O ping pong sobre Lula, por Di Franco

Lula, um balanço

Estadao.com.br

Carlos Alberto Di Franco

Prestes a encerrar seus oito anos de governo, o presidente Lula descerá a rampa do Palácio do Planalto e abrirá um importante capítulo da nossa história. Esta coluna, com frequência, criticou as sombras do governo que se põe. Mas a honestidade intelectual e o dever de isenção, pré-requisitos de quem pretende fazer jornalismo ético, me obrigam a reconhecer o saldo favorável dos dois governos do presidente Lula.

O empenho de justiça social do presidente da República, sincero e não apenas eleitoreiro, foi sua marca. Responsável direto pela incorporação de milhões de brasileiros que viviam à margem do mercado, o fabuloso crescimento do consumo é um vigoroso atestado de inclusão. O Programa Bolsa-Família, operado com competência e sensibilidade humana pelo ex-ministro Patrus Ananias, deu certo. Legiões de brasileiros viviam em situações de extrema pobreza. O tráfico de drogas, brutal e hediondo, alicia mão de obra no mercado do desespero e da desesperança.

As políticas sociais do governo, formuladas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, foram, a curto prazo, um bálsamo na chaga da miséria e da exclusão. A vida dos pobres melhorou. E isso é importante.

Governos, há décadas, viveram de costas para a gravíssima crise social. A elite brasileira não soube ou não quis assumir sua parcela de responsabilidade. Agora, o rosto da fome toca no nervo exposto da insensibilidade. Para os homens de bem, no entanto, a situação pode ser um vibrante apelo à solidariedade, fortemente embotada pela cultura do egoísmo.

Não é humano, por exemplo, se queixar dos incômodos urbanos provocados pelas correntes migratórias. É preciso ter a coragem de reconhecer a injustiça que se esconde no triste nomadismo. O sertanejo nordestino, tão brasileiro quanto nós, não migra por prazer. Ele é expulso de sua terra pela fome, pela infame indústria da seca, pela incompetência governamental e pela corrupção que, há décadas, transforma verbas públicas em negócios privados.

Lula sofreu na própria carne o drama do retirante. Seus dois mandatos, acertadamente, privilegiaram o desenvolvimento do Nordeste. Sua popularidade não é fruto do acaso ou da força do seu carisma. Ele, de fato, melhorou a vida das pessoas. Basta pôr os pés no Recife, por exemplo, para sentir a ebulição de uma economia viva. Por isso, o povo despejou um mar de votos na candidata de Lula e reelegeu o governador Eduardo Campos.

Um Sul rico e progressista, cercado por guetos de pobreza aviltante, é injusto e inviável. Trata-se de uma bomba-relógio. E já se ouvem as explosões no coração dos grandes centros urbanos. Imagens de crianças famintas são capazes de provocar matérias especiais e emoções momentâneas. Discute-se, com razão, a respeito dos desvios éticos da instrumentalização política da miséria. Poucos, no entanto, vão ao cerne do drama.

Político rápido e intuitivo, Lula evitou o manejo populista da economia. Manteve a política econômica iniciada por seu antecessor. Alguns, equivocadamente, dizem que Lula nada fez. Só seguiu na rota traçada por Fernando Henrique Cardoso. Não me parece pouco. Poderia ter feito o contrário. Não fez.

Seu período registrou um crescimento econômico de 37,3% (média anual de 4%). As exportações triplicaram. A inflação caiu de 12,5% para 5,6% ao ano. A taxa básica de juros reais também baixou, de 15% para 6%. O desemprego foi fortemente reduzido. A dívida externa foi paga. Não foi pouca coisa.

Quanto aos costumes políticos, o desempenho do governo Lula foi deplorável. Lula é, sem dúvida, um animal político e um grande comunicador. Sua história de vida, carregada de carências e sofrimento, enrijeceu sua personalidade e o transformou num homem decidido a vencer a qualquer preço. Mas é precisamente na têmpera da sua obstinação que reside a sua maior fragilidade ética.

O projeto de poder de Lula não admitiu barreiras éticas. Em nome da governabilidade e da perpetuação de seu projeto, Lula se aliou ao que de pior existe na vida pública brasileira. A relativização dos valores e a condescendência com os companheiros e aliados envolvidos em graves irregularidades viraram rotina na fala presidencial.

