Jair Bolsonaro conta mentiras à vontade no Jornal Nacional

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Presidente Bolsonaro abriu a rodada de sabatinas do Jornal Nacional com presidenciáveis acusando Willian Bonner de fake news

A sabatina do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) no Jornal Nacional foi mais direcionada aos seus apoiadores do que para furar a bolha e melhorar sua imagem nas pesquisas de intenção de voto.

Conduzida pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcelos, o presidente não ficou tão confortável, mas os jornalistas também não souberam explorar as deixas que o presidente deixou escapar.

Bolsonaro disse a Bonner que ele “não está falando com a verdade, que é fake news da sua parte” quando o jornalista perguntou sobre as ameaças que o presidente e seus apoiadores fizeram à democracia e por ter xingado o ministro Alexandre de Moraes, da Suprema Corte, de “canalha”, em evento realizado no 7 de Setembro de 2021.

O presidente também insistiu na existência de fraudes nas urnas eletrônicas sob a justificativa de querer “evitar que dúvidas pairem”, embora tenha sinalizado a contragosto que iria respeitar o resultado das eleições, insistindo que o respeitaria se as eleições “fossem limpas e transparentes”.

“Tenho certeza que ministro Alexandre de Moraes chegará a um bom termo”, disse Bolsonaro sobre a reunião que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, nesta terça-feira (23).

Para Bolsonaro, CPI da Covid foi um ‘circo’

O presidente também mentiu sobre a forma como seu governo lidou com a pandemia de covid-19, a começar pela falta de oxigênio em Manaus: enquanto ele afirmou que a cidade começou a receber cilindros em questão de 48 horas, Renata Vasconcelos precisou afirmar que não era verdade, e que a ajuda só começou a chegar depois de nove dias.

Bolsonaro também acusou a imprensa de atrapalhar o combate à pandemia por não ter defendido, segundo ele, a “liberdade médica” e a adoção do “tratamento precoce” com medicamentos que já tiveram sua ineficácia comprovada por cientistas em mais de uma oportunidade. Os jornalistas do Jornal Nacional não rebateram com firmeza que o tal “tratamento precoce”, para Covid, não existe.

“Lamento as mortes, mas não poderia ser tratada a covid da forma como começou a ser tratada”, disse Bolsonaro, afirmando que o protocolo do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta pregava o tratamento precoce, mas apenas para casos graves.

Questionado sobre “falta de empatia, de compaixão” ao imitar um paciente com falta de ar e as vítimas da pandemia, Bolsonaro disse que manifestou sua solidariedade “conversando com o povo” na periferia de Brasília.

Em seguida, afirmou que fez o mais importante, que era pagar o auxílio emergencial.

“Nós demos auxilio emergencial imediatamente, 68 milhões começaram a receber (…) Poderia ter caos porque as pessoas com fome poderiam fazer loucura”, disse Bolsonaro, afirmando que enviou recursos para governadores e prefeitos.

Segundo ele, a CPI “do circo” não quis investigar o desvio de recursos para nove governadores da região Nordeste, e também criticou o PT por, segundo ele, ter votado contra o Auxílio Brasil.

Acompanhe a análise de Luis Nassif, Eliara Santana e Leonardo Avritzer sobre a sabatina, abaixo:

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. Jair Bolsonaro foi entrevistado no set do Sítio do Picapau Amarelo. A Cuca aplaudiu as observações do entrevistado acerca do genocídio pandêmico, tomando o cuidado para não utilizar a palavra genocídio. O Cururpira se mostrou satisfeito porque Bolsonaro fez o Brasil andar para traz, com valorização do trabalho escravo e o desmantelamento do combate à essa modalidade de mão de obra. Ao final da entrevista todos foram felizes para sempre, exceto as vítimas do bolsonarismo. Elas continuarão desempregadas, com fome, sem dinheiro para comprar gas e sendo espancadas e assassinadas por policiais militares com requintes de crueldade.

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