Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
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A inviabilidade do Brasil e a derrota da sociedade, por Aldo Fornazieri

A inviabilidade do Brasil e a derrota da sociedade

por Aldo Fornazieri

O fracasso do projeto do PT disseminou a reforçou a crença de que o Brasil é um país inviável do ponto de vista da constituição de um elevado padrão de justiça social e igualdade, de desenvolvimento econômico social e de sustentabilidade ambiental. Acreditava-se que o PT removeria os mecanismos estruturais da desigualdade, que reformaria as instituições políticas, que modernizaria e imprimiria eficiência à administração pública, que adotaria elevados padrões de moralidade, que faria uma revolução na educação, que constituiria uma Era de direitos garantidos e que abriria as portas para um novo período histórico de desenvolvimento tecnológico, econômico, social e ambiental. A projeção ideal desse projeto não só não avançou a contento, mas viu-se interrompida pelo fracasso governamental da gestão de Dilma Rousseff e submergiu afogada diante de graves denúncias de corrupção, jogando o PT na vala comum dos demais partidos dos quais havia pregado enormes diferenças.

Que as elites econômicas e políticas tradicionais do Brasil nunca foram capazes e nunca quiseram construir um projeto de modernização do país sempre se soube e o PT, na oposição, denunciava com veemência este descompromisso histórico que mantinha o povo manietado à iniquidade. Essas denúncias e a projeção ideal de uma possível transformação geraram esperanças no projeto do PT. Que este projeto sucumbisse de forma desmoralizada é algo a se registrar como um lamento e um desencanto nas páginas da história.

Nenhum povo está condenado a um passado eterno de opróbio e ignominia. Disso deram provas os persas e hebreus antigos. Nenhum povo está condenado à irrelevância: disso deram provas os romanos antigos e os americanos modernos. Mas para que essas situações de tragédia sejam superadas são necessários ou líderes virtuosos ou povos virtuosos ou ambos combinados. Na verdade, a existência de um desses fatores sempre tende a gerar o outro.

Pois bem, o Brasil nunca teve e não tem nem um e nem outro desses fatores. O Brasil padece de um problema genético-histórico, sem a superação do qual estaremos condenados à trágica normalidade, à irrelevância e à iniquidade: O povo enquanto povo, no sentido de Maquiavel, de Rousseau e de Hegel, nunca se autoconstituiu como uma comunidade política de destino. O Brasil não teve um evento histórico no qual fosse fundado pelo povo. Na Independência, na Republica e em outros episódios nunca tivemos um momento de “terror fundante” no qual a cabeça dos malvados fosse cortada e a res publica e a sua lei fossem validadas pela espada e pela infusão do temor do castigo. Mal fundados, permaneceremos um povo desorientado, um país perdido na tentativa de remediar-se por um cipoal de leis que não vingam porque não são expressão autêntica das necessidades sociais.

A estatolatria e a sociedade anêmica

O Brasil sempre andou pelas mãos do Estado opressor, violento, patrimonialista, paternalista e excludente. Aqui o Estado é tudo, a sociedade é gelatinosa, inorgânica, desarticulada – para usar termos gramscianos. Aqui todos acorrem ao Estado: a esquerda, o centro, a direita, os progressistas, os liberais e os conservadores. Os movimentos sociais, os grupos étnicos, as ONGs, com algumas exceções, também correm para o Estado: querem uma secretaria, um ministério, verbas, funcionários, isenções.

Os maiores estatólatras são os empresários das mais diversas atividades, do agronegócio às micro e pequenas empresas, passando pelos grandes bancos. Todos querem benefícios, incentivos fiscais e privilégios, em múltiplos processos que drenam bilhões de reais dos recursos públicos para grupos privados. O sistema tributário no Brasil foi feito para que os que ganham mais paguem pouco ou nenhum imposto.

O Simples, o Supersimpes e as MEIs provocam gravíssimas distorções em favor dos que ganham mais dentro dos respectivos patamares de isenção, como mostram estudos do Centro de Cidadania Fiscal. Outros estudos revelam que as isenções fiscais de produtos da cesta básica beneficiam menos os mais pobres e mais as maiores faixas de renda. Ou seja, mesmo os mecanismos que são criados para, supostamente, beneficiar os mais pobres terminam beneficiando os que ganham mais. Boa parte dos jovens da classe C trabalha durante o dia e estuda em faculdade privada à noite. Enquanto isto, nas universidades públicas a maioria dos estudantes pertencem a famílias com faixas de renda superiores. O Brasil é um país sui generis: tira dos pobres para dar aos ricos.

Na presente conjuntura de consolidação do golpe contra a democracia, em face da crise fiscal, a educação e a saúde, entre outros direitos, começam a ser as primeiras vítimas. Mas, como alguns analistas têm notado, a PEC 241/16, não é uma simples medida de ajuste fiscal. Ela representa a captura do Estado pelo sistema financeiro. Enquanto a maior parte dos gastos públicos, particularmente os gastos com os programas sociais, terão uma trava, os gastos com juros permanecerão livres desse limite. Trata-se de um artifício técnico para tirar poder do governo político, eleito pelo povo, e dos próprios representantes na Câmara dos Deputados, que não terão poder de decidir dentro das regras orçamentárias sobre parte dos recursos por um período de 20 anos se a Emenda for aprovada. Em outras palavras, limita-se a própria soberania popular, expressa através do voto, por um mecanismo que captura o Estado e a democracia em favor de determinados interesses.