“Errar é humano”, disse Lula, referindo-se aos casos mais emblemáticos de corrupção. O presidente da República, subestimando a gravidade do mensalão, acariciou a cabeça de petistas pilhados em situações no mínimo constrangedoras.

Os pequenos erros mencionados por Lula derrubaram, em 2006, o ex-ministro José Dirceu, destituíram dezenas de diretores de estatais e mandaram para o espaço a cúpula do partido de Lula. De lá para cá, outros escândalos se multiplicaram como cogumelos.

O governo Lula, seguindo os cânones da práxis (a manipulação da verdade se justifica na luta pelo poder), instaurou a cultura do cinismo na vida pública deste país. A simples leitura da imprensa oferece um quadro assustador da estratégia. Esbofeteou-se a verdade num escala sem precedentes. As responsabilidades submergiram num caldo pastoso e amorfo. Assistiu-se ao lusco-fusco da cidadania.

O presidente Lula tem méritos indiscutíveis. Iniciou o resgate da dívida social, foi prudente na condução da economia e deu ao Brasil, pela força de seu carisma e pelos bons ventos que sopraram nos seus dois mandatos, grande prestígio internacional e notável popularidade interna. Além disso, ao contrário de seus colegas, não entrou no desvio do terceiro mandato. Foi injusto em seus recorrentes ataques à imprensa independente, mas não concretizou nenhuma ação contra as liberdades públicas.

Feitas as contas, apesar das ressalvas, o presidente Lula escreveu um belo capítulo da nossa história. A todos, feliz 2011

Analise HONESTA sem deixar de ser cricritica?  Ta ficando maluco, Ninguem!  So pode.

Ele nao faz “jornalismo etico”, nunca fez, porque decidiu agora?  Ele esta “analizando” tao “honestamente” assim pra nao confessar que errou e mentiu centenas de vezes a respeito do governo Lula.

Lula, imagem estilhaçada

25/01/2010

“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou em dezembro, às vésperas do Natal e aproveitando o recesso das festas, um ambicioso plano para a implantação de um regime autoritário no Brasil. Dias depois, por causa da reação dos comandantes militares à redação inicial do decreto, ensaiou um aparente recuo. Seguindo estratégia bem conhecida, tirou o bode da sala, mas manteve cobras venenosas debaixo da cama dos brasileiros. Estilhaçou-se, aqui e no exterior, a imagem do presidente da República. O líder equilibrado e respeitado vai, aos poucos, sucumbindo aos apelos do radicalismo ideológico.

O projeto do presidente da República e de sua candidata à sucessão presidencial, Dilma Rousseff, reduz o papel do Congresso Nacional, desqualifica o Poder Judiciário, agride gravemente o direito de propriedade, sugere o controle governamental dos meios de comunicação e sujeita a pesquisa científica e tecnológica a critérios estritamente ideológicos.

A educação, também moldada segundo os interesses do regime, faz parte do projeto. O governo deverá incentivar a produção de filmes, vídeos e áudios voltados para a educação sobre direitos humanos e para a reconstrução “da história recente do autoritarismo no Brasil”. Será, como salientou recente editorial do jornal O Estado de S. Paulo, “um autoritarismo cuidando da história de outro”.

No campo dos valores morais e religiosos, tão caros ao povo brasileiro, o Lula real também mostrou sua verdadeira face. O presidente quer erradicar os símbolos religiosos dos estabelecimentos públicos, deseja descriminalizar o aborto e assume a bandeira da união civil entre pessoas do mesmo sexo.”

Continua:

Lula – imagem estilhaçada, 25/01/10

Repito:  ele nao faz “jornalismo etico”, nunca fez, porque “decidiu” agora?

Pra nao dizer a verdade a respeito de si mesmo.  Sim, eu ja conheco mais coisas dele, eh  tudo igualzinho.  Nunca disse uma verdade a respeito de Lula, nao eh a 3 dias da saida de Lula que ele vai arrepender dos pecados com impunidade.

Como ja dizia Dostoyevski, existem mediocres de dois tipos, os que sabem que sao mediocres e os que nao sabem.  Ele eh um novo tipo, o mediocre que nao quer saber.

Luis Nassif

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