o Ford Pinto tinha um erro de projeto. O tanque de combustível fora colocado atrás, muito próximo ao para-choques, o que fazia com que a cada colisão traseira, o tanque explodisse matando ou mutilando seus ocupantes.

    A Ford foi processada por alguns familiares de vítimas.

    Durante o julgamento, apareceu um memorando interno dando conta de um cálculo que a empresa fez.

    Nesse cálculo estimava-se que o custo para reparar o erro seria de 11 dólares por veículo.

    A Ford estimou que, caso um certo número de vítimas a processasse e ganhasse, ainda assim seria mais barato manter o carro do mesmo jeito.

    Chegamos a um ponto na História da humanidade em que a busca do lucro se sobrepõe facilmente à vida.

    Tudo isso que foi escrito se destina a tentar explicar os acontecimentos de Mariana e de Paris.

    Mariana

    Em Mariana, subdistrito de Bento Rodrigues, o que aconteceu foi uma busca incessante por lucros em detrimento da segurança.

    Burlas em laudos técnicos, fraudes, corrupção de agentes vistores e de governadores, tudo isso faz parte da rotina de uma grande empresa que só se preocupa com lucros.

     

    Nenhuma barragem, obra de engenharia que deve ser bastante segura em seu projeto, se rompe da noite para o dia sem dar sinais antes.

    Os sinais podem ter sido vários, desde fissuras no concreto até estalos bem altos.

    A tragédia foi anunciada em nome de se obter maiores lucros pois a interrupção de funcionamento para reparos e manutenção teria custos.

    Indo para Paris

    Em 2013 apareceu um grupo com pretensões a derrubar o regime de Bashar al-Assad, presidente da Síria. Barack Obama rapidamente, informado pela CIA, enxergou a possibilidade de ajudar o grupo na defenestração de Bashar para pretensamente colaborar para a instauração de um governo democrático no país que lhe possibilitasse usufruir do petróleo ali existente.

    Para não dar na vista, Obama divulgou à mídia que iria combater o EI. Pelo contrário, as armas que o grupo emprega são de fabricação norte-americana.

    O grupo só se fez crescer.

    Quem se agregou ao grupo? Sim, os excluídos de vários países do mundo que viram em sua adesão ao EI uma oportunidade de fazer alguma coisa de suas vidas sem espaço no sistema em que vivem.

    Vimos ingleses, franceses a até americanos ingressarem voluntariamente no EI.

    A Rússia decidiu intervir e vem abrindo baixas significativas no EI. Obama não gostou.

    Provavelmente em pouco tempo a Rússia consiga acabar com o Estado Islâmico.

    O que aconteceu em Paris talvez seja um canto de cisne para o grupo.

    Porém, o que aprendemos das lições passadas nos últimos dias?

    Nada.

    O mundo continuará a prosseguir na mesma trilha equivocada em que está, a fraternidade universal não será alcançada, o Papa Francisco poderá ser morto a qualquer momento, outros ”acidentes” ambientais ocorrerão, novos grupos de excluídos e inconformados surgirão e a humanidade está com seus dias, talvez décadas, contadas.

    Alguém acha que sou muito pessimista, ou apenas realista?

    Não há a mínima possibilidade de mudança.

    Os deuses são como aquelas pessoas que tem carros blindados e que vivem em condomínios cercados por segurança extrema.

     

    Desde que tenham sua própria segurança, que acabe o mundo ao seu redor.

     

    Abre-se mais uma champanhe.

  11. Mapa revela ocupações de escolas em tempo real

    Do Pragmatismo Político

     

    Como as ocupações das escolas estaduais não param de crescer, internautas criaram um mapa colaborativo que é atualizado a cada nova ocupação. Já são oito escolas ocupadas por estudantes em protesto contra o anúncio do governo Alckmin de fechar 94 unidades de ensino

    mapa escolas ocupadas São Paulo 

    A escola estadual Pio Telles, localizada na Zona Oeste de São Paulo, foi ocupada nesta sexta-feira (13) por manifestantes que protestam contra a reestruturação do sistema educacional de ensino. Trata-se da oitava unidade a ser ocupada nos últimos quatro dias.

