A perícia médica do INSS e a matéria do JN

Por Gisele Camara

Análise Critica: Matéria sobre Perícia Médica do INSS veiculada no JN em 14/05/2015

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/05/imagens-mostram-consulta-de-perito-do-inss-sem-examinar-paciente.html  

A matéria acima causa preocupação pois denuncia uma suposta avaliação precária realizada por peritos médicos do INSS para determinar a concessão ou não do benefício auxílio doença. Na sociedade vem a preocupação de estar recebendo um serviço público essencial, que é a avaliação da concessão do benefício do INSS auxílio doença, realizado de forma neglingente e injusta. Do outro lado do pêndulo ficam os  peritos médicos previdenciários, que trabalham diariamente  gerenciando o conflito: a concessão ou não do benefício auxílio doença aos usuários do INSS (indenização mensal em dinheiro).

A concessão desse benefício depende de um arcabouço que tem como elementos basais legislação previdenciária, estado de saúde, aspectos sociais, psicológicos e mundo profissional do avaliado. Por envolver situações complexas com frequência o trabalho do perito médico previdenciário não é comprendido. Essa realidade aliada ao fato de ordenar ou não o pagamentos de valores em dinheiro faz com que o exercício da perícia médica previdenciária implique em importante componente de estresse e risco para quem a executa. Para os peritos médicos previdenciários, a reportagem em questão, aumenta ainda mais o estresse e o risco que esses diariamente enfrentam nas sala de exame pericial do INSS,  pois coloca de forma simplista como negligente  um trabalho já pouco compreendido pela sociedade. Por motivação não esclarecida, percebe-se nas filmagens cortes e edições compromentendo a integralidade da situações. Seria necessário ter acesso a toda filmagem, ouvir todas as partes envolvidas para se formar uma opinião próxima  à  realidade. De toda forma, é importante deixar o conceito de que em algumas situações a formação do entendimento de incapacidade laborativa pode ser formado apenas com a análise de documentos médicos autênticos e fidedignos. Exemplo: prontuário médico hospitalar de um politraumatizado. 

Gisele Katia Camara Oliveira

Perita Médica Previdenciária

Redação

10 Comentários

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  1. Canalha

    Nassif,

    Uma matéria com a cara do JN, bastante canalha.

    Seria bom deixar clara a obrigatoriedade de o médico perito do INSS fazer o exame médico, algo que não faz qualquer sentido na maioria dos casos.

    Fiz uma operação cardíaca, precisei pedir licença do meu trabalho por alguns meses e os peritos, que sempre me atenderam corretamente, se basearam nos diversos laudos médico que eu sempre levei. Quem sabe deveriam me abrir ao meio, para conferir as pontes de safena ? Além disto, seria necessários hospitais com todas as especialidades médicas espalhados pelo país, pois ocorre de tudo a todo o momento.

    Uma pergunta, como funciona o exame pericial em outros países ? 

    1. Não sei em outros países, mas

      Não sei em outros países, mas em Ontário, Canadá, não existe a figura de médico perito. O benefício é dado baseado nos laudos dos médicos de família e especialistas. Ele acreditam que os médicos são responsáveis pelos relatórios que assinam. E posso dizer que tem muita, mas muita gente mesmo tirando vantagem do sistema. Só que aqui todo mundo finge que isso não acontece e que ninguém mente em relatórios. E a vida segue em frente…

  2. Não vi novidade nenhuma

    Não vi novidade nenhuma: todo serviço público é retratado por essa firma, Globo, como ineficiente, sempre. É que essa é uma firma do setor privado, não tem compromisso com diminuição de desigualdades políticas, sociais e econômicas. Compromisso nesse sentido é atributo exclusivo do estado. Pela Globo – e por todas as empresas privadas – toda Saúde seria privatizada, teria acesso quem pode pagar e o resto que se danasse. Talvez seja isso mesmo o que se espera da iniciativa privada: que vise lucro e está certo ser assim. Por isso é que é necessário que haja estado e que esse estado não seja contaminado pela mentalidade privatista.

  3. Já passei por perícia do

    Já passei por perícia do INSS. A médica foi criteriosa. Até mais do que eu esperava.