A sociedade brasileira, nos ambos os lados da presente polarização, está saindo derrotada do atual processo político. Aqueles que queriam a saída de Dilma se mobilizaram julgando que a corrupção é o maior problema do país. Bastaria remover os corruptos e o Brasil voltaria a andar. De fato, a corrupção é um enorme problema, mas não é o maior. Parte dos manifestantes viu sair o governo do PT para acender o governo do PMDB e aliados, numa espécie de sindicato dos corruptos. As grandes manifestações contra a corrupção e pelo impeachment estão deixando como saldo um pouco mais que nada. Não resultou um salto organizativo da sociedade civil. Os políticos no Congresso decidem o afastamento de Dilma tomando as manifestações apenas como pretexto. O que vale são seus interesses próprios.

Hoje, boa parcela dos que não queriam Dilma também não quer Temer. Não lhes resta outro consolo do que o amargor de uma derrota e a sensação de que foram enganados. Sim, porque o “Vem Pra Rua”, o “Muda Brasil” etc., não passaram de fraudes: se diziam apartidários enquanto eram financiados pelos partidos do golpe e por grupos internacionais. As páginas da história haverão de registrar as grandes manifestações como um passear de multidões a serviço, não da sociedade, mas dos políticos, muitos deles corruptos, pois, mais uma vez, a transição está ocorrendo pelo alto, pelo Estado.

Os movimentos sociais e populares que lutaram e lutam em defesa da democracia e contra o golpe também estão sendo derrotados. Alguns já buscam um modo de acomodação com o novo estado de coisas do governo Temer. Os partidos de esquerda estão enredados na sua trágica incompetência. Os que lutam e olham o futuro a partir da perspectiva da sociedade são poucos e não têm uma representação e um enraizamento nacional e nem um projeto de refundação do Brasil. Essas forças novas que surgiram no processo dos últimos meses são insipientes, embora tenham uma semente de futuro, uma bruxuleante luz de esperança. As forças conservadoras requereram o prazo de dois anos para construir um projeto para 2018. As forças democráticas e progressistas estão embaraçadas na perplexidade da derrota.

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

29 Comentários

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    1. Foram dois.
      Eu acho que

      Foram dois.

      Eu acho que enquanto a esquerda achar que o PT fracassou não sairemos do buraco em que nos metemos.

      Não é possível que um cidadão comece um texto sobre o Brasil e já iniciie com uma afirmação tão estúpida quanto essa. 

       

  1. Vocês brasileiros socialmente

    Vocês brasileiros socialmente falando ainda estão na idade média, vocês simplesmente não conseguem enxergar um trabalhador braçal como um igual ao invés de um escravo. Olhem ao seu redor, parem para notar como os seus empresários (os quais eu conheço muito bem) desdenham dos seus empregados e a forma como eles agem, são escravocratas modernos, senhores de engenho. Vocês nunca tiveram um conflito sério que colocasse no poder os realmente preocupados com o futuro do país, vocês sempre foram tocados como gado pelo grupo de poder do momento e vocês mostraram mais de uma vez não terem culhões (acredito que seja essa a palavra) para quebrar os ovos necessários para fazer a omelete.

  2. Quem é BURRO tem que se

    Quem é BURRO tem que se PHERRAR! Esta é uma realidade! Enquanto estivermos, mesmo os que estudaram até o 3º grau, nos deixando manipular por quem quer que seja, temos que aprender sofrendo! Vamos voltar ao FMI! Dívida Externa, muito mais Pobreza, Concentração de Renda…. aumentarão! Programas Sociais diminuirão ou até inexistirão! E a preço de banana entregaremos as riquezas nacionais não renováveis! Etc, etc, etc…..Cada País tem o padrão de vida que merece!!!!!! Viva o Povo sábio dos Países Nórdicos!!!!!!!!!!!

  3. a inviabilidade…

    Numa década, Brasil gasta 9,5 bilhóes (9.500.000.000,00) com partidos poilíticos. Um carro popular já custa 50 mil reais (50.000,00). “Top” de linha, todos importados e e montados no país acima de R$ 150.000,00. Aumento salarial de apenas uma carreira pública, o poder judiciário, custará 67 bilhões (67.000.000.000,00) . Duas noticias sobre a derrota de uma sociedade que teima em aceitar a derrota mesmo antes da luta: Multinacionais já vislumbram o fim da crise (com Temer) A era das doações e das liquidações está perto. “É tirar doce de criança”. Vende-se Carcará, uma das jóias da coroa do Pré-Sal por 2,5 bi. E  medo de se investir no país?  E o preço, o aquecimento global e o desistimulo ao petróleo não inviilizaria sua produção em alto-mar? Pobre país limitado, acorde em quanto resta um mínimo de tempo. Falta muito pouco a ser vendido. Logo será  até seu território, porque sua liberdade e direitos a bens essenciais já estão pedagiados. 