    No total, 94 unidades serão fechadas dentro da reorganização realizada pelo governo estadual. A reorganização pretende aumentar o número de unidades com ciclo único e reduzir o número de unidades com alunos de várias faixas etárias diferentes.

    A ocupação da escola Pio Telles ocorreu pela manhã. Por volta das 11p0, a Polícia Militar foi avisada da manifestação e foi até o local para acompanhar o ato.

    Também nesta sexta-feira (13), a escola Dona Ana Rosa de Araújo, também na Zona Oeste foi ocupada.

    Veja as escolas ocupadas:
    1 – Fernão Dias Paes, Rua Pedroso de Morais, Pinheiros
    2 – Diadema, Rua Antônio Doll de Moraes, 76, Diadema
    3 – Salvador Allende Gossens, Rua Domingos Lisboa, 139, José Bonifácio
    4 – Valdomiro Silveira, Rua José de ALencar, 75, Santo André
    5 – Professora Heloísa Assumpção, Avenida Comandante Sampaio, 1339, Osasco
    6 – Castro Alves, Rua Francisco Bruno, 67, Santana
    7 – Dona Ana Rosa de Araújo, Rua Eden, Vila Inah
    8 – Pio Telles, Rua Artur Orlando, 948 – Vila Jaguara

    Mapa interativo

    Como as ocupações das escolas estaduais não param de crescer, internautas criaram um mapa colaborativo que é atualizado a cada nova ocupação. Qualquer pessoa pode inserir no mapa novas ocupações ou ainda editar informações. Para acessar o mapa, clique aqui.

     

  12. Filme: O ÚLTIMO POEMA

     

    Sinopse

    Helena Maria Balbinot, professora do interior do Rio Grande do Sul, se correspondeu durante 24 anos com Carlos Drummond de Andrade, poeta modernista brasileiro. O filme revela parte desta rica correspondência. Em cenas poéticas e de extrema beleza, esta amizade é reinventada, ressignificada, tecendo no imaginário do espectador o encontro entre o universo particular de Helena Maria e a poesia de Drummond.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=REDL2FsZ9BU%5D

  13. Alô cariocada em geral, Notícias dum Brasil 4 no Rio

    Alô, Rio!

    O compositor, violonista, arranjador, cantor e letrista EDUARDO GUDIN lança no Rio de Janeiro seu 16º álbum: “Eduardo Gudin & Notícias dum Brasil 4”. 

    O novo CD apresenta sambas, bossas, valsas e canções inéditas, em parceria com Paulo César Pinheiro, Paulinho da Viola, Paulo Frederico, Theo de Barros, Ivan Lins, Carlos Lyra, Carlinhos Vergueiro, Mauricio Sant’Anna e Fátima Guedes. Completam o disco duas releituras (uma parceria com Adoniran Barbosa e outra com Toquinho) e uma versão em francês de Aurélie Tyszblat para a faixa “Outro Cais”, letrada por J. C. Costa Netto. 

    Além de faixas do novo CD, o repertório traz clássicos da trajetória de Gudin como “Verde” (com J. C. Costa Netto), “Velho Ateu” (com Roberto Riberti), “Ainda Mais” (com Paulinho da Viola) e “Mordaça” (com Paulo César Pinheiro). 

    O show conta com a participação especial de Paulo César Pinheiro, parceiro mais constante de Gudin. 

    Com Eduardo Gudin (voz/ violão), Karine Telles (voz), Ilana Volcov (voz), Mauricio Sant’Anna (voz, violão e percussão), Cezinha Oliveira (voz e contrabaixo) e Celsinho Silva (pandeiro). Participação especial: Paulo César Pinheiro. 

