Migrantes vindos da Etiópia estão sendo assassinados por guardas da fronteira da Arábia Saudita. É o que revela o relatório da organização não governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW). De acordo com a denúncia, os guardas fronteiriços teriam assassinado mais de cem etíopes, entre eles mulheres e crianças.
Segundo o relatório, os guardas utilizaram armas explosivas e armas pequenas para matar os migrantes que tentavam passar pela fronteira da Arábia Saudita. Foram registrados diversos ataques contra os grupos, que estavam desarmados, entre março de 2022 e junho de 2023.
Em alguns casos, “os guardas fronteiriços sauditas perguntaram aos migrantes em que membro [do grupo] deviam disparar e depois dispararam sobre eles a queima-roupa”, conta o relatório. A ONG defende que “os abusos sistemáticos sobre os etíopes (na Arábia Saudita) podem constituir crimes contra a humanidade” e apelou às Nações Unidas que iniciem uma investigação.
O que contam os sobreviventes
Os sobreviventes dos ataques dos guardas fronteiriços contam que foram espancados com pedras e barras de metal. Mais de dez migrantes revelam que foram alvos de disparos à queima-roupa, sendo que seis foram atingidos tanto por explosivos quanto por disparos.
Um jovem de 17 anos afirma ter sido obrigado a abusar sexualmente de duas jovens, juntamente com outros integrantes do grupo, após os guardas executarem um integrante que se recusou a cometer o ato. Uma menina de 14 anos diz ter visto 30 pessoas mortas no local.
Os migrantes etíopes que decidem atravessar a fronteira o fazem às vezes por questões econômicas, mas também para fugir do Iêmen devastado pela guerra. Atualmente, somam-se 750 mil etíopes na Arábia Saudita.
Arábia Saudita nega responsabilidade
O governo saudita rejeitou as acusações dos assassinatos, alegando que as autoridades não descobriram nenhuma prova ou informação que confirmasse as alegações do relatório realizado pela HRW.
A ONG pediu que as autoridades sauditas investiguem e processem os responsáveis pelos assassinatos ilegais, ferimentos e tortura na fronteira com o Iêmen.
Com informações da Agência Brasil
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