Fracasso das manifestações bolsonaristas não tem graça nenhuma
por Fernando Castilho
A manifestação dos bolsonaristas em 26/11 que pretendeu transformar o golpista Clériston, falecido na Papuda, em mártir flopou, como hoje se costuma falar.
Em seguida vieram os protestos contra a indicação de Flávio Dino ao STF que reuniram algumas centenas de pessoas Brasil afora. Em Brasília, apesar de o UOL ter estimado a presença de 3 mil pessoas, foi visível através dos vídeos que os manifestantes não passaram de poucas centenas. Também flopou.
Logicamente, como ainda estamos em guerra contra o golpismo, comemoramos o fracasso. O problema, porém, é fazer chacota imaginando que o bolsonarismo já pode ser considerado morto.
É verdade que o líder maior, Jair Bolsonaro, inelegível (pelo menos por enquanto, pois não sabemos o que o ministro bolsonarista Raul Araújo que assumirá a presidência do TSE em 2024 será capaz de fazer para reverter a inelegibilidade) já não é mais a figura política que protagoniza as pautas dos deputados e senadores da extrema-direita. Esses parlamentares, todos golpistas, já caminham com as próprias pernas e muito em breve brigarão pelo espólio do capitão. Os que mais avançam nessa disputa são Nikolas Ferreira, Abílio Brunini e Gustavo Gayer.
É do costume da esquerda menosprezar os que mais parecem ridículos e patéticos e, por isso, rimos dos discursos desses três sem projetar seu futuro político, aliás, como fizemos com Bolsonaro.
Por enquanto não há oposição por parte dessa gente às políticas de governo, justamente porque não têm alternativas a elas. O discurso é sempre recheado de pautas de costumes, religião e o sempre presente medo do comunismo.
Para as pessoas que rezaram para pneu e para alienígenas no ano passado e que agora ainda comparecem à manifestações sem sentido, o comunismo ainda é um fantasma, apesar de já não existir quase em nenhum lugar do mundo e apesar de não terem a mínima ideia do que ele é.
Apesar dessas manifestações ainda não assustarem, poderão, a depender do sucesso ou fracasso de Lula, desaparecerem ou aumentarem. E, caso as políticas do governo surtam efeitos positivos, como já está acontecendo, urge que elas sejam conhecidas pelas pessoas.
Desta forma, é extremamente estratégico que a comunicação melhore.
É necessário que o governo chegue às pessoas através não só da Internet, mas também da proximidade física. O povo precisa saber o que de positivo o governo está fazendo.
Para isso, é fundamental que a Secom, através de agentes do governo se aproximem do povo mais pobre, mas também da comunidade evangélica fazendo a divulgação da situação atual da economia a fim de anular o discurso mentiroso que deputados e pastores fazem diariamente.
Além disso, está mais que na hora de cortar as asinhas desses parlamentares golpistas. Já há elementos para que a Polícia Federal comece a prender gente graúda. Esperemos que com a nomeação de Paulo Gonet à PGR isso comece a acontecer em muito breve.
Aliás, um bom presente de Natal seria o indiciamento do ex-presidente.
Fernando Castilho é arquiteto, professor e escritor
O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected]. O artigo será publicado se atender aos critérios do Jornal GGN.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Estamos vivendo a era dos idiotas esféricos, definido pelo físico Fritz Zwicky, aquele dos estudos sobre a “matéria escura”, como sendo o tipo que continua sendo idiota seja qual for o ângulo pelo qual os olhamos. O pior é que eles estão ocupando espaço na política. Se não abrirmos os olhos rapidamente, quando abrirmos já será demasiadamente tarde.
Muito boa a lembrança de Fritz Zwicky sobre idiotas esféricos. Inclusive consigo formar a imagem sobre eles. Realmente, sob qualquer ângulo que os olhamos, eles revelam o quanto são imbecis. Mas acho que não somente imbecis, mas também a maldade que faz parte de suas personalidade. São maus em qualquer ângulo.
Bem observado.