    Mais informações: http://www.sescrio.com.br/programacao/24/11/15/eduardo-gudin-noticias-d´um-brasil-4

  14. Drauzio Varela
      Por minha

    Drauzio Varela

      Por minha conta :

    ”Os que assumem o papel de guardiões da família e da palavra de Deus para negar às mulheres e aos homens homossexuais os direitos mais elementares não são apenas sádicos, preconceituosos e ditatoriais. São ignorantes. 

    Homosseluxalidade e dna.

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    “Quem quiser gostar de mim, eu sou assim”, diz o samba de Wilson Baptista.

    A homossexualidade tem forte componente genético. Diversos estudos com gêmeos univitelinos demonstraram que, quando um deles é homossexual, a probabilidade de o outro também o ser varia de 20% a 50%, ainda que separados quando bebês e criados por famílias estranhas.

    Nas duas últimas décadas, acumulamos evidências científicas suficientes para afirmar que a homossexualidade está longe de ser mera questão de escolha pessoal ou estilo de vida. É condição enraizada na biologia humana.

    Nunca houve nem existirá sociedade em que a homossexualidade esteja ausente. O estudo mais completo até hoje, realizado por Bailey e colaboradores da Austrália, mostrou que 8% das mulheres e dos homens são homossexuais.

    Em 1993, o geneticista Dean Hamer propôs um caminho para a identificação dos “genes gay”, sequências de DNA que estariam localizadas no cromossomo X (região Xq28). A descrição virou manchete de jornal, mas não pôde ser confirmada por outros pesquisadores, requisito fundamental para adquirir validade científica.

    O fato de que 20% a 50% dos gêmeos univitelinos apresentam concordância da homossexualidade ressalta a influência genética, mas deixa evidente que a simples identidade de genes não justifica todos os casos.

    Em 2012, William Rice propôs que a epigenética explicaria com mais clareza a orientação sexual. Damos o nome de epigenéticas às alterações químicas do DNA que modificam a atividade dos genes sem no entanto alterar-lhes a estrutura química.

    Durante o desenvolvimento, os cromossomos podem sofrer reações químicas que não afetam propriamente os genes, mas podem “ativá-los” ou “desligá-los”. O exemplo mais conhecido é a metilação, processo em que um radical metila (CH3) se fixa a uma região específica do DNA, formando o que chamamos de epimarca.

    Como algumas epimarcas são silenciadas nos óvulos e espermatozoides, enquanto outras podem ser transmitidas aos descendentes, Rice propôs que epimarcas ancoradas junto aos genes responsáveis pela sensibilidade à testosterona podem conduzir à homossexualidade quando transmitidas do pai para a filha ou da mãe para o filho.

    Especificamente, ainda no ventre materno, epimarcas que afetam a resposta às ações da testosterona produzida pelos testículos ou ovários fetais são capazes de masculinizar o cérebro de meninas ou afeminar o dos meninos, conduzindo mais tarde à atração homossexual.

    O grupo de Eric Vilain, um dos mais conceituados nessa área, estudou 37 pares de gêmeos idênticos discordantes (apenas um homossexual) e dez pares concordantes.

    A avaliação de 140 mil regiões do DNA desses gêmeos permitiu identificar cinco delas em que os padrões de metilação guardavam relação direta com a orientação sexual em 70% dos casos.

    Por que razão alguns gêmeos idênticos terminam com padrões distintos de metilação?

    Segundo Rice, epimarcas podem ser apagadas num irmão e persistir no outro. Vilain concorda: diferenças sutis no ambiente intrauterino, ditadas pela circulação do sangue e pela posição espacial de cada feto, seriam as causas mais prováveis.

    A antiga visão do sexo como um binário condicionado pelos cromossomos XX ou XY está definitivamente ultrapassada. Ela é incapaz de explicar a diversidade de orientações sexuais existente nos seres humanos, nos demais mamíferos e até nas aves.

    Transmitidas de pais para filhos, epimarcas específicas nas regiões do DNA ligadas às reações dos tecidos fetais à testosterona oferecem bases mais sólidas, inclusive para entender os casos de bebês com órgãos sexuais ambíguos e das pessoas que julgam haver nascido em corpos que não condizem com sua individualidade sexual.