  4. O mesmo Chororó de sempre

    O Fornazieri, mais uma vez, começa estragando o seu texto já desde a primeira frase.

    Fracasso do PT? Qual fracasso cara pálida?

    Os governos do PT mudaram o Brasil e melhoraram a vida dos brasileiros.

    Ao invés de ouvir este choro infantil sobre corrupção por conta de caixa 2 sou mais da opinião do João Santana, marqueteiro do PT, que coloca em palavras simples o assunto, de que quase todos os grandes partidos usaram e usam caixa 2 para as suas campanhas. Apenas que agora é levantado como crime, pois o PT também utilizou.

    Não aceito chamar Dirceu de corrupto, por exemplo, mas acredito que ele tenha optado por aquele caminho para supervivência do partido. Sem esses recursos, deixando o Marcos Valério apenas para o PSDB, por exemplo, naturalmente os tucanos já teriam virado o jogo político no seu favor.

    Discutamos política, questionemos então a legislação atual sobre partidos políticos e etc., mas, não podemos tomar a lava-jato como sento a ótica correta dos fatos, pois não é!

    A operação lava-jato criminaliza por inteiro a política brasileira, começando pelo PT (obviamente). A Justiça não sugere caminhos nem aguarda que o povo soberano moralize o ambiente político do Brasil, mas apenas acusa, prende e pune. A política está doente, por conta da falta de lucidez do eleitor (influenciado pelo PIG), pelo abuso do poder econômico nas campanhas, pela enorme quantidade de partidos políticos e por outras diversas razões que, se solucionadas com uma reforma, teriam feito grande parte do trabalho de melhoria do ambiente político, permitindo á justiça atuar como sempre faz, contra criminosos e crimes tipificados, não contra toda a estrutura política brasileira e suas práticas históricas.

    A Justiça teve boas oportunidades para “orientar” o ambiente político e não o fez. Gilmar sentou-se um bom tempo em relação ao término de financiamento de campanhas por parte de PJ. Não conseguiram punir o Maluf e outros contumazes e, com isso, permitiram a proliferação do assunto. Nos anos 90, o Paulo Francis e o Boechat cansaram de acusar ilícitos na Petrobras, e não deu em nada. Por isso é que a ação da justiça se confunde com uma ação direta contra o PT. 

  5. Porque o PT não fez isso? Porque não fez aquilo?

    QUEM NÃO CONSEGUIR VER ISSO NÃO CONSEGUIRÁ VER MAIS NADA

    1. Tabaré Vázquez, presidente uruguaio:

    -Frente Ampla sozinha na Câmara dos Deputados: 50,5% das cadeiras;
    -Frente Ampla sozinha no Senado: 53,3% das cadeiras.

    2. Dilma Rousseff, presidenta brasileira:

    -Partido dos Trabalhadores sozinho na Câmara dos Deputados: 11,5% das cadeiras;
    -Partido dos Trabalhadores sozinho no Senado: 12,3% das cadeiras.

    Quem se diz de esquerda e não compreende a brutal diferença na correlação de forças que existe entre Uruguai e Brasil, isto para não falar de outros países, não sabe nada sobre assunto nenhum.

    Acho até engraçado quando vejo gente supostamente de esquerda enchendo a bola de Mujica e de Tabaré ao mesmo tempo em que desancam Lula e Dilma.

    O sectarismo atroz os impede de ver o óbvio!

    Arrumem, talvez com suas varinhas mágicas de condão, uma composição em que o PT tenha 50% das cadeiras no Congresso Nacional, algo que jamais teve, e aí as coisas certamente serão diferentes.

    Fora dessa consideração sobre a correlação de forças o debate é inócuo quando não pura e simplesmente farsesco e mistificador.

    Essa estória de que o PT não deveria ter feito tais ou quais alianças, por exemplo, é algo impressionante.

    No processo eleitoral é uma constatação acertada.

    Mas, e lamento dizer isso, não há nenhum partido político brasileiro, seja de esquerda, de centro ou de direita, que dure 02 meses sem fazer algum tipo de aliança no Congresso Nacional.

    Ou se muda essa correlação de forças parlamentar ou tudo mais ficará no campo do palavrório sem sentido.

     

  6. Falta povo.
    Não concordo que faltem líderes. O Lula foi um grande presidente. O problema é o povo. Em junho de 2013 não havia crise, tínhamos pleno emprego, tínhamos minha Casa Minha Vida, enfim o Brasil estava bem. Haviam sim perspectivas de piora no futuro mas tudo contornável. Aí o povo vai pra rua no começo por 20 centavos e depois por um discurso hipócrita contra a corrupção. O que aconteceu? Deram aval ao golpe que veio em 2016. Como alguém vai pra rua com o país andando bem?

