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O padre Júlio Lancelotti declarou, na noite desta segunda-feira (5), que a nova investigação da Arquidiocese de São Paulo para apurar um suposto caso de abuso sexual envolvendo o seu nome irá trazer à tona “verdade dos fatos”.
Na mira dos setores mais conservadores, por sua atuação de caridade com a população de rua, o padre Júlio voltou a dizer que as denúncias veiculadas pela Revista Oeste, notadamente atrelada à extrema-direita, são falsas e fazem parte de uma rede de desinformação com interesses políticos.
“As acusações estão imbricadas em uma rede de desinformação, que mascara eventuais interesses de setores do poder político e econômico em ceifar aquilo que é o sentido do meu sacerdócio: a luta pelos desamparados e pelo povo de rua”, pontuou o padre, em nota enviada ao portal UOL.
“Recebo, com serenidade e paz de espírito, a nota da arquidiocese de São Paulo, publicada na presente data, informando que apura as acusações lançadas nos últimos dias. Esclareço que as imputações surgidas recentemente, assim como aquelas que sobreviveram no passado, são completamente falsas, inverídicas e tenho plena fé que as apurações conduzidas pela Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos”, completou.
Entenda o caso
No início de janeiro, a Revista Oeste divulgou um laudo audiovisual sobre supostas imagens nas quais um homem – identificado como Lancellotti – se masturba enquanto troca mensagens com um suposto jovem, pelo celular
A denúncia, que já havia sido desmentida em 2020, foi resgatada em meio a pressão de bolsonaristas para instaurar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, que tem como um dos principais alvos o padre.
Neste caso, os peritos da Oeste fizeram “exames prosopográficos”, que identificaram características faciais e do ambiente, para sustentar que o protagonista das imagens seria Lancellotti. Contudo, todas essas características podem ser reproduzidas por meio de inteligência artificial (IA). O laudo ainda apresentou outras brechas, já relatadas pelo GGN.
Após isso, houve rumores que a Arquidiocese teria arquivado a investigação contra Lancellotti. Contudo, a apuração foi retomada em meio a denúncia de um suposto assédio sexual praticado pelo padre contra um ex-coroinha, em 1987. O relato também foi feito à Revista Oeste.
Em nota, a Arquidiocese afirmou que faz apurações a respeito da denúncia “em busca da verdade” e procura contato com a suposta vítima, para ouvi-lo a respeito do seu relato à revista.
Vale ressaltar que o procedimento de investigação na Arquidiocese é protocolar e ocorre sempre que há divulgação de notícias envolvendo membros da Igreja Católica.
CPI
Os vereadores de São Paulo se reúnem, nesta terça-feira (6), Câmara Municipal da capital, para decidir se levará adiante o pedido de instalação da chamada CPI das ONGs, que teria como o principal alvo a atuação de Lancellotti à frente da Pastoral do Povo de Rua da Igreja Católica.
A reunião dos líderes das bancadas está marcada para às 14h. Na ocasião, os parlamentares devem discutir se o requerimento de instalação da CPI poderá furar a fila existente na Câmara, que acumula outros 42 pedidos de CPIs na frente, e será levado para votação em plenário.
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