    Portanto, a reporcagem é mais uma ao estilo da Globo: pega uma falha de um único profissional para esculhambar toda a categoria e desqualificar o serviço público prestado pelo Estado. Sem novidades…

  4. Acho q nao dá para generalizar, há casos e casos

    Tenho uma amiga, filha de uma empregada de décadas da minha família, que precisa operar o menisco, mas está dependendo de vaga em hospital público, exames, etc. Ela é faxineira, trabalhava numa casa de 3 andares. Nao pode pegar peso, subir escadas, etc. Pois o p* do perito, que parece q tem uma deficiência, disse que se ele pode trabalhar, ela também pode, e cortou o auxílio doença. Só que ela nao tem como trabalhar sentada numa mesa… Felizmente a outra perita que viu o recurso percebeu que era uma injustiça e reconcedeu o auxílio até o final da reabilitaçao pós operatória (a operaçao está marcada, só que nao sai rápido, e nao depende dela…)

  5. Exceções

    O que a Globo retratou absolutamente nao é uma exceção como muitos querem acreditar ou se autoenganar.A saúde, a segurança e a educação no país são precárias, precaríssimas.Isto é fato.Contra fatos não há argumentos.

  6. Trabalhei no INSS por 6 anos

    Tive acesso a muitos casos de reclamações sobre as perícias médicas, similares aos apresentados na reportagem.

    Um caso em especial me chamou a atenção: uma segurada, professora primária, fazia acompanhamento de uma lesão por esforço repetitivo com médicos particulares. Precisou em determinado momento entrar em licença médica, e teve o benefício concedido pelo INSS, por 3 meses. Nesse meio tempo, com fisioterapia e tratamento medicamentoso, recebeu alta dos médicos particulares. Mas quando foi ao INSS fazer a perícia o perito mal olhou pra ela e decretou: “mais 3 meses!”.

    Ela tentou argumentar que já estava liberada pelo médico particular, tentou apresentar o laudo e disse que queria voltar a trabalhar. O médico-perito ainda deu uma “zombadinha” nela, do tipo “não quer mais umas férias não?”.

    Como o benefício era vinculado a determinada agência, ela só podia fazer a perícia lá. E o fato se repetiu mais duas vezes. Ao fim de um ano de benefício, mesmo liberada há 9 meses por seu médico particular, a segurada entrou em depressão por não poder trabalhar novamente. E acabou acionando a Ouvidoria do INSS por isso.

    Foi encaminhada para exame médico-pericial com outro perito, que a examinou atentamente, leu os laudos do médico particular, além de examinar os exames de eletroneuromiografia que ela havia feito. E a liberou para o trabalho…

    Entendo a manifestação da Dra. Gisele, concordo com ela, mas é preciso ressaltar que há casos e casos. Se há peritos dedicados como ela, também não faltam aqueles que agem como mostrado na reportagem do JN. Infelizmente!

  7. O JN não tem, para min,

    O JN não tem, para min, nenhuma credibilidade (nunca teve – O JN nasceu da corrupção!).

    Nade de positivo é mostrado, em contra partida qualquer coisa por menor que seja é maximizada para se tornar escândalo.

    Vide reportagem do Ciência Sem Fronteira que a estudante desmentiu a GLOBO pelo FACEBOOK! (VIVA A INTERNET!!!)

    Quantos peritos o INSS tem? 

    Qual a porcentagem dos problemas em relação ao todo?

    Uma vez o problema identificado qual procedimento para que o processo seja corrigido e as falhas não voltem a acontecer?

    O governo de São Paulo por exemplo… não tem problemas… não existe falta de água, educação, dengue, violência, metro,… NADA!

    O povo paulista é o mais feliz do mundo.

    Parabéns Alckmin! Quem tem a mídia acobertando os erros, não precisa de mais nada… Porém temos o FACEBOOK, ZAPZAP, YOUTUBE, e-Mails, Google… O gato subiu no telhado….

     

  8. Tomou?
    Os médicos peritos estão tomando do mesmo remédio que os abastece de ódio de classe e preconceitos contra o governo que servem, tal como os denais: PIGol.

  9. O trabalho certamente demanda
    O trabalho certamente demanda um certo nível de estresse, porém, para o cidadão pagador de impostos que precisa do serviço, na maioria das vezes sai humilhado. Cada caso deve ser tratado de maneira única, se depende da avaliação deles a concessão ou não do benefício, então que façam seu trabalho de maneira mais humana.
    No início deste ano precisei do auxílio doença após uma cirurgia no joelho, recebi alta porque que eu conseguia ficar em pé me apoiando numa mesa. Detalhe: Trabalho como vendedora.

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