    1. Eu já entendo 2013 da seguinte forma

      começou com protestos contra as tarifas, tomou uma proporção imensa o tema tarifa que depois virou qualidade de serviços públicos(valor e retorno), tentaram capturar os protestos a todo custo, petistas com bandeiras e camisas do partido foram expulsos da paulista, repórteres da globo também foram agredidos, quem conseguiu algo foi o MP que derrubou a PEC 37, mas, acho que pela primeira vez o povo decidiu reclamar de um problema antigo do país que era o pouco retorno comparado ao que se paga de impostos(que já foi explanado em vários artigos aqui e em outros blogs como a Dívida Externa e a sonegação, além das aposentadorias de servidores públicos e outras despesas vinculadas)

    2. voce propõe então livrar o pais do povo?

      Deixa eu ver se eu entendi: você está dizendo que o problema do Brasil é o povo? Então qual sua proposta para tornar o pais viável, acabar com o povo? O nivel de desespero dos fanáticos adoradores de Lula e do PT está levando uma grande parte destes para a extrema direita. Que o Tt sempre andou com a direita todos sabem, agora ser ‘pragmático’ usando os argumentos da extrema direita já que está na moda para ver se consegue voltar ao poder, é um pouco demais não?

    3. A culpa é de quem vê tv

      Pode-se creditar as manifestações de 2013 ao Grupo Bobo de Comunicações, a partir de São Paulo. Foi esse grupo que, por ódio histórico às esquerdas e, principalmente, ao PT, colocou nas ruas uma multidão de pessoas que viam sua programação jornalística. Foi esse grupo que convocou e mostrou para o restante do país que o PT deveria ser retirado do poder. O Mentirão deu o sinal de partida. A eleição do Cunha, que foi apoiado pelas bancadas BBB, também colaborou para a desestabilização política. Com a Câmara na mão os empresários, nacionais e internacionais, perceberam que aquele era o momento para fazer valer seus objetivos. Deu no que deu. 

  7. Grandezas, proporções

    Não se pode superestimar as pessoas pelos títulos institucionais que detém.

    Não basta Lula ou Dilma Rousseff terem sido diplomados presidentes do Executivo para imaginar que adquirirão super-poderes capazes de mudar as estruturas seculares da qual participam um sem-número de outras pessoas que, por suas vezes, não têm o mínimo interesse em que as tais estruturas evoluam. Apenas o vulgo – e dentro dessa classificação, apenas os menos esclarecidos – votam acreditando em super-heróis. O voto mais comum em países de cultura capitalista, por ser a egolatria “moda” em sociedades assim,  é aquele que privilegia o candidato que “se parece com a gente” ou ainda que “tem compromisso com minha classe social”.

    Há ainda o voto mais elaborado e consciente, aquele do cidadão esclarecido que, conhecedor da realidade nacional, busca o melhor para o país mesmo quando os compromissos e a “aparência” do candidato votado não são especificamente com a classe a que esse cidadão pertence. Assim quanto mais o sujeito compreende¹ a sociedade em que vive, mais qualidade tende a ter seu voto, caso seja apenas eleitor, e sua ação política, se for eleitor e candidato.

    Assim talvez valha o ditado que diz que o ótimo é inimigo do bom. Há quem se corrompa no PT, isso é incontestável, mas daí a imaginar – ou simplesmente engolir o que as firmas hegemônicas de comunicação social vendem – que o PT está na vala comum dos outros partidos vai um distância astronômica. Apenas o vulgo sem esclarecimento e estudo compra essa mercadoria.

    Nos demais, talvez a curto prazo – o único prazo que liberais e neoliberais pretendem enxergar e que enxerguemos – as mudanças adequadas a nossa sociedade não sejam exequíveis, mesmo. Mas daí a dizer que é um país inviável vão outros anos-luz de distância. O PT alargou e aprofundou providências para remover mecanismos estruturais de desigualdade (distribuição de renda e benefícios sociais), encaminhou reformas políticas (inéditas leis anti-corrupção por exemplo) e modernizações e eficiência à administração pública (Simples, Supersimples, fomento à formalização do emprego e à micro e pequena empresa), promoveu evoluções incontestes na Educação (Fies, Prouni, Pronatec etc.além de ter tentado puxar para si a responsabilidade conjunta com os municípios pela educação básica) e não se tem notícia de governos mais garantistas do que os do PT. A ponto de preferir perder o poder a exercê-lo de forma espúria. Geraldo Brindeiro que o diga…

    ***

    ¹ – Está certo dizer, por exemplo, que um jarro compreende até 1 litro. Jarros não crescem na medida em que se tenta colocar mais conteúdo neles. Pessoas, ao contrário, quanto mais compreendem, mais crescem. Questão de grandeza.

    1. Em números absolutos. Imagine

      Em números absolutos. Imagine em grandezas proporcinais, se considerarmos o número de canditados e eleitos por partido.

  8. Certamente, decadas atras,

    Certamente, decadas atras, algum professor chines de sociologia tenha tambem afirmado que seu pais era “inviável do ponto de vista da constituição de um elevado padrão de justiça social e igualdade, de desenvolvimento econômico social e de sustentabilidade ambiental”.

    Mas a historia  engana os doutores, os professores. Surpreende pelo novo. como pelo atraso.

