Quem é André Fufuca, o novo ministro dos Esportes?

Novo ministro pediu votos para reeleger Bolsonaro e votou pelo impeachment de Dilma, mas não impediu alianças do PP com o PT.

Crédito: Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu que o André Fufuca (PP-MA) vai assumir o Ministério dos Esportes, conforme anúncio do Palácio do Planalto, divulgado na noite da última quarta-feira (6).

A decisão pela substituição da ex-jogadora de vôlei Ana Moser foi tomada durante uma reunião entre Lula, Fufuca, (PP-MA), Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), que vai assumir o Ministério dos Portos e Aeroportos, e o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

A mudança faz parte da reforma ministerial e tem como objetivo colocar parlamentares do PP e Republicanos no primeiro escalão do governo, a fim de aumentar a base governista e aprovar, mais facilmente, os projetos do Executivo na Casa. PP e Republicanos estão entre as maiores bancadas do Congresso, com 47 e 41 deputados respectivamente.

Votos para Bolsonaro

André Luiz Carvalho Ribeiro, mais conhecido como Fufuca, é médico, líder do PP desde 2022 e está no seu terceiro mandato de deputado federal.

Filiado ao PP desde 2016, Fufuca já passou pelo PSDB e PSD, mas sempre demonstrou, nos últimos anos, uma forte vocação para compor o Centrão.

Agora integrante do primeiro escalão do governo Lula, Fufuca pediu abertamente votos para a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) e também foi um dos aliados de Eduardo Cunha, então presidente da Câmara, no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

No entanto, o líder do PP não adotava uma postura de conflito com o PT e, enquanto presidente interino da legenda, permitiu aliança do partido com os petistas em diversos estados. Fufuca também integra o grupo do ministro da Justiça, Flávio Dino, maranhense assim como ele.

Fufuca tem 34 anos e é próximo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do PP, Ciro Nogueira, que faz oposição ao governo Lula.

O deputado também é conhecido como Fufuquinha, já que o pai, Francisco Dantas Ribeiro, usa o apelido e é bastante conhecido por ser prefeito de Alto Alegre do Pindaré (MA).

Repercussão

No Twitter, André Fufuca agradeceu o convite do presidente Lula, disse estar “honrado pela oportunidade de contribuir para o desenvolvimento do esporte brasileiro e de trabalhar ainda mais pelo País”, e se comprometeu a fazer o seu melhor.

Apesar de entender a necessidade de construir uma base governista, o que levou o governo a incluir o PP na base ministerial, os internautas não receberam bem o anúncio da troca de Ana Moser, a começar pela própria ex-ministra.

A ex-atleta divulgou uma nota em que disse receber “com tristeza e consternação a interrupção temporária de uma política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária no governo federal”.

Em entrevista à CNN, Moser demonstrou frustração por ser demitida da pasta. “Foi uma decisão política, pena para o esporte. É pena para o esporte mesmo, é o abandono do esporte, mas faz parte da política.”

Os internautas também demonstração insatisfação nas redes sociais.

Ana Moser participou do grupo técnico na área de Esporte da equipe de transição de governo, além de apoiar Lula nas eleições presidenciais.

Destaque da seleção brasileira de vôlei feminino nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, Moser também fundou o Instituto Esporte e Educação (IEE), que oferece atividades esportivas para crianças e adolescentes e formação de professores na área de esporte educacional.

LEIA TAMBÉM:

Camila Bezerra

Jornalista

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Eu sempre admirei e, pelo que vi até aqui continuarei a admirar a Ana Moser; porém acho que sua manifestação foi infeliz. Os cargos, são do mandatadário maior; a política pública, também. E todo o ministro, secretário e qualquer cargo de confiança deve saber disso. É opinião minha, que uma vez rifado, o ocupante do cargo deve entrar em silêncio obsequioso, no mínimo de seis meses, até que passe o sensacionalismo da mídia e seja amenizada a contrariedade de gente como eu, que vibrei com a indicação, porém já sabia – e torcia que não – isso aconteceria.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador