Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.
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Bolsonaro, o terrorista sem faixa, sem farda e sem caráter, por Francisco Celso Calmon

Saiu como entrou, como uma caricatura de homem público. Além de destruir o Brasil implantou o terrorismo na vida pública brasileira.

por Francisco Celso Calmon*

Deixou o território nacional em missão de fuga e custeada pelo erário. Não há legalidade nessa ação. O poder está vago, sem comando

Sua live de despedida é muito coerente: confessa não ter conseguido apoio para o golpe e se faz de vítima. 

Saiu como entrou, como uma caricatura de homem público.

Além de destruir o Brasil implantou o terrorismo na vida pública brasileira.

Nunca houve nada igual em nossa história, mesmo durante a ditadura, foram poucas as ações terroristas, fosse da direita, fosse da esquerda, e nenhuma nas proporções dessas atuais tentativas.  

Os planos de explodir o gasômetro e o as bombas no Riocentro, teve como autor num e apoiador no outro, o ex-capitão, expulso do Exército pelo seu comando, Jair Messias Bolsonaro. 

As ações terroristas da direita durante a ditadura foram incubadas no Exército. 

As Forças Armadas precisam reconhecer a sua verdadeira história, a de golpes, violações aos DHs, terrorismos, corrupções, mordomias, complexo de superioridade, fracassos na condução do país, para redesenhar o seu papel e organizar uma nova corporação de Estado, que seja bem vista e respeitada pela sociedade, e que, sobretudo, cumpra a Constituição.

A quadrilha bolsonarista faz pouco caso das instituições, desdenha das polícias e semeia o tumulto na sociedade, por meio de ações aterrorizantes, com o fito de subverter o Estado de direito. 

Há um plano concatenado de atos terroristas com a fuga dos comandantes do governo bolsonarista. 

Bolsonaro deixou o governo acéfalo. É um atentado a ordem pública. Porém, fora o aspecto legal, como ele raramente trabalhou, sua ausência não será sentida, mas ficará registrada com o comportamento de um homúnculo.

“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn”      

Se o tratamento pela Justiça (Judiciário, MPF, DPF, MJS, polícias) não for exemplar, e já, teremos nos próximos anos sucessivas tentativas de desestabilização do governo, por meios da violência nazifascista.  

Em virtude do estado de coisas, penso que o rito deve ser sumário, para o restabelecimento do Estado democrático do direito.  

O que significa cada um no seu quadrado, e nesse diapasão não cabe ao Ministério da Defesa, sem ter sido chamado, opinar numa questão que é, por ora, exclusiva das instituições de Justiça. Envolver as Forças Armadas é pressupor o seu envolvimento com os terroristas, visto que, sem serem chamadas à lei e à ordem, não devem se envolver.  

O Ministério da Justiça e Segurança, com as forças policiais federais e estaduais, deve coordenar as medidas necessárias e urgentes para desativar as incubadoras da insurgência terrorista, cujo objetivo explícito é a geração do caos. 

Como um diplomata, ex-chanceler, pode trabalhar contra o país que representa? Merece o repudio imediato da própria instituição.

O xerife do Judiciário, ministro Alexandre de Moraes, deveria mandar prender Ernesto Araújo, por incitar a desordem pública e o terrorismo, com o objetivo declarado de provocar o caos. 

Ele é um risco à lei e à ordem. Tal crime está em flagrância, portanto, cabe a prisão preventiva imediata. 

Brasília vem se mostrando um distrito sem lei, sem segurança e letárgico na garantia da ordem pública. Quinta-feira, 29, estavam acordando, e foi constituído um mutirão de segurança policial para garantir a civilidade na posse. O Exército que incialmente faria parte, desertou da operação conjunta. Por ordem de quem?

Vale ressaltar que Brasília é a capital federal do Brasil, e que é dever do govenador do distrito garantir a segurança do governo federal nesse território. 

Se a pressa é inimiga da perfeição, a demora é cumplice da situação.

Processos, julgamentos e cadeia, serão os exemplos para que não surjam outros cânceres terroristas como os atuais, ainda não extirpados do corpo social e político da nação brasileira.

Impedimos o golpe com a vitória nas urnas, vamos vencer o caos com a posse popular do novo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.

A festa será bonita, pá, com a participação massiva do povo vencedor e então cantaremos com o Chico:

Sei que está em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor no teu jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, que é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim

Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto de jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Canta primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim (Chico Buarque)

O Ministério das Comunicações sob as rédeas da União Brasil foi uma duchinha fria, não chegou a ser água no chope. Por sua natureza e alcance estratégico, não deveria ficar nas mãos de um partido que acalenta em seus quadros direitistas e extremistas de direita, como o nefasto Sérgio Moro.   

 André de Paula (PSD), Simone Tebet (MDB) e Juscelino Filho (União Brasil), ministros do governo Lula, votaram a favor do golpe ao mandato da companheira Dilma Rousseff; e nem mesmo um gesto de mea culpa fizeram. Não são os únicos, há outros nos escalões abaixo.

Mesmo com os comportamentos do ministro Dias Toffoli, gritando nos ouvidos moucos dos articuladores do governo Lula, que é um exemplo de traidor, sem caráter, ingrato, cujo pedido de perdão a Lula foi tão falso quanto oportunista, a atração pelo risco de dormir com o inimigo se repete.  

Gerir 37 ministérios já é um contrassenso organizacional, ainda com as contradições ideológicas antagônicas, será necessário, além do alecrim, muita arruda e a benção do Xangô, o orixá preferido de Lula. 

Ceio que só haverá êxito nos quatro anos de governo, se contar com o protagonismo do povo. Para tanto, a comunicação moderna, ágil, didática e pedagógica, com as bases sociais, será imprescindível e de necessária urgência.

TVs e rádios públicos, comunitários, jornais e blogs progressistas, formando já neste primeiro mês uma rede de comunicação contínua de informação e formação, é o que estamos a esperar dessa área comunicacional. 

Ouvir a sociedade sempre que possível, através de enquetes, pesquisas, referendos e plebiscitos, construirá uma democracia moderna e sustentável.

Ousar governar, ousar enfrentar as dificuldades com a força do povo.

Brasil, 2023, ano da reconstrução.

*Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem um ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected].

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2 Comentários

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  1. Engana-se o autor ao dizer que ausência do bozo não será sentida. Será sentida sim, como um grande alívio. Sobre alecrim, arrudas e Xangô, é tempo de nos reunirmos em pensamento e ação, fazendo um ritual de desterro. Um desterro forte, que torne a pessoa esquecida por todos e que nunca mais seus caminhos se cruzem com o da gente. É só acender uma vela de desterro com o nome completo do bozo e acender o pavio de cabeça pra baixo, deixando queimar até o fim. Pode-se pedir a N. Sra. do desterro (existe) para que tire a pessoa do caminho pronunciando-se o nome dele. O que sobrar após a queima, pode até jogar na privada. É um ritual bem conhecido e há velas de desterro pra vender (vi na web) Há outros, o que vale é a intenção, e sumir com o bozo vale.

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