    “O fracasso do projeto do PT” não foi a razão “da derrota da sociedade”.

    Quem “fracassou” foram os que esperavam que o casal Suplicy ( pais do Supla ), o Bicudo, o Toffoli,o Vacareza e alguns outros do genero “removeriam os mecanismos estruturais da desigualdade, que reformaria as instituições políticas, que modernizaria e imprimiria eficiência à administração pública, que adotaria elevados padrões de moralidade, que faria uma revolução na educação, que constituiria uma Era de direitos garantidos e que abriria as portas para um novo período histórico de desenvolvimento tecnológico, econômico, social e ambiental”.

    Santa ingenuidade.

    O PT,bem ou mal fez a sua parte, colaborando, no que pode, na grande e complexa tarefa de tornar o Brasil um pais capaz de alcançar “um elevado padrão de justiça social  e de desenvolvimento economico social”.

    Nunca enxerguei a  Marta Suplicy como uma copia brasileira do Che Guevara.

    Ela é mais capacitada para dar conselhos ligths sobre sexo em programas da tarde de televisão.

    A atuação do PT foi, porem, um pequeno trecho de uma longa batalha para transformar a realidade social, politica e economica do pais.

    Fazer um gigante, como o Brasil, se levantar e tomar o lugar que merece entre os povos dependera ainda de severo esforço e luta de muitos brasileiros.

  9. Com poucas palavras resumiste

    Com poucas palavras resumiste tudo professor. E é por isso que tenho a mais absoluta certeza que isso aqui, que chamam de Brasil, nunca foi, nem nunca será uma nação. Nação é sinônimo de poder soberano do povo. Aqui jamais termos queda da Bastilha, jamais teremos revolução bolchevique, muito menos ainda teremos nosso Mao, então…

  10. O que seria do Brasil hoje sem o PT?

    Lendo o texto do Professor Aldo Fornazieri vieram estas considerações no pensamento. 

     

    O  que seria do Brasil hoje sem o PT? 

    Precisamos sair da casinha. 

    O Brasil é injusto desde seu descobrimento. 

    Antes do PT não havia sequer combate à corrupção. O Geraldo Brindeiro esteve ai para provar. 

    E, não havia programas de inclusão social de larga escala: Bolsa Família, Luz para Todos, Brasil Sorridente, etc.

    Programas estudantis em larga escala como Prouni, Fies não existiam, crédito educativo era para poucos, limitando acesso ao ensino superior aos filhos da Elite. 

    Sem contar que com o PAC centenas de obras de infraestrutura surgiram.

    Além do ressurgimento da Indústria Naval, de Defesa e do Petróleo.

    Foram nos governos petistas que estes fatos aconteceram. E, assim, por diante.

    Um país de desigualdades seculares não se consegue superá-las da noite para o dia, nem um país que não gosta de ser desenvolvido.

    Pensemos em um dado concreto e revolucionário, nos primórdios do Século XXI e quem o colocou em prática.

    Na minha família temos a quarta geração de universitários.

    Em quantos % da sociedade brasileira esta é uma realidade concreta?

    O brasileiro está em estágio inicial de uma transformação do patamar Educacional e da realidade estática de se ter a mesma ocupação profissional dos pais na vida adulta.

    Este processo doeu nas Elites brasileiras, que se sentiram ameaçadas em sua hegemonia, que se sentiram invadidas de suas exclusividades, quando da ideia de dar curso superior aos filhos dos pobres. 

    Quando o filho do pobre ascende à Universidade, ele ascende ao mercado de trabalho de outra maneira: com Diploma. 

    Vamos dizer que é em uma faculdade particular e estudo noturno. E daí? 

    Como seria possível ser diferente? 

    Não foi feita nenhuma Revolução do Proletariado para ser diferente. Foram feitas as coisas dentro das regras do jogo e dentro do perfil do brasileiro existente.

    Não se pode querer tudo de uma vez. E, nossas elites não aceitaram essa transformação. 

    Meu pai foi a primeira geração universitária da família. Trabalhava o dia todo e estudava de noite. Ascendeu socialmente com o trabalho e nos legou mudar este quadro de trabalhar de dia e estudar a noite. Éramos, por sorte, descendentes de europeus e não descendentes de escravos, os que foram deixados de lado no pós Lei Áurea. 

    Tudo tem sua primeira vez. A segunda geração de universitários, nascida dos pais do Fies e Prouni será diferente da geração de seus pais. Talvez, possa só estudar e ter um ambiente cultural no lar que avance para uma formação mais complexa do formando de segunda geração. Em casa somos a quarta geração.

    Toda análise de Brasil deve partir de um conceito básico: a quem serve as elites deste País, quem as patrocina interna e externamente e qual a sua forma de enxergar a realidade do Brasil possível diante do Mundo. 

    Sequer ser Imperialista o Brasil quer. Preferem vender nossas riquezas, não investir em Educação e em Ciência e Tecnologia e não aproveitar a riqueza do nosso subsolo e da biodiversidade para industrializar o País, não mantendo aqui nossos recursos naturais e não produzindo produtos manufaturados genuinamente nacionais. É só ver o Governo Temer para se ter a prova concreta do que digo.

