BC diz que não existem projetos e estudos sobre a integração de moeda com a Argentina

Enquanto isso, ainda em visita ao país do vizinho, presidente diz que Guedes deu 1º passo à criação do “peso real”; Maia critica: “Vai valorizar o real? Dólar valendo R$ 6,00?”

Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (7) que foi dado o primeiro passo para uma moeda única entre Brasil e Argentina, o “peso real”.

“Paulo Guedes nada mais fez do que dar um primeiro passo para um sonho de uma moeda única na região do Mercosul, peso real”, declarou segundo informações do G1. Para defender a proposta, Bolsonaro deu o exemplo do “euro”, a moeda única da União Europeia. “Como aconteceu o euro lá atrás, pode acontecer o peso real aqui”, disse.

Em seguida, admitiu não entender como a transação aconteceria e quais seriam os impactos à economia do país. “Já falei para vocês que meu forte não é economia. Nós acreditamos no ‘feeling’ (intuição), na bagagem, no conhecimento e no patriotismo do Paulo Guedes.”

Guedes: ‘Os argentinos é que pediram’

Já o ministro da Economia disse aos jornais que a ideia é de interesse dos argentinos e que o Brasil está pensando na proposta. “Quem está querendo são eles, os argentinos estão animadíssimos. Nós estamos pensando, conversando e conjecturando. Eles abraçaram, aparentemente, a ideia”.

Guedes admitiu que é necessário uma convergência de políticas para a implantação do “peso real” completando que “parece” que o país vizinho “vai zerar o déficit este ano”. “O Brasil está com um déficit pior ainda”, completou.

Ao ser questionado qual o preço que o Brasil pagará para ter uma moeda única com a Argentina, Bolsonaro respondeu que “em todo casamento alguém perde alguma coisa e ganha outras”.

O anúncio sobre a proposta de criação da moeda única aconteceu ontem (6), durante um encontro com empresários em Buenos Aires. Bolsonaro está em visita oficial à Argentina, a convite do presidente argentino Mauricio Macri para tratar de temas bilaterais e integração internacional e Mercosul.

O país está às vésperas da uma nova eleição. Os argentinos vão às urnas em outubro. Até o início do ano passada, a reeleição de Macri era tida como certa, mas a deterioração da econômica no país aumentou a rejeição ao seu nome e fortaleceu o nome da sua principal rival, a ex-presidente Cristina Kirchner, candidata à vice-presidência em chapa com Alberto Fernández, agora líder nas pesquisas.

Banco Central: ‘Eu não’

Ainda ontem o Banco Central divulgou uma nota informando que não existem projetos e estudos sobre a integração da moeda com a Argentina, horas antes de o presidente abordar o assunto publicamente.

A instituição diz que “há tão somente, como é natural na relação entre parceiros, diálogos sobre estabilidade macroeconômica, bem como debates acerca de redução de riscos e vulnerabilidades e fortalecimento institucional”.

Segundo informações do jornal argentino “La Nación” ministros dos dois países discutiram a integração em abril.

Rodrigo Maia: ‘Não faço parte disso’

Em sua conta oficial no Twitter, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) criticou a proposta que, segundo ele, tende a desvalorizar a moeda brasileira.

“Será? Vai desvalorizar o real? O dólar valendo R$ 6,00? Inflação voltando? Espero que não”, publicou.

Redação

3 Comentários

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  1. O sobrenome do bozo deveria ser poliana.
    Ele se acha.
    Ele se acha popular mesmo todo mundo dizendo “Fuera Bozo”, “Bozo go home”
    Ele se acha lindo e preferido.
    Tanto que se julga casado com todos os seus circunstantes.
    Ele se acha boníssimo, escolhido por deus e muito amado, mesmo tendo levado uma facada de um desafeto, que a muitos representou.
    Agora, sentindo-se um “estadista” quer propor um peso brasigentino.
    Um peso morto.
    Bozo acha que a argentina foi tão bem sucedida que quer se associar à sua filosofia de governo e de mãos dadas caminhar para o mesmo abismo.
    Nós, brasileiros, já estamos abismados faz tempo.
    Sam, o tio de cabelo laranja, exulta e corrobora animado.
    Conclui que tudo deu certo.
    Já o brasil, cujo presidente foi aberto de ponta a ponta, percebe que esqueceram de colocar todas as peças quando o remontaram, especialmente a parte do coração, porque na cabeça, não há parafuso que pare.
    Caem todos.

  2. Diversionismo puro. Estratégico.
    Os caras são despreparados, mas não são burros.
    Trazem um assunto polêmico (câmbio) para encobrir uma entrega vergonhosa (privataria).
    O primeiro passo para a derrota é menosprezar o adversário. Vale para a esquerda “pensante”.

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