Relatório da ONU aponta retração do comércio mundial e projeta 2024

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) aponta diminuição de aproximadamente US$ 1,5 bilhão

O documento da ONU aponta perspectivas “muito incertas e geralmente pessimistas” para 2024. Foto: Divulgação/ONU

O recente relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), publicado no início desta semana, prevê uma retração do comércio mundial de 5% até o final do ano em relação ao ano anterior. 

A diminuição será de aproximadamente US$ 1,5 bilhão, abaixo dos US$ 31 bilhões de 2022.

O documento da ONU aponta perspectivas “muito incertas e geralmente pessimistas” para 2024, explicando as suas previsões com as dificuldades no comércio internacional causadas pelo aumento da dívida, pela fragilidade econômica geral e pelas tensões geopolíticas em curso. 

Este último fator promoveu um novo padrão de comércio global denominado ‘friend-shoring’, uma tendência que se aprofundou desde o final de 2022 e é registrada quando as nações preferem negociar com parceiros politicamente alinhados.

Setor de matérias-primas

Entre outras causas que influenciam negativamente o comércio mundial, o relatório destaca a menor procura nos países desenvolvidos, a queda no volume de comércio na Ásia Oriental, o aumento das sanções comerciais, o alongamento e a complexidade das cadeias de abastecimento – especialmente todas entre a China e os EUA – bem como a volatilidade do custo das matérias-primas. 

De acordo com a UNCTAD, o setor das matérias-primas sofrerá uma incerteza persistente no próximo ano com a continuação dos conflitos regionais e das tensões geopolíticas. 

A ONU espera que a volatilidade dos mercados aumente devido a uma necessidade crescente de acesso a minerais críticos, fundamentais para a transição energética.

Tendências positivas

Relativo às tendências positivas registadas em 2023, o relatório destaca um pequeno aumento nos volumes de comércio, apesar da redução na procura global de importações, bem como um aumento de US$ 500 bilhões no comércio de serviços. 

De acordo com a análise da UNCTAD, o setor deve registrar um crescimento de 7% até ao final de dezembro deste ano, atribuído à recuperação tardia da pandemia do coronavírus na área dos serviços.

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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