    O PT foi um partido visionário. Colocou o povo na roda do desenvolvimento. Incluiu e/ou ascendeu socialmente a quase totalidade dos brasileiros. Este foi o seu mal para as elites, internamente; e, externamente, o fenômeno do Brasil grande, Potência e altivo assustou.

    Quem deu o Golpe de Estado não trabalha dentro da Lei. A Lei que o PT decidiu ser um instrumento de combate à corrupção foi utilizada para os golpistas construírem uma narrativa de que o PT e só o PT é corrupto. 

    Essas generalizações do PT culpado de tudo. Do PT corrupto não trazem nenhuma solução para o entendimento do Brasil de julho de 2016. 

    A grande maioria dos petistas é honesta e, praticamente todos, querem um Brasil desenvolvido, soberano, industrializado e com Justiça Social; quem não deixa isto acontecer são outros personagens que assaltaram o Poder, por interesses outros, não ligados ao Brasil desenvolvido. 

    Fazer uma análise do Brasil de hoje sem falar do Poder nefasto da Rede Globo de Televisão? Como é possível. Culpar o PT pelo Brasil de hoje, dentro desta campanha absurda de 24 por dia associar tudo de ruim que há no Brasil, tudo que não deu certo ao partido, não pode ser uma análise precisa.

    O PT pode ter errado em não ter gerado um modelo de economia que privilegiasse com o tempo, mais o setor industrial do que o setor financeiro. Os juros convidativos as aplicações financeiras inibem investimentos industriais, podemos aceitar este ponto de uma análise sobre o Brasil de 2016.

    Podemos até dizer que seria necessária uma reforma política, tributária e dos meios de comunicação, porém, como realizar tal intento em um país onde sua Elite jamais se enxergou como protagonista no cenário geopolítico mundial? Nunca se enxergou governada por governantes trabalhistas e, sempre, vive de golpeá-los? Nunca se interessou em moralizar a Justiça e em diminuir as desigualdades sociais existentes?  Nunca quis sequer pagar impostos?

    O PT não fracassou no Poder.

    Ele escancarou a Elite brasileira ao Mundo e mostrou a sua face má.

    Não valorizar o seu próprio povo e a possibilidade dele acender socialmente, dele poder ter três refeições ao dia, dele poder se divertir e viajar para lugares bonitos, dele poder ingressar numa Universidade pela primeira vez (a primeira geração de filhos) da imensa maioria das famílias brasileiras, etc.

    Lula e Dilma foram revolucionários dentro da realidade brasileira.

    Mostraram que outro Brasil é possível e estava sendo desenhado, aos poucos. 13 anos o que são diante de 516 anos? Dá quase 40 vezes menos tempo do que as elites brasileiras governaram o País.

    Em um país de desigualdades seculares a gente iria querer que tudo fosse resolvido com 13 anos no Poder?

    E, contando com os meios de comunicação oligopolizados deste país jogando contra o Brasil de todos e dos brasileiros 24 horas por dia?

    Discursos que colocam o PT como culpado central para o Golpe de Estado das elites nacionais não nos levarão a lugar nenhum e não contarão a verdade.

    O PT foi roubado. Venceu a Eleição e não deixaram o Partido Governar em sua quarta vitória.

    O impasse de hoje não está no PT, está em quem golpeou a Democracia. O PT perdeu 3 eleições seguidas e, depois, venceu no voto. Quem não respeitou a vontade das urnas foram outros políticos, os que não mais têm condições de vencer no voto.

    E, sabem que sem o Golpe, sem tirar Lula do Páreo em 2018 vão perder de novo.

    Eu não posso fugir da realidade. O PT não inventou a corrupção e não é o único partido que tenha políticos, que possam estar envolvidos nela. Certamente, é o mais investigado e o único que parece merecer punição na nossa Justiça de dois pesos e duas medidas.

    E, bem sabemos a forma como agem contra o PT. Mais do que a Teoria do Domínio do Fato e o tal do voto da Literatura Jurídica me permite não se precisa para entender o que existe de real.

    O PT é perseguido e tentam tirá-lo do mapa por aquilo que ele fez e não o contrário. Seus erros não são o que move os adversários e as elites.

    São seus acertos e o medo dos adversários é que o brasileiro se torne senhor de seu próprio destino e possa destruir as estruturas arcaicas e viciadas de Poder da Casa Grande em definitivo.

    Ninguém mais do que Lula defendeu os interesses do Brasil diante de organismos e governantes internacionais e falou de um Brasil soberano, altivo, desenvolvido e com Justiça Social mundo afora, certo?

    O combate feroz da Rede Globo & Cia. contra o PT é o medo da perda do Poder, em definitivo, é o medo da emancipação da sociedade, da transformação do Brasil em uma Democracia madura e que não precise da Elite que temos.

    A realidade não é um modelo estático. A realidade não é apenas uma dicotomia do certo e do errado. O PT deve ser respeitado e os problemas atuais do Brasil na Política, na Economia e na Sociedade devem ser compartilhados com todos.

