Requião e o domínio da mídia por Ratinho Junior

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Recentemente filiado ao PT, ex-senador critica atual governo e alerta para privatização de hidrelétrica no Paraná

O ex-presidente Lula e o ex-senador Roberto Requião, recém-filiado ao PT. Foto: Ricardo Stuckert

Um Paraná reacionário a partir do que se viu na operação Lava-Jato não existe, na visão do ex-senador e ex-governador do Estado Roberto Requião, recentemente filiado ao PT e pré-candidato ao governo paranaense.

Em conversa com os jornalistas Luis Nassif e Marcelo Auler na TV GGN 20 horas desta sexta-feira (26/03), Requião ressalta que “sempre estive muito à esquerda do PT”, mas alerta para o que existe atualmente: o domínio da comunicação pelo atual governador, Ratinho Junior (PSD).

“O Rato (Ratinho Junior, governador) tem 104 outorgas de antena de televisão, algumas televisões do interior e o SBT. E meteu agora, no orçamento do Estado, R$ 161 milhões para gastar até julho, quando inicia a proibição. Então, é esse o problema do Paraná: a dominação absoluta”, diz Requião, ressaltando que os valores orçamentários podem ser usados para pagar não só a Globo como outras redes.

“Quando eu fui candidato ao governo do Paraná, e à prefeitura de Curitiba lá trás, comecei minha campanha com 2% e o (ex-governador Jaime) Lerner tinha 84%. Eu fui fazer a campanha com raciocínios corretos, denúncias fundamentadas e tomei posse na Prefeitura, e depois ganhei o governo”, diz Requião.

O ex-senador destaca ainda o que fez durante o auge da crise global vista entre 2007 e 2009. Na ocasião, o então governador congelou as tarifas de água e de energia elétrica “no preço mais barato do Brasil”, além de conceder energia gratuita para os mais pobres e tarifa social de água.

“Mesmo assim, com esse monopólio que a gente tem de uma empresa pública, eu construí duas grandes usinas hidrelétricas e terminei uma que o (ex-governador Jaime) Lerner tinha deixado”, disse Requião, ressaltando que mesmo assim o atual governo vai leiloar a Copel em esquema semelhante ao adotado pelo presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes.

“Eu soube que, como eles não têm peito para fazer a privatização direta, eles estão brincando de Bolsonaro e Guedes – pretendem vender uma usina paga integralmente com o dinheiro do Estado que é a usina de Foz de Areia. Vão começar a vender os ativos. Eu enfrento, com toda franqueza e sinceridade, uma quadrilha que está tomando conta do Paraná”, diz Requião.

Segundo o ex-governador, o Paraná registra as tarifas mais altas do Brasil – apenas no ano passado, o lucro da Copel foi de R$ 5,1 bilhões. “Eles já anunciaram que estão dando para os acionistas privados 65% do lucro – nunca dei mais de 25%, e fazia a companhia investir em melhorias, em novas usinas”, afirma Requião.

Veja a entrevista completa de Roberto Requião na TV GGN 20 horas desta sexta-feira. Clique abaixo e confira!

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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