Preços de combustíveis aumentam, mas abaixo do que eram antes da nova política da Petrobras

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Os litros da gasolina e do diesel passam a custar, respectivamente, R$ 2,93 e R$ 3,80. Há motivo de preocupação ou alarde? 

Apesar desse reajuste, em 2023 o preço da gasolina vendida às distribuidoras acumula redução de R$ 0,15 por litro. Foto: Ascom/Petrobras

Os consumidores passaram a pagar mais caro pelos valores da gasolina e do diesel nos postos do país a partir desta quarta-feira (16). Os litros da gasolina e do diesel passam a custar, respectivamente, R$ 2,93 e R$ 3,80. Mas será que este aumento é um real motivo de preocupação ou alarde? 

Este é o primeiro aumento depois da nova política de preços da Petrobras e ainda está abaixo dos preços levados à população nos quatro anos anteriores. Apesar desse reajuste, em 2023 o preço da gasolina vendida às distribuidoras acumula redução de R$ 0,15 por litro.

Antes da nova política de preços ser implementada com a chegada do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o preço médio do litro da gasolina estava em R$ 5,12, conforme o registrado na primeira semana de janeiro, segundo os registros da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

Já o ano de 2022, último da gestão Bolsonaro e da antiga política de preços, foi marcado pela alta no preço da gasolina, que chegou a marca R$ 7,39 o litro, em média, no mês de junho. Segundo o comunicado da Petrobras, o aumento reduz a defasagem em relação ao preço internacional. 

Consolidação de preços

A empresa explica que a consolidação dos preços de petróleo em outro patamar, e estando a Petrobras no limite da sua otimização operacional, “torna necessário realizar ajustes de preços para ambos os combustíveis, dentro dos parâmetros da estratégia comercial, visando reequilíbrio com o mercado e com os valores marginais para a Petrobras”. 

O valor do litro do diesel será elevado em R$ 0,78, indo para R$ 3,80, ou 25,8% a mais do que o preço anterior. Já a gasolina teve alta de 16,2%, ou R$ 0,41 por litro, chegando a R$ 2,93 o litro. Segundo comunicado da companhia, a estatal chegou ao “limite da sua otimização operacional”.

Defasagem ainda se mantém 

Segundo levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o reajuste foi abaixo do esperado. Para o preço interno do diesel ser equiparado pela estatal ao mercado internacional e viabilizar importações, o aumento deveria ser de R$ 1,18 por litro.

Já no caso da gasolina, a alta deveria ser de R$ 0,86 por litro, para chegar ao preço internacional, que estava defasado em 26% até a última segunda-feira (14), segundo a Abicom. No caso do diesel, a defasagem fechou nesta segunda como a maior de 2023, com 28%.  

“Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,14 a cada litro vendido na bomba”, diz o comunicado da Petrobras divulgado nesta terça.

Política de preços

A Petrobras esclareceu que a nova política de preços da empresa “incorpora parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação”.

“Em um primeiro momento, isso permitiu que a empresa reduzisse seus preços de gasolina e diesel e, nas últimas semanas, mitigasse os efeitos da volatilidade e da alta abrupta dos preços externos, propiciando período de estabilidade de preços aos seus clientes”, diz a companhia. 

Na avaliação da companhia, a nova política de preços evita repassar aos consumidores a volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao mesmo tempo em que preserva um “ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”.

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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