    Puxando para um fato social atual.

    Este ódio social contra as parcelas inteiras da sociedade que se manifestam a favor da volta da Presidenta Dilma não foi criação do PT, certo? O ódio ao PT também não. Nem a imagem negativa do partido que se forma no seio da sociedade média brasileira.

    Há um propósito neste processo todo. Sem estudar e aprofundar o que está por detrás da crucificação da imagem do PT, simplificando tudo, como sendo um amontoado de erros do próprio PT não se chega a lugar nenhum, penso eu.

    Sem o PT o que será das esquerdas brasileiras?

    Há agremiações com votos para vencer um pleito eleitoral de tamanha envergadura como a Presidência da República?

    E, há sobrevivência das esquerdas sem o PT tomando bordoadas 24 horas por dia, no lugar de outras agremiações políticas, que sem o PT se tornariam, elas, os alvos para serem atacados pelas elites?

    Ou será que vamos acreditar que um novo “Partido desenvolvimentista e de esquerda” no lugar do PT teria tratamento diverso ao dado ao PT pelas nossas elites?

    E sendo honesto este partido não seria taxado de corrupto?

    Enfim, será que corrupção, incompetência no modo de governar, dificuldades para implementar qualquer medida desenvolvimentista, de transformação social a Elite brasileira não inventa para qualquer partido de esquerda? Para qualquer desenvolvimentista e defensor dos interesses nacionais ou grupo de pessoas de um partido preocupadas com o social e as desigualdades seculares deste país?

  11. processo históricos

    o autor só esquece que uma revolução é um processo histórico e que o PT serviu de catalisador, foi o promotor da revolução burguesa no Brasil. Veja por este lado: as forças reacionárias precisaram de 16 anos para ter uma esperança de terem uma contra-revolução. Sim, amigo, estamos em um processo e espero não precisarmos chegar ao pontos da justiça na ponta da espata com tu bem alertou!!! 

  12. Incoerência

    Texto incompreensível, já que é impossível negar o sem número de transformações sociais e econômicas ocorridas no país desde a chegada de Lula ao Poder.

    Desprezar tudo de bom que vinha sendo feito com muito esforço, resultado tão positivo que a gangue comandada pelo notável boçal temer precisou destruir quase tudo aquilo em menos de tres meses, não é atitude coerente.

    Ignorar a realidade seria o mesmo que comparar o desempenho do governo do lesa-pátria FHC com o de Lula, quando se sabe que, por exemplo, até 2002, século 21, tanto a milicada quanto os tucanos foram capazes de deixar no breu 16 milhões de brasileiros, aberração social somente corrigida com o Luz para Todos – o Grobo deu matéria sobre o assunto quando 15 milhões daqueles já estavam acendendo a luz, ” Existem um milhão de brasileiros sem luz…”. 

    E quanto às 700 mil cisternas no sem-árido ? , e quanto…….?

    Isto não quer dizer que os governos de Lula e DR tenham sido perfeitos, até porque governo perfeito, só o do Iraque de Saddam Hussein com os seus 99% de aprovação popular. 

     

  13. Já que desistiu do Brasil, vá

    Já que desistiu do Brasil, vá fazer outra coisa, professor. Entende-se todas as críticas a vários erros do PT, mas entre as causas da derrocado do PT não citar o golpe é inaceitável.

    O fato objetivo é que o governo do PT acabou porque houve um golpe midiático juridíco parlamentar. Procurar defeitos do partido para explicar é de certa maneira legitimar o golpe. Acho que o Merval vai repercutir esse texto

    1. Miopia desse cara

      Muito se critica que o PT enquanto governo não fez reformas estruturais na quantidade e qualidade necessarias. Até concordo, em parte…

      Mas poderia? Conseguiria se sustentar por tanto tempo? Hoje, a vista dos acontecimentos, vemos que não. Nem com um Governo soft conseguiu… Então?

      Está certo que teve seus pecados, amplamente conhecidos, mas o cara simplesmente botou nas costas do PT todas  as consequências do GOLPE. Pergunto: E se Dilma tivesse concluido o seu mandato, mesmo com o boicote atroz quue sofreu? E se o PT revalidasse as suas propostas após mais uma vitória em 2018?

      A Esquerda dura peca muito dass vezes de ficcional.

    1. coluna do aldo

      Ainda que a análise do Aldo tenha me parecido brilhante, a coisa mais genial que vi foi seu comentário que, aliás, doravante fará parte do meu repertório. Abraçlão!

       

  14. Acho que o profesor deve

    Acho que o profesor deve voltar para a escola.

     

    Primeiro, que o PT fez sim reformas importantes no espaço rural (Programa Território da Cidadania) que integra várias ações de Estado, incluindo o Bolsa Família.  A experiência foi reconhecida pela OECD em documento de 2013.

    Na área de Infraestrutura foi o Governo do PT que conseguiu iniciar e quase concluir a duplicação da BR 101 em vários trechos.  Transposição do Rio SF e inúmeros projetos de energia, transporte ferroviário e hidroviário.

