Bolsa Família reduz metade do número de crianças com desnutrição crônica

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Os ministérios da Saúde e do Desenvolvimento e Combate à Fome (MDS) divulgaram, no último dia 13, os resultados de um estudo feito com 362 mil crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família.

Segundo aponta a pesquisa, nos últimos cinco anos de execução do maior programa de transferência condicionada de renda do país, o número de crianças com desnutrição crônica caiu pela metade: foi de 17,5% entre os pequenos com zero e cinco anos, em 2008, para 8,5% em 2012. Outro impacto importante se deu entre as crianças que apresentavam excesso de peso, com redução de 41,5% do número de afetados.

Na avaliação do Ministério da Saúde, os resultados positivos estão diretamente relacionados às condicionalidades do Programa Bolsa Família. Para continuar a receber o benefício, a criança é obrigada a manter a frequência escolar e fazer acompanhamento médico. No caso, o atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde) foi o diferencial entre outras crianças da mesma faixa etária que não são condicionadas a passar por tratamentos. Abaixo, mais detalhes sobre o estudo.

Sugestão de Dani

Do Ministério da Saúde

Desnutrição crônica diminui 51,4% entre crianças do Bolsa Família

Pesquisa inédita realizada pelos ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome indica que a desnutrição crônica caiu 51,4% entre as crianças do Programa Bolsa Família em cinco anos.
De acordo com o estudo, em 2008, 17,5% das crianças entre zero e cinco anos analisadas apresentavam desnutrição crônica. Após quatro anos sob os cuidados dos profissionais do Sistema Único de Saúde, o índice desse mesmo grupo de crianças caiu para 8,5%.

A desnutrição crônica reflete longos períodos expostos a situações de fome e miséria, inclusive, no ventre da mãe, comprometendo o crescimento da criança. A altura média dos perfis analisados aumentou devido à melhoria nutricional e do acesso à saúde, garantido pelo Bolsa Família. Em 2008, os meninos de cinco anos de idade mediam 107,8 cm, e, em 2012, chegaram a 108,6 cm. Já as meninas passaram de 107,2 cm para 107,9 cm.

Outro impacto importante se deu entre as crianças que apresentavam excesso de peso neste mesmo grupo. Houve redução de 41,5%, passando de 16,4% em 2008, para 9,6% em 2012, uma queda de 6,8 pontos percentuais. A maior redução ocorreu na região Norte, com redução de 15,8% para 5,9%.

O estudo  Evolução temporal do estado nutricional das crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família  cruzou informações do Cadastro Único para Programas do Governo Federal, do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) e da folha de pagamento do Bolsa Família. Neste estudo, foi analisado o desenvolvimento de um grupo 362 mil crianças beneficiadas pelo programa por cinco anos consecutivos, entre 2008 e 2012. Ao final da análise, elas tinham idade entre 4 a 9 anos.

Condicionalidades de Saúde

Para continuar recebendo o benefício, as famílias precisam manter atualizado o cartão de vacinação das crianças de até 7 anos, fazer o acompanhamento médico de gestantes, bebês e mães em fase de amamentação, além do acompanhamento do desenvolvimento das crianças da família.

No segundo semestre de 2013, 73,4% das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família foram acompanhados pelos serviços de saúde o maior resultado desde o início do acompanhamento. Isso significa que 8,7 milhões de famílias tiveram registrados no sistema os atendimentos de saúde prestados nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios ou em casa, por meio do Saúde da Família.

A cada semestre, cerca de 5 milhões de crianças de até 7 anos de idade têm seu calendário de vacinação acompanhado, sendo que quase a totalidade   mais de 99%   cumpre corretamente. As crianças do Bolsa Família também sofrem menos com o baixo peso ao nascer, 99% das beneficiárias gestantes vêm realizando o pré-natal, ação de monitoramento importante para a saúde da mulher e para o desenvolvimento da criança. 

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Já muito se sabe sobre uma

    Já muito se sabe sobre uma coisa: o que acontece com o individuo entre a gestao e os primeiros anos (até os 5, segundo alguns estudos) é decisivo pro futuro. Prá saude, para a capacidade de aprender, etc. Danos nessa fase ficam mais dificeis de consertar depois – e mais caros. Muito do que se chama de “insucesso escolar” e outros insucessos é, simplesmente, falta de um minimo de casa, comida e cuidado nessa fase da vida. Os resultados de programas como o BF no longo prazo já podem ser sentidos em algumas regioes. E vao se tornar mais obvios mais adiante.

  2. Gente: eu morei no Ceará nos

    Gente: eu morei no Ceará nos anos 90. Vim embora, porque era impossível ter qualidade de vida a que estava acostumada aqui no RS. Pois, hoje eu vou pro Ceará (meu segundo amor “estadual” no Brasil), e não tenho mais vontade de voltar ao RS. Na época que morei lá, sempre dizia que, ao nordeste, só faltavam bons políticos, porque, no mais, ela, a região,  tinha muito a oferecer, mas a politicagem destruia tudo, ou melhor, não construia nada de bom para a valorização de região priveligiada por tantas belzas e riquezas. Eu, como toda gringa nascida no interior gaúcho, cheguei no Ceará com forte sotaque “gringês”, como não reduzir as vogais. Lá, no meu amado Ceará, eles falavam TUMATI e eu, TOMATE. Hoje, qui no RS, meus colegas de faculdade, que me escutam pela primeira vez, acham que não sou gaúcha. Consegui misturar os dois sotaques  e ficou perfeito. Mas, adoro ver o cearense falar com o sotaque próprio mais do que gosto do falar do “gringo” gaúcho, O “culpado” por fazer que tanto BRASIL quanto NORDESTE bombassem para melhor qualidade de vida e inclusão, é LULA. Foi o único político que não tomou o NE para si, mas colocou o NE para o mundo. 

    1. Um jeito generoso de olhar o mundo

      Parabens.

      Ao ler o seu relato lembrei de Saramago…

      Se podes olhar, vê, se podes ver, repara (Ensaio sobre a cegueira).

      o Brasil precisa de luzes e de quem veja a realidade com outros olhos…

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