    A homossexualidade é um fenômeno de natureza tão biológico quanto a heterossexualidade. Esperar que uma pessoa homossexual não sinta atração por outra do mesmo sexo é pretensão tão descabida quanto convencer heterossexuais a não desejar o sexo oposto.

    Os que assumem o papel de guardiões da família e da palavra de Deus para negar às mulheres e aos homens homossexuais os direitos mais elementares não são apenas sádicos, preconceituosos e ditatoriais. São ignorantes

     

  15. bomba relógio

    O arsenal no acampamento do MBL mostra que aquilo é uma bomba relógio. Por Kiko Nogueira

    Postado em 13 nov 2015por :  O arsenal pego no acampamento do MBL

    O arsenal pego com um “manifestante” no acampamento do MBL em Brasília

     

     

    Um sujeito foi preso pela PM do Distrito Federal em frente ao Congresso Nacional na noite de quinta (12). Ele estava acampado com outros manifestantes. A iniciativa é do MBL, que se instalou ali com seus militantes no dia 18 de outubro para “fazer pressão lá na porta dos políticos para o impeachment de Dilma Rousseff”.

    O nome do cidadão é Jorge Luiz Damasceno, sargento reformado. Em seu carro havia: uma pistola, um soco inglês, uma corrente, luvas, sprays de mostarda, ao menos dezessete furadores de gelo e um porrete de madeira. Foi preso na Papuda por porte ilegal de armas.

    O maluco faz parte de um grupelho que pede a intervenção militar. É um negócio “família, cristão, pacífico”, diz um dos “líderes”, Dom Werneck. Imagine se não fosse. De acordo com Dom, seu amigo falou que queria “matar Dilma” e jogar uma bomba no Congresso.

    O MBL já se tem jurisprudência em micos de proporções bíblicas. Depois da famosa caminhada do nada ao lugar nenhum, esse camping é uma idiotice histriônica. Mais do que isso, é uma tragédia anunciada.

    Inevitável que comece a chegar gente. Todo desocupado paranoico vai para lá porque um dia aparece na televisão. O sargento é apenas um.

    O tal Werneck, como não poderia deixar de ser, se define como “bolsonarista”. Ele e a namorada desfilam com uma camiseta com a face do Jair estampada. Escreveu no Facebook, direto de Brasília: “AGORA É A HORA! Estoquem alimentos e combustível.” ???

    No Recife, skinheads neonazistas recepcionaram a família Bolsonaro. A eterna desculpa é de que se tratava de “infiltrados”.

    É a mesma ladainha usada pelo MBL com o terrorista capturado. Renan Santos — aka Renan Haas, um de seus vários nomes — gravou um vídeo em que aparece apoplético, um Collor fase supositório, afirmando que “a mídia comprada e governista tenta difamar” o movimento. Claro que denuncia também uma “arapuca” do governo. O sargento é José Dirceu disfarçado.

    Renan e seus colegas não são apenas imbecis, mas imbecis e irresponsáveis. Quanto mais tempo ali, mais loucos aparecerão. Ou eles pretendem anotar nome e cpf de cada palhaço?

    É curioso como esse pessoal reclama do “bolivarianismo” e da “ditadura lulopetista” enquanto faz o que quer. Quando é que as autoridades competentes tomarão alguma atitude? Imagine, apenas imagine, se você e seus amiguinhos resolvessem montar barracas em frente à Casa Branca. Cana antes do fogareiro acender.

    Esses meninos não têm pais? Não tem um tutor legal? Uma babá? Ninguém trabalha? Ninguém tem conta para pagar? Ninguém estuda?

    O verdadeiro papito, o Cunha, saiu para comprar cigarros na Suíça e nunca mais voltou. Eles esperam, agora, o novo messias do golpe. Está na hora de pararem de brincar com explosivos porque é perigoso.

     

     

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