    O PT também foi responsável por dar dimensão aos programas sociais.  O Brasil tinha então chegado num estado avançado de bem estar social.

    A crise não tem a dimensão que a mídia prega, e está intimamente vinculado ao preço do Petroleo lá fora e das commodiies.  Coisa que o PT não controla.

    O prof. ignora também o dato da sabotagem gigantesca que sofreu Dilma, além do próprio fogo amigo do PT.

  15. Nosso terror fundante virou complexo de viralatas

    “Na Independência, na Republica e em outros episódios nunca tivemos um momento de “terror fundante” no qual a cabeça dos malvados fosse cortada e a res publica e a sua lei fossem validadas pela espada e pela infusão do temor do castigo.”

    Nós nunca cortamos a cabeça dos malvados porque nunca gostamos da carne deles.

    Enquanto fomos antropófagos, só gostávamos da carne dos nossos iguais. 

    Só comemos alguns portugueses com a carne de pescoço de bode velho do bispo Sardinha.

    Desde que João Ramalho deitou na rede com Bartira, entregamos a carne de nossos irmãos aos brancos em troca de espelhinhos, facas e anzóis.

    Para serem domesticados até a morte por exaustão.

    Querem terror fundante mais terrível do que esse?

    Qual seria então?
     

  16. Algumas conclusões sobre o

    Algumas conclusões sobre o artigo:

    1. Este é sim um país de medíocres. Há grandes e brilhantes excessões, mas na média ha mediocridade é geral, desde o mais simples cidadão até o maior magnata. Como se mede: pouca cultura, estreita visão de mundo, estreiteza de ideias, incapacidade de gerar soluções próprias. Converse com qualquer um. Você se espantará em ver quanto baixo é o padrão cultura do brasileiro, sua pequena visão de mundo e total incapacidade de entender as coisas mais elementares da vida. Tem vislumbres, mas não visão mais profunda de conjunto;

    2. Não há projeto de país. Ponto. Os que ousaram desafiar este mandamento foram esmagados (Vargas é o mais conhecido). Na verdade há um projeto: manter o país como colônia para os muito ricos poderem emular o comportamento do primeiro mundo, do qual pensam que fazem (por exclusão da maioria) parte;

    3. Os problemas crônicos que país enfrenta de educação, segurança e saúde jamais foram objeto de preocupação da dita elite. Nunca interessou resolver estes problemas, que, no fundo, produzem uma imensa clientela política. Nunca foi problema de dinheiro. Sempre foi parte do projeto de manter o país como colônia. É só ver o que Temer está fazendo nessas áreas: cortes para fazer o país cair ao menor patamar civilizacional possível;

    4. Não concordo com as críticas do professor ao PT. O partido errou e acertou, mas tentou. Pelo menos ousou construir algo sobre a velha ordem. Acho que na verdade o PT foi ingênuo: acreditou que o “Ancient Regime” aceitaria mudanças pacificamente. Negativo. Essa gente é tosca demais, não aceita a menor mudança na sua forma de vida. Governam por direito divino. A nobreza da França pré-revolucionária tinha idêntico comportamento, diga-se;

    5. Concordo que as mudanças pedidas só são possíveis com uma profunda ruptura social. Cabeças tem que rolar. Disso não tenho dúvidas;

    6. Em termos de patamar civilizacional só encontro paralelo do Brasil na França que foi a Guerra dos Cem Anos no século XIV: o país mantinha-se dividido porque a nobreza defendia seus próprios interesses, sem se preocupar com a “nação”. Vivemos situação igual. A coisa só melhorou a partir do momento que o homem comum passou a se sentir “francês”, a nobreza foi dizimada pela guerra e Carlos VII teve forças para construir um exército real capaz de empurrar a autoridade real goela abaixo dos nobres refratários.

    1. 7. E isto me ocorreu depois:

      7. E isto me ocorreu depois: acho que o PT tem um grande mérito que as pessoas esquecem ou se negam em ver, qual seja, deu um vislumbre, um lampejo do que este país poderia ser se essa sociedade tão egoísta, tosca e obtusa realmente estivesse comprometida em resolver seus problemas. É certo que muitas iniciativas do partido foram toscas, insuficientes e tímidas, mas o pouco de diferente que fez deu-me a quase certeza que este país poderia ser muito melhor, pois tem totais condições de resolver seus problemas. Pena que a burrice, prepotência, ignorância, obscurantismo e egoísmo estão tão entranhados na sociedade que não se consegue ver isso. Afinal, o tema da corrupção, como fonte única dos nossos males, há muito já está introjetada nas pessoas. São ensinadas a acreditar nisso do berço ao túmulo.

  17. Outro texto

    Gostei do texto mas espero que o autor tenha lido os comentários e faça um novo texto sobre o mesmo assunto utilizando as várias informações e opiniões neles contida. É apenas uma sugestão, lógico. Os governos do PT fizeram muitas coisas que antes não haviam nem sido propostas. Em 114 anos (da Proclamação da República em diante) de poder a direita poderia, pelo menos, ter tentado. Estivemos e estaremos com o PT onde o PT estiver. 

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